Derretimento sem precedentes de crosta de gelo na Groenlândia este mês surpreendeu cientistas e outros acadêmicos que se preocupam com o degelo acelerado no local.
Imagens divulgadas pela NASA nesta terça-feira (24/07) de três satélites independentes mostram que em apenas quatro dias, a quantidade de superfície de gelo descongelado disparou de 40% a 97% enquanto que o esperado seria o derretimento de 50% durante todo o verão.
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A imagem à esquerda foi tirada no dia 8 de julho e a da direita, no dia 12 de julho; em vermelho, o satélite identifica o gelo derretido e em branco, o gelo sólido
Em 30 anos de observação por meio de sensoriamento, o maior registro de derretimento na Groenlândia até então havia sido de apenas 55%. Segundo os dados sobre a superfície de gelo na Groenlândia, este nível de degelo foi observado foi observado, pela última vez, em 1889.
Por esta razão, Son Nghiem, cientista da agência norte-americana, quando se deparou com as fotografias questionou sua validade científica. “Isto é tão extraordinário que eu me perguntei sobre o resultado: isto foi real ou foi devido a um erro de dados?”, disse ele. A NASA, no entanto, comprovou o fenômeno por meio de outras imagens de satélites.
Até mesmo a área perto da estação central da Groenlância, que está a 3,2 quilômetros acima do nível do mar perto do ponto mais alto da superfície de gelo, mostra sinais de derretimento.
“Quando notamos degelo em locais que nunca vimos anteriormente, ao menos dentro de um longo período de tempo, faz você sentar e se perguntar o que está acontecendo”, comentou Waleed Abdalati, outro cientista da agência espacial. “É um grande sinal, mas só vamos conseguir compreender seu significado nos próximos anos”, completou.
Os estudiosos não sabem informar se este derretimento é consequente do aquecimento global ou se faz parte de um fenômeno natural, mas raro que teria acontecido também no final do século XIX.
Para Lora Koening, esta segunda explicação é plausível, o que não significa que os cientistas não devem permanecer em alerta. “Dados sobre o gelo mostram que eventos desse tipo acontecem, em média, a cada 150 anos. Como o último aconteceu em 1889, o fenômeno está dentro do padrão”, explicou ela. “Mas, se nos próximos anos, nós continuarmos a observar derretimento como este, temos que nos preocupar”, acrescentou a glaciologista.
O derretimento coincidiu com um fenômeno climático que provocou o aumento da temperatura na Groenlândia, como explica o comunicado da agência espacial dos Estados Unidos.
Fonte: Opera Mundi