A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine
Lagarde, afirmou que a economia mundial está em perigo e pediu a união
dos europeus diante da crise da dívida que tem ameaçado o sistema
financeiro global.
Na Nigéria, na semana passada, a diretora do FMI disse que a previsão
do Fundo de 4 por cento de crescimento mundial em 2012 poderia ser
revista para baixo, mas não deu nenhum novo número.
"A economia mundial está numa situação perigosa", afirmou ela a um jornal francês, em entrevista publicada neste domingo.
A crise da dívida, que entra em 2012 depois que uma cúpula europeia no
início do mês acalmou apenas temporariamente os mercados, "é uma crise
de confiança na dívida pública e na solidez do sistema financeiro",
declarou Lagarde.
Líderes europeus planejam um novo tratado para aprofundar a integração
econômica na zona do euro, mas não é certo que o novo acordo irá conter a
crise, que começou em 2009 na Grécia e agora ameaça a França e mesmo a
poderosa Alemanha.
"A cúpula de 9 de dezembro não alcançou termos financeiros detalhados o
suficiente e foi muito complicada nos princípios fundamentais", afirmou
Lagarde.
"Seria bom se os europeus falassem como uma só voz e anunciassem um
cronograma simples e detalhado", completou. "Os investidores estão
esperando. Grandes princípios não impressionam".
Parte do problema, segundo ela, têm sido as reivindicações
protecionistas nos países, tornando "difícil formar uma estratégia
internacional contra isso".
De acordo com Lagarde, "os parlamentos reclamam de usar dinheiro
público ou garantir o apoio do seu Estado para outros países. O
protecionismo está sendo debatido, e o cada um por si está ganhando
terreno."
Ela não especificou a que países se referia.
Países emergentes, que tinham sido os motores da economia mundial antes
da crise, também estão sendo afetados, disse Lagarde, citando China,
Brasil e Rússia.
"Esses países vão sofrer com a instabilidade", afirmou ela na entrevista.
Fonte: Reuters/Uol Economia