Van
Persie está, por assim dizer, livre, leve e solto. Nem mesmo a
suspensão por dois cartões amarelos, na terceira rodada do grupo B da
Copa do Mundo, contra o Chile, tira o seu bom humor. Pelo contrário. O
artilheiro holandês, com três gols, está mais afiado do que nunca em seu
terceiro Mundial.
A tranquilidade ficou clara na entrevista
coletiva do atacante nesta sexta-feira, na Gávea, no Rio de Janeiro.
Entre perguntas em holandês e inglês, o atacante recebeu um pedido
inusitado de um jornalista: uma selfie. Um tanto quanto desconcertado,
ele parou para entender a pergunta, sorriu e falou:
"Tudo bem. Depois da coletiva podemos fazer isso", disse o artilheiro, com um sorriso no rosto.
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Ao
lado, o zagueiro e companheiro Vlaar gargalhava com o pedido inusitado e
a reposta do colega. Van Persie está à vontade no Brasil. Não só por
subir em arquibancada e pegar a filha no colo para assistir ao treino. O
golaço marcado diante da Espanha, na goleada de 5 a 1 da primeira
rodada, abriram os olhos do mundo para o "Holandês voador". E virou
termo: "Persieing" significa imitar o peixinho do atacante contra a
Espanha. A maior homenagem veio de dentro de casa: o avô, Wim Ras,
imitou a pose do neto no gramado em uma foto a um jornal holandês. E Van
Persie adorou.
"Meu avô era goleiro anos atrás, nos anos 40 ou
50. Eu joguei futebol quando ele era novo. Ele tem 93 anos e uma mente
incível, a maneira como fala sobre seus feitos. É incrível o que ele fez
(risos). Eu gostei e ele, também", disse Van Persie.
Mesmo diante de tantos sorrisos, o atacante de 30 anos do
Manchester United arruma espaço para falar sério. Apesar de ter gostado
do gol que se tornou um dos mais belos das Copas, ele ressaltou outra
vertente do empate diante da Espanha e faz o prognóstico holandês na
competição, quase que um pedido disfarçados aos companheiros.
"Foi
um belo gol. Mas o mais importante foi o momento em que ele foi
marcado. Estávamos perdendo e a Holanda voltou ao jogo. Foi melhor do
que a beleza. Agora, queremos o primeiro lugar do grupo. É melhor para
nós", disse o artilheiro.
Em terras brasileiras não faltam, claro,
perguntas sobre o futebol do país e, principalmente, se ele encontra
insipiração em algum dos craques do passado da seleção brasileira. Van
Persie foi sincero em um primeiro momento, mas até surpreendeu por
indicar o seu escolhido.
"O que vi no último ano e meio foram
melhores momentos de Seedorf no Botafogo, talvez um pouco do Ronaldinho.
E não vi muito mais. Mas assisti a um filme anos atrás quando eu era um
garoto, sobre o Garrincha. Aquilo me inspirou. Como ele jogava, era
rápido, sempre marcava belos gols. Foi minha primeira experiência,
quando criança, com jogadores brasileiros", completou o "Holandês
voador", como vem sendo chamado depois do gol contra a Espanha.
Fim
de coletiva, Van Persie levanta, pega sua mochila e se direciona à
saída da sala de entrevistas da Holanda na Gávea. Mas, claro, é
interceptado pelo jornalista que pedira a selfie. Promessa feita,
promessa cumprida. O atacante para e posa para foto. Sorri. O artilheiro
está livre, leve e solto.
Fonte: Espn.com.br