Black Sabbath - "Paranoid" (1970)
Fonte: 1001 discos para ouvir antes de morrer
O Black Sabbath já tinha causado algum espanto na Inglaterra com seu álbum de estreia: uma retomada sísmica do blues que, junto com os dois primeiros clássicos do Led Zepellin, ajudou a criar um novo estilo de rock'n'roll - o heavy metal.
Em termos de qualidade do material, o segundo LP do quarteto de Birmingham é um salto gigantesco. A faixa de protesto "War Pigs" é uma das melhores aberturas de álbuns de todos os tempos, captando os ânimos acirrados da juventude ocidental em relação à campanha sangrenta dos Estados Unidos no Vietnã. Todas as características do Sabbath aparecem nessa música: os gritos abomináveis de Ozzy Osbourne; a dinâmica de mudança de tempo do baterista Bill Ward e do baixista/letrista Geezer Butler; e ainda a conhecida presença disforme do mito da guitarra e senhor dos riffs, Tony Iommi.
A mítica faixa título vem logo depois, uma explosão proto-punk de loucura que permanece como o hino clássico do Black Sabbath - Ozzy e Iommi chegaram a cantar essa música durante as comemorações, em Londres, do Jubileu de Ouro da Rainha Elizabeth II, em 2002. A balada fantasmagórica "Planet Caravan" apresenta um lado suave, muitas vezes superestimado, enquanto a pesada ficção científica de "Iron Man" parece antecipar o movimento grunge. As últimas quatro faixas são menos conhecidas, embora imponentes. O pesadelo de heroína em "Hand of Doom" é especialmente apropriado e contribuiu para consolidar a posição do Sabbath como uma das forças mais sinistras da música dos anos 70.
Paranoid tornou a banda conhecida nos Estados Unidos e chegou ao 12º lugar nas paradas. As músicas do álbum foram regravadas por grupos tão diferentes como o Pantera e os Cardigans. Sua influência para tornar mais heavy o espectro do rock, do Nirvavna ao Queens of Stone Age, é incalculável.
Fonte: 1001 discos para ouvir antes de morrer