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SÃO LUÍS, MARANHÃO, Brazil

domingo, 26 de outubro de 2025

UM COMPANHEIRO DE JORNADAS

 

Por Rogério Rocha

Ele recebe nomes variados, mas todos, de uma forma ou de outra, indicam seu lugar de destaque no universo masculino. Pinto, pênis, pau, cacete, instrumento, companheiro, garoto, valente, rola, cabra da peste, foguete, lança, pila, bastão da justiça íntima. 

Tem quem chame de soldado, general ou coisa do gênero. Há quem, em tom mais familiar e afetuoso, prefira chamá-lo de “membro”, como se fosse sócio ou integrante de alguma instituição. Particularmente, nunca optei por nada assim tão esdrúxulo. É pênis e pronto. Mas bem que poderia denominá-lo de “companheiro de jornadas”, já que tem me acompanhado a vida toda.

Desde cedo, fez questão de se mostrar presente, quase para lembrar que estava ali. Sem qualquer cerimônia, logo de manhã cedo, como um moleque desobediente, levantava antes de mim. Com alegria juvenil, demonstrava seu vigor, como se fosse para gritar: “Positivo e operante!” Era mesmo difícil de esconder.

Ao longo do tempo, o companheiro cresceu e aprendeu a desbravar muitos caminhos. Conheceu lugares bonitos, feios, quentes, úmidos, acolhedores, outros nem tanto. Cumpriu missões perigosas, meteu-se em enrascadas, mas soube desfrutar de cada momento, ajudando a humanidade a seguir seu rumo.

Soube compreender que a vida passa, a idade avança e transformações ocorrem naturalmente. Também entendeu que as etapas são superadas e a experiência adquirida adiciona novos ritmos e outros sabores aos já conhecidos.

Até aqui viemos. Aqui está ele. Atuante quando precisa, tranquilo quando não, mas sempre a postos para as futuras incursões. Seguimos juntos, como dois veteranos, caminhando no compasso do tempo.

Afinal, no fim das contas, esse fiel companheiro é bem mais que um mero órgão sexual. É testemunha de alegrias, dissabores, desejos e conquistas.

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