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segunda-feira, 30 de julho de 2012

A Grande Extinção e o aquecimento (por Marcelo Gleiser)


Marcelo Gleiser (físico e astrônomo brasileiro)


A extinção em massa mais famosa da história do nosso planeta é, sem dúvida, a que acabou com os dinossauros e cerca de 50% da vida na Terra, em torno de 65 milhões de anos atrás.
O principal culpado, ao que tudo indica, foi um asteroide de 10 km de diâmetro que caiu na península de Yucatán, no México.
Mas essa catástrofe mal se compara à Grande Extinção, que ocorreu cerca de 252 milhões de anos atrás, no final do Permiano.
Cientistas estimam que cerca de 95% de todas as espécies marinhas, e uma fração desconhecida - mas provavelmente comparável- das espécies terrestres encontraram o seu fim em alguns milhões de anos, o que não passa de um piscar de olhos em termos geológicos.
Embora outro impacto de um objeto vindo do espaço tenha sido proposto como causa, pesquisa recente sugere que a mortandade se deveu à falta de oxigênio na água, acoplada a um excesso de gás carbônico, que aumentou a acidez e a temperatura do oceano. (Só havia um oceano na época.) Uma amplificação não linear desses efeitos aumentou os danos; esponjas e corais foram devastados.
Em um artigo recente para a revista científica "Annual Reviews of Earth and Planetary Sciences", Jonathan Payne, da Universidade Stanford, e Matthew Clapham, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, propõem que a catástrofe coincidiu com uma das maiores erupções vulcânicas da história e consequente dilúvio de basalto, que formou grande parte da Sibéria. Essa erupção lançou quantidades enormes de gases na atmosfera, comprometendo a química oceânica e causando uma mudança climática global incluindo, possivelmente, a destruição da camada de ozônio, o que explicaria a extinção das espécies terrestres. No estudo das mudanças climáticas do passado ou na que ocorre atualmente, a ligação entre a dinâmica dos oceanos e a da atmosfera é essencial.
Essa extinção serve de laboratório para o que anda ocorrendo hoje, quando quantidades muito elevadas de gás carbônico vêm sendo lançadas na atmosfera, causando a rápida acidificação e aquecimento dos oceanos. Em 1996, Andrew Knoll, um geólogo da Universidade de Harvard, sugeriu que o aumento da concentração de CO2 na atmosfera teve consequências severas para a vida marinha no período Permiano. "Hoje, nós humanos somos tão ou mais eficazes do que os vulcões permianos no ato de despejar gás carbônico na atmosfera", disse Knoll à repórter Alanna Mitchell, do "New York Times".
Obviamente, não estamos no período Permiano, quando a Terra era muito diferente do que é hoje. Por exemplo, existia apenas um continente, Pangeia, e a química oceânica era bem diferente. Porém, a lição é bastante clara, para aqueles que se dispõem a escutá-la: o aumento da concentração de CO2 na atmosfera causa a acidificação dos oceanos, tendo severas consequências para a vida marinha.
A grande diferença é que, agora, somos nós os culpados principais dessa transformação global. E somos nós, também, os únicos que têm a possibilidade de fazer algo para atenuar as mudanças que já ocorrem no nosso planeta. Ignorar as lições da história nos leva a repetir os erros do passado.

Marcelo Gleiser
Marcelo Gleiser é professor de física e astronomia do Dartmouth College, em Hanover (EUA). É vencedor de dois prêmios Jabuti e autor, mais recentemente, de "Criação Imperfeita". Escreve aos domingos na versão impressa de "Ciência".

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Por que o novo iPad é tão grande?



(Fonte da imagem: Divulgação/Apple)
Ele pode até ser revolucionário, mas não é pequeno: apesar da tela ter as mesmas 9,7 polegadas do iPad 2, o novo iPad pesa até 662 gramas e conta com uma espessura de 0,94 milímetros – contra 0,88 cm do modelo anterior. Mas qual o motivo dessa “engorda” no aparelho, que chega ao Brasil nesta sexta-feira (11)?
Inicialmente, todas as suspeitas recaem (com razão) na bateria, que é maior e 70% mais potente que a fonte de energia da geração passada. Só que a Apple não colocaria uma peça gigante sem motivos, não é mesmo? Dessa vez, a culpa está na pressa.
De acordo com informações obtidas pelo Cnet, o Retina Display não deveria estar presente no novo iPad, mas sim uma tecnologia chamada IGZO, desenvolvida pela Sharp. O problema é que ela não ficou pronta até a época prevista, obrigando a empresa a recorrer a um “plano B” e repetir a mesma tela na terceira geração de tablets (e aumentar o tamanho da bateria).
O tal formato IGZO possui transistores menores e permite a entrada de mais luz no aparelho, diminuindo assim a quantidade de LEDs na iluminação (e de energia gasta para fazer o aparelho funcionar). Para um próximo iPad, portanto, as apostas recaem sobre essa tecnologia – e, ao que tudo indica, em um tablet mais fino.
Fonte: Cnet/Tecmundo

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