terça-feira, 11 de junho de 2013

Itália ouve "olé" em São Januário, empata com Haiti e vê delírio da torcida

  • Julio Cesar Guimaraes/UOL
    Mario Balotelli e El Shaarawy acompanham do banco o jogo
    Mario Balotelli e El Shaarawy acompanham do banco o jogo

O técnico Cesar Prandelli mandou a campo uma equipe totalmente desfigurada, com 11 reservas. Somente na segunda etapa entraram alguns dos titulares, como Balotelli e El Shaarawy.A torcida contra do pouco público presente foi suficiente para que a seleção da Itália fosse parada pelo fraco Haiti, nesta terça-feira, no estádio de em São Januário, no Rio de Janeiro.

Os italianos venciam por 2 a 0, no único teste no Brasil antes da estreia na Copa das Confederações, marcada para o próximo domingo contra o México, no Maracanã. Mas cederam o empate no segundo tempo e viram a torcida delirar com a zebra.


O camisa 9 do Haiti, Saint Preux, foi a grande atração da partida. Quando substituído, foi muito festejado e mandou até beijinho para a torcida.

A "Azurra" ouviu dos 3.257 torcedores gritos de incentivo ao time da América Central durante quase toda a partida. Os gols dos haitianos foram comemorados efusivamente.

No começo do jogo, a cada toque para o lado dado pelos haitianos saiam gritos de "olé". Um esboço de drible, então, gerava ainda mais entusiasmo na arquibancada.

O jogo mal começou e já saiu um gol. Logo aos 20 segundos de partida, Giaccherini aproveitou cruzamento da esquerda e falha da zaga para abrir o placar.

Mas se enganou quem pensou que isso seria um indício de chuva de gols ainda no primeiro tempo. A equipe europeia passou a tirar o pé das jogadas e evitar o desgaste com o calor e sol no estádio do Vasco.

Os italianos conduziam a partida em ritmo sonolento, enquanto o Haiti quase não incomodava. Vivia dos gritos da torcida a cada bom lance parcialmente executado.

A única chance de ampliar o placar na primeira etapa foi em uma falta cobrada por Diamanti, aos 44min. Mas bateu na rede pelo lado de fora.

O segundo tempo começou como terminou o primeiro: com Itália em ritmo lento e pouco querendo jogo. Quase foi punida com o gol de empate do Haiti, que por alguns momentos quase assustou.

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Atacante Gilardino tenta controlar a bola durante amistoso entre Itália e Haiti, no Rio de Janeiro Julio Cesar Guimaraes/UOL

Na melhor chance do time da América Central, aos 8 min, após cobrança de escanteio La France cabeceou sozinho e por pouco não acertou o gol. Prandelli se cansou e colocou Balotelli e Montolivo no jogo. Mais tarde, entraram Marchisio e El Shaarawy.

As trocas deram certo, e três dos jogadores que entraram fizeram a jogada do segundo gol. Aos 26min, Balotelli fez jogada pela direita e cruzou. El Shaarawy chutou em cima do goleiro, mas Marchisio pegou o rebote e marcou.

Mas a torcida local começou a verdadeira festa aos 38min. Maurice penetrou pelo lado esquerdo e foi derrubado por Astori. Saurel bateu e converteu.

Oito minutos depois, o que parecia impossível aconteceu. Peguero recebeu lançamento longo na esquerda da meta, saiu da marcação e dominou de peito para finalizar com chute cruzado: 2 a 2 e muita festa da torcida em São Januário.

A vez da ‘geração C’

Esqueça a geração Y. A menina dos olhos agora é geração C - pelo menos para o YouTube

por Raphael Martins
Geração X, Z, Y... Mais uma agora? O Google Brasil reuniu na semana passada vários executivos em sua sede em São Paulo para apresentar a nova geração de usuários e consumidores em torno do YouTube: a "Geração C". 

Os números impressionam: 67% dos membros da ‘geração C’ colocam suas fotos na internet; 85% vêem o que seus amigos e colegas pensam antes de tomar uma decisão; 88% têm um perfil em uma rede social, e 65% atualizam-o diariamente; e 91% dormem do lado do smartphone. 

A vice-presidente de marketing do Google, Danielle Tiedt, se apressa em explicar que não se trata de um grupo definido por idade, mas por atitude em relação ao mundo de possibilidades presentes no ambiente online. “Essa é a primeira geração a crescer com a internet, com expectativa de participação e interação completamente diferentes dos antecessores”, diz ela. 

A Geração C é explicada então, com 4 “C”s: curadoria, conexão, comunidade e criação. Cada uma delas representa o que um usuário pleno do YouTube espera ter a seu alcance nessa plataforma. 
Curadoria é a seleção pessoal do que eles gostam no site, que pode vir junto com um posterior compartilhamento, como imagem de suas personalidades. 

Conexão, segundo ela, é uma marca dessa geração que faz questão de que todos saibam tudo o que acontece com elas. “O smartphone é uma extensão do que as pessoas são. Há pesquisas que dizem que os mais jovens prefeririam perder o olfato a perder seu celular! E atualmente, 25% das visualizações mundiais do YouTube são realizadas em dispositivos móveis", disse Danielle. 

Comunidade é explicada através das “ações em massa” dos usuários com decisões conjuntas e interação entre grupos com os mesmos interesses. A criação de contas no YouTube por exemplo, tem dobrado ano a ano no mundo todo e esse fenômeno ajudaria a explicar uma reunião e engajamento cada vez maior em torno de ideias em vídeo. 

Para os executivos, o diferencial do YouTube seria a possibilidade de livre criação. Para Alex Carlos, diretor de parcerias do YouTube, o maior site de vídeos do mundo representa uma democratização da produção de conteúdo, por muito tempo controlada apenas por chefes formadores de opinião. 

A equipe chega inclusive a mencionar o crescimento estrondoso de canais como Porta dos Fundos, Parafernalha e Galinha Pintadinha como exemplos de que uma boa ideia pode se tornar um plano de negócio, algo totalmente novo no site. 

De acordo com dados da agência comScore, o YouTube tem quase 58 milhões visualizações por mês no Brasil, sendo que 9 a cada 10 brasileiros com acesso a internet estão assistindo a vídeos online no país. Esses dados nos colocam no “top 5” entre consumidores dessa mídia e mostram que o mercado verde e amarelo está em posição estratégica na visão de negócio do Google. Danielle Tiedt conta que a pretensão do YouTube é ser mais que uma plataforma de vídeos, mas um “destino diário” para os membros da Geração C. Dependendo da parcela brasileira e sua participação nesse nicho, eles estão no caminho certo para dominar o mundo.

Veja trechos da apresentação do Google sobre a chamada 'Geração C':

Editora Globo

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 Fonte: Revista Galileu

domingo, 2 de junho de 2013

Três PECs discutem maioridade penal no Senado

Estão prontas para votação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado três propostas de emenda à Constituição que tratam da redução da maioridade penal. Duas flexibilizam a maioridade de acordo com a gravidade do delito, e uma terceira impõe a idade limite de 16 anos para que alguém seja considerado inimputável. As PECs tramitam em conjunto e têm como relator o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES).
Única com parecer favorável, a PEC 33/2012, do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), restringe a redução da maioridade penal - para 16 anos – no caso de crimes de alta gravidade, como tortura, terrorismo, tráfico de drogas, homicídio por grupo de extermínio, homicídio qualificado e estupro.
A punição viria, porém, em circunstâncias excepcionais, a serem apuradas num juízo próprio, perante a vara da infância e da juventude. Um juiz faria a avaliação, a partir de laudos técnicos de especialistas, se a pessoa que cometeu a infração tinha pleno discernimento para julgar o caráter criminoso do que fez. Em caso afirmativo, o juiz poderia decretar a sua imputabilidade e aplicar a ele a lei penal.
Na avaliação do relator, “a sociedade brasileira não pode mais ficar refém de menores que, sob a proteção da lei, praticam os mais repugnantes crimes”. Para ele, o direito não se presta a proteger esses infratores, “mas apenas os que, por não terem atingido a maturidade, também não conseguem discernir quanto à correção e às consequências de seus atos”.
O senador Acir Gurgacz (PDT-RO) foi além em sua proposta (PEC 74/2011): para ele, quem tem 15 anos também deve ser responsabilizado penalmente na prática de homicídio doloso e roubo seguido de morte, tentados ou consumados. A PEC de Gurgacz, no entanto, não tem o apoio do relator.
Gurgacz diz que o Brasil é dos países com maioridade penal mais alta. De acordo com documento do Fundo das Nações Unidas para a Infância, citado pelo parlamentar, nos Estados Unidos, a maioridade varia de seis a 18 anos, conforme a legislação estadual. No México, é de 11 ou 12 anos na maioria dos estados. A América do Sul é a região em que a maioridade é mais tardia: na Argentina e Chile, aos 16 anos. No Brasil, Colômbia e Peru, aos 18.
"A redução é necessária, devido ao aumento do desenvolvimento mental  e discernimento dos adolescentes nos dias atuais e à necessidade de intimidação da prática desses crimes por esses menores”, salienta Acir Gurgacz.
Sem exceções
A terceira PEC sobre maioridade em análise na CCJ (PEC 83/2011) é mais ampla que as duas anteriores. O texto, apresentado pelo senador Clésio Andrade (PMDB-MG), fixa o limite de 16 anos para qualquer tipo de crime cometido. Clésio propõe uma nova redação para o artigo 228: “a maioridade é atingida aos 16 anos, momento a partir do qual a pessoa é penalmente imputável e capaz de exercer todos os atos da vida civil”. A PEC também não foi acolhida pelo relator Ferraço.

Na opinião de Clésio Andrade, quem tem 16 anos não só deve ser passível de processo criminal, como deveria ter direito de se casar, viajar sozinho para o exterior, celebrar contratos e dirigir, ou seja, deveria atingir também a plenitude dos direitos civis. A proposta, inclusive, torna obrigatório o voto dos maiores de 16 e menores de 18, hoje facultativo.
Se uma das PECs for aprovada na comissão, seguirá para votação em Plenário. Sendo aprovada em duas votações, será encaminhada à Câmara, onde obedecerá a rito semelhante, até a rejeição ou promulgação como emenda constitucional.
Participação popular
Há ainda projeto de decreto legislativo (PDS 539/2012), do senador Ivo Cassol (PMDB-RO), que convoca plebiscito sobre o assunto, a ser feito junto com as eleições gerais de 2014.

O senador argumentou que a redução da maioridade penal, por ser um tema polêmico, tem sido frequentemente evitada no Congresso Nacional, com o clamor em torno dessa decisão. Em sua avaliação, o plebiscito permitirá um debate amplo, com significativo efeito pedagógico.
Pesquisa do Instituto DataSenado, publicada em outubro, apontou que 89% dos 1.232 entrevistados querem imputar crimes aos adolescentes que os cometerem. Segundo a enquete, 35% fixaram 16 anos como idade mínima para que uma pessoa possa ter a mesma condenação de um adulto; 18% apontaram 14 anos e 16% responderam 12 anos. Houve ainda 20% que disseram “qualquer idade”, defendendo que qualquer pessoa, independente da sua idade, deve ser julgada e, se for o caso, condenada como um adulto.
Proposta de Alckmin                                                                                  Em abril de 2013, após o assassinato de um estudante durante assalto cometido por um jovem a dias de completar 18 anos, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, apresentou uma sugestão de mudança legislativa aos presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Henrique Eduardo Alves.
Alckmin explicou que a proposta apresentada ao Congresso amplia o tempo de internação em instituições de ressocialização, de três para oito anos, nos casos de crimes mais graves. Também cria o Regime Especial de Atendimento, que separa os infratores que completarem 18 anos dos menores de idade dentro da instituição.
Pela proposta, serão enquadrados no Regime Especial de Atendimento os jovens que cometem crimes hediondos, como homicídio, latrocínio e estupro, e completam 18 anos durante a internação. Também podem ser transferidos ao Regime Especial aqueles que, depois de completar 18 anos, se envolvem em motins e rebeliões e causem destruição do patrimônio público.
Discussão
A redução da maioridade penal será tema de três audiências públicas promovidas pela CCJ do Senado nas próximas semanas. A primeira será nesta segunda-feira (3/6), às 15h, no Plenário 3 da ala Alexandre Costa. Os primeiros pontos a serem debatidos serão a eficácia da medida, suas consequências, e a constitucionalidade da modificação legislativa.

Entre os convidados deste primeiro encontro estão o procurador-geral de Justiça da Paraíba, Oswaldo Trigueiro do Valle Filho; o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Vinicius Furtado Coêlho; o subprocurador-geral da República Eugênio Aragão; e o promotor de Justiça de São Paulo Thales de Oliveira.
As duas audiências seguintes serão em 10 e 17 de junho. Os três eventos serão transmitidos ao vivo pelo portal e-Cidadania. Qualquer cidadão poderá participar com perguntas ou comentários diretamente aos senadores e convidados pelo link bit.ly/maioridadepenalemdebateCom informações da Agência Senado.
Fonte: Revista Consultor Jurídico, 2 de junho de 2013

O mano Malcolm

Ladrão, traficante, jogador e presidiário. Biografia de Malcolm X revela que ele foi um marginal antes de se tornar símbolo da luta pela igualdade racial nos EUA

Michel Alecrim
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CAPA DO LIVRO 
Recém- lançado: um rebelde sem consciência política que se tornou ídolo dos rappers atuais
Ao nascer nos EUA, em 1925, deram-lhe o nome de Malcolm Little. Na escola, ainda quando criança, veio o apelido de Harpia. Adolescente, virou delinquente, garoto de programa homossexual e ganhou aí o codinome de Detroit Red – o que lustrou sua vaidade, já que possuía mesmo os cabelos naturalmente avermelhados. Sim, ele era um moço bonito, e meio que galã da marginalidade. Transformou-se em dançarino de boate e passou a ser chamado de Jack Carlton. A cadeia era o caminho previsível nessa jornada, e atrás das grades ele se fez fera em seu temperamento agressivo. Conquistou o respeito da malandragem como o incendiário Satã – o mínimo que fazia era blasfemar noite e dia. De volta à liberdade, dando-se conta de que a discriminação racial e social que sofria por ser negro não era uma questão pessoal “do mundo inteiro” contra ele, e sim uma política do Estado americano, o nosso personagem foi se tornando o famoso Malcolm X, um dos principais líderes na luta pelos direitos civis nos EUA, embora nunca o seu ideário viesse a ganhar a dimensão da consciência política. Foi assassinado em 1965, aos 40 anos, e chamava-se então Malik El-Shabazz em decorrência de sua conversão ao islamismo. Todas essas fases são retratadas pelo historiador americano Manning Marable no livro “Malcolm X – Uma Vida de Reinvenções” (Companhia das Letras), obra que lhe valeu o prêmio Pulitzer de 2012.
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Faces diversas 
Fotos de Malcolm X feitas pela polícia em sua 
juventude, quando ele desafiava as leis como marginal
Malcolm cresceu numa América do Norte incendiada pelos conflitos raciais, contava quatro anos quando a sua casa foi explodida pela organização de ultradireita Ku Klux Klan e, dois anos depois, seu pai morreu num misterioso acidente de bonde. Passou fome, a sua mãe foi internada num manicômio e “não demorou muito para que Malcolm começasse a roubar alimento”. Conseguiu emprego na companhia ferroviária da linha Boston – Nova York e cedo lhe mostraram que ganharia mais se traficasse maconha. Nenhum pobre enjeitado nasce líder de seus iguais, e por isso é comum espelhar-se em quem manda. Também Malcolm nessa época negou a raça: ele alisou o cabelo. Completara 15 anos quando se bandeou para a região barra-pesada do Harlem, em Nova York, já então uma referência na luta dos negros. “Na condição de Detroit Red, tomava parte em prostituição, venda de maconha, roubos ocasionais”, escreve Marable. Acabou preso em 1944 por porte ilegal de arma e cumpriu pena de oito anos na penitenciária de Charlestown.
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O rebelde Malcolm jamais foi um “rebelde primitivo” na acepção do historiador Eric Hobsbawm, para quem o gene da consciência política pode estar no comportamento marginal. É certo, porém, que foi na prisão que ele leu biografias de inúmeros líderes, entre elas a de Mahatma Gandhi, e sua compreensão das questões sociais se ampliou. Ao sair do cárcere converteu-se ao islamismo, e o sobrenome herdado dos ex-proprietários brancos escravocratas não mais lhe cabia – virou X, identidade que muitos adotavam enquanto não descobriam suas origens. Malcolm se mostrou nada radical no campo religioso, já não era o mano a resolver à bala as discordâncias. Propunha-se a ouvir e a falar. Aos seus comícios compareciam milhares de pessoas, inclusive de outras religiões, e o líder conclamava os negros à revolução sem sangue. Mais como Malcolm X, muito menos como marginal, ele segue no mundo de hoje sendo um líder, por exemplo, para os jovens rappers – segundo Marable, “um representante da esperança e da dignidade humanas”.
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 Fotos: Time Life Pictures/Getty Images
Fonte: Revista Istoé 5 Jun/2013 - Ano 37 - N.º 2272

Sobre Leopardo, leis e salsichas (por Antonio Carlos Prado)

por Antonio Carlos Prado

Os legisladores brasileiros andam caprichando na produção de leis e projetos de leis que trombam com a Constituição Federal. Essa linha de montagem é ruim porque confunde a população e sobrecarrega a Justiça. Algumas leis passam a vigorar e seguem em frente, e juízes se veem obrigados a aplicá-las somente em parte – ou seja, tornam-se “leis pela metade”, que mais atrapalham do que ajudam o funcionamento do Estado de Direito. Espécie de “leis envergonhadas”. 

A grande maioria delas acaba derrubada pelo STF, mas isso só se dá quando são questionadas na Corte por meio de “arguição de descumprimento de preceito fundamental”. O Brasil cabe, assim, na imortal frase do escritor Giuseppe Tomasi di Lampedusa, em seu clássico “Il Gatopardo”: “Tudo deve mudar muito para que tudo fique como está”. O “Anuário da Justiça Brasil” informa que oito em cada dez leis estaduais ou federais são consideradas inconstitucionais pelo STF e o índice geral de inconstitucionalidade bate na casa dos 90%. 

Na semana passada, ganhou força nos bastidores parlamentares o projeto que prevê a formação de um banco nacional de DNA de suspeitos de crimes e de criminosos já condenados, e estima-se que ele não sairá por menos de R$ 1 bilhão. Argumenta-se que isso “ajudará a prender criminosos e a soltar inocentes”. Não é bem assim. A Constituição determina que “ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo” (no caso fornecer seu material genético para o banco), assim como igualmente a “presunção da inocência” é preceito fundamental. Quanto a inocentes, se legisladores admitem que há muitos deles nas cadeias, há outros mecanismos constitucionais já vigentes para libertá-los – legais, baratos e eficientes. Ainda no terreno da violência, o governo de São Paulo estabelecera que policiais militares não mais poderiam socorrer vítimas de tiroteios e teriam de chamar o Samu. Dá para imaginar um policial que ficasse olhando de braços cruzados o seu colega ferido enquanto o socorro não chegasse? Mesmo em relação ao infrator, o PM correria o risco de não socorrer e depois ser acusado de omissão? A Justiça, é claro, derrubou a determinação, e a partir da última semana ficou assim: quando der, se chamará o Samu; quando não der, o policial socorre (viu só, Lampedusa? Mexeu-se muito para tudo ficar como estava). 

No campo trabalhista, debate-se atualmente como funcionará a questão do FGTS dos trabalhadores domésticos – e quanto mais se discute, mais se caminha para a inconstitucionalidade ao se quebrar o preceito da isonomia. Se a lei é clara quando diz que funcionário demitido por justa causa não tem direito a 40% sobre o Fundo de Garantia, por que há legisladores tentando aprovar um projeto que dá os 40% aos trabalhadores domésticos que percam emprego por justa causa? Se for aprovada, essa será mais uma lei inconstitucional. O estadista unificador da Alemanha Otto von Bismarck dizia, à sua época (século XIX): “Se os homens soubessem como são produzidas a lei e a salsicha, não respeitariam a primeira e não comeriam a segunda”. 

O tempo passou, salsichas hoje são feitas atendendo às normas de controle de qualidade e devem ser consumidas – o Brasil orgulha-se de estimar para 2013 a produção de 702 mil toneladas desse produto. Em relação às leis, é claro que elas têm de ser obedecidas. Mas muitas delas continuam a ser produzidas como as salsichas nos tempos de Bismarck.

Antonio Carlos Prado é editor executivo da revista ISTOÉ
Fonte: Revista Istoé, 5 Jun/2013 - Ano 37 - n.º 2272

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Grandes Marcas Mundiais: SKYY VODKA



Se você acha que uma boa vodca tem somente passaporte russo ou polonês, sinto informar que está errado. Uma prova disso é a americana SKYY VODKA, que com sua icônica garrafa azul longilínea conquistou milhões de fiéis apreciadores que não abrem mão de degustar uma vodca de alta qualidade. Com um marketing irreverente e ousado, muitas vezes até provocativo, a SKYY se tornou presença constante em ambientes sofisticados, eventos e festas badaladas.

A história
Tudo começou em 1988 quando Maurice Kanbar, um bilionário americano com fortes ligações com o universo do cinema e grande apreciador de vodca, resolveu investir dinheiro em um novo negócio depois de sofrer uma forte dor de cabeça após beber um drinque feito com vodca. Conversou com um amigo químico e descobriu que, quanto maior a pureza da bebida, menor era o inconveniente causado pela eventual ressaca, gerada principalmente pelas impurezas do processo de fermentação. Foi então que ele resolveu criar uma vodca leve e para isso, com a ajuda de amigos e profissionais, desenvolveu um processo inovador de filtração e destilação em busca de uma vodca com o mais alto grau de pureza. Depois fundou a empresa SKYY SPIRITS na cidade de San Francisco e batizou a nova bebida de SKYY VODKA, uma homenagem ao sempre belo céu da cidade californiana. O segundo “y” do nome foi adicionado por uma questão de marca registrada.


Mas para seu lançamento faltava uma embalagem glamorosa e diferente que reafirmasse a qualidade e inovação da nova vodca. Para isso, Maurice buscou novamente inspiração no céu de San Francisco e desenvolveu uma garrafa de tom azul-cobalto em homenagem à cidade, mais uma prova da pureza incondicional da nova vodca. SKYY nasceu com a chancela de “a vodca mais pura do mundo”. Em 1992, Maurice começou a vender sua vodca de porta em porta para bares e restaurantes badalados da cidade e região. A SKYY trouxe o mais puro sabor da vodca e devido à infinitas combinações de drinques começou a ter boa aceitação. A nova vodca foi lançada oficialmente ao público somente em 1993 e, no ano seguinte, ganhou distribuição nacional. Rapidamente a SKYY com sua garrafa azul com um rótulo em plástico transparente, que ajudava a transmitir valores como sofisticação, modernidade, superioridade e elegância, se tornou um verdadeiro sucesso em bares, restaurantes e baladas de todo o país. Já em 1994 a marca vendia impressionantes 190.000 caixas de nove litros da vodca.


Nos anos seguintes as vendas da vodca SKYY cresceram assustadoramente. A ligação de seu fundador com o cinema era tamanha, que em 1998 a marca patrocinou 30 pequenos festivais independentes de cinema, que proporcionaram a SKYY enorme visibilidade na mídia. O sucesso da marca chamou a atenção do tradicional Grupo Campari, que adquiriu 8.9% da empresa. Além disso, a empresa italiana ficou responsável pela distribuição da vodca SKYY em mais de 100 países ao redor do mundo nos próximos anos. No ano de 2000 a marca iniciou a diversificação de seu portfólio com o lançamento da linha SKYY CITRUS, vodcas com essências de frutas como limão, laranja, tangerina e toranja. Nesta época SKYY já tinha ultrapassado a russa Stolichnaya para se tornar a segunda marca de vodca mais consumida do mercado americano. No final de 2001 a marca SKYY foi definitivamente comprada por US$ 207.5 milhões pelo Grupo Campari. Isto resultou na expansão da capacidade de crescimento da marca no mundo e da Campari em solo americano.


Sob o comando de novos proprietários a marca iniciou uma forte diversificação de seu portfólio. Primeiro lançou, em 2002, a SKYY COSMO MIX, que continha uma mistura de cranberry, lima e laranja e, que se misturada com a SKYY CITRUS poderia resultar no famoso drinque Cosmopolitan. Depois, ainda em 2002, a marca ingressou em uma nova categoria de produto com o lançamento da SKYY BLUE, uma linha de bebidas pronta para beber que misturava a mais pura vodca SKYY com sabores de frutas. Com apenas 5% de graduação alcoólica, a nova bebida foi lançada para competir com a Smirnoff Ice e a Bacardi Silver. Além da introdução de novos produtos, a marca também resolveu remodelar seu maior ícone: a garrafa azul-cobalto, que ganhou uma nova tampa, um gargalo mais fino e diferentes cores para seu logotipo. A partir de então a vodca original passou a ser representada pelo logotipo cinza, enquanto os variados sabores ganharam identidades visuais coloridas.


Nos anos seguintes a marca continuou expandindo sua linha de vodcas com sabores através do lançamento da SKYY SPICED (utilizava ingredientes naturais como canela, cravo e noz-moscada e indicada para misturar com refrigerantes de cola), SKYY BERRY (mistura de frutas vermelhas, ideal para ser misturada com refrigerantes cítricos) e SKYY VANILLA (baunilha com um leve toque de licor de amêndoa, que sugere ser utilizada como base do drinque Vanilla Martini), em 2003; SKYY MELON (mistura de melão e melancia, adequada para a criação de uma variedade de coquetéis de frutas), no ano seguinte; e SKYY ORANGE (laranja), em 2005. Pouco depois introduziu a SKYY 90, uma vodca Super Premium, criada especificamente para ser misturada com Martini, cuja garrafa era vendida a US$ 35.


No mês de abril de 2008 a marca resolveu revolucionar o segmento de vodcas com sabores ao lançar a linha SKYY INFUSIONS. A nova linha apresentava vodcas com misturas, na verdade infusões, de aromas de frutas naturais e não essências artificiais ou licores, inicialmente disponibilizada em cinco diferentes sabores: citrus (mistura de limão e lima), cereja, uva, framboesa e maracujá. Com a tendência da coquetelaria mundial, a nova linha se tornou um sucesso imediato (vendeu em seu primeiro ano 170.000 caixa de 9 litros), ideal para a preparação de drinques, dos mais simples até os mais sofisticados. Em 2009 a linha ganhou um novo sabor: abacaxi. O sucesso dessa linha foi tamanho que nos anos seguintes foi ampliada com o lançamento de novos sabores, como por exemplo, gengibre (2010), laranja (2011), coco (2012), morango (2013) e uva moscatel (2013).


No Brasil a SKYY VODKA chegou ao mercado somente em 2002, ainda importada dos Estados Unidos, e, em pouco tempo, conquistou lugar de destaque no país. Em 2008 a SKYY passou a ser totalmente produzida em território nacional, oferecendo ao consumidor brasileiro a mesma qualidade e padrão internacional. A SKYY produzida no Brasil conta com destilado de cereais e álcool etílico retificado, além de graduação alcoólica de 40%, a maior entre as vodcas nacionais, garantindo a SKYY uma maior resistência às baixas temperaturas, praticamente impossibilitando seu congelamento. Em 2012 a marca lançou no Brasil a linha SKYY INFUSIONS disponível nas versões Citrus e Maracujá, nas famosas garrafas azul cobalto em 750ml.


A comunicação
Em pouco mais de duas décadas de mercado a SKYY VODKA construiu uma história de sucesso. É uma marca superior, consagrada internacionalmente, moderna e que está à frente de seus concorrentes. E boa parte disso deveu-se a sua linha de comunicação, sempre irreverente, ousada, muitas vezes até provocativa, e inteligente. Desde 1998, quando lançou sua primeira campanha nacional nos Estados Unidos, a marca vem trabalhando com renomados, fotógrafos, artistas e diretos, para criar campanhas memoráveis. Além disso, a marca utiliza sua icônica garrafa como uma eficaz ferramenta de marketing através do lançamento de edições especiais cujos rótulos são desenhados por badalados artistas e designers.


Em 2011 no Brasil a SKYY VODKA lançou a primeira campanha da marca criada fora dos Estados Unidos. A ação foi desenvolvida em parceria pela DPZ e Lambesis (agência global da marca). O ponto de partida foi o filme “Canto da sereia”, que mostrava cenas de uma bela sereia fazendo movimentos graciosos embaixo d’água e que ao avistar uma ilha deserta sai do mar para fincar uma garrafa de SKYY na areia. É então que o cenário se transforma em uma grande e animada festa. A atriz que interpretou a figura folclórica foi a americana Hannah Fraser. A modelo brasileira Michella Cruz deu vida a personagem fora da água.


A identidade visual
O logotipo da marca, apesar da cor azul (mais utilizada para designar a marca), pode ser aplicado também em cinza (para a linha de vodcas com sabores) e preto, dependendo da situação e das cores de fundo.


Os slogans 
Passion for Perfection. (2012) 
Ge into the spirit. 
Go Natural. (Skyy Infusions) 
Com SKYY Vodka o consumidor acontece e contagia. (2011, Brasil)


Dados corporativos
● Origem: Estados Unidos
● Lançamento: 1992
● Criador: Maurice Kanbar
● Sede mundial: San Francisco, Califórnia
● Proprietário da marca: Davide Campari-Milano S.p.A.
● Capital aberto: Não
● CEO: Gerry Ruvo
● Faturamento: US$ 400 milhões (estimado)
● Lucro: Não divulgado
● Presença global: + 90 países
● Presença no Brasil: Sim
● Segmento: Bebidas alcoólicas
● Principais produtos: Vodcas
● Concorrentes diretos: AbsolutSmirnoff, Ketel One, Finlandia Vodka e Orloff (Brasil)
● Ícones: A garrafa azul
● Slogan: Passion for Perfection.
● Website: www.skyy.com.br

A marca no mundo
Atualmente a SKYY VODKA, que está entre as três mais vendidas do mercado global, atrás somente de Smirnoff e Absolut, e pertence ao Grupo Campari, é comercializada em mais de 90 países ao redor do mundo, oferecendo uma ampla linha de produtos. A SKYY é líder absoluta do mercado americano.

Você sabia?
● Além da quádrupla destilação e tripla filtragem, a SKYY passa por um processo patenteado de osmose reversa, que lhe confere leveza distinta, ideal para ser apreciada pura ou como base para drinques.


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (BusinessWeek, Isto é Dinheiro e Época Negócios), jornais (Meio Mensagem), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Mundo Marketing) e Wikipedia (informações devidamente checadas).

Fonte: Mundo das Marcas

Renan Ozturk e um show de imagens nas montanhas do Himalaya




Show Beatles Cover - Abbey Road (São Luís - MA)

Na noite do último sábado (25/05) a casa de shows Mandamentos Hall, em São Luís (MA), recebeu a banda paulista Beatles Abbey Road, cover oficial dos Beatles no Brasil, para uma grande celebração musical em homenagem ao quarteto que revolucionou a história da música pop mundial. 

Em quase duas horas de apresentação, os membros daquela que é considerada a melhor banda Beatles do mundo mostrou, num show impecável, uma performance que empolgou o público presente, colocando todo mundo pra cantar e dançar alguns dos grandes sucessos dos Fab Four. E nós estivemos por lá para curtir e registrar para vocês mais esse evento musical.











Fotos e Vídeo produzidos por Rogério Rocha®.

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