segunda-feira, 6 de junho de 2011

Além da reprodução: o cineclubismo e a socialização da arte cinematográfica

Reproduzo aqui um excelente artigo de autoria de Raíla Silva Maciel, nossa querida ex-aluna, hoje cursando Comunicação Social, habilitação em jornalismo, pela Universidade Federal do Estado do Maranhão. O referido artigo foi recentemente apresentado na Semana de Comunicação Social daquela universidade e tem por objetivo lançar algumas reflexões acerca do movimento cineclubista e da dificuldade de acesso aos produtos da sétima arte por parte das camadas sociais menos favorecidas da sociedade brasileira.











Além da reprodução: o cineclubismo e a socialização da arte cinematográfica


Raíla Silva Maciel[1]

Palavras- chave: arte cinematográfica, socialização, cineclubismo.

Vivemos em uma sociedade pós-moderna cercada pelas possibilidades – positivas e negativas - abertas pelas novas tecnologias. A reprodutibilidade técnica, outrora criticada por teóricos como Walter Benjamin, que anunciava o fim da aura e a dessacralização da obra de arte (BENJAMIN, 1955), ganha agora o caráter digital em que as obras de arte se tornam mais acessíveis com a internet.

No caso específico do cinema, observamos o aumento do acesso à tecnologia digital, que permite a produção de cópias próprias, armazenamento e troca de arquivos e desencadeia um processo marcado pela individualização do consumo que, somado à escassez de espaços para a contemplação coletiva, dificulta a socialização da arte cinematográfica.

Levando-se em consideração a formação cultural que tivemos no processo de modernização da sociedade brasileira, em especial no Maranhão, questionamos a qualidade da experiência artística obtida neste momento, principalmente quando nos voltamos às produções que estão fora do circuito comercial.

Como analisam Fernando Krum e Gilvan Dockhorn, em sua Proposta de Contabilização de Público e Espaços Cineclubistas[2], há uma contradição no que diz respeito ao acesso e à percepção do cinema na sociedade pós-moderna brasileira.

Isso é um paradoxo, pois, o avanço da tecnologia de produção, armazenamento, cópia, circulação e distribuição de conteúdos por um lado ampliou, sem precedentes, a possibilidade de acesso às produções culturais sem intermediários e mais precisamente o acesso à informação. Por outro lado, criou um mecanismo de fruição individualizada, estéril de debate, sendo, o debate e a troca, a base de construção de conhecimento. (KRUM; DOCKHORN, 2010)


O aumento do acesso aos produtos culturais e a intensificação da reprodutibilidade técnica e digital, garantem uma experiência artística satisfatória? Quais as condições sociais, culturais e pedagógicas oferecidas para que esse público estabeleça uma relação interpretativa das dimensões da obra de arte?

Subsídios para uma análise

Para refletirmos sobre essas questões, precisamos analisar os conceitos que estão intrinsecamente ligados ao processo histórico pelo qual passamos. Nestor García Canclini afirma que “a América Latina passou por um modernismo exuberante com uma modernização deficiente” (CANCLINI, 1997, p. 67), disso resultou uma evolução desequilibrada da sociedade em que apenas uma minoria teve acesso, de fato, à democratização da cultura.

Um retrato desse processo pode ser observado na desigualdade com que os brasileiros têm acesso às produções audiovisuais. Um estudo realizado pelo Ministério da Cultura (Minc), em 2010, mostra que a região sudeste do país possui 1244 salas comerciais de cinema, sendo que os estados de São Paulo e Rio de Janeiro concentram 1002 destas salas, enquanto a região norte possui apenas 60, sendo que 25 delas são distribuídas em seis estados (Alagoas, Rondônia, Tocantins, Amapá, Roraima e Acre).

Os dados apontam que apenas 10% dos municípios brasileiros possuem salas comerciais de exibição e a maioria está concentrada nas regiões Sul/Sudeste. Como constatam Fernando Krum e Gilvan Dockhorn “a distribuição da produção audiovisual no Brasil demonstra como a socialização da cultura segue os mesmos parâmetros das demais desigualdades observadas no país” (Krum e Dockhorn, 2010).

No estado do Maranhão, essa demonstração de desigualdade de acesso aos bens culturais imateriais é ainda mais evidente e reforçada por um processo histórico que negligenciou a educação e formação crítica e política. O levantamento do Minc demonstra que apenas 1,38% dos municípios maranhenses possuem salas de exibição comercial, a maior parte concentrada na cidade de São Luís, capital do estado.

 O estudo concluiu ainda que pouco mais de 10% da população brasileira freqüenta as salas de cinema comercial e mais de 60% da população com idade entre 15 e 29 anos nunca foi ao cinema. Em paralelo, houve um aumento do consumo doméstico de produtos audiovisuais. A possibilidade de baixar filmes pelo computador, com baixo custo, faz com que as pessoas vejam mais filmes, embora não permita a discussão e o compartilhamento de idéias.

O que se percebe, no caso particular do Maranhão, é que as pessoas não vão ao cinema, pela falta de condições financeiras e/ou pela falta de hábito. O reflexo de uma educação cultural que distancia o indivíduo das produções artísticas é a falta de investimentos da indústria cultural nos espaços destinados a essa experiência, já que eles se tornam pouco lucrativos.

Possíveis mudanças

Diante deste cenário, questionamos se há a possibilidade de reverter essa realidade, assumindo as contradições e o hibridismo dos diferentes setores sociais. Como pergunta Canclini, “é possível impulsionar a modernidade cultural quando a modernização socioeconômica é tão desigual?” (CANCLINI, 1997, p.70).

Iniciativas que, dentro de suas possibilidades, tentem preencher a lacuna cultural existente, não apenas proporcionando o acesso à arte, mas estimulando a educação, com uma proposta pedagógica diferenciada, tendo a consciência de que é por ela que se constrói o saber humano, podem ser uma alternativa importante.

Sabemos que as transformações econômicas, tecnológicas e sociais buscam a democratização e o desenvolvimento da participação popular. Em certo grau, as produções simbólicas tornaram-se mais acessíveis com a internet e com a concepção de informação trazida pelas novas mídias.

As novas tendências artísticas substituem o individualismo do gênio criador pela criação coletiva, participativa e interativa. Esse processo faz parte da socialização da arte e da democratização da cultura, propostas pela indústria cultural na pós-modernidade. A obra de arte sai do patamar metafísico da produção de um gênio e passa a ser vista como um produto resultante das condições sociais e culturais do momento histórico.

Desse modo, o público é convidado a participar do processo de criação artística e a sua relação com a obra deixa de ser meramente contemplativa. Entretanto, para participar de maneira satisfatória deste novo processo de criação e interpretação da obra de arte, o público precisa ter os subsídios necessários.

Não se trata apenas da possibilidade de reprodução que aumenta o acesso aos bens culturais imateriais, mas é preciso que sejam dadas ao indivíduo elementos que o permitam decodificar os objetos estéticos e interpretá-los, de acordo com seu contexto e com a sua vivência. Desta forma, concordamos que o acesso aos bens simbólicos precisa ir além da reprodução.

Além da reprodução

Tomamos a consciência de que a relação dos indivíduos com a reprodutibilidade das produções artísticas, dentro do atual contexto social e histórico, ultrapassa as questões da dessacralização da obra, tão questionada por Benjamin, no século XX.

Mais do que perda da aura artística, preocupa-nos neste momento a apreensão da obra de arte em suas dimensões estéticas e interpretativas. Segundo Canclini, as definições de aura da obra de arte, defendidas por Benjamin, caducaram (CANCLINI, 1980, pg.10).

Assim, adotamos a concepção de que o gosto pela obra de arte e a sua contemplação possui uma origem social. A experiência estética depende da intervenção do sujeito que a percebe, mas, para isso, o sujeito precisa ter um acervo cultural que o permita assimilar as dimensões simbólicas contidas no objeto.

A fruição estética de uma obra depende da capacidade de percepção da arte, que passa por uma construção pedagógica. Neste ponto ressalta-se o estímulo que o indivíduo deve ter, desde criança, às produções artísticas, na sua formação educacional.

Se forem dadas as condições adequadas e os subsídios necessários ao público, ele terá a capacidade de perceber, de maneira satisfatória, o objeto artístico em todas as suas dimensões: da fruição à interpretação, do contemplativo ao reflexivo.

A proposta cineclubista

O cineclubismo se constitui como uma proposta que pode atenuar as desigualdades de acesso aos produtos audiovisuais, uma vez que se sustenta na democratização do acesso, possibilitada pela apropriação crítica dessa produção simbólica, através da troca e construção de conhecimento contido no diálogo.

Ao mesmo tempo, a prática cineclubista permite a contemplação coletiva da produção artística cinematográfica, estimula a participação criadora, oferecendo subsídios que facilitam a interpretação e a construção de conceitos a partir da análise do objeto.

O cineclubismo garante a aproximação do público com a arte cinematográfica e representa um avanço na consciência política que observa as contradições e diversidades sociais, colocando-se como uma alternativa a esse modelo excludente.

Oferecendo as ferramentas de conhecimento necessárias, a prática cineclubista tem como proposta a formação de público, que vai além do aumento de espectadores, mas permite a contemplação crítica da obra cinematográfica com a interpretação dos conceitos sugeridos na sua concepção e relacionando esses conceitos à sua realidade.

Essas características singularizam a atividade cineclubista das outras formas de exibição audiovisual pautadas pelo mercado, lucro e ausência de reflexão e debate. O cineclube, além, disso propõe produzir, distribuir e modificar a cultura, devolver aos sujeitos sua capacidade de controlar seus meios de produção simbólica. (Krum e Dockhorn, 2010)

Como avalia Canclini, “Se o gosto pela arte, e por certo tipo de arte, é produzido socialmente, a estética deve partir da análise crítica das condições em que se produz o artístico” (CANCLINI,1980, p.11 ). Dessa forma, a prática cineclubista pretende formar um público que reflita seus consumos e, com isso, estimule a produção e a distribuição democrática da arte.


   
REFERÊNCIAS


BENJAMIN, Walter. A Obra de Arte na Era de sua Reprodutibilidade Técnica. Disponível em: http://migre.me/4zPcu. Acessado em 16 de Maio de 2011.

CANCLINI, Nestor Garcia. A socialização da Arte: teoria e prática na América Latina. São Paulo, Cultrix, 1980.

CANCLINI, Nestor García. Culturas Híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: EDUSP, 1997.

Cultura em Números: Anuário de Estatísticas Culturais. 2ª Edição. Brasília: MinC, 2010

KRUN, Fernando; DOCKHORN, Gilvan.  Proposta de Contabilização de Público e Espaços Cineclubistas. Disponível em: http://migre.me/4zrb. Acessado em 15 de maio de 2011.



[1]Acadêmica do sexto período do Curso de Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA); membro do projeto de extensão, Cineclube Casarão Universitário; email: maciel.raila@gmail.com.


[2] Proposta de apresentada pelo Conselho Nacional de Cineclubes (CNC), durante a criação da Federação de Cineclubes do Rio Grande do Sul, que defende a contabilização de público em espaços que desenvolvem práticas cineclubistas no país.


domingo, 5 de junho de 2011

Cientistas desenvolvem nova técnica para ler pensamentos  - Ciência - Notícia - VEJA.com

Cientistas desenvolvem nova técnica para ler pensamentos - Ciência - Notícia - VEJA.com

Abraçado pelo poder público, o funk diz ‘créu’ aos detratores - Celebridades - Notícia - VEJA.com

Abraçado pelo poder público, o funk diz ‘créu’ aos detratores - Celebridades - Notícia - VEJA.com

Poesia de Leonard Cohen




MISSION

I've worked at my work
I've slept at my sleep
I've died at my death
And now I can leave

Leave what is needed
And leave what is full
Need in the Spirit
And need in the Hole

Beloved, I'm yours
As I've always been
From marrow to pore
From longing to skin

Now that my mission
Has come to its end:
Pray I'm forgiven
The life that I've led

The Body I chased
It chased me as well
My longing's a place
My dying a sail 

                                                                                      
 

MISSÃO

Trabalhei no meu trabalho
Dormi no meu sono
Morri na minha morte
E agora posso abandonar

Abandonar aquilo que faz falta
E abandonar aquilo que está cheio
Necessidade de espírito
E necessidade no Buraco

Amada, sou teu
Como sempre fui
Da medula aos poros
Do anseio à pele

Agora que a minha missão
Chegou ao fim:
Reza para que me seja perdoada
A vida que levei

O Corpo que persegui
Perseguiu-me igualmente
O meu anseio é um lugar
O meu morrer, uma vela.


 
Leonard Cohen - Livro do Desejo            
      
                                                                                              

And I Love You So - Elvis Presley

Para começar muito bem esse dia, com o que há de melhor em nossos sentimentos, vamos relembrar o eterno Elvis Presley, cantando "And I Love You So", música que dedico a minha amada Rose.



And I love you so.
The people ask me how,
How I’ve lived till now.
I tell them I don’t know.

I guess they understand
How lonely life has been.
But life began again
The day you took my hand.

And, yes, I know how lonely life can be.
The shadows follow me, and the night won’t set me free.
But I don’t let the evening get me down
Now that you’re around me.


And you love me, too.
Your thoughts are just for me;
You set my spirit free.
I’m happy that you do.

The book of life is brief
And once a page is read,
All but love is dead.
That is my belief.

And, yes, I know how loveless life can be.
The shadows follow me, and the night won’t set me free.
But I don’t let the evening bring me down
Now that you’re around me.

And I love you so.
The people ask me how,
How I’ve lived till now.
I tell them, "i don’t know." 

DELITOS DE ATITUDE



Fonte da imagem: andreesteves.blog.br
São assim denominados os delitos que expressam (ou nos quais se expressam) substratos subjetivos que reforçam o juízo de desvalor da conduta: são crimes cometidos com crueldade, traição, má-fé, inescrupulosamente.
Esses especiais estados anímicos às vezes são exigidos pelo próprio tipo legal (homicídio qualificado pela crueldade, por exemplo).

De qualquer maneira, exigidos ou não pelo tipo legal, são fundamentais no momento da valoração da culpabilidade, porque retratam a intensidade do dolo. Uma coisa é pretender matar uma pessoa, outra distinta (em termos de valoração) é matá-la de modo cruel, desumano ou torturante.
A atitude interna do agente tem influência na pena.


Fonte: IPC/LFG

"Crying" - Don Mclean





O Facebook se tornará a rede social única?




As ferramentas sociais estão, há tempos, no front de batalha de todas as empresas que buscam conquistar e manter relacionamentos saudáveis com os seus públicos.
Afinal, ninguém mais discute a fundamental diferença entre as companhias que se focam única e exclusivamente na venda dos seus produtos e as que revolucionam os seus negócios para que eles girem em torno dos usuários.
Não sejamos ingênuos, claro: no final do dia, todas querem sempre a mesma coisa: aumentar as suas receitas, seus lucros e seus shares de mercado. Mas, as que entenderam que mercados não giram mais em torno de produtos, e sim de usuários – algo muito mais amplo e complexo de trabalhar – estão colhendo resultados substancialmente maiores.
Que o diga a Nike, tema de um outro artigo aqui na coluna e que conquistou milhões de fãs (no sentido original da palavra) ao lançar as suas plataformas para corredores que incluem provas de rua, aplicações para Iphone e chips para os tênis; ou a Natura que, mesmo muito antes do “boom” digital, construiu uma estratégia imbatível focada no fomento de comunidades de consultoras de beleza.
Há excesso de armas no arsenal social
Mas, mesmo entre as empresas que entenderam bem as mudanças dos tempos, gerir os negócios não tem sido nada fácil. Afinal, se há milhões de usuários dispostos a se relacionar com elas, há também milhares de redes sociais diferentes que podem ser utilizadas com essa finalidade.
Deve-se, então, estar em todas? Twitter, Facebook, Youtube, Flickr, Nings, Slideshare, FourSquare, YahooTravel… a infindável lista já é, por si só, a resposta de que estar em todas as redes ultrapassa os limites da viabilidade.
Até aí, sem problemas: basta selecionar as principais redes relacionadas aos principais focos de relacionamento que se deseja construir.
O seu negócio inclui temas complexos que demandem uma espécie de educação dos clientes? A montagem de um canal no Youtube pode ser a resposta perfeita para isso.
Fotos de eventos e encontros? O Flickr tem ferramentas perfeitas e certamente atenderá melhor a esse quesito do que redes como o Twitter.
Este, por sua vez, é ideal para comunicações práticas e diretas, daquelas que não demandem níveis elevados de aprofundamento.
Enfim, é possível se construir um ecossistema perfeito para o relacionamento com usuários tomando como base uma escolha bem feita envolvendo as principais ferramentas para cada um dos seus objetivos sociais, por assim dizer, e regendo-as de maneira unificada, prática e completa.
Mas, se o mundo digital tem características tão plurais, então porque uma única rede – o Facebook – tem crescido tão mais do que as outras?
E há o arsenal de uma arma só
De todas as redes existentes, o Facebook é a que mais se metamorfoseia de acordo com as necessidades não apenas dos seus usuários, mas dos usuários de toda a Web. Em determinado momento, por exemplo, a empresa percebeu que as pessoas gostavam tanto de se relacionar por geolocalização que uma nova rede, batizada de FourSquare, estava alcançando súbitas e altíssimas taxas de crescimento. O que o Facebook fez? Inseriu um serviço de geolocalização em suas próprias páginas.
Nada de diferente, aliás, do que fez anos antes ao perceber que usuários estavam mergulhando de cabeça no Twitter: bastou alguns meses para que o Facebook alterasse a sua estrutura e viabilizasse murais simples, práticos e, “coincidentemente”, feitos para poucos caracteres.
Fotos e vídeos? Já fazem parte da rede há algum tempo.
Aplicações de terceiros? Idem, em um mar sem fim de sistemas que qualquer um pode desenvolver e lançar.
Ou seja: há, na Web, incontáveis redes sociais feitas sob medida para atender a demandas específicas envolvendo usuários e empresas, mas apenas o Facebook parece ter a vocação – e a ambição – de servir como plataforma única para todo e qualquer tipo de relacionamento.
Para que, afinal, usar Twitter, Youtube, FlickR, Slideshare, aplicações externas, blogs, Nings e muito mais se tudo, absolutamente tudo, que se possa fazer em cada um desses ambientes pode ser feito em uma única rede que já reúne o maior grupo de usuários do mundo?
Com essa estratégia de mudar de acordo com o momento e de crescer para todos os lados, o Facebook está, de fato, dominando o cenário. Segundo levantamento da SocialBakers, ele já soma no mundo mais de 700 milhões de adeptos; no Brasil, cresceu assombrosos 11% em apenas um mês (maio de 2011), chegando a 19 milhões de usuários e quebrando o “hype” do Twitter.
A estratégia (talvez eticamente questionável) de “copiar-e-colar” do Facebook, viabilizada por um dinamismo sem precedentes na história corporativa mundial, está dando resultados nítidos.
Para empresas, nada melhor do que a promessa de haver um único ambiente social para que elas se relacionem com os seus usuários; para usuários, é um sonho não ter que nadar entre senhas e sites diferentes para se relacionar com os seus amigos.
Mas será que essa hegemonia é definitiva?
O bom senso e uma mínima análise histórica garantem que não.
Há uma falha clara em qualquer estratégia regida pelo hábito de copiar os concorrentes: a partir do momento em que ela dá certo, a quantidade de concorrentes a serem copiados diminui fortemente – secando, por consequência, o seu principal (senão único) motor de inovação. Em outras palavras: qual o futuro de uma empresa cuja principal qualidade é copiar estratégias alheias quando não houver mais estratégias a serem copiadas?
Na pior das hipóteses, a estagnação; na melhor, uma lentidão fatal digna das mais paquidérmicas e inchadas repartições públicas.
O futuro a Deus pertence
Acreditar que uma única rede social dominará um mundo tão pluralizado é, no mínimo, ingênuo. Nada, afinal, vem ao mundo com a garantia da eternidade.
Em algum momento, provavelmente antes do que se imagina, alguma nova rede surgirá e começará a abocanhar o espaço do Facebook – provavelmente copiando algumas de suas estratégias, diga-se de passagem.
Isso sem contar com as redes sociais já existentes: elas ainda tem porte, gana e muito, muito dinheiro para apostar em um mercado que ajudaram a formar.
Para usuários, toda essa ascensão e queda de redes acaba sendo absolutamente positiva: afinal, é o que garante que eles sempre tenham as suas demandas atendidas da melhor forma possível (e por quem quer que seja).
Para empresas que estão concentrando os seus relacionamentos sociais em um único ambiente, uma recomendação: está na hora de olhar para o longo prazo. Limitar os seus planejamentos de presença a apenas uma rede, por mais promissora que ela pareça ser no presente, é uma miopia estratégica que pode ter consequências desastrosas.
Mesmo hoje, no auge do Facebook, já começa a haver sinais curiosos de que o sucesso não é mesmo eterno. Há um local no mundo, por exemplo, em que a quantidade de usuários que a rede tinha despencou 75% apenas em maio desse ano: o Vaticano.
O futuro das redes sociais, ao que parece, a Deus pertence.
Fonte: Por Ricardo Almeida /IDGNow

Jornal do Brasil - Esportes - No Brasil, Seleção empata com Holanda e Mano segue sem vencer grandes

Jornal do Brasil - Esportes - No Brasil, Seleção empata com Holanda e Mano segue sem vencer grandes

sábado, 4 de junho de 2011

A magia do bumba-meu-boi do Maranhão




Máscara do Cazumbá


Índia do Bumba-boi de Orquestra


Brincantes do Boi de sotaque de Matraca


Reunião de bois na festa de São Pedro

bumba_boi
Amos do Boi

Caboclo de pena


Boi da Maioba



Boi de Maracanã



Boi Barrica



Os sotaques


"No auto tradicional da brincadeira - a comédia -, em meio a um enredo de temática
rural, que mistura boi, amo, vaqueiros, rapazes e índios, situa-se como um ser fantástico que assusta Pai Francisco quando este rouba o boi para lhe tirar a língua e satisfazer o desejo de grávida de sua mulher, Catirina.

  Atualmente, no ritual da festa da morte do boi de alguns grupos, o Cazumbá ajuda Nego Chico a matar o novilho.
  
Dos mascarados do bumba-meu-boi, esses dois se destacam como os responsáveis pelo sacrifício, no faz-de-conta teatral de sangrar o animal e dividir seu sangue - vinho tinto - entre os participantes dessa encenação, envolvidos em contraditória mistura de alegria e tristeza.
  
(...)

  Hoje o cazumbá vem na frente dos conjuntos, abrindo caminho em meio assistência para o boi passar e se apresentar mais à vontade, além de assumir um cunho humorístico, pois faz graça para o pessoal, procurando envolver principalmente as crianças. Exerce também liderança dentro e fora da roda do boi, estando sempre vigilante a tudo que acontece".  (pg. 6 e 7)


"A máscara confere autoridade, autentica, legitima o ato ritualizado; também reafirma o 

indivíduo, sua tradução enquanto agente articulador e, principalmente, comunicador". (pg. 10)

Fonte: LODY, Raul. Cazumbá: máscara e drama no boi do Maranhão. Rio de Janeiro: FUNARTE/CNFCP, 1999.


sexta-feira, 3 de junho de 2011

Cruzada de FHC pela descriminalização da maconha preocupa PSDB



Daniela Lima, da Folha.
O discurso do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pela descriminalização da maconha tornou-se uma preocupação eleitoral para alguns dos principais nomes de seu partido, o PSDB.
A defesa da adoção de políticas alternativas para usuários de drogas ganhará mais destaque a partir de hoje com a estreia do documentário “Quebrando o Tabu”, que é estrelado por ele, nas maiores cidades do Brasil.

No filme, FHC conta experiências de países que adotaram medidas alternativas à punição dos usuários de drogas, ao lado de políticos como os ex-presidentes Bill Clinton (EUA) e Ernesto Zedillo (México).
A bandeira contraria opinião majoritária da cúpula do PSDB. O ex-governador José Serra foi o primeiro a externar a interlocutores sua preocupação com o tema.
Então candidato à Presidência, Serra disse, em sabatina da Folha, no ano passado, ser contra a descriminalização das drogas. “Não sou a favor. Para nenhuma delas.”
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, compartilha da opinião, mas relativiza o debate. “Embora minha posição seja contrária à legalização, entendo que o debate é positivo”, disse.
O presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), também manifesta inquietação. “Preocupam-me determinadas circunstâncias dessa proposta. Mas acho que FHC tem autoridade política e moral para sustentar suas ideias.”
A ênfase às palavras “suas ideias” não é ocasional. O PSDB se empenhará para mostrar que a descriminalização é uma bandeira do ex-presidente, não do partido.
“Todo fato de repercussão pode influir no ânimo do eleitor. Mas ainda é cedo para mensurar se esse impacto será positivo ou negativo. Eu sou contra. Mas isso nunca foi discutido no partido”, afirmou o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR).
Procurado via assessoria, o senador Aécio Neves (MG) não respondeu.
Em entrevista à coluna Mônica Bergamo no último domingo, FHC deu sinais de que conhece a contrariedade do partido. “Se você não tiver coragem de ficar sozinho, não é um líder”, disse.
Fonte: Folha/UOl/ Blog do Panunzzio

Trecho do voto lapidar proferido pelo ministro Carlos Ayres Britto no julgamento da questão das células-tronco


Reproduzo aqui, com algumas adaptações, trecho de brilhante voto do Ministro do STF, Carlos Ayres Brito, proferido na sessão que apreciou a ADI relativa às pesquisas com células-tronco previstas na Lei de Biossegurança. Nessa belíssima decisão, o ministro nos brinda com uma análise profunda do tema, numa verdadeira aula, sustentando seus argumentos com base em estudos científicos (da medicina e da genética), na legislação, nos preceitos constitucionais, bem como na filosofia, trazendo-nos ainda momentos de delicada poesia.


Carlos Ayres Brito

(...) Falo “pessoas físicas ou naturais”, devo explicar, para abranger tão-somente aquelas que sobrevivem ao parto feminino e por isso mesmo contempladas com o atributo a que o art.2º do Código Civil Brasileiro chama de “personalidade civil”, literis: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”. Donde a interpretação de que é preciso vida pós-parto para o ganho de uma personalidade perante o Direito (teoria “natalista”, portanto, em oposição às teorias da “personalidade condicional” e da “concepcionista”). Mas personalidade como predicado ou apanágio de quem é pessoa numa dimensão biográfica, mais que simplesmente Biológica, segundo este preciso testemunho intelectual do publicista José Afonso da Silva:
“Vida, no texto constitucional
(art. 5º, caput), não será considerada
apenas no seu sentido biológico de
incessante auto-atividade funcional,
peculiar à matéria orgânica, mas na sua
acepção biográfica mais compreensiva
(…)”5.
Se é assim, ou seja, cogitando-se de personalidade numa dimensão biográfica, penso que se está a falar do indivíduo já empírica ou numericamente agregado à espécie animal-humana; isto é, já contabilizável como efetiva unidade ou exteriorizada parcela do gênero humano. Indivíduo, então, perceptível a olho nu e que tem sua história de vida incontornavelmente interativa. Múltipla e incessantemente relacional. Por isso que definido como membro dessa ou daquela sociedade civil e nominalizado sujeito perante o Direito. Sujeito que não precisa mais do que de sua própria faticidade como nativivo para instantaneamente se tornar um rematado centro de imputação jurídica. Logo, sujeito capaz de adquirir direitos em seu próprio nome, além de, preenchidas certas condições de tempo e de sanidade mental, também em nome próprio contrair voluntariamente obrigações e se pôr como endereçado de normas que já signifiquem imposição de “deveres”, propriamente. O que só pode acontecer a partir do nascimento com vida, renove-se a proposição.
Com efeito, é para o indivíduo assim biograficamente qualificado que as leis dispõem sobre o seu nominalizado registro em cartório (cartório de registro civil das pessoas naturais) e lhe conferem uma nacionalidade. Indivíduo-pessoa, conseguintemente, a se dotar de toda uma gradativa formação moral e espiritual, esta última segundo uma cosmovisão não exatamente darwiniana ou evolutiva do ser humano, porém criacionista ou divina (prisma em que Deus é tido como a nascente e ao mesmo tempo a embocadura de toda a corrente de vida de qualquer dos personalizados seres humanos). Com o que se tem a seguinte e ainda provisória definição jurídica: vida humana já revestida do atributo da personalidade civil é o fenômeno que transcorre entre o nascimento com vida e a morte.(…)
(o ser das coisas é o movimento, assentou Heráclito)
(…) O embrião é o embrião, o feto é o feto e a pessoa humana é a pessoa humana. Esta não se antecipa à metamorfose dos outros dois organismos. É o produto final dessa metamorfose. O sufixo grego “meta” a significar, aqui, uma mudança tal de estado que implica um ir além de si mesmo para se tornar um outro ser. Tal como se dá entre a planta e a semente, a chuva e a nuvem, a borboleta e a crisálida, a crisálida e a lagarta (e ninguém afirma que a semente já seja a planta, a nuvem, a chuva, a lagarta, a crisálida, a crisálida, a borboleta). O elemento anterior como que tendo de se imolar para o nascimento do posterior. Donde não existir pessoa humana embrionária, mas embrião de pessoa humana, passando necessariamente por essa entidade a que chamamos “feto”. Este e o embrião a merecer tutela infraconstitucional, por derivação da tutela que a própria Constituição dispensa à pessoa humana propriamente dita. Essa pessoa humana, agora sim, que tanto é parte do todo social quanto um todo à parte. Parte de algo e um algo à parte. Um microcosmo, então, a se pôr como “a medida de todas as coisas”, na sempre atual proposição filosófica de Protágoras (485/410 a.C.) e a servir de inspiração para os compositores brasileiros Tom-Zé e Ana Carolina afirmarem que “O homem é sozinho a casa da humanidade”.(...)

A GRAVIDEZ DAS PALAVRAS NO MISTÉRIO POÉTICO


Uma pedra gravada em seu silêncio
Estabelece o seu desejo em verdade, 
Enquanto é toda ela mesma, sincero ente,
Em seu estar perfeito, na pureza de um lugar.
Pedra angular, pedra singular na plenitude monolítica.

Que permanece da pedra em mim depois que a vejo?

A pedra persevera em ser somente dela. 
Somente bela é estar naquela permanência. 
Pedra, fenômeno que se abre e manifesta
No aberto da minha presença, coisa a mais, 
Muito mais que mera coisa, objeto que percebo.

Em mim, a vivência da pedra se encerra, 
Num afeto que me afeta no dispor da visão.
No suor da minha mão, que a sustenta e consente. 

Dita uma vez a palavra "pedra", a palavra se queda;
Dita a palavra no verso, na luta, na guerra de línguas,
Na fúria da letra perversa, na amena atitude da espera,
Completa-se e se contempla na visão de uma quimera.

Mistério poético na avidez de um mar sem tréguas. 
Beatitude desperta no seio de frugal conversa.

A palavra, uma vez dita, já se torna eternizada.
Palavra una, uma só palavra que se amplia. 
Singular palavra que celebra a si mesma, 
Na identidade do que vibra para sempre.
Palavra dita, experiência gerada no oculto,
No silêncio legítimo que encobre o ser:
Palavra grávida de sentido, som inebriante
brincando em teu ouvido.

Nascem as palavras no vigor do real;
Ferve, estremece, frutifica a existência
No que transita pelas correntes da alma.
Fluidez da calma, ubiquidade do verbo,
Quando sai da boca um "não", um sim...
Quando explode um grito no fim,
Só permanece vivo por nascer do silêncio
Que respira no universo que há em mim.

Rogério Rocha


quinta-feira, 2 de junho de 2011

Aprovada abertura do mercado de TV a cabo


O conselho diretor da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) aprovou hoje regras que abrem o mercado de TV a cabo para empresas de telefonia.

Com a decisão de hoje, cai o limite de licenças de TV a cabo no país e a necessidade de fazer licitação para outorga do serviço, ponto que pode ser questionado juridicamente.
As teles poderão solicitar autorizações para a Anatel e pagarão R$ 9.000 para cada pedido. A última licitação foi feita no início dos anos 2000, por valores milionários.
Justamente por isso, poderão surgir questionamentos jurídicos. Alguns representantes de emissoras alegam que não poderiam ter seus ativos (licenças) "reduzidos a pó".
Nos bastidores, algumas empresas alegam que a agência não tem poder para, por meio de regulamento (decisão administrativa), pôr fim a restrições definidas por uma lei federal (Lei do Cabo).
A Folha apurou que, por isso, há chances de que entrem na Justiça.
Para levar as mudanças adiante, entretanto, a agência está respaldada por parecer da Procuradora Especializada, um braço da AGU (Advocacia-Geral da União) na Anatel.
Segundo o documento, ao qual a Folha teve acesso, a confrontação entre a Lei do Cabo, de 1995, e a LGT (Lei Geral de Telecomunicações), de 1997, abre espaço para que a agência decida sobre o tema independentemente da aprovação do PLC 116, que permite às teles atuar em TV paga.
MERCADO FLEXÍVEL
A Anatel afirma que a medida é importante para a criação de um "mercado mais flexível e permeável para ingresso de mais competidores, em ambiente de convergência".
A agência afirma também que o baixo valor das outorgas serão compensados por investimento das empresas em infraestrutura de redes.
Até então, de acordo com a Lei do Cabo, as teles não podiam, sozinhas, oferecer sinais de TV por assinatura. Por isso, a Telefônica adquiriu a TVA; a Oi, a WayTV.
Mas o serviço não foi massificado e acabou ultrapassado pela TV via satélite (DTH), que já responde por quase metade dos assinantes de TV por assinatura no país.
TV via cabo hoje representa 48,1% do mercado de TV por assinatura. Em abril, a transmissão via satélite superou, pela primeira vez, a via a cabo, com 49,2% do segmento.
Em outros países, ocorreu o contrário. A regulação abriu o mercado de cabo para qualquer operador. Nos EUA, 98% dos domicílios estão conectados por fibras ópticas ou cabos coaxiais.
Editoria de Arte/Folhapress
FISCALIZAÇÃO
A Anatel também exercerá papel de fiscalização não somente dos aspectos técnicos da distribuição de sinais mas também do conteúdo.
Passará a monitorar o cumprimento dos níveis de conteúdo nacional nos canais de livre programação. Hoje, ao menos 1% da programação semanal precisa ter conteúdo regional.
A agência também controlará a relação comercial entre programadores e prestadores. A contratação de programação gerada no exterior deverá sempre trazer um dos canais em língua portuguesa composto por obras cinematográficas ou produções brasileiras independentes.
Segundo o PLC 116, essa missão seria da Ancine. 

Fonte: Folha.com

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Johann Pachelbel

Portrait of Johann Pachelbel

Johann Pachelbel, foi um músico, organista, professor e compositor do barroco alemão, que viveu no século XVII. Compôs um grande acervo de música sacra e secular, e suas contribuições para o desenvolvimento do prelúdio coral e fuga dão-lhe lugar entre os mais importantes compositores da período. Entre as obras mais célebres do compositor estão o "Cânone em Ré Maior" e "Fugas para Magnificat".



Trace Bundy e Sungha Jung: prodígios da música mundial na Web





Nascido em Buena Vista, Colorado, nos EUA, Trace Bundy ficou conhecido como o "Acoustic Ninja". O músico americano, que toca desde os 10 anos, esbanja criatividade, combinando técnicas de dedilhado com duas mãos, batidas de percussão e a utilização de capos, que tiram do seu instrumento sons incríveis. 

Ficou conhecido principalmente por vídeos do You Tube, cujas performances já tiveram em torno de 17.000.000 de exibições. Já  tocou em locais em toda América do Norte e do Sul, África, Ásia e na Europa. 


Vídeos de suas performances tiveram 17.000.000 execuções no YouTube.com. No sábado, dia 4 de junho, tocará em sua cidade natal, no Teatro Orpheum. 




Seongha Jeong (também chamdo Sungha Jungé um guitarrista prodígio sul-coreano que também ganhou notoriedade ao postar seus vídeos no YouTube e outros sites. O mais interessante é que em suas primeiras performances na Web ele era praticamente uma criança. Mesmo assim, já demonstrava que possuía em talento genuíno, digno de admiração.

Dizem que Seongha leva, em média, três dias para aprender a tocar uma nova peça. 

Sua seleção musical é bastante eclética, indo do clássico ao pop, do rock ao romântico. Seu álbum de estréia chama-se "Perfect Blue ".

Encontro de prodígios

Postagens populares

Total de visualizações de página

Páginas