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domingo, 7 de abril de 2013

Raio laser pode ser arma contra o vício em cocaína


Agência americana realizou experimentos bem sucedidos em ratos de laboratório – até o final de 2013 método será testado em cobaias humanas

por Redação Galileu
Editora Globo
Apesar de ainda faltarem muitos testes para alguém cravar que realmente funciona, descoberta deixou pesquisadores otimistas //Crédito: ShutterStock
Combater o vício de uma droga química é um dos maiores desafios da sociedade moderna. São muitos os meandros do labirinto sinistro do vício: fatores biológicos, sociais, psicológicos, emocionais. Mas pode ser outro fator, o cerebral, a chave para solucionar esse problema. Pelo menos em ratos, basta direcionar lasers para o lugar certo da cabeça deles e a vontade de usar cocaína some.
Viciados em cocaína costumam ter uma baixa atividade no córtex cingulado anterior, chamado de córtex pré límbico nos ratos. A ideia central da pesquisa realizada pelo National Institute on Drug Abuse, do governo dos EUA, é estimular essa região para ver se a necessidade de consumir a droga é combatida.
Cientistas treinaram um grupo de ratos para pressionar alavancas que disponibilizavam cocaína. Através de fibras óticas implantadas nos cérebros dos roedores, um laser de baixa intensidade era disparado em seus cérebros – e isso resultou em ratinhos que simplesmente não saíam em busca da droga. Sempre que os pesquisadores desativavam essa mesma região do cérebro em ratinhos não viciados, eles passavam a demonstrar interesse pela substância.
A chave do sucesso desse tratamento, se é que esse método pode ser chamado de tratamento, não é a luz, mas a estimulação energética. Dessa forma, quando chegar a hora do experimento ser conduzido em homens, a ideia é que imãs, e não fibras óticas, sejam colocadas na cabeça das pessoas.
Apesar de bem sucedido, os testes com laser só provaram uma coisa: quando eles são disparados, a vontade de usar cocaína vai embora. Mas ainda não se sabe por quanto tempo e nem se o vício é de fato eliminado. Até o final do ano o experimento será testado em humanos, fato que está sendo comemorado pelos cientistas - de acordo com o pesquisador que comandou os estudos, Antonello Bonci, normalmente se leva 15 anos entre descobrir algo e testar a descoberta em humanos.
Via Live Science 
Fonte: Revista Galileu

domingo, 23 de dezembro de 2012

Indústria não se preocupa em desenvolver remédios para o Terceiro Mundo, diz Prêmio Nobel


Ferid Murad critica a falta de investimento em tratamentos de doenças que matam muita gente em países pobres

por Julliane SilveirafonteTxt=Julliane Silveira
Editora Globo
(Fotos: Editora Globo)
Em todo o mundo, 1,5 milhão de crianças morrem anualmente por causa da diarreia, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em países em desenvolvimento, a OMS estima que cada criança tenha três episódios de diarreia por ano.

Esse problema faz parte das doenças comuns em países pobres, como a malária, a tuberculose, a doença de Chagas, entre outras. São patologias que recebem pouquíssima atenção das grandes empresas farmacêuticas – quando há pesquisadores que se interessam em estudá-las e descobrir novos tratamentos, é quase impossível obter financiamento, porque certamente não trarão grandes retornos financeiros. Por isso, são chamadas pela OMS de doenças negligenciadas.

Um desses pesquisadores é o farmacologista Ferid Murad que, além de uma cadeira na Universidade do Texas (EUA), tem no currículo o Prêmio Nobel de Medicina de 1998, recebido com dois outros colegas pela descoberta dos mecanismos que possibilitaram o desenvolvimento do Viagra.


Editora Globo
(Fotos: Editora Globo)

Murad sempre criticou ferozmente a falta de incentivos para pesquisa e desenvolvimento de tratamentos que pudesse conter doenças que ainda matam muita gente em países pobres. Agora, encontrou um parceiro para desenvolver um medicamento contra diarreia causada pelo Cólera e pela bactéria Escherichia coli. A Biolab, farmacêutica brasileira, fechou em outubro um acordo com o pesquisador para a criação de uma nova droga.

Pode parecer inusitado, mas o óxido nítrico, mesmo componente usado para criar o Viagra, deve ser aplicado no medicamento contra diarreia, como Murad conta nesta entrevista concedida a Galileu. O óxido nítrico atua no controle do sistema cardiovascular e, por isso, medicamentos à base dessa substância são usados também para tratar arterosclerose, hipertensão pulmonar, entre outras doenças.

E também pode controlar outras manifestações, como a diarreia. Mas nenhum almoço vem de graça: a expectativa é que a mesma droga possa tratar síndrome do intestino irritável, uma doença que também solta o intestino, causa fortes dores abdominais e atinge cerca de 15% da população dos EUA e da Europa, segundo a Organização Mundial de Gastroenterologia. 


GALILEU – Você sempre diz que é muito difícil para um grupo de pesquisa conseguir fundos para estudar doenças de países pobres. 
Ferid Murad – Muitas fundações não estão nem um pouco interessadas em patrocinar ou desenvolver remédios para o Terceiro Mundo, simplesmente porque não haverá lucros. Isso é muito ruim. 

Podemos ver um movimento de gente patrocinando pesquisas contra essas doenças. A Fundação Bill e Melinda Gates, por exemplo, a China, que é um país em grande crescimento. Você acha que temos um novo cenário? 
Sim, estamos melhorando. Sei que Gates está interessando em pesquisas sobre tuberculose, vacinas e diarreia também. Mas ele tem uma equipe muito pequena para ajudá-lo a direcionar corretamente os investimentos. Para você ter uma ideia: nos EUA, uma empresa pode ser livre de impostos se gastar 5% dos ganhos com ações filantrópicas. Como a companhia de Gates faz US$ 33 bilhões por ano, deve gastar US$ 1,5 bilhão. É muito dinheiro e eles não têm uma força cavalar para analisar tudo o que cai em suas mãos. Mas dar grandes quantias para qualquer projeto não é a melhor forma de financiar pesquisa e, por isso, eles precisam de ótimos revisores para avaliar quais pesquisas realmente merecem os fundos. 

Existem boas ações? 
Sim, há muita gente estudando formas de combater tuberculose, esquistossomose, malaria, dermatoses. Há mudanças, mas o problema é que não há muita gente sendo tratada com elas. É preciso missionários e médicos para ir até essas pessoas, para informá-las. Temos um progresso enorme contra doenças cardiovasculares, que são as que mais matam gente no mundo. Falar de 2 milhões de pessoas mortas por diarreira é ínfimo. Mas existem pessoas que morrem disso e não deveriam! Não há médicos para tratá-las, não há água potável. E as pessoas não se importam. 

Mas isso seria mais um problema de saúde pública do que de desenvolvimento de um remédio, não? 
Sim, a questão é mais ampla. Mas é preciso mais pesquisa. A tuberculose, por exemplo, tem se manifestado em formas muito resistentes, porque as pessoas não usaram os antibióticos corretamente e as bactérias se tornaram resistentes. Há também o problema da qualidade da droga. Na África, por exemplo, em muitos casos as pessoas acreditam estar usando um bom medicamento, mas não estão. 

A parceira aqui no Brasil parece ser um passo importante nesse cenário. 
Sim, se pensarmos que 2 milhões de pessoas morrem de diarreia por ano, principalmente crianças e idosos. Temos um composto químico e estamos testando outros compostos também, onde a Biolab entra como parceira. Por enquanto, a pesquisa é feita em laboratório e, depois, será testada em animais. Em um ou dois anos começaremos os protocolos clínicos, em humanos.

O composto será específico para o público brasileiro?
Vamos fazer os testes aqui e desenvolveremos a droga aqui, com aprovação das autoridades brasileiras. Se falamos de diarreia, estamos pensando num mercado mais social. Mas se funcionar em síndrome do intestino irritável, estamos falando de um mercado bem mais abrangente e grande em termos de dinheiro. Acredito que muita gente pagaria mais para ter um remédio que realmente funcione. Então parece ser um caminho para fazer isso ser economicamente viável e acabar com a diarreia. Então a doença “de rico”, a síndrome do intestino irritável, é um caminho para driblar a dificuldade de ter fundos para tratar uma doença de pobre. Tenho certeza de que, se descobrirmos que o composto também funciona para a síndrome haverá muitas empresas interessadas em ajudar a gente. Mesmo porque líderes de muitas empresas têm essa doença. [risos] 

E como o remédio age? 
No caso da diarreia, as bactérias liberam toxinas no organismo. Descobrimos um remédio que bloqueia o mecanismo das células e interrompe o problema. Não matamos o micro-organismo, mas cessamos a ação do corpo. A droga funciona com E-Coli e Cólera.

É verdade que o mesmo componente do Viagra, o óxido nítrico, vai ser usado na nova droga? 
Sim. Para entender melhor, é preciso saber que as células do organismo produzem elementos o tempo todo, que são lançados nos vasos sanguíneos, o cérebro libera neurotransmissores... Enfim, existem centenas de mensageiros no corpo, procurando seu alvo. Eles encontrarão o alvo com a ajuda de receptores que ficam nas membranas das células. Esses primeiros “mensageiros” interagem com os receptores como uma chave e uma fechadura, mas não precisam entrar na célula. O contato intracelular é feito por meio de mecanismos bioquímicos, realizado por receptores internos, chamados de segundos mensageiros intracelulares. Existem centenas de primeiros mensageiros, mas só sete ou oito mensageiros intracelulares – entre eles, o óxido nítrico. Se o óxido nítrico é um dos sete, posso dizer que ele regula 14% do nosso corpo.

Matematicamente faz sentido. Mas como um mesmo químico resolve problemas de ereção, doenças vasculares e diarreia? 
O sistema cardiovascular tem seus mensageiros. Se tiver o receptor certo para o primeiro mensageiro, a mensagem chegará para dentro das células e a função ocorrerá: dilatação dos vasos, coração baterá mais forte etc. Para questões vasculares, precisamos de altos níveis do composto, para diarreia, acredito que precisaremos de baixos níveis. É como a aspirina: as pessoas usam para tratar dor de cabeça e prevenir ataques cardíacos e câncer colorretal.

Já se sabe qual será o veículo remédio? Injeção, cápsula? 
Não ainda. Temos que ver como ele vai funcionar. Espero que seja por via oral, porque poderíamos até colocar em pirulitos para crianças. Estimo que em três anos possamos ter o produto no mercado.

Fonte: Revista Galileu Online

sábado, 19 de maio de 2012

O MAU DO HUMOR




“Eu nunca sonhei com você, nunca fui ao cinema, não gosto de samba, não vou à Ipanema, não gosto de chuva nem gosto de sol. E quando eu lhe telefonei, desliguei, foi engano. O seu nome, não sei”. O compositor Tom Jobim podia não sofrer de nenhum transtorno do humor, mas a letra de sua Lígia encarna com propriedade um narrador com tal perfil: não vê esperanças no futuro, não gosta de se divertir, tem dificuldade de se relacionar e, inseguro, teme se expressar e, com isso, perde oportunidades. Se fosse possível fazer o diagnóstico desse personagem
fictício, algum psicólogo ou psiquiatra diria estar diante não de um “chato”, mas de um portador de distimia. E esse problema não é uma ficção. Acomete cerca de 5% da população mundial e, como todo tipo de depressão, apresenta um elevado risco de complicações como suicídio – até 15% dos casos –, doenças cardiocirculatórias, dependência do álcool e outras drogas, distúrbios da personalidade e depressão profunda.


Engana-se quem imaginar que se trata de uma doença dos tempos modernos. A palavra distimia vem do grego e significa algo como mau humor. Na antiga Grécia, aliás, ela já era considerada um distúrbio semelhante à depressão clássica. “A diferença entre depressão propriamente dita e a distimia e que essa, de modo geral, não causa um prejuízo tão pronunciado. Em compensação, como se se trata de um estado crônico, de intensidade moderada e de curso variável, ela é mais arrastada e leva cerca de dois anos para ser caracterizada, o que torna mais difícil o seu diagnóstico” – explica o doutor Ricardo Moreno, coordenador do Programa de Transtornos Afetivos do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo). “Por isso, muitas vezes o diagnóstico é dado durante uma psicoterapia, daí sendo o paciente encaminhado para um psiquiatra para um tratamento medicamentoso, a base de antidepressivos” – completa a psicoterapeuta Dulcinea Fernandez.

Da água para o vinho – Outra circunstância que dificulta a definição do diagnóstico é, segundo os especialistas – psicólogos, terapeutas e psiquiatras –, o fato de os distímicos e as pessoas que com eles convivem entenderem que esse estado de pessimismo, mau humor crônico, insatisfação generalizada e incapacidade de aproveitar a vida seja resultado de uma timidez natural ou de uma personalidade difícil. Não é bem assim. “Todos nós temos direito a momentos de mau humor, de crítica e isolamento. É, também, normal ficarmos tristes diante de uma perda. Mas quando essa sensação se instala de forma crônica, persiste por mais de dois anos, vale a pena investigarmos. Caso contrário, vamos passar a vida sem desfrutá-la. Isso sim é triste!” – avisa o doutor Ricardo.

Os resultados de um tratamento adequado, com antidepressivos, costuma dar resultados e restituir a alegria de viver aos pacientes. Foi assim, por exemplo, com o funcionário público Isaias Silva, de 60 anos, casado e pai de cinco filhos, que sofria de distimia desde a adolescência e só descobriu o problema na idade madura, após três anos de psicoterapia. “Foram mais de 40 anos de insatisfação, de uma sensação de não poder fazer o que eu queria, de inferioridade e de dificuldade nos relacionamentos. A gente acaba se acostumando e aceitando que somos assim mesmo. Através da psicoterapia, no entanto, fui encaminhado para uma psiquiatra. Nesses dois últimos anos de tratamento, minha vida teve um extraordinário salto de qualidade. Minha mulher e meus filhos dizem que eu fiquei mais participativo e menos retraído” – afirma Isaias.

Sem dependência – Mas quem se deu melhor, claro, foi o próprio Isaias que, finalmente, se viu livre da dependência do álcool – que o levou a uma pancreatite e à retirada do baço – e do cigarro. O próximo desafio do funcionário público será, no futuro, passar a não depender mais dos antidepressivos. “Ele será retirado aos poucos, de acordo com a recomendação médica, para que a vida seja totalmente normal” – diz ele. É o que, também, os especialistas desejam para seus pacientes. “Ao contrário do que algumas pessoas pensam, os antidepressivos não causam dependência, mas um tratamento medicamentoso, nesses casos, devem ter um começo, meio e fim, e as doses são administradas de acordo com a sua eficácia, a tolerabilidade do paciente e os seus efeitos colaterais” – argumenta o doutor Ricardo.

Fonte: Revista Família Cristã Online

segunda-feira, 2 de abril de 2012

BRASIL ENDURECE REGRAS PARA ENTRADA DE ESPANHÓIS




Oficialmente, a medida é um exercício de "reciprocidade", mas acontece após casos de brasileiros barrados ao tentarem entrar na Espanha. Para distender relações, Brasil e Espanha iniciaram uma fase de diálogo.

As novas regras passam a valer a partir desta segunda-feira (02/04) e têm como objetivo tornar mais rígida a seleção dos espanhóis que podem entrar no Brasil. A partir de agora, turistas espanhóis terão, entre outras exigências, que comprovar bilhete de ida e volta, o mínimo de 170 reais por dia de permanência e comprovação da reserva do hotel ou carta-convite do anfitrião, caso o viajante fique em casa particular.

Assim, o Brasil se aproxima da Espanha no nível de exigência para entrada de brasileiros. Na última segunda-feira (26/03), representantes das chancelarias dos dois países reuniram-se em São Paulo. Segundo informações repassadas à DW Brasil pela assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores, a reunião foi considerada positiva. "Eles [a Espanha] agora também vão facilitar a liberação", afirmou a fonte da assessoria.

Para o Itamaraty, houve um "avanço na posição negociadora", já que antes "não se observava essa possibilidade de dialogar". Este "avanço", portanto, pode ser uma indicação de um reconhecimento, por parte do governo espanhol, do exagero no número de rejeitados e no tratamento daqueles detidos para questionamentos.

De agora em diante, os dois países pretendem manter o diálogo aberto, com possibilidade de novas reuniões dentro de um ou dois meses. O que o Brasil busca, segundo o Itamaraty, são "critérios transparentes de ingresso".

Segundo fontes diplomáticas espanholas ouvidas pela DW Brasil, o governo da Espanha considera que as novas regras não vão prejudicar o fluxo de espanhóis, uma vez que atingem apenas turistas. Há, também do lado espanhol, uma expectativa de maior abertura para o diálogo.

Em comunicado publicado no site da Embaixada da Espanha no Brasil, o governo do país europeu reafirma que brasileiros não precisam de visto, mas que devem se submeter às exigências europeias, não exclusivas da Espanha. "Os critérios de admissão de cidadãos estrangeiros na Espanha não são competência do governo espanhol, mas sim dos Estados signatários do Acordo Schengen, que estabeleceram requisitos em comum para que os estrangeiros entrem no território dos Estados que fazem parte do mesmo", diz o comunicado.

Números em queda

Segundo dados do Itamaraty, desde 2007 – ano em que novas regras de entrada passaram a ser adotadas – o número de brasileiros barrados vem diminuindo. Em 2007, foram mais de 3 mil e, no ano passado, o número de brasileiros com entrada rejeitada totalizou 1.412.

Com a quantidade de casos de rejeição, brasileiros passaram a agir com mais cautela para evitarem problemas. Mariana Santos saiu de São Paulo rumo a Madri no início do mês de março para passar férias na Europa. Sabendo dos casos de longas horas de entrevista ou de amigos e conhecidos barrados, ela decidiu se precaver.

"Eu já sabia do problema diplomático, mas não sabia que era tão intenso. Depois que comprei as passagens, comecei a conversar com as pessoas. Foi aí que percebi que poderia ser complicado", contou Mariana em conversa com a DW Brasil.
Na Espanha, Mariana planejava encontrar uma amiga que faz doutorado e não queria correr riscos. "Não deixei brecha: levei o dinheiro, seguro saúde, cartas-convite". Além das exigências básicas, Mariana foi além e decidiu pedir para a amiga um documento que comprova sua residência na Espanha. Além disso, ela também pediu que seu chefe no Brasil preparasse uma carta dizendo que ela tem emprego fixo. "É uma situação complicada, há muito terrorismo em volta e conheço várias pessoas que têm histórias complicadas para contar", conta. Segundo ela, o Brasil tem razão em adotar medidas mais rígidas.

Princípio da reciprocidade

Um caso recente de grande repercussão no país aconteceu no início do mês de março. O governo brasileiro foi acionado para pedir explicações sobre a detenção, por mais de três dias, no aeroporto de Madri, da aposentada Dionísia Rosa da Silva, de 77 anos. Ela foi ao país visitar a neta, mas não conseguiu liberação.

O governo brasileiro chegou a pedir explicações ao governo espanhol sobre esse e outras alegações de maus-tratos. Ao comentar o caso, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Tovar Nunes, disse à Agência Brasil que a permissão de entrada e concessão de visto é um ato de soberania, mas os direitos dos cidadãos devem ser respeitados nesse processo. "Estamos indagando sobre o que realmente aconteceu, porque achamos que uma senhora com a idade que tem e com o desejo legítimo de ingressar no país não merecia um tratamento como o que pareceu ter recebido", disse Tovar Nunes.

As novas regras para a entrada de espanhóis no Brasil, segundo o Ministério, não são retaliação, mas um exercício do princípio da reciprocidade. Tovar Nunes explicou a decisão: "Tentamos, por um bom tempo, aliviar os requisitos para a entrada de brasileiros [na Espanha]. Mas não foi possível. Eles mantiveram [a decisão]. Não houve muita alternativa ao Brasil se não aplicar esses requisitos de maneira semelhante. Apesar da retomada do diálogo entre os dois países na última semana, a aplicação das novas regras está mantida.

Autora: Ericka de Sá - Revisão: Roselaine Wandscheer

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