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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Itália e França reconhecem que o euro não está a salvo


Encontro sobre a crise europeia reuniu o italiano Mario Monti e o francês François Hollande. Foto: AP
Encontro sobre a crise europeia reuniu o italiano Mario Monti e o francês François HollandeFoto: AP
Itália e França enfatizaram nesta quinta-feira a importância das medidas adotadas até agora em nível europeu para enfrentar a crise da dívida que atinge o continente, mas destacaram que os progressos obtidos "não são suficientes para poder manter o euro à margem das turbulências do mercado".
O primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, e o presidente francês, François Hollande, fizeram esta avaliação em entrevista coletiva conjunta após a reunião bilateral que mantiveram em Roma.
O encontro precedeu a cúpula do próximo dia 22, que também será realizada na capital italiana. O evento contará ainda com a participação da chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy.
"É um momento crucial para o mundo e para a União Europeia (UE)", destacou Monti no início de seu discurso, durante o qual fez questão de enfatizar a "sintonia" que tem com Hollande sobre as medidas adotadas para enfrentar a crise.
O primeiro-ministro da Itália ressaltou que os dois países coincidem em avaliar positivamente as medidas adotadas até agora em nível europeu, assim como o recente pacote de ajuda financeira ao setor bancário espanhol. No entanto, Monti reconheceu que as medidas não são poucas, mas considerou que ainda são necessárias novas ações para enfrentar a crise. "Os importantes progressos obtidos quanto à governabilidade europeia não são suficientes para poder manter o euro à margem das turbulências do mercado".
Por tudo isso, o premiê italiano disse que ambos consideram necessário agir "reforçando os pontos fracos do sistema" com ações sobre a "economia real e sobre aspectos financeiros". O chefe de governo italiano destacou também que, durante a reunião com Hollande, eles analisaram a questão da dívida soberana, assim como os instrumentos necessários para restabelecer a confiança nos países mais expostos e trocaram opiniões sobre a hipótese de uma emissão comum de títulos - os chamados eurobônus.
Tanto Hollande como Monti já respaldaram várias vezes a emissão conjunta de papéis da dívida na Europa, mas ainda há países reticentes, especialmente no norte do continente, entre eles a Alemanha. Sobre a delicada situação econômica que atinge a Grécia e a incerteza existente ante o pleito geral que será realizado no país no próximo domingo, Monti afirmou que tanto ele como Hollande desejam a permanência de Atenas na zona do euro, assim como o respeito do país a seus compromissos.
Ambos os líderes reiteraram ainda a necessidade de impulsionar posteriormente as políticas de crescimento em nível europeu, mas destacaram que não se pode abandonar ou prestar menor atenção às políticas de disciplina fiscal.
Hollande, por sua vez, manifestou que há vontade de fazer com que o crescimento seja "nosso objetivo", também na próxima cúpula do G20, que será realizada nos dias 18 e 19 de junho em Los Cabos (México). O presidente francês ressaltou que "o crescimento, a estabilidade e a integração" são os três princípios que devem envolver a Europa. "A Europa precisa de mecanismos que lhe permitam apoiar os bancos e os Estados que estejam em situação complicada para, assim, frear a especulação". Em sua opinião, são necessários "mecanismos estáveis, duráveis, eficazes e com recursos suficientes para pôr o euro a salvo da especulação".
Sobre Angela Merkel, porta-bandeira das políticas de austeridade na Europa, Mario Monti buscou defender as ideias da governante alemã, da mesma forma que os outros chefes de Estado e de governo. "Ela está perenemente em busca de soluções para a Europa".
"Com relação ao presidente Hollande, tive alguns meses a mais para debater com Merkel e sempre encontrei um grande interesse comum em encontrar as melhores soluções, tanto sob o aspecto do crescimento quanto no da estabilidade", acrescentou Monti.
O encontro desta quinta-feira em Roma ocorreu num momento delicado para a Itália, depois que o empréstimo europeu estipulado no sábado passado para os bancos espanhóis ter situado as finanças italianas novamente no ponto de mira dos mercados, ao que se soma a incerteza para o futuro da zona do euro diante das eleições gregas.
Fonte: noticias.terra.com.br

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