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domingo, 30 de junho de 2013

Protesto pacífico marca último dia da Copa das Confederações em Salvador



Jovens caminham para Arena Fonte Nova (Foto: Ruan Melo)Jovens caminharam de forma pacífica até a Arena Fonte Nova (Foto: Ruan Melo)
Cerca de 500 pessoas participaram de um protesto pacífico na tarde deste domingo (30), emSalvador. A cidade recebe as seleções do Uruguai e da Itália, que se enfrentam na Arena Fonte Nova pelo terceiro lugar na Copa das Confederações.
Com faixas, caras pintadas e tambores, o movimento Passe Livre Salvador se concentrou na Praça do Campo Grande. Antes de seguir em caminhada, os integrantes discutiram qual seria o trajeto percorrido. Um megafone circulou entre os manifestantes, que expressaram suas opiniões, já que não há líderes no movimento. Alguns preferiam seguir pela Avenida Joana Angélica, outros defenderam seguir pelo Dique do Tororó. Houve ainda os que queriam se aproximar do cordão de isolamento feito pela polícia militar e sentar, mas parte do grupo discordou, temendo confronto.
Jovens concentrados na entrada do Dique (Foto: Ruan Melo/ G1)Grupo chegou perto da barreira policial no Dique (Foto: Ruan Melo/ G1)
Após as discussões, a manifestação saiu do Campo Grande pouco depois das 12h, seguindo pelo Politeama para a Arena Fonte Nova. "Acho que devemos dar uma volta maior e ir pelo Politeama. Acho melhor esse trajeto porque é mais fácil de dispersar, na Joana Angélica tem muitas barreiras da PM", opinou o estudante Rodrigo Veras.
"Desejo uma boa manifestação, que seja em paz e que consigam alcançar os objetivos", afirmou o tenente-coronel Baqueiro na saída do protesto no Campo Grande, que se comunicou por meio de microfone com o grupo.
A passeata seguiu pacífica até a proximidade da Arena Fonte Nova, na Avenida Centenário, entrada do Dique do Tororó. Segundo a Transalvador, não foi necessário fazer intervenções no trânsito por causa da manifestação. A assessoria da Polícia Militar em Salvador também informou que as estratégias de segurança traçadas para a Copa das Confederações neste domingo não foram alteradas por causa do protesto.
Família acompanhou protesto na Bahia (Foto: Lílian Marques/ G1)
Família acompanhou protesto em Salvador
(Foto: Lílian Marques/ G1)
Uma família chegou a acompanhar o percurso com uma criança. "Eu apoio a manifestação porque aqui não se tem um transporte público de qualidade. Pago caro pelo transporte e a qualidade não compensa. Saí da Argentina em 2001 por causa da crise", comenta Alejandro Mariani, ao lado da esposa Eliane e do filho Diego.
"Em hipótese alguma queremos confronto, nosso interesse é levar a paz. Todo mundo tem direito de se manifestar. Viu como foi bonito na prefeitura? Teve gente que me abraçou", observou o Coronel Nivaldo da PM.
O grupo chegou à entrada do Dique do Tororó e ficou cerca de 50 metros distante da barreira policial. Lá, integrantes do movimento conversaram com os policiais e decidiram encerrar o movimento. "Nós decidimos encerrar o movimento aqui em frente ao 5º Centro porque esse era nosso objetivo. Existem outros grupos que decidiram continuar a manifestação, mas isso não foi deliberado na assembleia", disse um dos integrantes do movimento Passe Livre.
Aos poucos, os integrantes da manifestação se dispersaram no final da Avenida Centenário, próximo ao Dique do Tororó. Cerca de 100 pessoas voltaram em caminhada para a região do Campo Grande. Os manifestantes se concentraram perto do Hotel da Bahia, onde está hospedada a delegação da Fifa.
Definição do protesto
Os manifestantes se reuniram na tarde de sábado (29), no Passeio Público, no Campo Grande, em Salvador, para definir as ações do movimento Passe Livre na capital baiana.

Entre as discussões levantadas pelo grupo, esteve a definição de como seria realizada a passeata deste domingo, além de protestos no dia 2 de julho (terça-feira), data em que se celebra a independência da Bahia.
Na quinta-feira (27), aproximadamente 1.500 pessoas participaram da quarta manifestação realizada na cidade, em uma caminhada pacífica do Campo Grande ao Centro Histórico de Salvador.
Do lado de fora da prefeitura, um manifestante utilizou um carro de som para afirmar que o movimento tinha atingido seus objetivos, já que uma audiência pública foi marcada na Câmara Municipal para 3 de julho.
Protesto_Salvador_27 de junho (Foto: Egi Santana/G1 Bahia)Manifestantes parados na Praça Castro Alves antes de seguirem em frente (Foto: Egi Santana/G1 Bahia)
Reivindicações
Integrantes do Movimento Passe Livre Salvador divulgaram, na quarta-feira (26) a carta com todas as reivindicações. No documento, lido pelos integrantes no Passeio Público, no bairro do Campo Grande, eles afirmaram que são apartidários e defenderam um transporte público gratuito e de qualidade.

Entre as principais reivindicações do movimento, estão a redução imediata da tarifa de ônibus, ampliação da frota de veículos, ativação e ampliação do metrô de Salvador, extinção da tarifa para os trens do subúrbio, além da construção de novas estações.
Protesto em sALVADOR (Foto: Egi Santana/ G1)
Protesto mobiliza população em Salvador
(Foto: Egi Santana/ G1)
Confira a lista completa de reivindicações do Movimento Passe Livre Salvador:
1. Passe livre nos ônibus para todos os estudantes, inclusive estudantes de curso pré-vestibular;
2. Ampliação e renovação da frota, com a introdução de veículos de piso baixo, visando garantir a maior acessibilidade a pessoas com dificuldades ou necessidades especiais;
3. Ônibus 24 (vinte e quatro) horas em atividade;
4. Criação do Bilhete Único, benefício tarifário permitindo a realização de 04 (quatro) viagens dentro do prazo de 03 (três) horas, como já existe em São Paulo e outras capitais brasileiras;
5. Ampliação do programa “Domingo é Meia” para os feriados e inclusão dos usuários do Salvador Card no programa, eliminando-se a restrição do pagamento em dinheiro;
6. Extinção do pagamento de taxa para recadastramento no Salvador Card;
7. Construção de novas estações de ônibus e imediata reforma e integração de todas as estações já existentes, com garantia de acessibilidade a pessoas com dificuldades ou necessidades especiais;
8. Construção de mais faixas exclusivas para ônibus;
9. Abertura da caixa preta da SETPS, com a revisão dos custos e contratos pelos órgãos competentes, promovendo com transparência o debate público sobre as regras dos contratos de concessão e sobre o cálculo do preço da tarifa;
10. Ativação e ampliação do metrô, com estabelecimento de calendário para o cumprimentos destas solicitações;
11. Investigação, pelo Ministério Público, dos gastos com a construção do metrô, iniciada há 13 anos;
12. Integração dos transportes rodoviário, ferroviário e aquaviário;
13. Execução do projeto “Cidade Bicicleta” – que prometeu ampliar a malha cicloviária da região metropolitana para 217 Km;
14. Extinção da tarifa para os trens do subúrbio de Salvador, garantindo passe livre a todos os seus usuários;
15. Ampliação e reforma das calçadas, com garantia de acessibilidade a pessoas com dificuldades ou necessidades especiais;
16. Melhorias no sistema de transporte intermunicipal aquaviário do estado da Bahia, além da instituição do pagamento de meia passagem por estudantes;
17. Retomada do caráter deliberativo do Conselho da Cidade;
18. Reativação do Conselho Municipal de Transporte;
19. Integração da Região Metropolitana;
20. Estatização dos sistemas de transporte público;
21. Por fim, solicitamos a alteração do nome do Aeroporto Internacional de Salvador, hoje “Deputado Luís Eduardo Magalhães”, para o seu antigo nome: “2 de julho”, data magna dos baianos.
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sexta-feira, 21 de junho de 2013

Segurança para a Copa terá aumento de 20 a 30%

Por conta dos protestos que se espalharam pelo país, a segurança de todas as instalações da Copa das Confederações vai aumentar entre 20 a 30%, segundo informou a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos ontem, após reunião feita na parte da manhã, em que a Fifa cobrou mais segurança para o evento. 


A decisão foi tomada por conta do aumento de pessoas envolvidas com o evento. Se antes a segurança devia ser feita apenas de acordo com a quantidade de torcedores, agora é preciso colocar no cálculo também os manifestantes. 

Ficou decidido também que a Força Nacional irá atuar mais nos estádios, liberando assim parte da Polícia Militar para fazer a segurança nos protestos. A Sesge não disse ainda como esse efetivo será aumentado. 

Ainda segundo o órgão, não existiu a ameaça de o evento deixar o país. A Fifa pontuou a lista de especificações que queria na reunião desta sexta e chegou ao cálculo necessário, prontamente atendido. Os rumores de que a deleção italiana teria pedido para abandonar a competição também foram negados. 

Sobre os veículos da Fifa atacados em Salvador, a entidade entende que isso ocorreu porque eles estavam no meio de uma situação de confronto entre manifestantes e polícia, e não que esse tenha sido um ataque direto à Fifa. 

A violência já causou uma mudança oficial de comportamento na Fifa. Desde a última quinta-feira, todos os membros da entidade devem ir e voltar juntos ao estádio, sempre com escolta da polícia, independentemente do horário de trabalho dos profissionais. 

Lei da Copa prevê Fifa indenizada pelo governo - Caso a medida extrema seja adotada e a Fifa, realmente, cancele o evento, a Lei Geral da Copa prevê que o Governo Brasileiro pague eventuais prejuízos da entidade. O capítulo V da Lei, sancionada em 2012, fala sobre o assunto. 

O artigo 22 diz que "A União responderá pelos danos que causar, por ação ou omissão, à FIFA, seus representantes legais, empregados ou consultores". O artigo 23 fala que "A União assumirá os efeitos da responsabilidade civil perante a FIFA, seus representantes legais, empregados ou consultores por todo e qualquer dano resultante ou que tenha surgido em função de qualquer incidente ou acidente de segurança relacionado aos Eventos, exceto se e na medida em que a FIFA ou a vítima houver concorrido para a ocorrência do dano". 

Além da agressão aos ônibus da delegação de Salvador, a entidade internacional já está lidando, há alguns dias, direta ou indiretamente, com problemas graves decorridos dos protestos. No Rio de Janeiro, a Fifa blindou o centro de distribuição de ingressos. Placas da Copa das Confederações foram destruídas no centro da cidade e, durante um evento paralelo aos jogos, na Avenida Presidente Vargas, tendas foram depredadas. 

Patrocinadores da Copa também viraram alvo dos manifestantes. Em São Paulo, um painel da Coca-Cola, que ficava na Avenida Paulista, foi queimado durante um dos protestos. No Rio, a loja da marca ao lado do Maracanã foi fechada, com medo de depredação. 


quarta-feira, 1 de maio de 2013

PRIMEIRO DE MAIO É MARCADO POR PROTESTOS NA EUROPA






Dezenas de milhares vão às ruas de vários países em manifestações contra políticas adotadas na União Europeia diante da crise. No Vaticano, Papa cita desempregados do continente e critica falta de "justiça social".

O 1º de Maio foi marcado por protestos na Europa, grande parte por insatisfação em relação às medidas adotas para enfrentar a crise no continente. Houve manifestações em Portugal, Espanha, França, Alemanha e Grécia – neste último país combinada com uma greve geral.

A greve geral, programada para durar 24 horas, é a segunda deste ano na Grécia, onde o feriado do Dia do Trabalho foi transferido para a próxima semana por coincidir com a Páscoa ortodoxa. Nesta quarta-feira, hospitais operaram apenas com funcionários de emergência, o transporte público foi severamente afetado e órgãos oficiais permaneceram fechados. Os dois maiores sindicatos do país são contra as medidas de arrocho adotada pelo governo, em especial a que prevê o corte de mais de 15 mil empregos no setor público até o fim de 2014.

Na Espanha, sindicatos convocaram protestos em mais de 80 cidades. Na França, além das manifestações das uniões trabalhistas, o bloco de extrema direita Frente Nacional, de Marine Le Pen, realizou uma marcha no centro de Paris. "O país está afundando em uma política de austeridade sem fim", disse Le Pen durante o protesto.

Protesto também em Bangladesh

Na Alemanha, estima-se que centenas de milhares de pessoas tenham ido às ruas de várias cidades nesta quarta-feira em protestos convocados por sindicatos.

"O grande número de participantes envia um sinal claro neste ano eleitoral: este continente não pode ser destruído pela austeridade. Quem quer salvar a Europa deve começar do zero economicamente e estabilizar o Estado social", disse em Berlim Michael Sommer, presidente da Federação de Sindicatos Alemães (DGB).

A crise econômica foi assunto também da mensagem de 1º de Maio do Papa Francisco. "Eu penso nas dificuldades que, em vários países, afetam hoje o mundo do trabalho e dos negócios", disse o Pontífice aos fiéis na Praça de São Pedro. "Penso em quantas pessoas, e não apenas jovens, estão desempregadas, muitas vezes devido a uma concepção puramente econômica de sociedade, que busca o lucro individual à margem dos parâmetros de justiça social."

As manifestações de 1º de Maio aconteceram em geral de forma pacífica na Europa. A exceção foi em Istambul, onde um protesto terminou em confronto entre manifestantes e policiais. Dezenas de pessoas ficaram feridas e mais de 70 foram detidas.

Também houve manifestações na Ásia. Em Bangladesh, milhares de trabalhadores saíram às ruas para voltar a exigir pena de morte para os proprietários das fábricas de confecção do prédio que ruiu, há uma semana, causando mais de 400 mortes.

Fonte: Deutsche Welle/Página Global

domingo, 3 de junho de 2012

Eurocopa na Polônia e na Ucrânia traz preocupações sobre racismo


Sergei Supinsky/AFP
Segurança detém ativista do grupo ucraniano Femen, que atua pelos direitos das mulheres, quando ela tentava se aproximar da taça da Eurocopa 2012, em evento em Kiev, no último dia 12. O grupo protestou contra a expectativa de aumento da prostituição durante o campeonato
Segurança detém ativista do grupo ucraniano Femen, que atua pelos direitos das mulheres, quando ela tentava se aproximar da taça da Eurocopa 2012, em evento em Kiev, no último dia 12. O grupo protestou contra a expectativa de aumento da prostituição durante o campeonato.

Jere Longman


  • O evento esportivo mais importante no Leste Europeu desde a queda do Muro de Berlim começa dia 8 de junho, com a Eurocopa 2012 sendo sediada pela Polônia e Ucrânia.
Mas uma complicada questão racial surgiu quando as famílias de dois jogadores negros da Inglaterra disseram que provavelmente não estarão presentes no torneio de 16 equipes temendo abuso ou violência na Ucrânia, onde a seleção jogará suas primeiras três partidas. Um documentário da “BBC” descrevendo comportamento racista em jogos de futebol ali inflamou ainda mais as emoções.
 
Ao mesmo tempo, um dos principais jogadores da Inglaterra, o zagueiro John Terry, enfrentará um processo criminal após o torneio, por ter abusado racialmente de um adversário negro durante uma partida de clubes em outubro, pela Premier League inglesa. O processo fez com que Terry perdesse a posição de capitão da seleção inglesa.
 
Apesar do racismo no futebol ser um problema persistente na Inglaterra, na Itália e na Espanha, ele parece ainda mais virulento em partidas no Leste Europeu, com alguns torcedores fazendo sons de macacos e jogando bananas para os jogadores negros, enquanto outros fazem saudações nazistas e cantam “Sieg Heil”.
 
O governo britânico e o presidente da federação inglesa de futebol expressaram preocupação com a possibilidade de abuso racial contra os jogadores e torcedores em ambos os países-sede, particularmente na Ucrânia. Poucas famílias de jogadores ingleses planejam ir ao torneio, disse um porta-voz da federação inglesa.
 
Ashley Walcott, irmão do ponta Theo Walcott, disse recentemente no Twitter que a família evitará a Euro 2012 “por temor de possíveis ataques/confrontos racistas”. Ele acrescentou: “Algumas coisas não valem o risco.”
 
Um terço da seleção inglesa é negra. Mark Chamberlain, um ex-jogador e pai do atacante adolescente Alex Oxlade-Chamberlain, disse que não irá às partidas da fase de grupo na Ucrânia, mas poderá ir às fases posteriores da copa. A final será jogada em Kiev em 1º de julho.
 
“É uma grande preocupação”, disse Chamberlain em uma entrevista para a televisão britânica. “Eu acho que sua segurança é mais importante do que uma partida de futebol. É apenas prudente me manter distante disso.”
 
O Leste Europeu não realiza um evento esportivo da magnitude da Eurocopa 2012 desde os Jogos Olímpicos de Moscou em 1980 e das Olimpíadas de Inverno de 1984 em Sarajevo. Como co-país sede, a Ucrânia espera se exibir 26 anos após o desastre nuclear de Chernobyl e duas décadas após ganhar a independência com a dissolução da União Soviética.
 
Mas a Eurocopa será jogada em meio a um boicote político planejado à Ucrânia por alguns líderes europeus, devido à prisão da ex-primeira-ministra, Yulia V. Tymoshenko, e acusações de retrocessos na democracia. E preocupações foram amplamente expressadas em torno do racismo, tráfico sexual, brutalidade policial, gastos de mais de US$ 13 bilhões para sediar o evento em meio a dificuldades econômicas e cobrança de preços de hotel exorbitantes.
 
“Quando a Ucrânia foi indicada, as pessoas diziam que seria uma vitrine para exibir sua democracia, seu crescimento econômico, que ela fazia parte da Europa”, disse Steven Pifer, um ex-embaixador americano na Ucrânia e que agora é membro sênior da Instituição Brookings. “Agora que ela chegou, o aumento de preços, a corrupção, a percepção de que a Ucrânia está retrocedendo na democracia e a decisão de alguns líderes europeus de manter distância colocarão uma nuvem de chuva sobre o desfile.”
 
A elite do futebol de clubes na Europa é cada vez mais inclusiva, com jogadores de diferentes países, raças e grupos étnicos se unindo para formar equipes altamente respeitadas no Barcelona, Chelsea, Bayern de Munique e Manchester United. As seleções na Inglaterra, França, Holanda e Alemanha também colocam em campo times multiculturais.
 
Mas as competições de futebol envolvendo seleções tendem a estimular estereótipos e tensões chauvinistas, disse Andrei Markovits, um professor de estudos alemães da Universidade de Michigan, que escreveu extensamente sobre o futebol e já assistiu pessoalmente a quatro Eurocopas. “Eu estou certo que haverá todo tipo de provocações desagradáveis contra os jogadores de pele escura por todas as partes”, disse Markovits sobre a Eurocopa 2012.
 
Mas ele acrescentou: “Eu não vejo isso como exclusivo do Leste Europeu, exceto em grau. Isso é ubíquo na Europa. De alguma forma, o estádio de futebol permaneceu o último reduto de masculinidade completa. Você pode se comportar mal e se orgulhar disso, de um modo que não pode virtualmente em qualquer outro espaço na Europa.”
 
Max Tucker, um especialista em Ucrânia da Anistia Internacional, disse de Kiev que a polícia pode representar um problema maior para os visitantes do que os hooligans. Ele acusou a polícia ucraniana de ser altamente corrupta e intolerante. Ele descreveu o caso de um homem de etnia azeri que foi recentemente parado pela polícia, espancado e chamado de “negro bastardo”. “A postura aqui é de que as pessoas de cor não são iguais”, disse Tucker.
 
A Uefa, a federação europeia de futebol, disse que concedeu o torneio à Polônia e à Ucrânia para disseminar a influência do esporte e confrontar questões sociais. Os árbitros terão tolerância zero com o racismo durante a Eurocopa 2012, disse a Uefa, e terão poder para interromper a partida em caso de incidentes.
 
Causou comoção na Ucrânia e na Polônia o documentário da “BBC” mostrando torcedores de ambos os países dando saudações nazistas, fazendo sons de macacos e exibindo comportamento antissemita nas partidas. Ele também mostrou fãs em Kharkiv, Ucrânia --uma das cidades-sede da Eurocopa 2012-- atacando um grupo de estudantes asiáticos.
 
Sol Campbell, um ex-capitão da Inglaterra, pediu aos torcedores que evitem o torneio “porque vocês podem terminar voltando em um caixão”.
 
Autoridades na Polônia e na Ucrânia chamaram o documentário e os comentários de Campbell de insultantes e injustos, dizendo que o mau comportamento de um pequeno número de torcedores ocorre em todos os países europeus e assegurando que os visitantes estariam seguros durante a Eurocopa 2012.
 
Oleh Voloshyn, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores ucraniano, acusou o programa da “BBC” de xenofobia, segundo a agência de notícias “The Associated Press”, dizendo que os símbolos nazistas podem ser vistos em “qualquer partida na Inglaterra, então isso significa que os torcedores não devem ir a Londres para as Olimpíadas?”
 
O futebol inglês foi sacudido por dois incidentes raciais proeminentes durante o recém-concluído campeonato inglês. Terry, que joga pelo Chelsea, será julgado em julho por supostamente ter feito um insulto racial durante uma partida em outubro. Ele nega a acusação. Mas Terry é aparentemente a primeira pessoa a ser processada por comentários feitos em campo.
 
Luis Suarez, um atacante uruguaio que joga pelo Liverpool, foi suspenso por oito jogos por fazer comentários abusivos contra Patrice Evra, um zagueiro francês negro que joga pelo Manchester United.
 
Em uma audiência parlamentar em meados de maio, o presidente do sindicato dos jogadores de futebol da Inglaterra disse que os jogadores negros temem “uma torrente de abusos” caso se queixem de racismo após os incidentes de Terry e Suarez.
 
Gordon Taylor, o presidente do sindicato, disse que sente que “o sentimento entre os jogadores negros jovens ainda é ‘Hmm, eu poderia prestar uma queixa, mas...’”
 
A diferença com o racismo no futebol no Leste Europeu é uma questão de escala, disse lorde Herman Ouseley, presidente da organização antidiscriminação chamado Kick It Out, com sede em Londres. “Nesses países, eles tendem a usar a desculpa de que há pouca familiaridade com negros e asiáticos, um temor do desconhecido”, disse Ouseley. “Pode ser o caso, mas é inaceitável. Se as pessoas querem ir [à Eurocopa 2012], elas devem ser alertadas sobre o que podem esperar.”

Tradutor: George El Khouri Andolfato

Fonte: The New York Times

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Reino Unido procura novas armas "não-letais" para reprimir protestos

Novos dispositivos prometem ser menos violentos, mas ainda causarão desconforto em manifestantes

Após lidar com uma onda de revolta que tomou os subúrbios de Londres e outras cidades britânicas em julho de 2011, o governo do Reino Unido procura atualmente novos meios para reprimir manifestações. A ideia é desenvolver armas "não-letais" menos agressivas que as atualmente utilizadas, como balas de borracha e bombas de efeito moral. No ano passado, a polícia inglesa foi criticada por organizações de direitos humanos pelo uso excessivo da força para reprimir os protestos.
As novas armas estão sendo desenvolvidas pelo Cast (Centro para a Ciência e Tecnologia Aplicada, na sigla em inglês) do Ministério do Interior do Reino Unido. O jornal britânico The Guardian teve acesso a documentos que revelam os novos incentivos para a fabricação de itens de segurança pública, que vão de armas sonoras a projéteis contendo substâncias mal cheirosas e irritantes.
Esse é o caso da Dips (Projétil Irritante de Discriminação, na sigla em inglês), uma bala que promete causar menos ferimentos que os projéteis de borracha, mas que não deixará de causar desconfortos aos manifestantes. No momento do impacto, a munição pode liberar uma carga de gás lacrimogêneo ou spray de pimenta.
Outra arma não-letal em desenvolvimento, é o “Skunk Oil”, um projétil que tem como recurso uma substância altamente mal cheirosa.
Efe

Em julho do ano passado, Londres viveu onda de protestos populares duramente reprimidos pela polícia
Os recentes protestos na Grécia contra a série de medidas de austeridade implementadas pelo governo de Lucas Papademos também serviram de inspiração ao “brainstorming” do Cast para conter revoltas populares. Como manifestantes gregos teriam atordoado policiais com canetas laser, a polícia britânica fala, no dossiê obtido pelo Guardian, da necessidade de desenvolver, no curto-prazo, alguma tecnologia anti-laser capaz de bloqueá-los.
Investimento
Os gastos em AEP’s (Projéteis de Atenuação de Energia, na sigla em inglês) parecem acompanhar o crescimento da quantidade de novidades que ingressam no setor. Entre 2010 e 2011, antes da eclosão dos protestos britânicos, a polícia de Leicestershire já dobrava seus gastos com esse tipo de armamento, atingindo a marca das 19 mil libras (pouco mais de 50 mil reais).
No sudoeste da Inglaterra, em Avon e Somerset, cidades menores que também enfrentaram revoltas em 2011, têm gasto valores ainda mais elevados. Desde o fim de 2009 já desembolsaram o equivalente a mais de 350 mil reais em um pacote de armamentos que inclui 28 lançadores de AEP’s e uma quantidade de munição “menos letal” 16 vezes maior que a de outros condados.

Fonte: Opera Mundi

sábado, 24 de dezembro de 2011

Russos saem às ruas em protesto contra resultado de eleições


Manifestante protesta contra o governo na Rússia (Foto: AP)
Milhares de pessoas enfrentaram temperaturas abaixo de zero na Rússia para protestar contra as eleições parlamentares do país, que resultaram em vitória para o partido oficial.
Em Moscou, quase 50 mil pessoas prometeram através do site de mídia social Facebook comparecer ao protesto nesta véspera de Natal. O Ministério do Interior estima que pelo menos 28 mil cumpriram a promessa.
Por causa do frio, a prefeitura da capital está provendo chá e comidas quente, ainda que simples, feitas em cozinhas especialmente montadas no local.
Cerca de 40 ônibus com policiais estão fazendo a proteção do ato, que foi autorizado pela polícia.
Entre as 22 personalidades que devem discursar para as massas em Moscou está o ex-líder do período soviético Mikhail Gorbachov. Estão incluídos também blogueiros, intelectuais e militantes proeminentes.

Jornada de atos

Protestos estão sendo realizados neste sábado também em outras cidades russas.
Em Vladivostok, no leste do país, manifestantes carregaram cartazes pedindo que o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, seja levado a julgamento.
Em São Petersburgo, cidade de Putin e do presidente, Dmitry Medvedev, a polícia efetuou dezenas de prisões.
Manifestante protesta contra o governo na Rússia (Foto: AP)
Manifestantes encararam temperaturas abaixo de zero
Já em Orenbug, na fronteira russa com o Cazaquistão, os manifestantes foram pouco numerosos - cerca de cem - e o frio chegou a -15ºC.
Na Sibéria, a sensação térmica foi de -20ºC.

Eleições

Embora com uma votação que caiu de 64% para 49% do total, o partido Rússia Unida, de Putin e de Medvedev, saiu vencedor nas eleições parlamentares realizadas no último dia 4.
Para acalmar a insatisfação, o governo anunciou nesta semana reformas políticas, como eleições diretas para governadores regionais e processos mais simples para o registro de partidos.
Entretanto, muitos manifestantes dizem que as medidas não são suficientes.
Segundo os manifestantes, um protesto que reuniu 50 mil pessoas no dia 10 de dezembro foi o maior ato de insatisfação contra o governo desde a queda da União Soviética, em 1991.
Fonte: BBC Brasil

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