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domingo, 5 de fevereiro de 2012

Contra imigrantes, americanos aprovam conservadorismo de Romney


As primárias que acontecem desde o início deste ano em diversos estados dos EUA pelo Partido Republicano vão definir o adversário do atual presidente Barack Obama para a disputa de 2012.
O conservador Mitt Romney tem se destacado na disputa, com resultado significativo na última terça-feira (6), na Flórida, quando obteve 46% dos votos contra 32% de Newt Gingrich. 
Em Nevada, onde Romney destacou a participação dos eleitores mórmons e os que apoiam o movimento Tea Party, o candidato também ficou na frente. Às 3h10 deste domingo (horário de Brasília), Romney já era dado como vitorioso, na frente do ex-presidente da Câmara de Representantes, Newt Gingrich e do congressista Ron Paul e do ex-senador Rick Santorum.
Um dos pontos mais abordados durante os debates entre os candidatos é a questão da imigração nos Estados Unidos. O Partido Republicano tem se posicionado contra a entrada de estrangeiros nos EUA de maneira assídua e Romney é um dos que mais reforçam a posição de rejeição. O discurso de extrema-direita e conservador do candidato tem alcançado altos índices de popularidade. 
Existem atualmente cerca de 11 milhões de estrangeiros vivendo ilegalmente nos Estados Unidos. Grande parte é de latino-americanos, principalmente mexicanos, que imigraram de forma ilícita e ocuparam subempregos e profissões desvalorizadas, por muito tempo rejeitada pelos norte-americanos.  

O provável candidato do Partido Republicano Mitt Romney (esq) e o atual presidente dos Estados Unidos, Barack Obama (dir).
O provável candidato do Partido Republicano Mitt Romney (esq) e o atual presidente dos Estados Unidos, Barack Obama (dir).

Segundo o professor Pedro Paulo Zaluth, da Universidade de Campinas (Unicamp), o alto índice de desemprego, causado pela crise econômica, faz com que os eleitores acreditem que uma das razões são que os imigrantes estejam "roubando os empregos", pelo baixo custo da mão-de-obra.
Há hoje nos Estados Unidos "um sentimento de intolerância que é alimentado pela relação neurótica e obsessiva da população com a nacionalidade e os traços culturais do país. Opõe-se a distribuição de renda, pois a camada social menos favorecida tende a ser, em sua maioria, imigrante", afirma o economista. 
Uma das principais bandeiras de Romney é o veto ao "Dream Act", uma proposta que corre no congresso e é apoiado pelo governo de Barack Obama, e que autorizaria a legalização de estudantes imigrantes ilegais que chegaram aos EUA antes dos 16 anos, dentre outros requisitos. 
O discurso do conservador vai em clara oposição às recentes declarações de Obama, que reverenciou a importância dos imigrantes para a formação dos Estados Unidos. "Foi a vinda de milhares de imigrantes que fez os Estados Unidos. Apoiar a imigração é a coisa certa a se fazer, é a coisa inteligente a se fazer" afirmou. Em outra ocasião, Obama citou inclusive os brasileiros: "Pessoas querem vir para cá. E China e Brasil são dois dos países com maiores demandas. Os Estados Unidos estão abertos para negócios", disse.
Romney segue uma tendência que se estabeleceu nos estados do Sul dos Estados Unidos desde 2009. Em estados como o Arizona, leis transformaram a imigração ilegal em crime e concedeu poderes a polícia para abordar "suspeitos" em qualquer lugar, o que levou a uma onda de protestos e acusações da política ter características racistas e xenófobas. 
Apesar de uma atitude altamente criticada pelo presidente Obama, a população parece concordar com o conservadorismo do sul. Uma pesquisa da Pew Research Center for the People and the Press, mostrou que cerca de 60% dos americanos concordam com as rígidas leis em relação aos imigrantes. 
A criação e o aumento de organizações de extrema-direita, como o Tea Party, apoiado pela mídia conservadora, como a Fox News, é um exemplo claro de um movimento cada vez mais conservador da população norte-americana, afirma o professor. 
Apuração: Carolina Mazzi/Jornal do Brasil

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