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sexta-feira, 6 de abril de 2012

Uma pilha de problemas


Relatos sobre falhas no novo iPad lembram quanto as baterias ainda emperram o avanço dos eletrônicos
André Julião
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FEBRE 
Primeiro da fila, japonês faz festa no dia do lançamento do novo iPad

Por mais que tablets, smartphones e notebooks tenham evoluído de forma impressionante nos últimos anos, uma barreira ainda impede que esses objetos sejam mais leves, ambientalmente corretos e eficientes: suas baterias. O lembrete mais recente foi dado por alguns donos do novo iPad, que chegou às lojas há menos de um mês. Como acontece com tudo que envolve a Apple, a notícia se espalhou rapidamente por sites especializados.

O barulho começou com uma crítica do analista Raymond Soneira, presidente da DisplayMate, empresa especializada em displays para dispositivos eletrônicos. Segundo ele, quando o mostrador na tela indicava que a bateria do novo iPad estava completamente carregada, ela apresentaria, na verdade, 90% da carga total – ou uma hora a menos com o aparelho ligado. Outros analistas fizeram o mesmo teste e não detectaram o problema. De acordo com alguns deles, é preciso levar em conta o brilho da tela e se a conexão 4G está ou não ligada, entre outros fatores, para determinar a duração exata da bateria.

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DESAFIO 
"Produzir celulares e tablets é lidar
com um mundo de limitações",
diz Roberto Sobol, diretor da Samsung do Brasil

Michael Tchao, vice-presidente de marketing e produtos da Apple, explica que a confusão se deve ao modo como o tablet administra o processo de carregamento da bateria, desde o ponto onde ela está quase totalmente carregada até quando a fonte de alimentação é retirada da tomada – ou quando o cabo USB é desplugado do PC, outra forma de recarregar a máquina. O iPad, o iPhone e o iPod mostram a bateria como cheia pouco antes de isso acontecer. A partir desse ponto, ela continua sendo abastecida para alcançar os 100%, então descarrega um pouco e carrega novamente até a capacidade máxima, repetindo esse processo até o aparelho ser finalmente desplugado da rede elétrica. 

“Os circuitos são concebidos de forma que o usuário possa manter o aparelho ligado na tomada o tempo que quiser”, disse Tchao ao site especializado All Things Digital. “É uma ótima característica, que sempre esteve presente em nossos aparelhos.” Ele diz ainda que os usuários podem contar com as dez horas de carga que a máquina promete. Por ter maior resolução e outras características próprias para games, a nova versão do tablet vem com uma bateria levemente mais grossa, para durar o mesmo que a do iPad 2, que exigia menos energia.

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BATERIA CHEIA 
Americana usa laptop e celulares desplugados da tomada

Uma prova de que nem a todo-poderosa Apple consegue driblar as limitações das prosaicas baterias. “Produzir celulares e tablets é lidar com um mundo de restrições”, define Roberto Sobol, diretor de produtos da Samsung no Brasil, uma das maiores concorrentes da empresa criada por Steve Jobs. Ele diz que não basta a bateria ser eficiente, mas o processador, a tela e os outros componentes do “ecossistema” do aparelho também têm de apresentar alto desempenho. Quando um novo processador é lançado, por exemplo, ele não é apenas mais veloz, mas também consome menos energia do que o anterior.

Pesquisadores no mundo todo tentam criar novas baterias, que vão desde as flexíveis – próprias para telas que possam ser dobradas – até as resistentes à água (leia quadro). Mesmo sendo mais duráveis que os modelos anteriores (de cádmio e níquel), as atuais, de íons de lítio, têm uma capacidade limitada de novas recargas. Sobol lembra, porém, que elas têm muito mais virtudes que as antigas. “Hoje elas podem ter diversos formatos, além de agredir menos o ambiente”, afirma. Esse fator, aliado ao baixo custo, transformou-a em padrão num mundo repleto de dispositivos móveis. Por conta disso, um tablet que funcione a hidrogênio ainda é coisa de ficção científica. 

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Fonte: Istoé

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