Mostrando postagens com marcador USA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador USA. Mostrar todas as postagens

domingo, 17 de novembro de 2013

As melhores praias do Havaí

O Havaí é um arquipélago amplamente conhecido por suas praias belíssimas, sua cultura distinta e seus vulcões assustadores. O arquipélago abriga algumas das praias mais belas do mundo, algumas só acessíveis por helicóptero. O site bestplaceshawaii fez uma pesquisa e nomeou as 5 Melhores Praias do Havaí, de acordo com a acessibilidade, segurança, qualidade, beleza e atividades.

1- Praia de Lanikai, Oahu
Considerada por muitos moradores como a melhor praia no Havaí, as águas claras de Lanikai, a praia grande e limpa e os coqueiros abundantes transformam sua visão em um verdadeiro sonho. A os quilômetros de areia, que mais parece talco, é perfeita para banhos de sol. 
As águas azul-turquesa, abrigadas por uma ampla proteção recife, proporcionam condições ideais para nadar. Outras atividades populares no Lanikai incluem caiaque, canoagem, vela, surf e windsurf. Lanikai Beach realmente faz jus ao seu nome traduzido de “mar celeste”.

2 – Costa de Hanalei, Kauai
A belíssima Costa de Hanalei, na costa norte de Kauai pode ser o cenário de praia mais bonito em todo o Havaí. Hanalei é a maior baía na ilha de Kauai, sua geografia forma quase um perfeito semi-círculo de areia branca. 
Não o bastante, atrás da praia se encontra um cenário absolutamente deslumbrante de cachoeiras e montanhas esmeralda envoltas em névoa, subindo milhares de metros em direção ao céu. A praia tem de aproximadamente 3,5km de comprimento, 38 metros de largura. 
Banhada pelo rio Hanalei para o leste e pelo o Rio Waipa para o oeste, em  ambas suas extremidades há grandes recifes de corais. Todo esporte aquático que você pode imaginar está disponível, desde canoagem e windsurf até caiaque pelo rio Hanalei. A baía é muito popular entre os surfistas profissionais.

3 – Kaanapali – Black Rock Beach, Maui
Mais conhecida como Praia da Pedra Negra (Black Rock Beach), esta praia tem muitos nomes diferentes (entre eles Keka’a Beach, Canoa Beach, Dig Me Beach). A popularização do nome ‘praia da pedra negra’ se deve a uma grande rocha de lava que divide a praia. 
Localizada no leste de Maui, A praia da pedra negra é um paraíso para os amantes de esportes aquáticos. É possível realizar praticamente todos os tipos de atividades no oceano. Snorkeling e mergulho são excelentes pedidas para os menos aventurados. 
A Praia da Pedra Negra é muito movimentada, apesar de não ser tão grande. O que você abre mão em termos de privacidade, ganha em muita  diversão em lojas, restaurantes, passeios de barco, pesca, canoagem, vela, banho de sol e muito mais.

4 – Costa de Hanauma, Oahu
Bonita e popular, de Costa de Hanauma foi formada há milhares de anos pelas enchentes de uma cratera vulcânica. Esta baía quase circular é o lar de uma população incrivelmente diversa e abundante de peixes. 
A Costa de Hanauma é um dos melhores e mais populares lugares snorkeling e nado no mundo. No entanto, natação, snorkeling e mergulho excessivo ameaçaram as populações marinhas da baía. A área foi designada como uma zona de conservação da vida marinha em 1967, mas isso não foi suficiente; em 1990 iniciou-se uma restrição na quantidade de visitantes na ilha. 
A Costa de Hanauma é outra das mais belas baías do Havaí, mas para desfrutar de seus tesouros, você vai ter que planejar com antecedência e chegar cedo.

5- Praia de Kapalua, Maui
Areia dourada, palmeiras, águas calmas. Que mais se pode pedir? É apenas mais um dia no paraíso neste Maui praia bolso Ocidente. 
Situado entre dois pontos de lava e rodeado por um bosque de coqueiro, Kapalua é conhecida por suas ondas de tranquilas, ideal para o banhista menos aventureiro e famílias com crianças pequenas.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Greve de fome e prisão sem fim: o que está acontecendo em Guantánamo?


A greve de fome começou em fevereiro deste ano, após guardas revistarem exemplares do Alcorão durante uma inspeção nas celas. No entanto, o ato se tornou algo bem maior do que um protesto contra o desrespeito ao livro sagrado.
Wikicommons
Prisioneiros em Guantánamo são escoltados para suas celas por militares. Já são mais de 90 em greve de fome desde fevereiro

Na ação, militares norte-americanos disseram que os detentos haviam escondido “armas improvisadas, comida e remédios não-autorizados” na lombada dos exemplares. Segundo eles, a revista foi feita seguindo o padrão, por tradutores muçulmanos.

No entanto, de acordo com os advogados, os presos chegaram a propor que os livros fossem jogados no lixo, tamanho o desrespeito. Inicialmente, os militares não aceitaram descartar os alcorões, mas agora dizem que é opcional.

Outras revistas a exemplares do Alcorão já haviam desengatilhado greves de fome em 2005. Desta vez, é unânime – desde a Cruz Vermelha até o comandante do Comando-Sul do Pentágono – a opinião de que a greve foi causada pela crescente frustração e desespero dos presos.

São mínimas as chances de a prisão de Guantánamo ser fechada ou que os detentos sejam transferidos para outro lugar em um futuro próximo. O último a deixar a prisão, no ano passado, saiu de lá morto.

O general John Kelly, chefe do Comando Sul norte-americano, disse em março que os presos ouviram o discurso de posse do presidente Barack Obama e perceberam que não houve nenhuma menção a eles. “Isso provocou frustração e eles querem aumentar a temperatura, voltar à mídia”, disse Kelly.


Em um relato publicado no New York Times, Samir Moqbel, detento do Iêmen em greve de fome, afirmou esperar que “por causa do nosso sofrimento, os olhos do mundo se virem novamente para Guantánamo antes que seja tarde.”

Outro preso, o saudita Shaker Aamer, também escreveu um artigo, dizendo que a greve de fome é diferente das anteriores que já fez. Segundo os advogados, o jejum foi adotado por muito mais detentos do que os militares admitem. Nesta sexta-feira (26/04), o número de grevistas chegou a 97, mais da metade do total. Dois presos tentaram cometer suicídio.

Leia detalhes sobre o caso:

HOUVE CONFLITOS ENTRE OS GUARDAS E OS PRESOS?

Sim. Na manhã de 13 de abril, soldados com equipamentos antimotim transferiram 60 detentos da cela de convivência conjunta para celas individuais. Os guardas atiraram com balas não-letais, após dizerem que os prisioneiros tinham armas improvisadas, como garrafas de plástico cheias de pedras e cabos de vassoura.

Comandantes afirmaram ao jornal Miami Herald que os detentos estavam ignorando as ordens. Eles supostamente estariam cobrindo as câmeras de monitoramento, cutucando guardas através das grades, jogando urina nos militares e se recusando a se trancar nas celas para inspeções durante a noite.

Em janeiro, houve um conflito no campo de futebol da prisão, no qual os guardas também atiraram balas “não-letais” nos presos.

Em comunicado essa semana, os militares afirmaram que os detentos foram presos para serem monitorados 24 horas por dia. Em anos recentes, a cela comum foi transformada em dormitório. Agora, segundo o Miami Herald, os presos estão de novo mantidos em celas individuais, sem TV e sem seus documentos pessoais.

Os advogados dos detentos afirmam que os guardas endureceram o tratamento nos últimos meses, confiscando cartas e itens pessoais.

Omar Farah, do Centro de Direitos Constitucionais, contou que ele e outros advogados temem que a transferência para celas individuais os impeça de saber o que está acontecendo com a greve de fome. “Temos obtido informações principalmente através do relato de outros presos”, afirmou.

OS DETENTOS EM GREVE DE FOME ESTÃO SENDO PUNIDOS?

Pelo menos um afirmou que os grevistas estão sendo forçados a tomar água da torneira, além de a administração ter abaixado a temperatura das celas. Os militares negam.

MAS E A ALIMENTAÇÃO FORÇADA?

Até meados de abril, 15 detentos estavam sendo alimentados à força com suplementos nutricionais, por meio de tubos no nariz. Militares alegam que os presos se apresentam voluntariamente para as sessões, mesmo aqueles que desmaiam durante as sessões. Outros presos são amarrados durante o procedimento.

Wikicommons
Moqbel escreveu no NYT que em março ele chegou a passar 26 horas amarrado. “Duas vezes por dia eles me amarram a uma cadeira na minha cela. Meus braços, minhas pernas e minha cabeça são amarrados. Eu nunca sei que horas eles vão chegar”, relatou.

A Cruz Vermelha e outros grupos de direitos humanos são contra a alimentação forçada, justificando que os prisioneiros têm o direito de escolha. Já os militares sustentam que seria desumano deixa-los morrer de fome.

QUANTOS PRISIONEIROS AINDA ESTÃO EM GUANTANAMO?

166. Desde 2002, 779 pessoas passaram pela prisão. Nenhum novo detento foi trazido pela administração Obama, e os penúltimos a sair foram dois muçulmanos chineses,  transferidos para El Salvador no ano passado. Adnan Latif, um iemenita, suicidou-se em setembro. Foi o nono detento a morrer na prisão.

OS EUA CONSIDERAM OS PRISIONEIROS TERRORISTAS PERIGOSOS?

Não. Na verdade, cerca de metade dos detentos atualmente em Guantánamo teve a libertação aprovada. Veja como está a situação legal dos presos:

56 deles receberam permissão para serem devolvidos aos seus países ou transferidos para outros.  Aqui estão os nomes.

30 iemenitas também foram liberados, mas continuam na prisão por causa da situação de insegurança no país, segundo os EUA.

24 pessoas ainda “podem ser julgadas”.

46 estão sendo mantidos indefinidamente presos por serem considerados “muito perigosos para serem soltos”, mas não estão sendo devidamente julgados.

Sete estão sendo julgados por comissões militares, ente eles cinco acusados de organizar os ataques de 11 de setembro.

Três foram condenados por comissões militares e estão cumprindo a sentença. Outros quatro foram condenados e depois transferidos para seus países.

Os EUA não publicaram os nomes dos detentos em greve de fome, mas alguns estão na lista dos que já foram liberados, porém, continuam presos.

POR QUE OS PRESOS LIBERADOS AINDA NÃO FORAM SOLTOS?

Nos últimos anos o Congresso dos EUA proibiu a transferência de prisioneiros para o país, o que tornou mais difícil o envio deles a outros países. Grupos de direitos humanos estão pressionando Obama, sem sucesso. Desde que a lei entrou em vigor, quatro detentos foram enviados para o exterior, mas em todos os casos as transferências foram ordenadas pela justiça ou resultado de um acordo com a comissão militar – o que é permitido pelo Congresso norte-americano.

Quanto aos iemenitas presos, Obama anunciou a suspensão das transferências para o Iêmen depois de um atentado fracassado no Natal de 2009. Há também temor de reincidência – segundo um relatório do Diretor de Inteligência Nacional, cerca de 16% dos detentos libertados haviam voltado a atividades de militância.

Mesmo assim, o presidente do Iêmen, que tem trabalhado proximamente com os EUA em ações de contraterrorismo – inclusive em uma campanha com drones dentro do território do país – recentemente se referiu a Guantánamo como uma “tirania”.

O Reino Unido também fez lobby pela libertação de um detento em greve de fome, Shaker Aamer, que tem residência no país. O comissário para Direitos Humanos da ONU afirmou que a detenção por tempo indefinido em Guantánamo “é uma clara violação da legislação internacional”.

POR QUE OBAMA AINDA NÃO FECHOU GUANTÁNAMO?

A Casa Branca diz que “permanece comprometida” em fechar Guantánamo, mas seus planos foram paralisados pela oposição do Congresso. Um dos primeiros atos de Obama quando se tornou presidente foi uma ordem executiva para desativar a prisão no prazo de um ano. Ele não descartou a detenção militar contínua ou o julgamento em comissões militares, mas suspendeu temporariamente as comissões e exigiu uma revisão da situação dos detentos.

Em um discurso poucos meses depois, Obama disse que “a existência de Guantánamo provavelmente criou mais terroristas ao redor do mundo do que jamais deteve” e provocou “um retrocesso na autoridade moral que é a moeda mais forte dos EUA no mundo”. A partir daí, o Congresso aprovou restrições – e a administração abandonou muitos de seus esforços para fechar Guantánamo.

Em janeiro, o Departamento de Estado desativou o escritório responsável por realocar os detentos. Mesmo que as restrições de transferência fossem flexibilizadas, ainda não é claro o que aconteceria com os prisioneiros que estão detidos por tempo indefinido. Uma nova revisão periódica dos processos dos detidos foi criada em 2011, mas ainda não começou de fato.

O QUE OS OBSERVADORES INTERNACIONAIS PODEM SABER SOBRE GUANTÁNAMO?

Não muito além daquilo que os militares querem. As reclamações sobre a qualidade da água, o número de grevistas e as revistas ao Alcorão ressaltam as limitadas – e por vezes unilaterais – informações que saem da prisão.

Os detentos se comunicam principalmente através de seus advogados. Os militares controlam o acesso à prisão. Recentemente, repórteres foram expulsos da prisão por algumas semanas.

Há pouco tempo, um fotógrafo da Reuters relatou como foi sua visita. Segundo ele, o passeio foi extremamente monitorado, incluindo restrições do que se podia ou não fotografar. Carol Rosenberg, do Miami Herald, também descreveu recentemente as restrições a repórteres que cobrem Guantánamo, como ela faz há 11 anos. Ela, por exemplo, nunca obteve permissão para conversar com um preso.

A Cruz Vermelha tem acesso aos prisioneiros e está em Guantánamo desde o início da greve, mas suas descobertas raramente são publicadas. Na semana passada, o presidente do grupo classificou a situação dos prisioneiros como “insustentável”.


Fonte: Opera Mundi

terça-feira, 23 de outubro de 2012

O jogo do bilhão


Impulsionados pelas doações aos comitês políticos, Barack Obama e Mitt Romney protagonizam a campanha política mais cara da história. Juntos, eles vão gastar mais de US$ 2 bilhões

Mariana Queiroz Barboza
Chamada.jpg
DUELO
Ainda não se sabe como o debate da terça-feira 16 impactou nas doações
No anseio de não ser ultrapassado pelo adversário na corrida presidencial americana, o democrata Barack Obama deve alcançar nas próximas semanas o número mágico de US$ 1 bilhão em arrecadação de fundos para sua campanha. Assim, sua empreitada para a reeleição será a mais cara da história recente. Já o republicano Mitt Romney, que de abril a julho dominou a corrida por doações, estima gastar US$ 800 milhões. Nessa toada, até o dia do voto, em 6 de novembro, democratas e republicanos devem desembolsar no total mais de US$ 2 bilhões. “Os candidatos temem que, se não gastarem tanto dinheiro, seu opositor o fará e se comunicará melhor com os eleitores”, diz Danny Hayes, professor de ciência política da Universidade de George Washington. “Um tem que fazer frente ao investimento do outro e, dessa forma, são levados a bater recorde atrás de recorde”, diz Filipe Campante, professor de políticas públicas da Universidade de Harvard. “O resultado são valores que soam absurdos.”
2.jpg
Levando-se em conta um contexto em que os partidários do atual presidente comemoram um recuo de 0,3 ponto percentual na taxa de desemprego (de 8,1% para 7,8% em setembro), a campanha bilionária parece fora de tom. Para John Hudak, especialista em estudos de governança do Instituto Broo­kings, de Washington, embora muitos cidadãos reclamem da arrecadação e dos gastos bilionários, a crítica não deve utilizar a crise econômica como pano de fundo. “O dinheiro vem de doadores individuais, que escolheram fazer isso por vontade própria”, afirma. “Mas essa é uma parcela pequena da população, já que muitos não doam para políticos porque simplesmente não podem gastar dinheiro com isso.” A base de contribuintes do atual presidente ultrapassou os quatro milhões de indivíduos, o que é um número impressionante, mas pequeno se considerado que o vencedor precisará de ao menos 65 milhões de votos nessas eleições, segundo estimativas.
3.jpg
Ao dispensar o financiamento público, em 2008, Obama inaugurou a era das campanhas presidenciais bilionárias e abriu caminho para a regularização dos comitês políticos independentes, conhecidos como Super PACs. O resultado foi amplamente favorável ao democrata. Enquanto o senador republicano John McCain gastou US$ 239 milhões para concorrer à Presidência, sendo US$ 85 milhões de financiamento público, Obama gastou mais que o triplo: US$ 770 milhões. Apoiada por doações pequenas, mas contínuas, e impulsionadas pela internet, a campanha de Obama há quatro anos descobriu um caminho vantajoso para recusar o financiamento público ao se ver livre do engessamento a um teto. Esse é, afinal, o maior benefício que os inéditos Super PACs trazem aos candidatos neste ano. Em janeiro de 2010, uma decisão da Suprema Corte americana baseou-se no direito à liberdade de expressão para derrubar os limites de doação para esses comitês, que são livres para apoiar quem quiserem. “Os Super PACs geralmente são fundados por doadores ricos que contribuem com quantias de US$ 250 mil, US$ 500 mil ou até maiores que US$ 1 milhão”, diz Liz Bartolomeo, diretora de comunicação da ONG Sunlight Foundation. “As portas para despesas políticas estão abertas e há pouca regulação para impedir isso.”
EUA-02-IE-2241.jpg
Os comitês independentes tiveram papel fundamental nas primárias republicanas no início do ano. Candidatos como Newt Gingrich e Rick Santorum só foram capazes de permanecer mais tempo na disputa por causa do apoio que receberam dos Super PACs. Mas sua real influência só poderá ser conhecida após o resultado das eleições majoritárias. John Hudak, do Instituto Brookings, vê o fenômeno com ceticismo. “Campanhas caras são boas para a democracia pelo fato de indivíduos estarem doando seu dinheiro e tomando um papel mais participativo no processo eleitoral, mas os Super PACs não têm demonstrado o mesmo poder dos eleitores engajados.” Os comitês que apoiam Romney gastaram muito mais do que os que apoiam Obama (leia quadro) e a maior parte disso foi para propagandas negativas veiculadas na tevê. Ainda assim, as pesquisas mostram os dois tecnicamente empatados. “No fim do dia, apesar de todo o dinheiro, o efeito não é o esperado”, diz Hudak.
5.jpg
Diretor de comunicação do American Crossroads, comitê que apoia o candidato republicano, Jonathan Collegio diz que trabalha por Romney por acreditar em valores liberais, como o livre mercado e governos limitados, e não vê exagero no papel dos Super PACs. “Nossas atividades atuam como fonte de equilíbrio diante do impacto que os sindicatos tiveram nas eleições nos últimos 80 anos”, afirma. “Só em 2008, eles gastaram mais de US$ 400 milhões para ajudar a eleger Obama.” Enquanto alguns críticos defendem que a nova legislação aumenta a influência das corporações e afasta os EUA do foco nas contribuições individuais, dados da Sunlight Foundation mostram que a maioria das doações vem de pessoas físicas. Segundo a organização, dos US$ 459,7 milhões já levantados pelos comitês, apenas US$ 99 milhões vieram de empresas. “Os comitês políticos estão interessados em eleger seus candidatos e nem um pouco preocupados com a saúde da democracia”, diz Danny Hayes, da Universidade de George Washington.
EUA-05-IE.jpg
Tanto empenho para a arrecadação de recursos para seus candidatos, entre outras ações, que incluem, por exemplo, ligações de telefone para potenciais eleitores, retrata um cenário que não era previsto pelos analistas no início do ano. A fraca recuperação da economia, de um lado, e a falta de carisma do adversário de Obama, do outro, resultaram numa disputa apertada, palmo a palmo, mas não impediram que o engajamento dos militantes se desse em números tão superlativos. Os momentos-chave da campanha estiveram diretamente relacionados a avanços na arrecadação. Após o primeiro debate entre os presidenciáveis em 4 de outubro, quando a performance de Mitt Romney surpreendeu positivamente os eleitores, sua campanha levantou US$ 12 milhões nas 24 horas seguintes ao evento. Antes disso, a campanha de Barack Obama chegara a um pico de 700 mil contribuintes na semana da Convenção do Partido Democrata, de 4 a 6 de setembro. O impacto do debate da terça-feira 16, em que as pesquisas sagraram Obama como o vencedor por uma pequena margem, não foi divulgado pelas campanhas.

A chegada ao marco bilionário para reeleger um presidente é relativizada pelos cientistas políticos. “Um bilhão de dólares é muito dinheiro de forma absoluta, mas nem tanto perto da nossa economia”, afirma Hayes. “Se considerarmos o tamanho do orçamento americano ou mesmo de seu déficit anual, que é da ordem de US$ 1 trilhão, isso é uma gota no oceano”, diz Filipe Campante, da Universidade de Harvard. “Dada a importância das decisões do governo sobre os agentes econômicos globais, esse valor não é surpreendente, o que não quer dizer que seja desejável do ponto de vista social.” 

Foto: Brian Snyder/Reuters
Fonte: Federal Election Commission
Fotos: Joe Burbank/Photoshot/Other Images e Jason Reed/Reuters
Fonte: IstoÉ N° Edição:  2241 |  19.Out.12 -

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Tempestade solar pode afetar 130 mi de americanos


Divulgação/NASA
São Paulo - A Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos anunciou que uma gigante tempestade solar pode destruir mais de 300 dos 2.100 transformadores de alta voltagem dos EUA nos próximos dois anos. Com isso, mais de 130 milhões de americanos poderiam ser afetados.
O Sol tem ciclos de atividade de aproximadamente 11 anos, com períodos mais intensos. O próximo auge desse ciclo está previsto para acontecer em 2013. Por isso, as agências federais já buscam maneiras de preparar os EUA para uma grande tempestade solar.
As tempestades são causadas pelas manchas solares, regiões onde há uma redução de temperatura e pressão das massas gasosas no Sol, relacionadas ao seu campo magnético. Com essa grande tempestade solar, outros países podem sofrer impacto. Porém, os Estados Unidos devem sofrer mais porque o sistema de energia é mais amplo e interconectado.
Especialistas estimam um risco de até 7% de uma grande tempestade em 2013. Apesar dos riscos de uma catástrofe serem pequenos, os efeitos seriam parecidos com a do impacto de um grande meteorito em colisão com o planeta. Os locais mais vulneráveis estão no terço leste dos EUA, do Meio-Oeste à costa atlântica e no Noroeste do país.
Esses transformadores formam a espinha dorsal da rede elétrica dos EUA. Durante essa forte tempestade solar, pode acontecer um blecaute de longa duração. O relatório da Academia Nacional de Ciências estimou que as falhas ou danos permanentes em aproximadamente 360 transformadores devem exigir a substituição do equipamento.
Por isso, o governo americano e a iniciativa privada acreditam que esse é um problema complexo que exige uma solução coordenada para que não fique muito caro e não dure muito tempo. A troca do equipamento pode levar mais de um ano. Além disso, o custo somente no primeiro ano após a tempestade poderia chegar a US$ 2 trilhões. Com isso, segundo informações da agência de notícias Reuters, mais de 130 milhões de pessoas nos EUA poderiam ser afetadas.
Fonte: info.abril.com.br

domingo, 5 de agosto de 2012

Tiros são disparados em templo religioso nos EUA


Tiros foram disparados neste domingo em um templo sikh da cidade de Oak Street, no Estado americano de Wisconsin. Não há informações sobre vítimas e não está claro se alguma prisão foi feita. Relatos de testemunhas, que não foram confirmados oficialmente, dão conta de que muitas pessoas foram baleadas e de que algumas estão presas no local.
A polícia afirmou que um policial foi baleado várias vezes, mas deve sobreviver. Um suspeito também foi baleado, mas não há informações sobre seu estado de saúde. Também não está claro se outros suspeitos estão no local. "A situação ainda é fluida", disse um porta-voz.
AP
Homem reza em frente a templo sikh em Oak Creek, Wisconsin, onde tiros foram disparados

O templo é frequentado por adeptos do sikhismo, religião criada na Índia que combina hinduísmo e islã. A polícia de Oak Creek, uma cidade de 30 mil habitantes localizada ao sul de Milwaukee, foi chamada ao local por volta das 10h30 no horário local (12h30 de Brasília).
O jornal local Journal Sentinel afirmou que pelo menos quatro pessoas foram baleadas e que vários feridos foram levados ao hospital, inclusive o presidente do templo. Nenhuma destas informações foi confirmada oficialmente.
Pelo menos 12 ambulâncias estão estacionadas em frente ao templo e a polícia fez um cordão de isolamento para impedir a aproximação de jornalistas e curiosos.
Os Estados Unidos ainda se recuperam do choque causado por um ataque a um cinema que deixou 12 mortos em Aurora, no Colorado, em 20 de julho, durante a estreia do filme "Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge".
James Holmes, 24 anos, responderá a 142 acusações pelo ataque - sendo 12 de assassinato em primeiro grau, 12 de assassinato com extrema indiferença e 116 de tentativa de assassinato.
AP
Mulheres aguardam notícias em frente a templo sikh em Oak Creek

Com AP e informações da CNN

domingo, 8 de julho de 2012

EUA: Um recorde raro e cruel – Por Jimmy Carter, ex-presidente americano







Revelações de que altos funcionários do governo dos EUA decidem quem será assassinado em países distantes, inclusive cidadãos norte-americanos, são a prova apenas mais recente, e muito perturbadora, de como se ampliou a lista das violações de direitos humanos cometidas pelos EUA. Esse desenvolvimento começou depois dos ataques terroristas de 11/9/2001; e tem sido autorizado, em escala crescente, por atos do executivo e do legislativo norte-americanos, dos dois partidos, sem que se ouça protesto popular. Resultado disso, os EUA já não podem falar, com autoridade moral, sobre esses temas cruciais.

Por mais que os EUA tenham cometido erros no passado, o crescente abuso contra direitos humanos na última década é dramaticamente diferente de tudo que algum dia se viu nos EUA. Sob liderança dos EUA, a Declaração Universal dos Direitos do Homem foi adotada em 1948, como “fundamento da liberdade, justiça e paz no mundo”. Foi compromisso claro e firme, com a ideia de que o poder não mais serviria para acobertar a opressão ou a agressão a seres humanos. Aquele compromisso fixava direitos iguais para todos, à vida, à liberdade, à segurança pessoal, igual proteção legal e liberdade para todos, com o fim da tortura, da detenção arbitrária e do exílio forçado.
Aquela Declaração tem sido invocada por ativistas dos direitos humanos e da comunidade internacional, para trocar, em todo o mundo, ditaduras por governos democráticos, e para promover o império da lei nos assuntos domésticos e globais. É gravemente preocupante que, em vez de fortalecer esses princípios, as políticas de contraterrorismo dos EUA vivam hoje de claramente violar, pelo menos, 10 dos 30 artigos daquela Declaração, inclusive a proibição de qualquer prática de “castigo cruel, desumano ou tratamento degradante.”
Legislação recente legalizou o direito do presidente dos EUA, para manter pessoas sob detenção sem fim, no caso de haver suspeita de ligação com organizações terroristas ou “forças associadas” fora do território dos EUA – um poder mal delimitado que pode facilmente ser usado para finalidades autoritárias, sem qualquer possibilidade de fiscalização pelas cortes de justiça ou pelo Congresso (a aplicação da lei está hoje bloqueada, suspensa por sentença de um(a) juiz(a) federal). Essa lei agride o direito à livre manifestação e o direito à presunção de inocência, sempre que não houver crime e criminoso determinados por sentença judicial – mais dois direitos protegidos pela Declaração Universal dos Direitos do Homem, aí pisoteados pelos EUA.
Cenas de abusos em Guantánamo em Cuba

Além de cidadãos dos EUA assassinados em terra estrangeira ou tornados alvos de detenção sem prazo e sem acusação clara, leis mais recentes suspenderam as restrições da Foreign Intelligence Surveillance Act, de 1978, para admitir violação sem precedentes de direitos de privacidade, legalizando a prática de gravações clandestinas e de invasão das comunicações eletrônicas dos cidadãos, sem mandato. Outras leis autorizam a prender indivíduos pela aparência, modo de trajar, locais de culto e grupos de convivência social.
Além da regra arbitrária e criminosa, segundo a qual qualquer pessoa assassinada por aviões-robôs comandados à distância (drones) por pilotos do exército dos EUA é automaticamente declarada inimigo terrorista, os EUA já consideram normais e inevitáveis também as mortes que ocorram ‘em torno’ do ‘alvo’, mulheres e crianças inocentes, em muitos casos. Depois de mais de 30 ataques aéreos contra residências de civis, esse ano, no Afeganistão, o presidente Hamid Karzai exigiu o fim desse tipo de ataque. Mas os ataques prosseguem em áreas do Paquistão, da Somália e do Iêmen, que sequer são zonas oficiais de guerra. Os EUA nem sabem dizer quantas centenas de civis inocentes foram assassinados nesses ataques – todos eles aprovados e autorizados pelas mais altas autoridades do governo federal em Washington. Todos esses crimes seriam impensáveis há apenas alguns anos.
Essas políticas têm efeito evidente e grave sobre a política exterior dos EUA. Altos funcionários da inteligência e oficiais militares, além de defensores dos direitos das vítimas nas áreas alvos, afirmam que a violenta escalada no uso dos drones como armas de guerra está empurrando famílias inteiras na direção das organizações terroristas; enfurece a população civil contra os EUA e os norte-americanos; e autoriza governos antidemocráticos, em todo o mundo, a usar os EUA como exemplo de nação violenta e agressora.
Simultaneamente, vivem hoje 169 prisioneiros na prisão norte-americana de Guantánamo, em Cuba. Metade desses prisioneiros já foram considerados livres de qualquer suspeita e poderiam deixar a prisão. Mas nada autoriza a esperar que consigam sair vivos de lá. Autoridades do governo dos EUA revelaram que, para arrancar confissões de suspeitos, vários prisioneiros foram torturados por torturadores a serviço do governo dos EUA, submetidos a simulação de afogamento mais de 100 vezes; ou intimidados sob a mira de armas semiautomáticas, furadeiras elétricas e ameaças (quando não muito mais do que apenas ameaças) de violação sexual de esposas, mães e filhas. Espantosamente, nenhuma dessas violências podem ser usadas pela defesa dos acusados, porque o governo dos EUA alega que são práticas autorizadas por alguma espécie de ‘lei secreta’ indispensável para preservar alguma “segurança nacional”.
Muitos desses prisioneiros – mantidos em Guantánamo como, noutros tempos, outros inocentes também foram mantidos em campos de concentração de prisioneiros na Europa – não têm qualquer esperança de algum dia receberem julgamento justo nem, sequer, de virem a saber de que crimes são acusados.
Em tempos nos quais o mundo é varrido por revoluções e levantes populares, os EUA deveriam estar lutando para fortalecer, não para enfraquecer cada dia mais, os direitos que a lei existe para garantir a homens e mulheres e todos os princípios da justiça listados na Declaração Universal dos Direitos do Homem. Em vez de garantir um mundo mais seguro, a repetida violação de direitos humanos, pelo governo dos EUA e seus agentes em todo o mundo, só faz afastar dos EUA seus aliados tradicionais; e une, contra os EUA, inimigos históricos.
Como cidadãos norte-americanos preocupados, temos de convencer Washington a mudar de curso, para recuperar a liderança moral que nos orgulhamos de ter, no campo dos direitos humanos. Os EUA não foram o que foram por terem ajudado a apagar as leis que preservam direitos humanos essenciais. Fomos o que fomos, porque, então, andávamos na direção exatamente oposta à que hoje trilhamos.
Tradução: Vila Vudu
Artigo de Jimmy Carter, Prêmio Nobel, 39º presidente dos EUA
Fonte: navalbrasil.com

Postagens populares

Total de visualizações de página

Páginas