tag:blogger.com,1999:blog-18632072276548545212024-03-13T07:04:10.234-03:00ROGÉRIO ROCHA: O BLOGCultural e ecléticoRogério Rochahttp://www.blogger.com/profile/02567831559873849872noreply@blogger.comBlogger2592125tag:blogger.com,1999:blog-1863207227654854521.post-32239569326260593612024-01-14T16:58:00.005-03:002024-01-14T16:58:44.098-03:00A Maçonaria no Divã: as perspectivas e as contribuições dos não maçons<p><br /></p><p class="has-text-align-right" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px; text-align: right;"><strong style="-webkit-font-smoothing: antialiased; box-sizing: border-box;">Ivan Antonio Pinheiro<a href="https://bibliot3ca.com/a-maconaria-no-diva-as-perspectivas-e-as-contribuicoes-dos-nao-macons/#_ftn1" id="_ftnref1" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border-bottom: 1px solid rgba(0, 0, 0, 0.2); box-sizing: border-box; color: #ce2721; outline: none; text-decoration-line: none; transition: all 0.1s ease-in-out 0s;">[1]</a><br style="-webkit-font-smoothing: antialiased; box-sizing: border-box;" />Lucas Vieira Dutra</strong><a href="https://bibliot3ca.com/a-maconaria-no-diva-as-perspectivas-e-as-contribuicoes-dos-nao-macons/#_ftn2" id="_ftnref2" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border-bottom: 1px solid rgba(0, 0, 0, 0.2); box-sizing: border-box; color: #ce2721; outline: none; text-decoration-line: none; transition: all 0.1s ease-in-out 0s;">[2]</a><br style="-webkit-font-smoothing: antialiased; box-sizing: border-box;" /><strong style="-webkit-font-smoothing: antialiased; box-sizing: border-box;">Jorge Antônio Mendes</strong> <a href="https://bibliot3ca.com/a-maconaria-no-diva-as-perspectivas-e-as-contribuicoes-dos-nao-macons/#_ftn3" id="_ftnref3" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border-bottom: 1px solid rgba(0, 0, 0, 0.2); box-sizing: border-box; color: #ce2721; outline: none; text-decoration-line: none; transition: all 0.1s ease-in-out 0s;">[3]</a></p><div class="wp-block-image" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px;"><figure class="aligncenter size-large" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; box-sizing: border-box; clear: both; margin: 0px auto 1.2em;"><a href="https://bibliot3ca.files.wordpress.com/2024/01/image-1.png" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border-bottom: 1px solid rgba(0, 0, 0, 0.2); box-sizing: border-box; color: #ce2721; outline: none; text-decoration-line: none; transition: all 0.1s ease-in-out 0s;"><img alt="" class="wp-image-16956" data-attachment-id="16956" data-comments-opened="1" data-image-caption="" data-image-description="" data-image-meta="{"aperture":"0","credit":"","camera":"","caption":"","created_timestamp":"0","copyright":"","focal_length":"0","iso":"0","shutter_speed":"0","title":"","orientation":"0"}" data-image-title="image-1" data-large-file="https://bibliot3ca.files.wordpress.com/2024/01/image-1.png?w=612" data-medium-file="https://bibliot3ca.files.wordpress.com/2024/01/image-1.png?w=300" data-orig-file="https://bibliot3ca.files.wordpress.com/2024/01/image-1.png" data-orig-size="612,408" data-permalink="https://bibliot3ca.com/a-maconaria-no-diva-as-perspectivas-e-as-contribuicoes-dos-nao-macons/image-1-36/" height="408" sizes="(max-width: 612px) 100vw, 612px" src="https://bibliot3ca.files.wordpress.com/2024/01/image-1.png?w=612" srcset="https://bibliot3ca.files.wordpress.com/2024/01/image-1.png 612w, https://bibliot3ca.files.wordpress.com/2024/01/image-1.png?w=150 150w, https://bibliot3ca.files.wordpress.com/2024/01/image-1.png?w=300 300w" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; display: block; font-family: inherit; height: auto; line-height: 1; margin: 0px auto; max-width: 100%; padding: 0px; vertical-align: bottom;" width="612" /></a></figure></div><h4 class="wp-block-heading" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 23.8px; line-height: 28.56px; margin: 50px 0px 25px; padding: 0px;">1. Introdução</h4><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">A motivação preliminar para este texto surgiu das evidências trazidas por Pinheiro (2023), quais sejam: a de que os livros (nacionais) têm larga preferência como fonte de consulta dos autores-pesquisadores-maçons: com 150 citações superam com larga margem os periódicos (37) e os relatórios de pesquisa (12), e mesmo estes possuem um viés, a forte concentração em poucos autores. Chama ainda a atenção a autoria dos livros: em sua maioria escritos por maçons. É importante ter em consideração que a fonte de dados utilizada por Pinheiro (op. cit.), grosso modo, possuía a intenção prospectiva: tecer considerações sobre o futuro da Maçonaria que, já há tempos é diagnosticada como em estado de crise, recentemente agravada pelas circunstâncias decorrentes da epidemia Covid-19 e pela crescente intolerância e intransigência no seio das sociedades que, no limite, levaram ao estado de beligerância que se estende às Nações. Encapsuladas pelos grandes temas, emergiram então as questões que, no entendimento dos autores, assolam a Ordem: indicação e seleção equivocada de membros, conflitos geracionais, docência errante e claudicante, falta de motivação dos quadros, falta de gestão, de financiamento, entre outras que a leitura dos textos pode complementar; tudo isso em meio a um saudosismo melancólico. E ainda que as condições de partida importem, o que mais releva é a qualidade do diagnóstico, de fundamental importância para delinear não apenas os prognósticos – eventuais futuros rumos -, mas sobretudo para estabelecer os objetivos, as metas e identificar as estratégias, bem como as melhores formas para implementá-las à luz das condições, como é o caso da união em torno de uma forte liderança. Erros no diagnóstico, com grande probabilidade, poderão comprometer o sucesso do empreendimento.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Isso posto, uma das primeiras questões levantadas foi: as fontes de consultas majoritariamente utilizadas pelos autores-pesquisadores-maçons, tendo como amostra o estudo de Pinheiro (op. cit.), poderiam, de algum modo, ter incorporado algum viés na formulação do diagnóstico e nos seus desdobramentos? Encetada a pesquisa bibliográfica com o intuito a respondê-la, outras questões emergiram.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Para responder à primeira questão, ao acervo já disponível os autores reuniram novas fontes submetidas à seguinte condição: a autoria não poderia ser de maçons; todavia, considerando que algum autor masculino poderia ser Iniciado mas não ter se identificado como tal, optou-se por privilegiar os textos de autoria exclusivamente feminina, o que de imediato remeteu à produção intelectual proveniente da Academia – teses, dissertações, trabalhos de conclusão de curso e os seus desdobramentos na forma de artigos. Para que se tenha mais claro a inversão promovida, um dos textos utilizados neste trabalho, a tese de Colussi (1998), logrou somente uma citação na amostra de Pinheiro (op. cit.), a mesma frequência de uma das fontes utilizadas pela pesquisadora, e reconhecida de grande relevância na área, a dissertação de Alexandre M. Barata<a href="https://bibliot3ca.com/a-maconaria-no-diva-as-perspectivas-e-as-contribuicoes-dos-nao-macons/#_ftn4" id="_ftnref4" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border-bottom: 1px solid rgba(0, 0, 0, 0.2); box-sizing: border-box; color: #ce2721; outline: none; text-decoration-line: none; transition: all 0.1s ease-in-out 0s;">[4]</a> que, segundo a autora, à época o “único estudo acadêmico específico sobre a maçonaria brasileira”. De imediato, quase que de modo inconsciente, surgiu uma curiosidade, mas não uma nova questão de pesquisa: haveria alguma particularidade na visão feminina acerca da Maçonaria?</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">E em que pese a Maçonaria estar presente no Brasil já há mais de 2 (dois) séculos, enquanto objeto de estudo nas Universidades ela ainda é recente, o que sinaliza não só para a existência de um amplo e fértil campo para o desenvolvimento de estudos e pesquisas, como também para a formação de parcerias individuais ou institucionais – Lojas, Potências e Federações. Ademais, como subproduto inesperado, foram identificados periódicos que embora não tenham como foco específico o trato de temas maçônicos, são receptivos à avaliação e publicação de textos porque a Maçonaria, como subtema de interesse, encontra-se ao abrigo de grandes áreas como é o caso da História, das Ciências Sociais, das Ciências Políticas e outras; e com uma vantagem sobre as publicações maçônicas: enquanto estas resistem à publicação de textos com mais de 5 páginas, e raramente se entre 10/15, aquelas, em razão dos critérios de avaliação, são mais flexíveis e receptíveis aos textos maiores. Ademais, enquanto na literatura maçônica é raro encontrar trabalhos que reportem as iniciativas assistenciais e filantrópicas da Ordem, a literatura acadêmica, em rápida pesquisa disponibilizou o de Alves (2023) e o de Silva e Monteiro (2018). Finalmente, a Ordem parece ainda não ter se dado conta ou, se é ciente não tem interesse: a abertura para a Academia ampliaria as suas conexões com a sociedade, levaria o tema Maçonaria a ser conhecido e debatido em outros ambientes e pelos mais diversos públicos, não maçons, como se verifica nos Congressos, nos Seminários, nas Amostras Técnicas, Científicas e Profissionais (nacionais e internacionais).</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">E para que se tenha uma ideia (insuspeita) da importância dos trabalhos acadêmicos como fontes de pesquisa para a Maçonaria, 2 (duas) citações de Costa (1998, 2001) extraídas da coletânea de textos reunidos em “A Trolha na Universidade”:</p><blockquote class="wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background: rgb(250, 250, 250); border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; font-style: italic; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; overflow-wrap: break-word; padding: 30px 30px 0.5em 90px; position: relative;"><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Procurar conciliar os estudos maçônicos com o <strong style="-webkit-font-smoothing: antialiased; box-sizing: border-box;">método </strong>acadêmico, tem sido a nossa maior preocupação nestes dois anos de publicações. Preocupa-nos os “achismos”, assim como a falta de hermenêutica com relação aos textos que procuram historiar a Maçonaria. No lugar da interpretação, temos adornos sem maiores significados (1998, p. 85).</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">O exemplo mais dramático foi o conjunto de toda uma literatura a respeito da participação maçônica na Conjuração Mineira. Isto faz com que a história maçônica se pareça com ficção sem o <strong style="-webkit-font-smoothing: antialiased; box-sizing: border-box;">método </strong>que nos permita fazer a ficção se transformar em história (1998, p. 91).</p></blockquote><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Conforme pode ser observado, a maior preocupação de Costa diz respeito à utilização do método (científico) enquanto ferramenta para dar sustentação (validade, credibilidade, continuidade, avanço no estado da arte, etc.) aos textos maçônicos, sem o que não passam de ficção, não raro na forma de manifestações apaixonadas; em linguagem mais contemporânea: textos de maçons para maçons, todos dentro da mesma bolha, daí o mútuo encantamento. Infelizmente essa realidade não é exclusiva do Brasil como se depreende das palavras introdutórias de Cooper ao seu próprio livro:</p><blockquote class="wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background: rgb(250, 250, 250); border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; font-style: italic; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; overflow-wrap: break-word; padding: 30px 30px 0.5em 90px; position: relative;"><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Escritores modernos sobre a Franco Maçonaria frequentemente reivindicam algum tipo de visão exclusiva sobre a Ordem, que ninguém ofereceu anteriormente. Na verdade, esse é o caso raro, e muitos desses autores meramente reproduzem ideias oferecidas por gerações anteriores de escritores sobre o assunto. Não tenho dúvidas de que todos eles adicionaram seus estilos pessoais, mas raramente qualquer uma das últimas teorias sobre a Franco Maçonaria é verdadeiramente original. Essa é uma das razões de a Ordem não ser amplamente estudada no mundo acadêmico, no qual é considerada um tema estranho. E isto é triste, porque, como foi demonstrado pelo professor David Stevenson, a Franco Maçonaria como um fenômeno cultural e social tem muito a oferecer ao estudante de História (COOPER, 2009, p. 15-6).</p></blockquote><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Essa realidade não passou despercebida aos olhos de Colussi (op. cit.) que, então, descreveu 3 (três) conjuntos historiográficos:</p><ol style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; margin: 0px 0px 1.5em 1.5em; padding: 0px;"><li style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: inherit; line-height: 28.9px; margin: 0.5em 0px; padding: 0px; text-align: left;">o composto de obras com teor de uso interno da Ordem (administração, doutrina, simbolismo, etc.);</li><li style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: inherit; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 0.5em; padding: 0px; text-align: left;">o constituído de obras relacionadas com a história da maçonaria, escritas por historiadores descomprometidos ideologicamente com a instituição; e,</li><li style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: inherit; line-height: 28.9px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;">aquele que reúne historiadores preocupados com a história da maçonaria em razão de um comprometimento ou engajamento ideológico favorável ou contrário à instituição.</li></ol><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">São notáveis as diferenças (abordagem, argumentação, fundamentação, fontes e referências, discussão, análise crítica, autocrítica, reconhecimento de que determinado fenômeno ainda é uma conjectura e que merece mais estudos, etc.) entre os três conjuntos quando o(s) autor(es) emprega(m) o método científico:</p><ol style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; margin: 0px 0px 1.5em 1.5em; padding: 0px;"><li style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: inherit; line-height: 28.9px; margin: 0.5em 0px; padding: 0px; text-align: left;">a título de ilustração, logo de pronto Cooper (2009,p. 15) avisa: “[…] vivo e trabalho na Escócia como franco-maçom “profissional””; um efetivo alerta para que o leitor tenha em consideração esta condição pessoal ao apreciar cada juízo encontrado no texto que inicia – um caso raro de sinceridade e honestidade intelectual, pois poucos declaram os seus comprometimentos. Não obstante, o se segue é uma dissertação repleta de citações, fontes, diálogos com os autores, discussões de alternativas e a indicação de fartas referências caso o leitor deseje esclarecer ou aprofundar sobre este ou aquele tópico abordado; portanto, um representante do grupo (1). Entre os autores nacionais, cabe menção aos trabalhos desenvolvidos por Ismail (2021) e Castellani (2000, 1989);</li><li style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: inherit; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 0.5em; padding: 0px; text-align: left;">já Stevenson (2009, p. 11), em que pese a declarar “não sou maçom, nem pretendo ser”, segue estrutura análoga a de Cooper, pelo que pode ser considerado um representante do grupo (2); e, por fim,</li><li style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: inherit; line-height: 28.9px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;">Rizzardo da Camino, um dos mais aclamados autores nacionais, pode ser tomado como representante do grupo (3) a partir da amostra ora consultada porque a única disponível (2013, 2011, 2007, 2007a). De regra inexiste argumentação, princípio-meio-fim, proliferam coletâneas de frases ou períodos desconectados, algo que se aproxima dos aforismos típicos das reflexões sobre a ética no período pré-socrático. O leitor leigo (não-Iniciado) não consegue distinguir as vastas citações (certamente dos rituais e provavelmente de outros textos) porque elas não estão devidamente destacadas; assim, também não consegue distinguir quando é o autor (Rizzardo) que se pronuncia e se posiciona ou quando dialoga (para contestar ou corroborar) com as fontes consultadas, as quais, por sua vez, também não estão referenciadas. Ao leitor desavisado – um curioso ou estudioso, “marinheiro de primeira viagem” – tudo se passa como se toda a produção intelectual que tem em mãos fosse fruto de uma só mente, a do autor, o que não é justo e tampouco perfeito.<a href="https://bibliot3ca.com/a-maconaria-no-diva-as-perspectivas-e-as-contribuicoes-dos-nao-macons/#_ftn5" id="_ftnref5" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border-bottom: 1px solid rgba(0, 0, 0, 0.2); box-sizing: border-box; color: #ce2721; outline: none; text-decoration-line: none; transition: all 0.1s ease-in-out 0s;">[5]</a> Por oportuno, cabe esclarecer: nada impede e tampouco é incorreto que um autor relate e exponha a sua visão pessoal sobre o fenômeno em tela, mas isto deve ficar absolutamente claro, bem como os termos (foi um sonho, são as expectativas do autor, tem amparo nas suas crenças, na sua vivência, etc.) a fim de que o leitor possa decidir pelo uso ou não da respectiva informação também em razão da sua representatividade.</li></ol><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">O leitor-pesquisador deve, pois, ficar atento às fontes consultadas, notadamente as obras enquadradas no terceiro grupo, pois as análises tendem a ser ideologicamente comprometidas (francamente a favor ou visceralmente contrárias), eventualmente distorcidas porque subtraídas ou adicionadas de elementos estranhos aos fatos, razão pela qual são reconhecidas como “obras de caráter simplista, fantasioso e caricatural”, não obstante, são as preferidas por muitos.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">A realidade do estudo e da pesquisa maçônica no Brasil deveria ser merecedora de maior atenção. Ismail (2017, p. 155) em estudo sobre a geração de maçons da segunda metade do séc. XX, concluiu que:</p><blockquote class="wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background: rgb(250, 250, 250); border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; font-style: italic; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; overflow-wrap: break-word; padding: 30px 30px 0.5em 90px; position: relative;"><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">de forma geral: têm pouca escolaridade; sem cultura de estudo, estudam pouco a Maçonaria; sem hábito de leitura, muito do que sabem sobre a Ordem é de “ouvi falar”; e mesmo a parcela que desenvolveu o hábito de leitura, sem um conhecimento acadêmico básico, consumiram, principalmente, livros sem qualquer fundamento ou referências; eles vivem maçonicamente do “passado glorioso” da Ordem, incluindo a crença de que Tiradentes era Maçom, dentre outras […]</p></blockquote><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Qual seja, o maçom tipo brasileiro é consumidor dos produtos que na classificação de Colussi se encontram no grupo (3). E se desde então ocorreram mudanças, elas ainda não foram clara e indiscutivelmente detectadas por novos estudos e pesquisas. Assim, em meio a esse cenário há ainda o risco referido no trabalho de Pinheiro (2021a), cujo título é autoexplicativo quanto ao teor, “<a href="https://bibliot3ca.com/o-homem-macom-de-um-livro-so/" rel="noreferrer noopener" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border-bottom: 1px solid rgba(0, 0, 0, 0.2); box-sizing: border-box; color: #ce2721; outline: none; text-decoration-line: none; transition: all 0.1s ease-in-out 0s;" target="_blank">O Homem (maçom) de um Livro Só</a>”, e de onde se extrai a seguinte citação: “Há quem diga que um pouco de conhecimento é mais perigoso do que nenhum, porque quem sabe um pouco não sabe o bastante para saber que só sabe um pouco”. São inúmeras as consequências, em geral adversas, tanto pessoais quanto para a Ordem, do leitor de um único livro; todavia, são essas as condições de fundo e em meio as quais a Maçonaria tem formado os Mestres orientadores (Luzes) dos seus Aprendizes e Companheiros. E de outro lado, o inverso (o acúmulo de leituras) tende a ser um diferencial positivo, e também tanto para os indivíduos quanto para a Ordem.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Mas por que essa enfática defesa do texto-pesquisa “padrão acadêmico”? Em primeiro lugar porque os autores (quando estudantes – graduandos, mestrandos ou doutorandos) são treinados no chamado “método científico”; em segundo, porque orientados e supervisionados por pelo menos um profissional de graduação superior à sua (se graduando, por um Especialista ou Mestre; se mestrando ou doutorando, por um Doutor ou Pós-Doutor); em terceiro, porque para ser aprovado, previamente necessita ser escrutinado por examinadores de grau superior (ou mais experientes) do que o do(s) orientador(es); finalmente, se veiculado em um periódico ou apresentado em Congressos e afins – pelo que constarão dos anais -, é porque foi submetido a mais uma Comissão de Avaliação, as quais habitualmente obedecem ao critério <em style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: inherit; line-height: 1; margin: 0px; padding: 0px;">double-blind peer review </em>para evitar que questões pessoais (de afeto ou desafeto) interfiram no processo de avaliação e seleção. Tudo isso assegura “qualidade 100%”? Se é certo que não, também certamente é melhor do que a ausência de filtros, critérios e transparência, bem como tende a evitar os posicionamentos aprioristicamente definidos e pelos mais diversos motivos, a favor ou contra, pois antes e acima de tudo o que se objetiva são contribuições e conclusões fundamentadas.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Feitas essas considerações preliminares em defesa da importância da abordagem acadêmica-científica nos estudos em geral e nos relativos à Ordem em particular, bem como quanto à motivação, à questão de pesquisa e a estratégia justificada dos autores, o objetivo principal deste trabalho foi o de avaliar se as diferenças provenientes das fontes consultadas (livros vs periódicos acadêmicos, Iniciados vs não-Iniciados e gênero da autoria) são potentes o suficiente para criar percepções capazes de alterar a primeira etapa dos estudos prospectivos: a formulação do diagnóstico – a visão do ambiente, de si mesmo (no caso, da Maçonaria), das suas forças, fraquezas e das suas relações com os demais agentes.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Conforme já sugerido, entende-se que essa é uma questão fulcral para as proposições e os encaminhamentos subsequentes. À guisa de contraponto, como “grupo de controle” às percepções das pesquisadoras, sugere-se a leitura dos textos selecionados a partir do Edital I do Concurso Literário da CMSB (MORAIS, 2020). Note-se que a proposta transita pelo confronto das percepções provenientes de duas fontes (“grupo de controle” vs pesquisadoras) e como estas repercutem na formulação dos diagnósticos indispensáveis às formulações prospectivas.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Admitindo-se que determinadas afirmações são lugares-comuns na Maçonaria, o que a seguir se destaca, em razão da natureza e dos objetivos do próprio estudo, são as manifestações das fontes consultadas, especialmente quando contrárias ao senso hegemônico na Ordem.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Na sequência, alguns tópicos que, acredita-se, permitirão ao leitor formar juízo acerca, entre outras, das questões levantadas.</p><h4 class="wp-block-heading" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 23.8px; line-height: 28.56px; margin: 50px 0px 25px; padding: 0px;">2. A Fraternidade Fraturada</h4><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Em brevíssima retrospectiva histórica, já nos anos imediatamente após o surgimento da Maçonaria Moderna surge a primeira grande divisão – vá lá, se não foi divisão, como afirmado por alguns, uma nova vertente, o que em nada difere porque o resultado se assemelha: a quebra da unidade pretendida pela Grande Loja Mãe. Se a explosão e a fragmentação dos Ritos, seguida da expansão continental da Maçonaria, de um lado correspondeu à expansão da Ordem, do outro trouxe uma nova ordem à divisão que não chegou, posteriormente, a ser eliminada a partir da união dos Antigos com os Modernos. Hoje, grandes escolas de maçonaria são consideradas irregulares não por deficiências, limitações ou impropriedades, mas simplesmente pelo afastamento da ortodoxia emanada (imposta?) pela Grande Loja Mãe; por vezes decisões meramente políticas passíveis de reversão ao sabor dos interesses e das conveniências.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">A Maçonaria brasileira não foge à regra: a matriz francesa antecedeu a vertente portuguesa – a do colonizador –, assim, esta teve que disputar espaços com aquela, de modo que desde a origem não se observa a unidade. No período do Império a divisão estava presente no seio das Lojas, ora pela presença dos republicanos que se opunham aos monarquistas, mas também do grupo dos abolicionistas que antagonizavam os escravocratas, mais adiante, a divisão maior: o Grande Oriente do Lavradio vs o Grande Oriente dos Beneditinos. A questão do Grande Oriente do Brasil vs Supremo Conselho, que já estava em gestação, eclodiu em 1927 e trouxe nova dissidência – o surgimento das Grandes Lojas Estaduais; e em 1973 uma nova crise deu origem aos Grandes Orientes Independentes. Resulta que a maçonaria brasileira, junto à comunidade internacional, hoje é uma instituição singular.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Sempre será possível encontrar exceções; todavia, e de regra, no imaginário de muitos autores nacionais a Maçonaria é uma sólida organização monolítica, o que, por consequência, lhe conferiria poder e influência desde idos tempos. Assim, os diagnósticos, as propostas e as estratégias são elaboradas como se passíveis de aplicação extensiva a toda capilaridade organizacional porque submetida a um comando único. Embora todos saibam que não é e nunca foi assim, os discursos e as propostas sugerem o oposto.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">A realidade, entretanto, aponta para a diversidade política, social e religiosa como marcas no interior da Organização; Colussi (op. cit.) é categórica: “[…] sobressaiu-se a tendência permanente de cisões no seio da maçonaria, não se podendo falar de uma única maçonaria brasileira”, conclusão também endossada por Francisco (2022, p. 2) que, da primeira destaca: “a homogeneidade da instituição e de seus integrantes foram muito mais frutos da própria difusão da literatura maçônica e antimaçônica do que de estudos acadêmicos específicos”. Maçons que escrevem para maçons e que têm por base a literatura maçônica, autorreferente, criam narrativas ilusórias de uma unidade inexistente. Isso, em última análise, decorre da falta do método (científico) referido por Costa (op. cit.). Ademais, Colussi esclarece que o que em meio à diversidade ainda conferia homogeneidade ao grupo maçônico era a defesa de princípios genéricos do liberalismo e do cientificismo, aspecto este que também criava um inimigo comum: a Igreja católica.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">E considerando que na origem deste texto se encontram as reflexões prospectivas, cabe então a pergunta: qual a atualidade dessas bandeiras no estado laico, democrático e de direito, como é o caso do Brasil contemporâneo? É verdade que nem uma conquista pode ser assegurada como definitiva, o que então demanda esforços para a manutenção, pois por vezes em um átimo (em uma eleição, em uma legislatura ou ciclo de governo) ocorrem retrocessos e tudo pode ser posto a perder; mas teriam elas (as bandeiras) a mesma força aglutinadora apresentada no passado? Assim, em complemento: na atualidade, quais são as bandeiras que, se não unificam, poderiam catalisar a reunião dos esforços dos Irmãos?</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Portanto, tudo aponta para a cizânia, não obstante, reitera-se, os planos são traçados como se unidade e universalidade houvesse. Enquanto Colussi estudou a realidade gaúcha, Francisco se deteve sobre o ambiente paulista, mas ambas constataram a presença de grandes diferenças internas à Ordem. A primeira salienta as diversidades regionais:</p><blockquote class="wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background: rgb(250, 250, 250); border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; font-style: italic; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; overflow-wrap: break-word; padding: 30px 30px 0.5em 90px; position: relative;"><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Chamou a atenção também, e esse tema mereceria também um estudo específico, a receptividade da instituição maçônica nas regiões de colonização alemã no Rio Grande do Sul. O número de lojas maçônicas que realizavam seus trabalhos em língua alemã foi muito superior ao daquelas lojas que trabalhavam em língua italiana ou que eram formadas por italianos e descendentes. Imigrantes alemães ou descendentes de maioria protestante estiveram, assim, mais próximos do discurso liberal maçônico; em oposição, no caso dos italianos e seus descendentes, entre os quais o catolicismo predominou, a maçonaria enfrentou muitas dificuldades.</p></blockquote><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Já a segunda, ressalta o ambiente <em style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: inherit; line-height: 1; margin: 0px; padding: 0px;">interna corporis</em> a partir da realidade encontrada em duas Lojas “tipo”, pois exerceram influência sobre outras:</p><blockquote class="wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background: rgb(250, 250, 250); border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; font-style: italic; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; overflow-wrap: break-word; padding: 30px 30px 0.5em 90px; position: relative;"><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Pertencentes a obediências diferentes, as Lojas Piratininga e América trataram o tema da abolição de formas distintas: a Piratininga envolveu os setores mais conservadores e escravistas na sua loja, enquanto a América contou com a participação de integrantes mais progressistas, parte deles com envolvimento direto com o movimento abolicionista (FRANCISCO, 2022, p. 3).</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Prevaleceu na loja Piratininga [vinculada ao Grande Oriente do Vale do Lavradio] a presença de maçons escravocratas, posição ideológica que prevaleceu notadamente e foi registrada nas atas maçônicas. Por diversas vezes, a discussão levantada sobre a iniciativa de barrar a entrada de maçons escravistas na organização foi vedada. Em contrapartida, a loja América, vinculada à ordem dos Beneditinos, considerada mais liberal, envolveu maçons preocupados com as questões sociais e políticas correntes fora do círculo maçônico (op. cit., p. 5).</p></blockquote><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Dessarte e em primeiro lugar, ao invés de difundir e celebrar o papel pró-abolicionista da Maçonaria, tão típico dos autores (independentemente se maçons) comprometidos e engajados – criadores de ficção -, o mais justo e perfeito é referir que a luta social e política que havia no seu entorno, também ocorreu internamente à Ordem, das Potências às Lojas. Situação análoga, mas sobre a qual não se adentrará em detalhes, se verifica quando analisados os posicionamentos políticos: Conservadores (monarquistas) vs Republicanos (liberais) ainda que admitidas combinações matizadas. Fica patente também, contrariamente ao discurso oficial e às Constituições de Anderson, a efervescência política no seio da Maçonaria. Incoerências internas?</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Em estudo sobre um período mais recente da História brasileira, Alméri (2007, p. 45) constatou que a fragmentação só adquirira novas formas e motivações:</p><blockquote class="wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background: rgb(250, 250, 250); border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; font-style: italic; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; overflow-wrap: break-word; padding: 30px 30px 0.5em 90px; position: relative;"><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Apesar do formal apoio à ditadura e da não existência de perseguições explícitas à instituição maçônica, alguns homens da Maçonaria, dessa época, como o secretário da cultura, sofreram pressões do grupo, foram denunciados pela própria Ordem e julgados como “pessoas de esquerda”, portanto inadequados a pertencerem à Maçonaria. Fica, consequentemente, claro que a Maçonaria como Instituição apoiou a ditadura militar formalmente, como será visto a seguir; porém, isso não quer dizer que todos os membros da Maçonaria tinham uma opinião unânime.</p></blockquote><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Por oportuno, achados de pesquisa semelhantes aos de Alméri podem ser encontrados também em Ismail (2017, 2021); em comum a ambos, o recurso às fontes documentais e acessíveis – uma imposição do método.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Independentemente de alguma pesquisa formal e estruturada, será que passadas as duas últimas campanhas para as eleições presidenciais no Brasil é possível ainda haver dúvidas quanto às divisões existentes na Maçonaria, a mais evidente a distribuição dos seus quadros ao longo do espectro político e com representantes (bem) posicionados nos extremos? É concebível, só porque a Loja está aberta, que os Irmãos fiquem ao largo dos acirrados debates do entorno que opõem os criacionistas aos evolucionistas (versão atualizada da fé vs ciência – matéria que repercute na educação dos filhos), notadamente em um país católico (pelo menos na formalidade estatística)?</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">A bem da verdade não surpreendem as divisões internas à Ordem, mas antes a crença difundida, explícita ou tacitamente, como se ela unitária fosse. Essas são apenas algumas das questões que atualizam e mantêm em xeque a problemática da unidade maçônica, ora visto como ponto fulcral às considerações que organizam, desde as bases históricas, os delineamentos dos planos para o futuro.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Em segundo lugar, é razoável depreender das entrelinhas das citações que as amostras analisadas pelas pesquisadoras<a href="https://bibliot3ca.com/a-maconaria-no-diva-as-perspectivas-e-as-contribuicoes-dos-nao-macons/#_ftn6" id="_ftnref6" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border-bottom: 1px solid rgba(0, 0, 0, 0.2); box-sizing: border-box; color: #ce2721; outline: none; text-decoration-line: none; transition: all 0.1s ease-in-out 0s;">[6]</a> obedeciam a uma estratégia (se deliberada ou emergente é questão em aberto) para a indicação e a seleção de novos quadros, sem o que não teriam reunidos pessoas tão afins em cada grupo. Resultado: maior unidade interna, maior facilidade de reunião e cooperação de esforços no sentido ao objetivo comum (e isto é importante: o texto sugere que as Lojas possuíam objetivos bem definidos, o que levava aos comprometimentos individuais) e, não menos importante, é provável que o nível de conflitos (tão ressaltados nos estudos contemporâneos) fosse menor. Quantas Lojas, hoje, têm claro os seus objetivos, estratégias e ações alinhadas para, por exemplo, evitar o tão propalado conflito de gerações? Ou vige a indicação por amizade, ou ainda para a formação de grupos de apoios ao(s) “Dono(s) da Loja”?</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Como foi dado a notar, a perspectiva das autoras, no que tange à unidade, difere da tradicional literatura maçônica que, reitera-se, ora tem como amostra o levantamento de Pinheiro (2023). Ocorre que é essa tradicional literatura maçônica (difundida nos livros) que, de regra, subsidia os planos, as decisões, os projetos e as iniciativas em curso.</p><h4 class="wp-block-heading" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 23.8px; line-height: 28.56px; margin: 50px 0px 25px; padding: 0px;">3. Referências, Homenageados ou Alianças Estratégicas?</h4><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Por oportuno, resgata-se, em parte, a citação de Ismail (2017, p. 155): “[…] eles vivem maçonicamente do “passado glorioso” da Ordem, incluindo a crença de que Tiradentes era Maçom, dentre outras”. A referência ao passado glorioso, de hábito, traz associada, senão heróis, figuras notáveis, como é o caso de Tiradentes citado pelo autor, não obstante inexistam evidências empíricas (registros) que comprovem a condição de maçom do herói e mártir da Inconfidência. Algo diferente, mas semelhante no propósito, é o caso de Voltaire, cuja condição de maçom é sempre exaltada; entretanto, em recentemente análise, Pinheiro e Rocha (2023) chamaram a atenção para o fato de que a Iniciação de Voltaire foi, antes e acima de tudo, uma homenagem, pois a sua vida, obra e legado nada têm a ver com a Maçonaria, sem falar que sob determinados aspectos a homenagem chega mesmo a ser questionável.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Já os gaúchos, anualmente e durante os festejos em celebração à Revolução Farroupilha prestam homenagens ao General Bento Gonçalves, maçom-comandante dos revolucionários. Entretanto, Colussi esclarece que</p><blockquote class="wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background: rgb(250, 250, 250); border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; font-style: italic; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; overflow-wrap: break-word; padding: 30px 30px 0.5em 90px; position: relative;"><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Em relação à primeira fase, a que coincide com o decênio farroupilha, entendemos que não existiu uma relação direta entre maçonaria e Revolução Farroupilha. Acreditamos, sim, que as origens do movimento maçônico no Rio Grande do Sul estiveram, de fato, vinculadas à difusão embrionária do pensamento liberal nessa parte do país. A primeira loja maçônica foi organizada a partir de um gabinete de leitura, o Continentino, espalhando-se depois para os principais centros urbanos do período […] Durante a fase farroupilha, a maçonaria gaúcha dava seus primeiros passos, por isso ele não pode ter sido um agente influenciador da revolução; ao contrário, a revolução atrasou em muito a organização da instituição no Rio Grande. Desse modo, a presença de maçons entre os líderes farrapos não é argumento suficiente para estabelecer um vínculo entre a instituição e o movimento farroupilhas, isso por duas razões: a primeira, pelo fato de existirem maçons farrapos e maçons legalistas; segundo, por terem algumas lideranças farroupilha sido iniciadas na Ordem nos anos finais do conflito, o que impossibilitaria uma influência maçônica anterior à eclosão da revolução. Foi somente no período posterior ao final da revolução que a instituição encontrou condições para uma efetiva e mais permanente expansão no Rio Grande do Sul.</p></blockquote><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">As ponderações da autora, certamente, vão de encontro ao mainstream da literatura e da cultura maçônica,<a href="https://bibliot3ca.com/a-maconaria-no-diva-as-perspectivas-e-as-contribuicoes-dos-nao-macons/#_ftn7" id="_ftnref7" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border-bottom: 1px solid rgba(0, 0, 0, 0.2); box-sizing: border-box; color: #ce2721; outline: none; text-decoration-line: none; transition: all 0.1s ease-in-out 0s;">[7]</a> habituada a associar e amplamente divulgar os eventos julgados positivos à sua conveniência, comportamento compreensível desde que não contrarie a realidade histórica documentada.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Ademais, não se pode perder de vista que as celebrações das façanhas farroupilhas só vieram a acontecer após o êxito da Proclamação da República; assim, por quase meio século a história farroupilha foi mantida em ostracismo, e não poderia ser diferente pois, afinal, os revoltosos contra o Império foram os derrotados – a historiografia mais romantizada prefere a expressão “paz honrosa”, largamente referida. A chegada da República, cujos ideais em parte correspondiam ao dos Farroupilhas, possibilitou, então, o revisionismo histórico que, hoje, beira à ficção, como é o caso da cidade de Porto Alegre, cujo brasão ostenta a frase: “Leal e Valorosa Cidade de Porto Alegre” – título que D. Pedro II do Brasil, em 1841, outorgou a Porto Alegre pela sua constância e fidelidade ao trono brasileiro durante a Revolução Farroupilha. As citações abaixo não deixam margem a dúvidas:</p><blockquote class="wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background: rgb(250, 250, 250); border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; font-style: italic; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; overflow-wrap: break-word; padding: 30px 30px 0.5em 90px; position: relative;"><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Se entre os revolucionários muitos obedeciam às inspirações das ideias federativas e, mesmo, republicanas, e pelas quais esperavam lutar, é certo que a maioria se contentava em derrubar o presidente da Província e o comandante das Armas, substituindo-os por homens mais esclarecidos e tolerantes. É esse o pensamento transparente no manifesto de Bento Gonçalves. Depois a revolução tomou outros caminhos […] (FERREIRA FILHO, 1965, p. 77).</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Os fatos históricos se juntaram à ficção, e o episódio passou a ser narrado conforme a conotação político-ideológica de cada época. Com o passar do tempo, os farrapos começaram a ser reverenciados como heróis, o que perdura até hoje […] Na época, o termo gaúcho era pejorativo, designava os gaudérios que vagavam pela Província […] (URBIM, 2003, p. 171).</p></blockquote><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Já em relação a Luiz Gama, celebrado maçom abolicionista, Francisco (2022a, p. 7) informa que:</p><blockquote class="wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background: rgb(250, 250, 250); border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; font-style: italic; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; overflow-wrap: break-word; padding: 30px 30px 0.5em 90px; position: relative;"><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Além disso, vale ressaltar que o trabalho realizado nos tribunais por Luiz Gama já era praticado pelo abolicionista antes da criação da Loja América. Desde 1865 [a Loja foi instalada em 1868], o abolicionista já oferecia gratuitamente seus serviços de advogado provisionado aos africanos ilegalmente escravizados, servindo, ao mesmo tempo, de intermediário nas transações nos processos de alforriamento, agenciando os menores preços a fim de beneficiar os cativos no encaminhamento da liberdade.</p></blockquote><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">O mais adequado seria, pois, afirmar que o abolicionista foi convidado a ser maçom, a integrar os quadros de uma Loja já comprometida com a causa.<a href="https://bibliot3ca.com/a-maconaria-no-diva-as-perspectivas-e-as-contribuicoes-dos-nao-macons/#_ftn8" id="_ftnref8" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border-bottom: 1px solid rgba(0, 0, 0, 0.2); box-sizing: border-box; color: #ce2721; outline: none; text-decoration-line: none; transition: all 0.1s ease-in-out 0s;">[8]</a> E, com efeito, desde que ingressou na América, a ampla rede de apoio interno, somada a de proteção aos libertos (que também contava com o auxílio externo), possibilitaram a Luiz Gama ampliar o espectro e o impacto da sua atuação. Assim, “Luiz Gama soube articular como ninguém os seus interesses abolicionistas e republicanos com seus compromissos maçônicos na Loja América, na qual figurava desde 1870”. (op. cit., p. 26) De qualquer modo, nesse caso parece ter havido uma efetiva relação simbiótica-pragmática, uma aliança estratégica porém distante de qualquer ensinamento, apreciação e extensão simbólica ou doutrinária exclusivas à Ordem.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Ademais, a autora (FRANCISCO, 2022, p. 7) informa que:</p><blockquote class="wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background: rgb(250, 250, 250); border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; font-style: italic; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; overflow-wrap: break-word; padding: 30px 30px 0.5em 90px; position: relative;"><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Os estudantes formavam um grupo bastante representativo, mas que estava sempre de passagem pelas lojas maçônicas da cidade de São Paulo. Muitos alunos iniciados durante o curso de Direito partiam para suas cidades de origem após concluírem o bacharelado. Joaquim Nabuco e Rui Barbosa são exemplos de maçons iniciados quando frequentavam a faculdade e que acabaram abandonando a organização maçônica. Joaquim Nabuco, nascido em Recife, mudou-se para a cidade de São Paulo em 1866 para cursar Direito, permanecendo no local até 1870. Nesse intervalo de tempo, o abolicionista foi iniciado na Loja América, em 1º de abril de 1869, afastou-se da maçonaria em decorrência de seu retorno a Pernambuco, no ano seguinte. Em sua terra natal, Nabuco concluiu o bacharelado na Faculdade de Direito de Recife e “adormeceu em loja”. Caso semelhante ocorreu com o baiano Rui Barbosa. O estudante cursou os dois primeiros anos (1866-1867) em Recife, mudando-se depois para São Paulo para concluir o curso jurídico. Em 1º de julho de 1869, tornou-se maçom da Loja América, mas, no ano seguinte, após a formatura, desligou-se da organização, regressando à Bahia. Barbosa, contudo, não se reintegrou à maçonaria.</p></blockquote><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Ambos, Joaquim Nabuco e Rui Barbosa, figuram em todas as listas de maçons famosos, notadamente quando pretendido ressaltar o que Ismail denominou de “passado glorioso”; todavia, à luz das citações acima e, a bem da verdade, não têm correspondência histórica no que tange ao papel e à grandiosidade que se pretende, por associação, conferir à Ordem e, por extensão, aos seus quadros.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">E Castellani (2000, p. 3) sintetiza o papel da Ordem nos dois grandes eventos:</p><blockquote class="wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background: rgb(250, 250, 250); border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; font-style: italic; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; overflow-wrap: break-word; padding: 30px 30px 0.5em 90px; position: relative;"><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">O que é importante destacar é que, conforme mostra uma farta documentação, só agora resgatada, o Grande Oriente do Brasil, como instituição, não participou das campanhas da abolição da escravatura e da implantação da República. Essa participação foi de Lojas e de maçons, que se empenharam em ambas as campanhas, sob a égide e os princípios da instituição, mas sem que esta tomasse, oficialmente, partido, como acontecera em 1822, por ocasião da independência do Brasil.</p></blockquote><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Finalmente, a manifestação de Alméri (2007, p. 38):</p><blockquote class="wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background: rgb(250, 250, 250); border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; font-style: italic; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; overflow-wrap: break-word; padding: 30px 30px 0.5em 90px; position: relative;"><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Cabe aqui uma indagação: se José Bonifácio e D. Pedro não fossem maçons, realizariam a Proclamação da Independência do Brasil? Certamente. Mesmo a Maçonaria não existindo, a Proclamação da Independência teria sido realizada; provavelmente ela seria uma pouco diferente do que foi, mas, pela comparação com acontecimentos históricos em outros países que possuem estruturas semelhantes a do Brasil, torna-se possível analisar e constatar que as proclamações foram uma tendência que obedeceram a estruturas políticas, econômicas e sociais.</p></blockquote><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">O conjunto de citações suscitam reflexões: primeiro, no sentido à humildade (valor-virtude tão caro à Ordem) quanto ao efetivo papel e densidade histórica da Maçonaria nos mais diversos acontecimentos; segundo, porque claramente a escolha e a difusão dos heróis (arquitetos do “passado glorioso”) sugere casuísmo – não se alarde, por exemplo, à condição de maçons dos ex-presidentes Jânio da S. Quadros e H. Castelo Branco; fossem outras as circunstâncias políticas-ideológicas seriam lembradas as respectivas condições de maçons?</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Não obstante esses fatos, largamente documentados, muitos escritores, notadamente maçons, persistem em contribuir, sem as devidas ressalvas, para o imaginário do “passado glorioso”, bem como alimentam expectativas de que ele venha a ser resgatado e quiçá revigorado.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Mas qual a relevância de, hoje, trazer à exata medida esses fatos? Em primeiro lugar, resgatar a verdade dos fatos. Em segundo, chamar a atenção, dos estrategistas da Ordem, para os novos tempos, aonde uma das principais características é a disponibilidade e o acesso amplo e irrestrito às informações. E em terceiro, como corolário das anteriores, é a expectativa de que o cidadão médio, eventual candidato à Fraternidade, seja bem mais informado do que o maçom dos séculos XIX e XX, bem como também daquele retratado por Ismail. Portanto, é de esperar que tanto os novos, quanto dentre antigos, os estudiosos, todos se sintam desapontados quando se defrontarem com as contradições internas à Ordem; afinal, do maçom também se diz que é um buscador da verdade (PINHEIRO, 2021).</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Aos neófitos e aos desatentos (“O Homem (maçom) de um Livro Só”) as incoerências e mesmo as contradições podem escapar (o que dizer, por exemplo, da Maçonaria Prince Hall?),<a href="https://bibliot3ca.com/a-maconaria-no-diva-as-perspectivas-e-as-contribuicoes-dos-nao-macons/#_ftn9" id="_ftnref9" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border-bottom: 1px solid rgba(0, 0, 0, 0.2); box-sizing: border-box; color: #ce2721; outline: none; text-decoration-line: none; transition: all 0.1s ease-in-out 0s;">[9]</a> mas quando a Ordem é dada a conhecer mais a fundo e desde dentro, cresce aos olhos mais atentos e desapaixonados, a visão crítica que não escapa ao olhar dos que a analisam desde fora. À citação anterior de Alméri, e ora em parte reproduzida (“[..] sofreram pressões do grupo, foram denunciados pela própria Ordem e julgados como ´pessoas de esquerda`, portanto inadequados a pertencerem à Maçonaria”), devem ser acrescidas as seguintes linhas:</p><blockquote class="wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background: rgb(250, 250, 250); border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; font-style: italic; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; overflow-wrap: break-word; padding: 30px 30px 0.5em 90px; position: relative;"><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Logo que se constataram as reais intenções dos militares, várias camadas populacionais voltaram-se contra as atuações autoritárias, porém isso não ocorreu com a Maçonaria. Ela continuava a elaborar ofícios que consentiam as atuações decorrentes naquele momento […] O grande problema era que a própria instituição servia de chave para apontar ao governo maçons que possuíam um pensamento que se divergia do aceito no momento […] de apoio a uma situação governamental que contraria os seus princípios (ALMÉRI, op. cit., p. 110).</p></blockquote><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Fugiria ao escopo do trabalho o aprofundamento de determinadas questões, mas a oportunidade convida trazê-las à reflexão: hoje, como pode Ordem falar em fraternidade, liberdade de expressão e busca da verdade sem trazer à luz, debater e esclarecer o passado de traições aos princípios e aos quadros?</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">E mais uma vez se torna imperativo perguntar e ressaltar: por que Ismail, um Iniciado, e Alméri, uma acadêmica “profana”, chegaram a conclusões tão semelhantes entre si quanto diferentes das de outros tantos autores maçons? Por hipótese, em razão do recurso ao método acadêmico-científico (analítico-crítico-documentado) ao invés do mero automatismo da reprodução de ideias cegas pela visão apaixonada ou comprometida ideologicamente.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">É preciso, pois, evitar que a realidade factual esteja submetida, como chama a atenção Urbim, à “conotação político-ideológica de cada época”, cujo limite, que levaria ao duplipensar orwelliano (ORWELL, 2005), parece estar cada vez mais próximo no chamado mundo profano. Em suma, em resposta à crise da (e na) Maçonaria é preciso antes refletir e atuar sobre os fundamentos, os princípios, atitudes e comportamentos com vistas a se antecipar aos homens que um dia acordarão e concordarão com a criança: “Coitado do rei, está nu! O rei está nu!”</p><h4 class="wp-block-heading" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 23.8px; line-height: 28.56px; margin: 50px 0px 25px; padding: 0px;">4. O Dinamismo do Contexto</h4><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Além da questão já levantada acerca de quais são as bandeiras atualmente defendidas pela Maçonaria (ou maçonarias?), é por demais importante considerar o contexto ampliado e com o devido recorte (Loja, Potência, Obediência, unidade federada ou Estado). Embora muito se fale, acertadamente, que a Ordem em essência é conservadora, a mera passagem da fase Operativa à Especulativa é, em si mesma, reveladora da capacidade e da plasticidade necessárias à adequação aos novos tempos e à espera de líderes catalisadores cujos interesses, senão necessariamente idênticos, convergentes no que é relevante para constituir a massa crítica. A explosão dos Ritos segue a mesma linha, enquanto a sobrevivência de relativamente poucos sugere a existência de mecanismos (deliberados ou espontâneos) de seleção natural. É necessário, pois, estar receptivo às mudanças, sensível ao zeitgeist.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Da seção anterior restou claro que é mais adequado referir às maçonarias ao invés de à Maçonaria, bem como que o chamado “passado glorioso” deve ser, pelo menos em parte, relativizado. Que outras considerações podem ser tecidas se o intuito é qualificar o diagnóstico, a partir da análise do passado e do presente com vistas a subsidiar os estudos prospectivos? No ambiente contemporâneo, qual é o efetivo espaço que cabe à Maçonaria e, neste perímetro, a missão institucional que efetivamente vem desempenhando? Ademais, quais são os agentes relevantes, os jogos de interesses (de onde virão as resistências, quais os possíveis aliados), as forças (os recursos) e as fraquezas de cada um, as tendências (tecnológicas, valores, usos e costumes, etc.) quando os olhares se projetam para o futuro?</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Francisco (2022a), por exemplo, sublinha a importância e a grande contribuição da imprensa – à época impressa, pulverizada, com alcance restrito e geograficamente bem delimitado – à luta abolicionista e através da qual a Maçonaria mantinha a sua imagem positivamente associada (no contexto da luta pelos direitos individuais e coletivos) junto à sociedade, daí a sua força. E hoje, em tempos de grandes grupos corporativos de mídias comprometidas com os mais diversos interesses geopolíticos-econômicos-culturais-usos e costumes, e em permanente e acirrada disputa de espaços nos corações e mentes do mercado secularizado, espacialmente ilimitado e quantificado aos milhões, qual o papel e a relevância da imprensa para a Maçonaria? E se essa aliada foi perdida, quem teria ou poderia ocupar o seu lugar? E o que dizer das redes sociais e da sua capilaridade atuante em tempo real? Jogam a favor ou contra vis- à-vis à emergência dos novos valores, usos e costumes?</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">A mesma autora, mas já em Francisco (2022, p. 9) aponta que</p><blockquote class="wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background: rgb(250, 250, 250); border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; font-style: italic; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; overflow-wrap: break-word; padding: 30px 30px 0.5em 90px; position: relative;"><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Muitos estudantes acreditavam que ingressar na maçonaria poderia ser uma boa oportunidade para a construção de laços de proteção e uma possibilidade de alavancar suas carreiras após a formatura […] A rede de influência construída em torno de Joaquim Ignácio Ramalho estabelecia uma ponte direta entre a Faculdade de Direito e a Loja Piratininga. Ramalho foi um personagem importante dentro da loja por ter assegurado a iniciação de muitos estudantes […].</p></blockquote><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">E na atualidade, que atrativos tem a Maçonaria para despertar o interesse dos jovens adultos, qual o approach e os argumentos para convencê-los? A Maçonaria, tanto por Colussi quanto por Francisco, foi considerada como um espaço de sociabilidade e relacionamentos capazes de “abrir portas” e alavancar oportunidades. E hoje, nesse aspecto, qual é o espaço para a atuação da Maçonaria à luz das novas profissões e competências exigidas no mercado de trabalho globalizado (que não opõe obstáculos, ao contrário, oferece estímulos à migração), bem como das formas de acesso que, exceto para os mais altos cargos, quase tudo passa, primeiro, por um filtro virtual-impessoal? Portanto, antes de se pensar em resgatar as glórias do passado é preciso avaliar se as condições que conferiram algum status e poder à Maçonaria ainda hoje se mantêm presentes; e se não mais, em que medida e como as mudanças afetam os planos para o futuro da Ordem.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">As pesquisas de Colussi e Francisco trazem recortes e análises com elementos de perfil (profissão, faixa etária, estado civil, religião, etc.), mas para evitar que este texto se torne demasiado extenso sugere-se a leitura, na íntegra, das mesmas.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Ademais, mas ainda no âmbito do contexto, ao planejar o seu futuro, parece ser forçoso reconhecer que a Maçonaria hoje enfrenta inúmeros concorrentes, pois também no que tange ao que pode(ria) ofertar enquanto Escola Iniciática ela tem ficado muito aquém do seu passado e das expectativas que cria nos (ou “vende” para?) recém Iniciados; isto, s.m.j., devido ao efeito combinado dos problemas de “indicação-seleção” com os relativos à docência. Já há tempos, e a cada dia mais e mais, a Ordem toma distância das características de uma efetiva organização iniciática, a começar pelas representações simbólicas, que se não aprendidas e apreendidas na essência, não passam de meras performances teatrais. Os trabalhos que sucedem as Instruções, bem como os debates que se seguem, quando ocorrem, e que deveriam ser pautados nas lições dos clássicos (afinal, é uma Ordem conservadora), sem prejuízo aos autores contemporâneos, de regra são pobres de conteúdo analítico-crítico como reflexos da falta de (estímulo à) leitura bem como, aos orientadores, das competências necessárias para estabelecer as pontes entre o simbolismo e a realidade cotidiana, como fazem, por exemplo, os padres durante as homilias; eis pois, pasmem, um dos primeiros concorrentes contemporâneos da Maçonaria – as Igrejas – frente aos indícios de um retorno ao misticismo e ao esoterismo. As lições, o entendimento e a exemplificação de muito do que deveria constar da docência maçônica hoje podem ser encontradas, com ganhos de qualidade e custo, inclusive com extensão ao voluntariado e à filantropia, em diversas plataformas de conteúdo, a exemplo da Nova Acrópole, da Casa do Saber, da Brasil Paralelo, entre outras para se restringir às mais conhecidas no âmbito nacional. Até mesmo como (mais) um simples espaço de sociabilidade, a Maçonaria contemporânea enfrenta novos e poderosos concorrentes.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Afastada das suas raízes, fraturada e em ambiente completamente diferente (adverso?) dos que lhe proporcionaram a gênese e a expansão, a Maçonaria contemporânea brasileira, há indícios, encontra-se no divã. Frente a essa realidade, que embora reconhecida por muitos é tratada de forma encoberta, não podem ser afastadas as hipóteses de uma moratória nas admissões ou mesmo um enxugamento dos quadros até que se tenham mais claros os diagnósticos subsidiários ao delineamento dos prováveis futuros. E também nesse aspecto as lições do passado podem ser valiosas, razão pela qual deveriam ser objeto de estudos mais acurados:</p><blockquote class="wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background: rgb(250, 250, 250); border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; font-style: italic; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; overflow-wrap: break-word; padding: 30px 30px 0.5em 90px; position: relative;"><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Formada por maçons da cidade do Rio de Janeiro, A Semana Maçônica tinha o propósito de discutir o futuro da instituição perante a iniciação descontrolada de novos membros na organização, com base no artigo intitulado Causas da decadência da maçonaria no Brasil […] (FRANCISCO, 2022, p. 19).</p></blockquote><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Sonhos grandiloquentes, de ser o farol da humanidade, promover transformações pela via política, não passam disto: devaneios oníricos. Tais missões, inclusive constitucionalmente, cabem a outras instituições; como diz Ismail (2017, p. 152): “Qualquer Irmão que se despir da vaidade institucional verá que a Maçonaria querer influenciar a política nacional é algo tão bizarro quanto a escola dos seus filhos querer deixar de dar aula para atuar politicamente […]”.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Os tempos são outros, o futuro da Maçonaria talvez e paradoxalmente esteja nas origens, no passado mais antigo, anterior às glórias, pois a sua ação (e força) política, se ainda existentes, revelam-se residuais e de eficácia duvidosa. Hoje, com o lastro das informações disponíveis, s.m.j. o olhar no espelho pode revelar um Tigre de Papel.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Antes de encaminhar às conclusões, umas breves palavras sobre a questão do método, um dos eixos de densidade emergente neste trabalho.</p><h4 class="wp-block-heading" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 23.8px; line-height: 28.56px; margin: 50px 0px 25px; padding: 0px;">5. Generalizações Indevidas</h4><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Conforme já mencionado em Pinheiro (2023) os trabalhos de Morais (2017) e Ismail (2023) foram amplamente citados. A esses pode-se ainda acrescentar o de Ismail (2017) e o da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais (GLMMG, 2019). Essas pesquisas, todas de grande valor, têm sido referidas por vários autores como argumentos indiscutíveis para o “estado de crise” generalizada instalada na Maçonaria brasileira. O tema, entretanto, merece uma palavra de alerta.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Quanto à pesquisa coordenada por Ismail (2023):</p><ul style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; margin: 0px 0px 1.5em 1.5em; padding: 0px;"><li style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: inherit; line-height: 28.9px; margin: 0.5em 0px; padding: 0px; text-align: left;">o próprio autor, à página 2, de pronto revela a “baixa participação de maçons do GOB em comparação com seu market-share, de quase 30%, pode ser reflexo da discordância de seu Soberano Grão-Mestre com a divulgação e realização da pesquisa”, o que já seria suficiente para a cautela quanto à generalização dos seus resultados para a população (cujas estimativas oscilam entre 200/300 mil) de maçons brasileiros; e,</li><li style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: inherit; line-height: 28.9px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;">o autor não oferece quadros comparativos “População vs Amostra” para os diversos recortes (Potências, unidade da federação, idade e outras categorias) que apresenta, o que acentua a recomendação anterior.</li></ul><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Por que, então, os seus resultados têm sido tão largamente utilizados como se a amostra fosse estatisticamente representativa de todos os estratos que discute, inclusive das idiossincrasias estaduais (e regionais) cujas diferenças foram reveladas por Colussi e Francisco? Hipóteses (não exclusivas):</p><ul style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; margin: 0px 0px 1.5em 1.5em; padding: 0px;"><li style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: inherit; line-height: 28.9px; margin: 0.5em 0px; padding: 0px; text-align: left;">falta de atenção dos usuários desses dados secundários; ou,</li><li style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: inherit; line-height: 28.9px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;">porque eles identificam esses resultados com as evidências empíricas, ainda que não devidamente sistematizadas, colhidas nas suas respectivas realidades, no dia a dia.</li></ul><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Já quanto às afirmações de Ismail (2017) – inclusive utilizadas neste trabalho -, não há qualquer esclarecimento metodológico; assim, o que lhes confere densidade é o chamado “argumento de autoridade” hoje conferido, por merecimento, ao autor. Contudo, nada assegura que esse diagnóstico efetivamente seja extensivo à toda realidade nacional (Potências, unidades federadas, Ritos e outros recortes). Todavia, para contestar as afirmações é necessário que as Potências se abram à pesquisa.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Quanto à pesquisa de Morais (2017), trata-se de uma amostra pontual, de conveniência e episódica:</p><ul style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; margin: 0px 0px 1.5em 1.5em; padding: 0px;"><li style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: inherit; line-height: 28.9px; margin: 0.5em 0px; padding: 0px; text-align: left;">Pontual, porque correspondente à realidade específica da Grande Loja Maçônica do Distrito Federal;</li><li style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: inherit; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 0.5em; padding: 0px; text-align: left;"><span style="-webkit-font-smoothing: antialiased; box-sizing: border-box; color: initial;">de conveniência, porque o estudo teve início a partir de um encontro de Veneráveis, mas não há registro, por exemplo, quanto à representatividade deste conjunto frente ao total; e,</span></li><li style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: inherit; line-height: 28.9px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;">Episódica, por ter estudado as evasões ocorridas em apenas um exercício.</li></ul><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Também aqui não há fundamentos que autorizem a generalização nacional dos resultados:</p><ul style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; margin: 0px 0px 1.5em 1.5em; padding: 0px;"><li style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: inherit; line-height: 28.9px; margin: 0.5em 0px; padding: 0px; text-align: left;">sabe-se que Brasília é “um país, uma realidade, à parte”;</li><li style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: inherit; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 0.5em; padding: 0px; text-align: left;">o<span style="-webkit-font-smoothing: antialiased; box-sizing: border-box; color: initial;"> método brainstorming, utilizado na primeira fase, apresenta vantagens e desvantagens, entre estas, a sugestão (influência) recíproca, assim como o silêncio por exaustão; e,</span></li><li style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: inherit; line-height: 28.9px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;">nada indica que os motivos que levaram à evasão em determinado exercício sejam os mesmos observados nos anos anteriores. Questões pessoais, por exemplo, se eliminado “o problema”, a paz talvez retorne à Loja.</li></ul><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">No que tange ao trabalho da GLMMG (2019), por motivos análogos aos já comentados, também não foram encontrados argumentos que autorizem e tampouco recomendem a generalização dos achados de pesquisa, inclusive o próprio relatório aponta inconsistência nas respostas, o que deve redobrar a cautela.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Em derradeira análise, para aonde apontam os questionamentos acima? S.M.J., para o desconhecimento da realidade do estado geral da Maçonaria brasileira. Delineia-se o futuro sem que, efetivamente, se conheça o presente, e o passado, como visto, em parte (cuja representatividade se desconhece) encontra-se escamoteado. Apesar dos novos esforços, alguns inclusive trazidos ao texto organizado por Morais (2020), são todos pontuais, estatisticamente não representativos da realidade nacional e muito menos das suas diversidades locais mais relevantes.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">E a tomar como base a manifestação do Prof. K. Ismail, tem-se a narrativa que esclarece as dificuldades para a realização de pesquisas que contribuam para ampliar o conhecimento acerca da realidade maçônica no Brasil: elas têm origem “no andar de cima”, o que, à propósito, em parte também contribui para explicar por que passados mais de dois séculos de história da Maçonaria brasileira, os estudos junto à Academia ainda são esporádicos e titubeiam os primeiros passos. Todas as Potências detêm valiosas informações que anualmente poderiam ser organizadas e sistematizadas em grandes agregados, portanto sem risco de arguição de uso indevido e, então, compartilhadas. Poderiam, também, estimular os pesquisadores independentes ou vinculados às suas Lojas de Estudos e Pesquisas para que se detivessem sobre as especificidades e minúcias mais pontuais, tudo para o bem coletivo: melhor gestão, aperfeiçoamento docente, adequação às idiossincrasias, etc. Não se sabe, por exemplo, o efeito da pandemia, nos seus mais diversos aspectos, sobre a Ordem em seus diferentes recortes – regiões, faixa etária, Ritos, ocupações, etc. Também por isso, a Maçonaria, se já não está, deveria ser posicionar no divã; afinal, conhecer a si mesmo não é o pressuposto para conhecer o universo e os deuses?</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">A ausência de iniciativas e estímulos sugerem não haver interesses, enquanto paralelamente a Maçonaria age como se fosse um ente corporativo, aonde as informações devem ser mantidas em sigilo, senão para omitir o que não se deseja ver exposto, em razão do seu elevado valor estratégico em um mercado onde se trava acirrada competição – non sense. De modo que, se de um lado se constata a contradição nos discursos que referem à Maçonaria Unida, ao espírito fraterno, à cooperação e à harmonia, de outro, a reafirmar esta mesma contradição, a confirmação da existência não de uma, mas de várias maçonarias que competem entre si. Fechada ao público externo e ao interno, não surpreende a proliferação da literatura tipo 3, bem como se pavimentam e aumentam as distâncias da intelligentsia maçônica internacional, notadamente da inglesa, da escocesa e da espanhola.</p><h4 class="wp-block-heading" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 23.8px; line-height: 28.56px; margin: 50px 0px 25px; padding: 0px;">6. Conclusões</h4><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Por oportuno, convém lembrar o objetivo proposto:</p><blockquote class="wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background: rgb(250, 250, 250); border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; font-style: italic; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; overflow-wrap: break-word; padding: 30px 30px 0.5em 90px; position: relative;"><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">o objetivo principal deste trabalho foi o de avaliar se as diferenças provenientes das fontes consultadas (livros vs periódicos acadêmicos, Iniciados vs não-Iniciados e gênero da autoria) são potentes o suficiente para criar percepções capazes de alterar a primeira etapa dos estudos prospectivos: a formulação do diagnóstico – a visão do ambiente, de si mesmo (no caso, da Maçonaria), das suas forças, fraquezas e das suas relações com os demais agentes.</p></blockquote><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">A conclusão, inicialmente com base nos estudos de Colussi, Francisco e Alméri, todas pesquisadoras, pois esta foi a estratégia dos autores, é definitivamente afirmativa e pelos motivos a seguir resumidos.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Efetivamente, não só o retrato (dado por Colussi e Francisco, que estudaram o mesmo recorte histórico), mas também a apreciação longitudinal (em análise do conjunto, posto que Alméri se dedicou aos acontecimentos havidos um século adiante) apontam para o mesmo sentido: a visão interna que os maçons alimentam de si próprios (constituída a partir de livros) é bastante diferente daquela percebida quando a Ordem é vista desde fora (a partir de textos acadêmicos), notadamente no que tange à representação da Ordem enquanto uma entidade monolítica e, ainda hoje, de grande prestígio e poder na sociedade.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Todavia, apreciações muito semelhantes foram também desenvolvidas por Ismail e Castellani, o que sugere que, sob esse aspecto, não há qualquer diferença entre os “olhos externos vs internos”, e tampouco as diferenças (das representações) podem ser associadas a eventuais especificidades relacionadas ao gênero. O que leva, então, à convergência entre os 5 (cinco) autores, qual o ponto em comum? O emprego do método acadêmico -científico, tanto pelas pesquisadoras (não-Iniciadas) quanto pelos pesquisadores (Iniciados)!</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Ademais, o estudo mostrou que:</p><ul style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; margin: 0px 0px 1.5em 1.5em; padding: 0px;"><li style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: inherit; line-height: 28.9px; margin: 0.5em 0px; padding: 0px; text-align: left;">a imagem de um “passado glorioso”, de Ordem poderosa e à frente dos principais acontecimentos históricos não resiste às críticas lastreadas em documentos. Antes de mais nada porque os maçons, como visto, sempre estiveram distribuídos por entre os lados – grandes blocos – que travavam as disputas, no Brasil, entre republicanos vs monarquistas, escravocratas vs abolicionistas, ultramontanistas vs secularistas, pró-governos militares vs contrários; destarte, é quase certo assegurar que qualquer episódio histórico analisado, bem como futuro, revelará o mesmo comportamento. Assim, qualquer que fosse (ou venha a ser) o lado “vitorioso”, a Maçonaria poderia (poderá) afirmar que havia dado a sua grande contribuição; portanto, a rigor ela não erra quando afirma ter estado presente, mas peca ao arrogar a si a dimensão, o espaço e a importância que não encontram respaldo histórico frente à leitura técnica, neutra e desapaixonada. Resulta, também por isso, ser praticamente impossível referir à Maçonaria como corpo unitário. Os erros e os acertos, os fracassos ou sucessos, ancorados em notórios personagens são, então, apresentados e explorados à conveniência; e,</li><li style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: inherit; line-height: 28.9px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;">internamente, embora o discurso e a prática, ainda hoje, sejam no sentido a inibir a reflexão política, o que as autoras revelaram foi o oposto: embora sempre dividida, a existência deliberada e posicionada da ação política levada a efeito pelas “maçonarias” (Lojas). Mas enquanto a base está proibida de emitir manifestações, a cúpula, à vontade, se pronuncia reiteradamente, o que de imediato coloca em xeque os princípios fundamentais da Ordem – democracia, igualdade e representatividade. Como pode a Maçonaria se pronunciar em nome das “maçonarias” sem, antes, ouvi-las? E em meio a esse cenário dividido, já remodelado em arena, notadamente a partir do observado por Alméri, mas também já apontado por Ismail, há evidências documentadas de traições e perseguições interna corporis, não apenas aos princípios, mas também aos Irmãos.</li></ul><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Há, pois, questões de princípios (esteios da confiança, da cooperação, da unidade – condição para a realização de empreendimentos) que, antes de qualquer traçado de futuro, devem ser devidamente esclarecidas e conciliadas à luz do passado.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">As autoras exploraram outros temas não trazidos a este texto, como foi o caso da chamada “questão religiosa” vs maçonaria, analisada por Colussi; todavia, em nenhum dos casos as considerações vão de encontro às conclusões já trazidas; mas para melhor apreciação e formação de juízo, que se acredita robustecerão as conclusões deste texto, recomenda-se a leitura integral das obras citadas-referidas.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">A questão acima referida como “emprego do método acadêmico-científico” reclama maior detalhamento: como visto, Colussi, grosso modo, divide os autores-pesquisadores em 2 (dois) grandes grupos: os comprometidos (envolvidos) com a Ordem; e, os isentos (neutros). A principal diferença entre ambos, com poder explicativo sobre os achados de pesquisa, é o recurso ao método acadêmico-científico para, a partir da argumentação lastreada em fontes primárias ou secundárias, construir a narrativa defendida; daí porque este texto também abriu espaço para algumas reflexões sobre o tema. E ao encontrar dois autores maçons – Costa e Ismail – que não só defendem como empregam o método acadêmico-científico, fica claro que esta não é uma atitude esdrúxula, característica e exclusiva de acadêmicos-teóricos distantes da realidade, ao contrário, é procedimento que salienta o profissionalismo e o zelo com a verdade, e mesmo, mutatis mutandis, para uso cotidiano.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Ora, se o diagnóstico da situação presente, na sua complexidade multifatorial, bem como a clareza e o entendimento da narrativa que conecta, na sua exata dimensão, o passado ao presente, são ambos essenciais para prospectar o futuro – leitmotiv do Edital I da CMSB -, com base nas diferenças de posicionamentos e avaliações encontradas, pode-se concluir que há evidências que recomendam, antes de mais nada, a realização de estudos mais aprofundados, a começar pela mineração nos Bancos de Dados das próprias Potências, mas também uma profunda análise e autocrítica de natureza axiológica.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Como subproduto da imagem grandiloquente que tem de si e que a retroalimenta, ao contrário das corporações que não hesitam em enxugar os seus quadros, reduzir estruturas, fundir unidades e mesmo se reinventar para fazer frente aos novos desafios, a Maçonaria parece ser guiada apenas por um indicador de sucesso: a contínua ampliação do número de Lojas e Obreiros, o que se constitui em mais um fator de risco frente ao ambiente pós-moderno (dinâmico, veloz, ubíquo, atuação em redes, ambíguo, incerto, etc.).</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">Por fim, a clareza quanto a se há uma ou várias maçonarias revela-se conditio sine qua non ao delineamento dos planos, das estratégias, dos objetivos e metas, etc. Afinal, qual é a unidade relevante que será responsável pela implementação dos programas e projetos: a Loja, a Potência ou um grupamento (ainda que informal) de Lojas com afinidades (regionais, usos e costumes, crenças, causas, etc.)? E por tudo o que foi dito, é de se concluir que a Maçonaria, se não está, deveria estar no divã, o primeiro e necessário passo para delinear o futuro.</p><div class="wp-block-image" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px;"><figure class="aligncenter size-large is-resized" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; box-sizing: border-box; clear: both; margin: 0px auto 1.2em;"><a href="https://bibliot3ca.files.wordpress.com/2023/10/separador.jpg" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border-bottom: 1px solid rgba(0, 0, 0, 0.2); box-sizing: border-box; color: #ce2721; outline: none; text-decoration-line: none; transition: all 0.1s ease-in-out 0s;"><img alt="" class="wp-image-16220" data-attachment-id="16220" data-comments-opened="1" data-image-caption="" data-image-description="" data-image-meta="{"aperture":"0","credit":"","camera":"","caption":"","created_timestamp":"0","copyright":"","focal_length":"0","iso":"0","shutter_speed":"0","title":"","orientation":"0"}" data-image-title="separador" data-large-file="https://bibliot3ca.files.wordpress.com/2023/10/separador.jpg?w=474" data-medium-file="https://bibliot3ca.files.wordpress.com/2023/10/separador.jpg?w=300" data-orig-file="https://bibliot3ca.files.wordpress.com/2023/10/separador.jpg" data-orig-size="474,237" data-permalink="https://bibliot3ca.com/2023/09/28/revistas-francesas-de-maconaria-a-venda/separador-6/" height="237" sizes="(max-width: 474px) 100vw, 474px" src="https://bibliot3ca.files.wordpress.com/2023/10/separador.jpg?w=474" srcset="https://bibliot3ca.files.wordpress.com/2023/10/separador.jpg 474w, https://bibliot3ca.files.wordpress.com/2023/10/separador.jpg?w=150 150w, https://bibliot3ca.files.wordpress.com/2023/10/separador.jpg?w=300 300w" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border: 0px; box-sizing: border-box; display: block; font-family: inherit; height: auto; line-height: 1; margin: 0px auto; max-width: 100%; padding: 0px; vertical-align: bottom; width: 192px;" width="474" /></a></figure></div><h4 class="wp-block-heading" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 23.8px; line-height: 28.56px; margin: 50px 0px 25px; padding: 0px;">Bibliografia citada</h4><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">ALMÉRI, Tatiana M. Posicionamentos da Instituição Maçônica no Processo Político Ditatorial Brasileiro (1964): da visão liberal ao conservadorismo. Dissertação (mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Sociologia, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2007.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">ALVES, Gabrielle W. Os Braços da Salvação: a mobilização de auxílios aos infectados pela gripe espanhola (Porto Alegre, 1918). Disponível em: chromeextension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https:// <a href="http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/58291/" rel="nofollow" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border-bottom: 1px solid rgba(0, 0, 0, 0.2); box-sizing: border-box; color: #ce2721; outline: none; text-decoration-line: none; transition: all 0.1s ease-in-out 0s;">http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/58291/</a> Resumo_20070782.pdf?sequence=1. Acesso em: 09.04.23.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">CAMINO, Rizzardo da. Rito Escocês Antigo e Aceito – 1o. ao 33o.. São Paulo: Madras, 2013.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">_____ . Maçonaria além dos véus. São Paulo: Madras, 2011.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">_____ . Kadosh: do 19o. ao 30o.. São Paulo: Madras, 2007. _____ . O Ápice da Pirâmide. São Paulo: Madras, 2007a.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">CASTELLANI, José. A Maçonaria Brasileira na Década da Abolição e da República. CopYMarket.com, 2000.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">_____ . A Maçonaria e o Movimento Republicano Brasileiro. São Paulo: Traço, 1989.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">COLUSSI, Eliane L. Plantando Ramas de Acácia: a maçonaria gaúcha na segunda metade do século XIX. 1998. Tese (doutorado) – Curso de Pós-Graduação em História, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre-RS, 1998.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">COOPER, Robert L. D. Revelando o Código da Maçonaria – a verdade sobre a chave de Salomão e a irmandade. São Paulo: Madras, 2009.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">COSTA, Frederico G. A Trolha na Universidade. Londrina PR: A Trolha, 1998.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">_____ . “A Trolha” na Universidade. Londrina-PR: A Trolha, 2001. Vol. 2.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">FERREIRA FILHO, Arthur. História Geral do Rio Grande do Sul: 1503 -1964. 3ª Ed. Porto Alegre: Globo, 1965.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">FRANCISCO, Renata R. Entre Irmãos: sociabilidade, mobilidade e identidade maçônica em São Paulo (1850- 1888). História, São Paulo, v. 41, e2022050, 2022. DOI: <a href="https://doi.org/10.1590/1980-4369e2022050" rel="nofollow" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border-bottom: 1px solid rgba(0, 0, 0, 0.2); box-sizing: border-box; color: #ce2721; outline: none; text-decoration-line: none; transition: all 0.1s ease-in-out 0s;">https://doi.org/10.1590/1980-4369e2022050</a>.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">FRANCISCO, Renata R. A Dinâmica Abolicionista nas Lojas Maçônicas de São Paulo (1850-1888). Almanack, Guarulhos, n. 32, ea00521, 2022a. http:// doi.org/10.1590/2236-463332ea00521.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">GLMMG. Maçonaria do Futuro: gestão maçônica. Mimeo (pdf). Belo Horizonte: Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, 2019.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">ISMAIL, Kennyo. Maçonaria Brasileira – a história ocultada. Brasília-DF: No Esquadro, 2021. Volumes I e II.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">_____ . Relatório de Pesquisa: “CMI – Maçonaria no Século XXI”. Disponível em: chrome-extension:// ef a id nbmn nn i bp c ajp c g l c lef in dm ka j/h tt p s :// <a href="http://www.noesquadro.com.br/wp-content/uploads/2021/03/" rel="nofollow" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border-bottom: 1px solid rgba(0, 0, 0, 0.2); box-sizing: border-box; color: #ce2721; outline: none; text-decoration-line: none; transition: all 0.1s ease-in-out 0s;">http://www.noesquadro.com.br/wp-content/uploads/2021/03/</a> RELAT%C3%93RIO.pdf. Acesso em: 07.04.23.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">_____ . História da Maçonaria Brasileira para adultos. Londrina, PR: A Trolha, 2017.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">MORAIS, Cassiano Teixeira de (Org.). Maçonaria: perspectivas para o futuro. Ed. ampliada. Brasília: CMSB, 2020. Versão impressa.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">_____ . Evasão Maçônica: causas & consequências. Brasília, DF: DMC, 2017.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">ORWELL, George. 1984. 29ª Ed. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 2005.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">PINHEIRO, Ivan A. Produção Intelectual Maçônica no Brasil: um recorte a partir dos concursos promovidos pela CMSB em 2020, 2021 e 2022 – I/II. Edições “Universum”, Ed. 45, janeiro 2023, p. 25-56. Porto Alegre, RS: GLMERGS, Loja de Estudos e Pesquisas Universum n0 147.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">_____ . Buscadores da Verdade … Sois Mesmo? Revista Ad Lucem, vol.1 n. 2, p.14-28, Mai/Ago, 2021.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">_____ . O Homem (maçom) de um Livro Só. Publicado nas redes sociais em agosto, 2021a. Disponível em: ivan.pinheiro@ufrgs.br.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">PINHEIRO, Ivan A.; ROCHA, Rogério H. C. Considerações Sobre a Iniciação Maçônica de Voltaire. Disponível em: <a href="https://www.facetubes.com.br/noticia/3600/ivan-apinheiro-a-rogerio-rocha-qsobre-a-iniciacao-maconicade-voltaireq" rel="nofollow" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; border-bottom: 1px solid rgba(0, 0, 0, 0.2); box-sizing: border-box; color: #ce2721; outline: none; text-decoration-line: none; transition: all 0.1s ease-in-out 0s;">https://www.facetubes.com.br/noticia/3600/ivan-apinheiro-a-rogerio-rocha-qsobre-a-iniciacao-maconicade-voltaireq</a>. Acesso em: 05.04.23.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">SILVA, Claudia N. da; MONTEIRO, Fernando. Maçonaria e maçons: entre a fala assistencialista e a prática da assistência social como política pública. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais – RBHCS, v. 10, n. 19, jan.- jun., 2018.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">STEVENSON, David. As Origens da Maçonaria – o século da Escócia (1590-1710). São Paulo: Madras, 2009.</p><p style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: #f1f1f1; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #111111; font-family: "Noticia Text", serif; font-size: 17px; line-height: 28.9px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;">URBIM, Carlos. Os Farrapos. Porto Alegre: Zero Hora, 2003. Livro cortesia aos assinantes.</p><p><br /></p><p>Originalmente publicado em:</p><p><a href="https://bibliot3ca.com/a-maconaria-no-diva-as-perspectivas-e-as-contribuicoes-dos-nao-macons/" target="_blank">https://bibliot3ca.com/a-maconaria-no-diva-as-perspectivas-e-as-contribuicoes-dos-nao-macons/</a> </p><p>Obs.: possui Licença Creative Commons</p>Rogério Rochahttp://www.blogger.com/profile/02567831559873849872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1863207227654854521.post-53097796651426038102023-12-31T11:41:00.001-03:002023-12-31T11:41:20.708-03:00Stephen Krashen: A Aquisição de uma Segunda Língua<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/nSAx-vTbQS8?si=Ffcqy2NmA2xbl0hK" frameborder="0"></iframe>Rogério Rochahttp://www.blogger.com/profile/02567831559873849872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1863207227654854521.post-58445900619453888402023-12-31T11:05:00.001-03:002023-12-31T11:05:18.767-03:00Quais são as ESCOLAS ou TEORIAS DO DIREITO | Jusnaturalismo e Positivism...<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/9eCzRkfNwmg?si=GTp3ZPvONC1j2fHH" frameborder="0"></iframe>Rogério Rochahttp://www.blogger.com/profile/02567831559873849872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1863207227654854521.post-45870450630180098932023-12-31T11:03:00.001-03:002023-12-31T11:03:46.253-03:00Arquivo S: breve história do ORÇAMENTO PÚBLICO no Brasil<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/MEHyMfR9VgE?si=NcHUftju6yoQ1bwB" frameborder="0"></iframe>Rogério Rochahttp://www.blogger.com/profile/02567831559873849872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1863207227654854521.post-55239121342925350562023-09-11T00:08:00.001-03:002023-09-11T00:10:13.892-03:00AS VERDADEIRAS LENDAS<p> </p><p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="font-family: "Book Antiqua",serif; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Por Rogerio Rocha</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Book Antiqua",serif; font-size: 14pt; line-height: 107%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Book Antiqua",serif; font-size: 14pt; line-height: 107%;">No salão das refeições, após
os demais terem-se retirado, dois homens maduros, sentados lado a lado,
raspavam seus pratos, mastigando lentamente o resto dos caroços de feijão
servidos com o arroz de carreteiro.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Book Antiqua",serif; font-size: 14pt; line-height: 107%;">O mais jovem deles olhou
para o do lado, cutucou a costela do que estava à sua direita com o cotovelo e puxou
conversa:</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Book Antiqua",serif; font-size: 14pt; line-height: 107%;">“Nero, meu querido! O que
acha de bolarmos uma forma de dominar o mundo? Afinal, creio que você saiba do
meu desejo insaciável por quebrar convenções e impor minha vontade, não é? ”</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Book Antiqua",serif; font-size: 14pt; line-height: 107%;">“Calígula, olha que essa é uma
ideia que me atrai! Dominar o mundo. Será algo tão chocante quanto nomear um
cavalo como cônsul. ”</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Book Antiqua",serif; font-size: 14pt; line-height: 107%;">“É verdade! Para quebrar com
a mesmice, nada melhor do que causar impacto. Causar. Lacrar, como gosta de
dizer essa gente de hoje. Que tal colocarmos um Youtuber no posto de ministro
da Educação ou criarmos uma religião baseada na política? ”</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Book Antiqua",serif; font-size: 14pt; line-height: 107%;">“Sensacional, meu caro Calígula!
E para ganhar as mentes do povo lançaremos uma campanha publicitária que reverencie
as nossas "divindades". Podemos fazer várias <i style="mso-bidi-font-style: normal;">lives</i> e usar os influenciadores digitais para performances bizarras
em honra e glória de nossas imagens. ”</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Book Antiqua",serif; font-size: 14pt; line-height: 107%;">“Genial, Nero! Genial! Iremos
cunhar também moedas virtuais com o nosso selo, disseminá-las por toda a rede
mundial de computadores, dar-lhes valores altíssimos e uma cotação que nunca cairá!
”</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Book Antiqua",serif; font-size: 14pt; line-height: 107%;">“Popularizaremos programas
de televisão com sexo, sadismo, inversão de valores e muita baixaria. Nele os
políticos corruptos usarão tornozeleiras eletrônicas, roupas esfarrapadas e
deslizarão em enormes canaletas, caindo, ao final da descida, num imenso
chiqueiro, cheio de lama e lotado de porcos famintos! ”</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Book Antiqua",serif; font-size: 14pt; line-height: 107%;">“Ótima ideia. Mas é claro
que, mesmo agindo assim, não admitiremos críticas” – disse Calígula com a face
transtornada. “Nossos opositores serão sumariamente cancelados em todas as
mídias e redes sociais! Depois serão expulsos do nosso império. E para
sacramentar a destruição de suas reputações, lançaremos propagandas
sistemáticas de difamação e criaremos factoides para confundir a opinião pública.
” – Afirmou, gesticulando com firmeza.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Book Antiqua",serif; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Nos olhos arregalados dos
dois, bem como na entonação das vozes num crescendo, ficava evidente a conexão
entre as mentes dos conspiradores. Ambos pareciam saber que suas histórias, bem
como a razão de estarem ali, tinham muitos elementos em comum.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Book Antiqua",serif; font-size: 14pt; line-height: 107%;">“Você já percebeu que somos homens
diferenciados! Na verdade, somos únicos. Temos visão, pensamos grande e estamos
sempre à frente de tudo. Será que os idiotas desse tempo ainda não perceberam isso?
”</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Book Antiqua",serif; font-size: 14pt; line-height: 107%;">“Talvez não. Acho muito
difícil, para falar a verdade. Por isso não podemos nos acomodar! Vamos dominar
o mundo o quanto antes! Só assim teremos de volta a consideração e o
reconhecimento que merecemos. ” – Falou enchendo o peito e empinando o nariz.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Book Antiqua",serif; font-size: 14pt; line-height: 107%;">“Ah! Lembrei agora! Você
sempre foi dado a extravagâncias e ligado aos escândalos. Anotarei em meu
diário para não esquecer que isso não deve faltar ao império. Mas, voltando ao
que interessa: como seduzir os jovens para aceitarem nossas ideias? ”</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Book Antiqua",serif; font-size: 14pt; line-height: 107%;">“Simples. Transformaremos as
aulas em encenações dramáticas, com telas digitais ultra coloridas, vídeos e
jogos que disseminarão nossa filosofia. Aprenderão tudo ouvindo <i style="mso-bidi-font-style: normal;">podcasts</i>, assistindo vídeos
motivacionais e sendo sugestionados por meio de mensagens subliminares.
Pagaremos os melhores <i style="mso-bidi-font-style: normal;">coaches</i> para
fazer esse trabalhinho sujo. Mas fique tranquilo! As pessoas sequer vão notar.
” – Disse, com ar de superioridade, o futuro conquistador.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Book Antiqua",serif; font-size: 14pt; line-height: 107%;">“Fantástica ideia, Calígula!
Criaremos um programa: o "Meu vídeo, minhas <i style="mso-bidi-font-style: normal;">selfies</i>”. Assim, quem sabe, os súditos mais pobres não venham a se
contentar mais facilmente ao ser dominados. Aos mais ricos, mandaremos
distribuir vinho e queijo diariamente. Não terão do que se queixar. ”</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Book Antiqua",serif; font-size: 14pt; line-height: 107%;">“Perfeito, Nero! No campo da
política, resolveremos conflitos no Senado com duelos de MMA. O mais forte
vencerá e terá a razão! Com isso, poderemos matar as saudades das corridas de
biga e dos combates entre os gladiadores. Que tempos maravilhosos foram aqueles!
” – Exclamou saudoso o pretendente ao trono.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Book Antiqua",serif; font-size: 14pt; line-height: 107%;">“Sem dúvida, Calígula! E
quando estivermos entediados, ao invés de debatermos as soluções para as
crises, contrataremos cantores populares para apresentar seus shows
gratuitamente em cadeia nacional. ”</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Book Antiqua",serif; font-size: 14pt; line-height: 107%;">“Eis o governo que o mundo precisa:
um mix de força, diversão e egolatria! ”</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Book Antiqua",serif; font-size: 14pt; line-height: 107%;">O toque estridente da sirene
enfim soou, interrompendo a mirabolante conversação. Afinal, era hora do toque
de recolher. Momento em que os agentes judiciários passavam para conduzir às
celas algum interno que por ali estivesse.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Book Antiqua",serif; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Era o fim de mais um dia no
manicômio judiciário do estado.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Book Antiqua",serif; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Após entreolharem-se, com um
nítido ar de decepção, os parceiros de casa encaminharam-se para o término do
diálogo, tendo um deles questionado:</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Book Antiqua",serif; font-size: 14pt; line-height: 107%;">“Vejo que temos mesmo muito
em comum. Mas, fico aqui pensando, será que o mundo um dia vai entender a
grandiosidade de tudo aquilo que já pensamos e fizemos? Ou continuarão a
cometer o erro de nos tratar como loucos? ”</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Book Antiqua",serif; font-size: 14pt; line-height: 107%;">“Olha, Nero! ” – Disse o
interno, antes de ser conduzido à força para a cela onde dormia – “Para mim
isso não importa”. “O que interessa é que nunca deixaremos de viver no
imaginário das pessoas. Nosso destino é mesmo o de nos tornarmos aquilo que
nascemos para ser: verdadeiras lendas! ”</span></p>
Rogério Rochahttp://www.blogger.com/profile/02567831559873849872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1863207227654854521.post-59018850331280286362023-07-16T11:25:00.000-03:002023-07-16T11:25:31.126-03:00A BANCA DO VÔ [Um conto de Rogério Rocha]<p><img alt="Fotos Empresa Chocolate, 76.000+ fotos de arquivo grátis de alta qualidade" aria-hidden="false" class="r48jcc pT0Scc iPVvYb" src="https://img.freepik.com/fotos-gratis/alguns-dos-bombons-de-chocolate-no-preto_114579-37294.jpg" style="height: 318px; margin: 0px; max-width: 626px; width: 477px;" /> </p><p><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"> Fonte: Freepik</span></p><p><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></p><p><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Por Rogério Rocha</span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 2.0cm;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">No
final de tarde a gente chega. As crianças passam e olham. A banca de bombons do
vô está na praça. É um sucesso. Sei que é porque sempre tem alguém querendo
comprar alguma coisa.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 2.0cm;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Os
meninos jogam bola aqui perto. As meninas pulam corda, dançam ou brincam de
amarelinha. Depois encostam. Tem bolinhos, doces, chocolates e balas. Tudo que elas
gostam.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 2.0cm;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Quase
todo dia a gente monta a banca. Eu venho com ele. Fico ao lado brincando com
meu carrinho. Trago sempre uma garrafa com água e uma sacola com o lanche. Às
vezes dá fome, sede, mas eu estou sempre aqui com ele. O vô gosta muito de mim.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 2.0cm;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Meu
pai nunca vem. Ele fica em casa. Diz que precisa cuidar das entregas. Uns
saquinhos que vende para o pessoal da comunidade. Neles eu não posso mexer, o
pai sempre diz. Ficam guardadinhos, mas nem sei onde.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 2.0cm;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Quando
os adultos vêm comprar, o vô entrega os bombons, mas eles escondem logo. Botam
no bolso ou na mochila. Não gostam da praça. Saem ligeirinho, com cara
estranha. Acho que os pais deles estão esperando em casa. Podem apanhar se
demorarem na rua. Deve ser bem por isso.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 2.0cm;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Na
minha casa não falta nada. O pai e o vô sabem ganhar dinheiro, viu. Até quando
já é bem tarde, e estou quase dormindo, bate gente na porta atrás de um docinho.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 2.0cm;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Essa
semana um menino chegou na banca com os olhos vermelhos. Acho que estava com
sono. Com sono ou chorando, não sei. Mas ficou feliz. Abriu um sorriso quando levou
umas balinhas.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 2.0cm;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Na
praça também tem meninas. Umas moças que falam baixinho e gostam de sorrir. São
muito bobas. Riem à toa. Até sem ter piada. Eu não entendo, mas acho engraçado.
</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 2.0cm;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Tem
dia que vamos embora mais cedo. Afinal, meu vô não gosta quando tem polícia.
Parece que fica preocupado. Guarda uma parte das coisas numa caixa de papelão.
Depois me olha sério, diz para eu pegar meu brinquedo e guardar na sacola. Ele
fala no celular e, não demora, aparece um moço do táxi que leva a gente para
casa. Gosto muito de andar de táxi. </span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 2.0cm;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Também
não demora para mudar de bairro, sabe! Toda semana é um lugar diferente, outra
praça em outro bairro. Muda a paisagem, mudam as pessoas, mas os bombons não.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 2.0cm;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Ah, um
dia ainda vou ser como o vô.</span></p>
Rogério Rochahttp://www.blogger.com/profile/02567831559873849872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1863207227654854521.post-31378585006082698042023-06-11T20:45:00.001-03:002023-06-11T20:45:27.883-03:00CUIDADO! UM NOVO GOLPE NO MUNDO VIRTUAL<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/i4ZAtgIgox0" frameborder="0"></iframe>Rogério Rochahttp://www.blogger.com/profile/02567831559873849872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1863207227654854521.post-88621820614479779142023-05-14T19:15:00.001-03:002023-05-14T19:15:14.437-03:00BRASIL: QUE FUTURO?<iframe style="background-image:url(https://i.ytimg.com/vi/OrP3_JiZtIo/hqdefault.jpg)" width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/OrP3_JiZtIo" frameborder="0"></iframe>Rogério Rochahttp://www.blogger.com/profile/02567831559873849872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1863207227654854521.post-16573454738879834782023-02-13T10:52:00.002-03:002023-02-13T10:52:17.609-03:00COMEÇOU A ERA DO CHAT GPT? - O FUTURO DA IA FORTE | ROGÉRIO ROCHA #chatg...<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/QSU-0VfV1vE" frameborder="0"></iframe>Rogério Rochahttp://www.blogger.com/profile/02567831559873849872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1863207227654854521.post-83847580317173393082023-01-29T21:21:00.001-03:002023-01-29T21:21:37.865-03:00NOVA MEGACIDADE DA ÁFRICA DE 6 BILHÕES DE DÓLARES<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/gJm1n4GzTiU" frameborder="0"></iframe>Rogério Rochahttp://www.blogger.com/profile/02567831559873849872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1863207227654854521.post-6407732732643759802023-01-22T22:20:00.006-03:002023-01-22T22:20:40.347-03:00POESIA E FILOSOFIA: EM BUSCA DO PENSAR QUE POETIZA<p> <img alt="Escrita Criativa: 4 dicas para ser uma expert - Madame Conteúdo" class="rg_i Q4LuWd" data-atf="true" data-deferred="1" data-iml="971" height="273" src="data:image/jpeg;base64,/9j/4AAQSkZJRgABAQAAAQABAAD/2wCEAAoGCBUVExcTExMYFxcXGRcYGhoZFxkZGhoXFxcaGBcaGhcaHysjGiApHRcXJDUkKCwuMjIyGiE3PDcxOysxMi4BCwsLDw4PHRERHTQoIykuMTM2MTYxMTEzMS4xMTExMTExMTExMTEuMTMxMTExMTExMTExMTExMTExMTExMTExMf/AABEIALkBEAMBIgACEQEDEQH/xAAbAAABBQEBAAAAAAAAAAAAAAAEAAECAwUGB//EAEAQAAIBAgQEBAMGBAQEBwAAAAECEQADBBIhMQUTQVEGImGBMnGRI0JSobHwBxTB0TNykuEVYoLxFjVDU4Ozwv/EABoBAAIDAQEAAAAAAAAAAAAAAAMEAAECBQb/xAAtEQACAgEEAQMDAwQDAAAAAAABAgARAwQSITFBIlFhBROxFDKBcZGh8cHh8P/aAAwDAQACEQMRAD8A7XLVdx4q+5WfizNIExwC5l+IsU5s3FszzCpCxvPWJ9JrzziirmzAtBAAnyjKBEAET6V6OUrgfEDAYlidG5gMwGWFMSevTahXzOroW7WNwfHJbuKwURlCNOkHqVO3tXUWlDBmRpzTBB9PSuXv27J8wLW2JmIkH1Ebj3ozgdtlc5bgyxJBWJ9gdPnFByAHmdlAZs28eWuratpLLJfXQDKZAJ6yw0rR8L3XXGPaOz22duvwZFUg9/MBFczYxww7BgMzXfKFGjETJfX8TEx3EVqYTi2XH2giOWkW3ymcyvpAXYwxBJ7LWkFMDFdStowHtPRAtTUU4WmYxTd0LnmjzLFWpBagj1YrVYcTBjhafLSDU+atfcEqoopwtINUg1T7gkqLLSy1IGnn0q94kqRy0stSn0pZqm8SVIxSinzUxaqLiWIxqtmpnehMViIob5VE0i3GxmKgViOzXCxnQGBO3Sp4u6WMdKyTiXtXjOqGNOkaaiknfefidPBjrrudJw/LIkfCJkn6aVkYqwb19nJ8ukdgo0E+81O9iCZIMKfLGkknaI7yKPsKyLHl1Gs6+1DdgyhT0IQXjJYdniafBsALSnWS0SZ3ifpvtVuJwKlYRRJImZH5/T6Vk4K5iGWbZhSSBAGvqJ6etaWGt3p1uKB1EAtPp0phGRlCbT1EMisrFiwuXYTh8KyuQQTp3HfX1ozCWiumbMOk7j361SLcDUknuxn8thRFi4NhRFTGhHFH+v5irFmu5eKnVJcVLPTC5VXzBEGcvdFB3lo4mapu2poR5jQ4mYUrF4l4Yt3Lhuqz23JlipzA9D5W01rpjYq21hqwAYVchU2Jw1/w3dtmLYF223xI0LlPUrJ09qfD8C5b50LL3Uww+U16CmEqacOEzFZONmjg+puq7ZxGH4AzXFbJNwg5SVORQIEk7DfQb11fBPDtqwc+UPc6uRrrvlH3RWzasgVPLRkxBYtm12TINt0PzIAVC4NauApnXWtOPTE7larVAxyc4WIOYz+HoobacxEE+aIkEEg0WBUgvX29qGJUQFSAoHi/EhYUO1t2XWWULlSOtxmYZF9daXh27eewj4gIHYBvISRDeYbqsRMAamAJMzW9vFyofFOBUop4qpcYCnpU8VBJGilFPSq5JAioNVpqpqy0kovGsrHNWtdWgMRZmlcoJh8ZqZltNahjcELgHQjY+nY0ctnWp5KGiemNLko2JgGxdtrCCD90wG+YnpNTweKuXGVLiFfxGCAYB1BjTbvW8LZpjYmhuh8RgZxXI594AeLOpBtg6EgdiF0PoBOla+E4kzjMEIP3pPlHcyBrSwuGWACogbadtqPN4KK3jDryW4imZkPCrz7yrEXzlmO0es7UrGftr6Cf661Q2JzGANO9E2PnrQHbe92YIqVWSS9HWSTEQQR30mr09NKrF0Fp9Mvv1qTXRIHU6+1aT08lvMAR8TGK1ZaAPUD1/ft9aGtPmPoNautWszkKQCApAPUgzqPpT5yV1CESy09sMQzJA7nUGi7a2+hH6frUFVTcaVA5iRts6zP1Bn2onDlvhcx02BB+R/pWMbPfqruYYx0tVYEqfIWQRp8tPyFIjvTqX5grlZFMVqw0orcuVZaiwq7LUWFZydShKgKmBSio4gPkbJGfKcs7Zo8s+kxQampXiEt3PsmMkZHKzrAeVJH4SVjsdRRIH7/2rG4gLhtWuYwtXmfILi5fswQzPGfMplLcZTmGYjeAaC4fcfNct4Z7t0TreckpK6AW2cFY1MuA5J2WACuwvEzc3b/ELSXUsvcVblySindo3jvRcVm4S2LKhGdrtxizgEs7Fo1CZiSiwANSBrqZNV8L4jcuXSo5ZRQwfJmbI2mVTcJAZjBkBYXvtNVKua0U9DYrGohymWc7IgLOfWB8I9TA9aXD8ZzM/kZMjZDmyHUCTBRmBiYOuhkdKlS7uN/LPzuZzDkyxy+kz8XzomhMe17NbFlVKlvtCx2UETAkTIz6idQukEkGGoBXUst7zJt8YVrwsBHzgsHkAC3CFlk6hswWRE6bxtWkwrLxuCs4plIfz2nzZkMNIVgozDoC09RpGxNaxFXkUg0RUpHDC1NiUstVFKKK1TiLioJYxJAHqTsABvQStwgNSjk0uRRFghgGUggiQR1FW5a2mMVNb4FyqXLosrVbistjE2uQwfahsS81dfahQpJgUhmPiMIB2YsO+uvT9KKW5GtQTAkmNvXek/DnGgAYfQ/nvSZTKBaLcp2QnuEBhk0OoM++9RxL+dHA12I9KpFuO4I9O361ebrqBC5p/KrUu4phXXQvkQJUA2Jz3B2LFo6FfprP5VZ/M5L/ADAJ6azGwkR+dA8MxXLYkbkT/pBMEdQdq27BS8NBGcbdQ4HfrT2RGr0nmUWF8y7EYnMuddCII2nTX+9a+cHSPaub4fKEqwkDQit1QGRW2MQe+mn9K3p8m6ye/Ig3FQyyam9DWTHWRGtPZu5tYgdNaeV/EFUmwpqc0oooMuKosKmBTEVl+pJCKoxmMS3GcnXsrMYESxCg5VEiWOgka60VFUYjCW3Ks6Bip8pPTUH3Eqpg6SoMaUISjcH4wuZUsmIuuEaeihWd49SLbLpqM09KHxvElQixhwGcAaKhdbSCAJVOu0LKjqSBElcXUMq28iO1xoUOoZVIBJcqwjyqGPqYHWuexHiG3hvsMPaDBSQEU+Ykk5nYKPKJklj6/KrZwo5mGcL3NHlFEZ79xraGM7M321w9A7pompIFu33ABEkHLxHFLdu1FiMOjGAoH2hA7LsnWFWTr90jSjjN17lhcUz6ZgJjNczNKBLVrVbZLNlEZ2MiSaB4P4ffEnMcmQMQzuOcgKkhragmL7hgczN9mp8qqxBYYNueOveDfcWqqgq8fTKyi4eXJJ5Ie47GIl7tsELsdmLf8w1FdB4W8YYYobbvkW2AAzW3RFUbgtlyrHcxQVngwv3nsm697B282Z3FpQMUpAXkvbRSTb88n4QWC9DGjj/C9y4gVcSi3AIS6cNbW6I6h7ZRp+gPUVpURW5JlIhU3c1LfifCvPKuc2P/AGxnntDfD9SKJwPExcfli26+XMSTbIAmIbI7FSZMTvlbtXOcY8JZLfOw1wWsQAOYyJ9ndYxmZ7AkCSCQRqJ6jSi/Al8sLim2bTJAuoxl+YQCHLbuCuobaIGkQLdgG9HX+YRj6qribXDeGW7RYpMt3MwJmBpRsU7zG1cfwDiWIbE5HJIJbOpGiwDt2gx86zmzncN3JMPptIAjfboAc1OuioXrKuMrKGB3BEjTUaH1q2g8RxBEYqQTG5Gwn9aIqM3CiCfKqC2NQixaCgKoAAEAAQAB0AqyKZTTk1tRxNSLVRdNW3GoZ2mg5GoQqwO+2tWcOUEnpp/3p8bYMSsRE70PgwQ2+2/vrpXEzZtuYAi40KZDRmpZPmHvRRFA2miP3vvRTXIMGuhgcbefeKOvMgYLHXWpTp61J0BBgakGh2YBdCfetICrG/nmUvM4BLTscqKWbsKLtjEWdSjAAzpBgyDOh20/OtPwncR0NxDKlt4IEQIia6a2g7b00NOGXnuZbL7TnsPjLd+Gz8u4JB+v0IovkuCAzEgxDAyD9KJxXAbTtmUZG1+HYz1K/wBoqqzZezpOnSNj7Upl0lNfXzLXISISloDrNPZxQmIj50RZ2E6k1ZdRYkgUUqwA2mpLHmJTIkaj99KcEVG1hliVJEjoanbSNDqeh7iiqXPYmSRHioMKsVT1qL0Qm1uUJGlSoXiFm4wXl3MhDgny5pUbrQyamxyamJ4j49h0flXLRusDAECM7LtPQQdTBgCsTi+EXCsETKS4ztlXKokwAoH3d4HQdyZOy3ALd+42KckKxIUCIKL5S0xPnKk6brk2M1h+J8QWYXHyqgEJrELv5iev5ClNQW27T78R7T6bT53WxYA5v3gNu9cx2Lt4YEpat6Qp1QKg51wNE5yLi2wfu8xiNq7LjxI5OAsHlc0GWTQ28NaC58mmjMWS2vbOSNVrjf4V3QMXcLTL272XQyYxTZ/yKfSut41i+XiXuhWZkwvlRPjctdIKrOxkLTanavPiJ6it52jia2Gw6Wwtq0qqttQEUbIoEAAdPmfzqFxWRwcolt7hMmeiqIn6ACuZ8N43HXM7G5YtNnZDZay7hSh18y3Ax8pU520MjStDGJjWR+Zi7NtQCfsrDQAupzXLl3XToIoOULt5aieosp3cjxNLEX1tAuSS+wE6knQCBXEY3FPh7qXvOuU5LoQhWaw7SVltijkMG0IGfUTW74TOKewj3BaUuqMGtoytlZZKkPMNqBMmR0FWcZ4OjJcDkNnW5mG5gqRv31qtLq8Glxsj835+f5jybWU7vMIwNy1ZvA3ABcuIoASWVLbERmut5rhJAlzpoIA1LaeN4lbTKFVrjXGyKLa5pbUmX+FYCsTJ2U/KsPwVca5Zsm8gU8m0VcRLKVDBWn/NI96v4xwU3L4Fp2sjlvdzW4AGIW4gtuREElS6t1YEg9IbLIXKrVDzYP8AqBcBaAnSkUDiuGW3fmNM6SAdDHcUakwM0TAmNp6x6UzGorspsGoJ8SuKYXEDULlyKi7UFirtZ3+mFVY2JxPSqLF9pga9aodqgHgzSeQloyqCpffuEtO4Ow7ekUbb27UMVDZXHeSPWlbvTsD+VcxUONyXN2ZrsUIYraj1olWn4iIH73rLcMT8Jn99qutWXjciaImdtxCqT+IN0BF3NFb6jqDVGjDJt/fpU7NgD4tfU+lPcZRrCz8q6CDIwBahA8A8QWzBIHTf2FFDeQYPUHWsPiFxraFhvoPYnX+3vWhgsVKI7dhr2nYH09a6o6ie4bts01c9RWX4gxJRrQAEkkwesCAB6yRWmbgiQdqxfEvD7l5VCRIMkkxGm4G5pfVX9s13CL3CsCrA+ZoJBMTIB7Ual0HyvAJ+h+VB4XDlba52JZBDFgBmgATT3bYI00rnK5T0/nyIxw0OwhiU/CfyNWM67H+tAYe/qG+8IDDvOxqXFXeAEUkd/wDamBqNmInuvxMbLapoGqWNNYckSf3pTMdfpTG7clygKMU081CheJ4o27XMRQ8FepjKzAM3lViQAZ0GwrAlmZPEbzYZFsC8Iywg5YzhV0EuWKnoPhrieIZblwmCyoTqxzS4MmOigGRpEkHtr3HHeEPikS6vkfIJVumYAlSQNCDPSuYHhjGJbA5dt8oA8t06xpMMgiY13pXMMjE0J1tE2nxqCx58/wBZlcMxZsYvnEsSrG73L2XUW8SgHdYt3NNTl03rt+IOv8/YdRzA+GvlYgg5Llkgg7QRcmuMx3C74ytcIsMnnQwTDL1LHdYkGAJE60T4Z4iVuobrW8Pbs279tVuMQyHE8t8ihh57a8pmUjZfKQMlN48DtgBcdirnL1WbD+pZUaz3XtOlslbeMvByAt1Ld9dWym4n2Vz1cgCzoPxChvFZLWXtkHPdKWEk5SBdYISlsaJCliCx6UHxXiVi1ew7rezuWKtdfMVNu6pXMCv3eYtvaNxrUeJ8dw5xNhVvczlcy8cgYgOU5dsBEUkn7RzoGby70dNKmPm7NAf2nJORslGqHxOqF8IFzsEWAFVfMxGwAO5/6RHrWd4txZXDtaQZHvRZTTzZ7vlnX8KkuewQ0Nb43PM5SuhRVa49221sojTlfLcGYjyt5jPwnQVjWcbcxd1ruVgArJYWAbmVwA11lby2yw2L6hZgEtSH1HSqrI4NDz1/H/fxD6TO53KRZHXc6KxjbKBbKvJAVVRAWYhRlEKBtoNTp6ij+F8SuXWUIqi2pIdic2wIyqykKWzQDlzAQZIMCuT4fwV2uBHQmSMyANlPrcc6v130MRFeg4e0EUKIgDYbD0A7VofT00jgo24MO5rSax9Srb1og15j3iwU5QC0GATAJ6AmDA9qB4ZinuBuYmWCADldM2gnyuJEHSdQehNaBNQaikxyUvQGKrQagsTFZr0wq9wBzUCapxuLVTEEn0odccvZv9P9qWZh1HUwuRYE0bVxhoDuZq422jMTt+96y+E8XtXHKAsGUgHMpXU7amumtWgRHQ6fWrGJXg8gbGfUKmYVaBLHfvRFi3Pc/KTRZ4emXLruNZk6H12q4Qi5QIAqJpCrWeoA5QRxICwBuZqm7cGwqvF4qse5ivOPmK1kdUFAS8eMtyYff86lSND2+c/0qfBLgGe0w0Gkdp0+lBYbjFs/GjD/ACmfyiinu2xmuoSRlg6QZJifppXSR1I7iGTGykNUsTGgM1q2cwBOp123j0rO4xxJxH2hU6lVEj4R17j596ru8TCjLatye2gHux+dZtzh2KuMXe00nSTCgDeACf3HrS+WmlpfmdZwrFqba5nl2UErBGsawD/epoxkxsegAlfqaxuEYXEW4AWQOhgge4P5VtW0ZmzMgU7aCNR6zrSL6Z3IrxDB1EnYLjUJJPXQD0nWi0kjU0kE1MCnMeEoOTcyXuPUHqdVX7gUFmIAAkk7ACjMOJQmNxjiz2lcvZyKNFukuy+byqSLaFlMkaGPQ9al4VxScm3hw5d7NtELAEq4QBM4uAZSTEkTmE6gUdbe3eTVZAaCrrBD22B1U9Qyg0uH4Xl8zzSr3XuKIjLnClh6y/Mb/rofipcMNZfiLDX7iKLD5CGlvMVkf5h+lH3sSiRmMZttCf8AtuKF49jWtWwVGpbLJEgaEkx12rGQUtt1KXMEO4USP5/xM7i3Cjfa1bZvPatqzsQYZiYQEfNGb5he9c/x37HiWGcgM1vD3VOUQNLOJZVj/o/M961eCcXJuXrV8NNw5lZVbVRbRcoKDQ6NpodZ61yPizF3myXrdm8xuG4g/wDSKNbDXQVLjMQLZvhtBp1mm8GQ5MdXwPeLLjRi2dBye4fj15NmzzCJXB2uVGk3MLcw922gPVmOYjpoda6nwziRexOLu3LbWrg5Nrl3AudbaozI3lZlKs9y7BBIOX0rw4eJr165btXiq2s9olQuUhUZYy3CC6QBuDW14yvXf5kf8Mu4l1a2q3Gs3MTdBYPcYLzGYs0Bp0geY9zRXQHkGViJWgwncePw1zEXLds+Xl4W26z8XNxDHIR1ORGMHYP61seEUBHLChVTUACNCdgB61wXh3E4xOUmMspbtC+jFsqpdNzzZcyKZaWyAsQI9a6G/fy+fMVzNoATmJ3hQNSfSs4tP+rRsOYAAEEH5E5ut1X6bOmTEbuwQP4nR8X4q9u5ZZ0uW0DurSbZV8ywglbkAgmZaPhI3IrX4ZjVuoHVXUHbOuUkESCBO2vWuW4bfvYsNbZQbORlzOQblxWWDlUGFXzCGMk9tjXV4GwUUSSTAEmJMCJMaTXNyNkTOce3gefj4nawOuTGHHnx7GXmq2NTaqLrVtjxDCVXrkVkYy91J2orFXN65bjt5mlFMagse0ax89qA2Slj+kwF2qC8WuM8ktH4YnT5etIvFkknNGUKx38zBTJrNxV4zkEz1InRf7n/AHom/jVSxlKgiCAD69P096XBs8z0P2tqqAPMttByXa3q7Jby9QYJGuulbXBcRibZCu4Y/h+4J+7mPmJnrtA2rmvCKOLqtdBXP8EyJygkjL8u/au4tWlLFmEf19aKgbxEtZtB2nkVNVMaCQI303Gh7VHF3dKxeMBEsuRopUzqetY/hfjRuWeW7lriCddyupHziKY+4f2mcs6S0ORegZsYm5NZt5yDPYz9K0ES3cDOt7ypGYm2w3E6TAIjrQqWGbaG0nyujad4Bmg5MbHmphMqji5zfDOKNnFq4nn/ABLtHcjpXXcEv81WsgSSBDfdAB3J/c15dwu3e56gCXustuXOvmI1ncADX5CvY+GcPXDW8uoAEu53MCSxPypvEpJ4l/UFXF4qVcU4avLFu1dtrchl+01DLcgMSgMk+WR9KO4Jftgfy/8AMLeuWx5m8uYiT0BiRt16TrXL8G4lcv3ijqqoXeXiD5SRlUkmTpEwOprcscKtW7wvHM1zp0VRsFAHp39e9OhVUVPPDKzNuQeeb9p0SAbRv/TrUrgAEH09q5LxD4iv4cllw6m2Mua4bgB1JCoqRppWtwzii3UVwrAMAdtpEyWmIqbT3DDMhbbfM1LNqFAHQAfOBTmqsJdZhOkdNpj1jSrTWGh1PEaqrqgyCJBEEHYg7girag1DfqbEqw1hLahLaKijZVAAEmTAHrVtIVGxeRxmRlYbSpDCfmKCZqNcsq0ZlBjUTTY3DrcQo40PbcHuKtoTifELdlQ1wnUwIEn6VYVnpe/iVsBPXcr4ZwpLTFgSzERJjQe1cz/FAMERpICZ/MozQr27lu7KdVIdQT0BnpXZ2bgZVdTKsAQe4IkVDE4ZXADCY29J31rWGsZojiAyYjtpOOf7zy/hmMxWJbD2v5/BYlFC3/gK3EawUZBeCwbYzFNepEERNb/EcXiSsti7FkBfO2Vzv1Fy7cQAfJe9S4x/DTA3pZVa05+9byAT62ypX6AH1rGH8PMFYuBsVfuXTJYIEW2sHTzZBOX0BFM42BNKLMDnUbQXYAebgNzC864osYl74Rw1y6AosIFBJhguVmPQEtG5IrY5Atsocj7QMrs58xUQchLdyfhGkK2m9bnHuXbw4w9vDuLFxQma0trIFYgm3kzAy48oMRLCTQ/hDiyYm5ftNaU8gqoc2gufoZQs0MGUj1jpRBriFIIuKv8AS97KyNQH/rmjwfF2uYotTcZ8wlBmVQsFy1z4RByrlkmSNOtE8fxjKtvkupc3bYyyPMsksvuB7UTicNmylWKMk5WWNjEgqdGXQaegiN6xls2jdJF6zbvMwGexkS5cIkFblt8wYg98xGsRSb5N7bjOniwjEgVZtYfFpcWUYHSYnzDpDLupkEEHYiKpxVyKF4PhSgc3baC7nu/aKoBuI9w3AQdWA8wBUnQr2g1LFmlMrVGcYmfi3aGKiSAYB2JjQfWsJOH3MpzNk0JzHVp3JPSugy61VibAdSrbHTtQgm4R/BnOLgeZwdy3cR2yZXG4YkrPcAb79TvNU4q85SYgxmUgSuYawZ2OnWt7iGDNs67d+47/ADrD4tcBPLzMFUZ2yAajpqTEfXehgerkT0WLKGWxzD8PxS4yW2dQzIyurCBBGhBGxBBPajf/ABTcMyoQE7wXHY9QfpNc0nE7QEAXG/zHT6TH5VBuKHN/hrGh80nTpG0dfpWhuEr9PibtZ1n/ABlMRae2dRqpYHYkaHKwBjX12rM8Hq6NcdbfMP8Ah6KzAgauQ407DXpWNka7czlRbVhuBAgaGPxHpOwrqvD2OttZW3ZU28pgqSM2p1aRuD3oyLzcQ1bJixnCp5Pj2m9g8S9q3evXEa3y+VKrBOXbMQNBCgey1r4nANdMM4a1lMXFhbi3CQFZCusiJnTfqKIUgNzVGZHXK3cRsSOo6VScLdtZP5aGXYh2+6B5YjqNRPbToK6CDip5TL+4mp5n4Ns83GZtItKWidczeRSB6ZjXqPEXz2Uzq2SRzConRddQNcpMGQOnrXm+Ltcq4MTa8jruRs6kjMrjqCBvv1rsvD3Hrd6yrh7qeYqwOUqrAAkBiNvMKDpHWtonW+tYnY7z+08f0mdhcJyWFsENIOUTplLM0+vxCuhw16EJfQiYkzJ7DvQ/FMJcL861lLBcp0ExOYkDbWBWE95xdysS4bbeVmnHPmebQbSV+eJucMs3bv8AjlbltpV7YtgKGOUq4mWaIZTJ+9OkVZwzg/8AL3Ctq8+R9rehCQSSQxkgQQPn+T8FuZZCkQoJZmPT071ocMRiDcb4rhnXog+EfST71A9iF+ytixzC7dgqZzEjtA+s1M1JHqstQyY0oj1BqlUWob9TYEQobh+DFvNDMxYgy0TCqFUaAbADU6nqTRANSWhy49DY7BW7qhbi5gDI3EH5iiaVRWKmx3LBqQt5RCLAygeUHZdhp2qyquUoYvAzEAFo1gGQJ7U7PVMwlyVY/GuH27rB2YqQIMdR/SiMZjApA70Dj8UuUt0Gv96GNS2M2hoy20a6hduQWDBfEuNNnB3LtoEtbtxbAk+YwinuYmfauZ/hBiEt27ykkvmRYAJOilySdt3P0NRw3jZWxD2SwWAotmdCYOYfP4YroMBic5zA9tupPfvQGyleCOT5944NOFFDocTpLd1iJyx7j+lBXrV17bWoXKzN9pmAhGYuIthdXXQDXcAzM0bh28sUNeR+baZCYzMLgzeXJy3jynrn5eo136aUZeBcWdYXcoS8lGMapuLQmFyDiZ+TWoMlGG3VN1KIi0s0Ggd22CIIBHrWVjuAW3VgAATG8xpsD8jJ962yKSpVlAYbHnyY/wBpnn9zgnLJDJ7kSPrQ2L4WzEOoJQDKwtxnG5JAIh99gZr07JpXNeJcS1vyW7JLXAQrrACvtqB1A1obJt5nSw/UHcha5mV/KC8LS23zEEgrGoyqd1OqnTUUPwvC3VuvftnK2aJyhgRGo1roPCmC5V1b+IOd8pWQAIDCCTAGaBOvYmm42hsNyy7ohYnOjkAqxkEiOneaaw49yzi/Ucwx5Sbv/iVJ4ouW2y3LQLCNVYpv6EH9a3+C+KBcbILLGBmJzLp022PXtWDdw1jFn7LnKygLzjbzWWgd5zjfeIqzAcGxFi4rKbTGCSVclSo3klRBpnbU5Iyvu+Jn45CwgGffX/at/wAIXkSwtu7ahXlzpJBaBr30UfWuT4TwDntnyMliZkyDcM/cB2X/AJont3rtMPhAqqijKqgKANgAIArm4gUNier+o5UdRj7mr/KEANaukL01kfQ7UFf4Y2ck5cx3jYAatp9KnbtmMsmO00XaQyCdWC5J65Zn+m9P/cDCjPPnDtYEQXCYMTBIyaSPxR0I6D9a2A7HrpVVqzV4WsqeKEIU5uSRYpUqQrclR6i29SqDHWht1NRU4NRmnoUkfNSLUxNVk1RMgj3HoLEX6tvNWdfOtLZHMKiyjF3JINcz42xEWWIYoQCdOpj9966PFL5TXG/xFuRhj6kD6/s0BASwHzHcRoTy285Zp6nXrvXon8J8W7c1GcsFNsiTMTmmJ+Vee4ZAzwSRodhPTTSvQv4ZYTIt5vvF1T2VZ/8A1+VdHUV9upnCCTu8T1HAXZow1mcIM1pkaUvjNrMZBTRI00mqOWasitbYBhUqAqq4lEgUxSjIOIO4By6Qt0aLdPy61tl7oC4oTEYBHZWdAxWcs9JIJ02OwrXa1TrZqtlyDIRyJmHDz0qTYAuArZSBtmRWie01qpaq1bdEVSOjBuA/YmZheE21IJAJAIDRDgHpmUjTXYRVuE4SiACWaM0ZmLGGIJEnU/CN60QtSAolmYGNB0JnG1URZo3LSy0PbC7jB1t1ciVIJUwtaAlR1FPSFKpKuKlFPSrUkVQfep1ErWGFiXIU9Sy0xWh7DJciTVTmrStVutZKNLBEGvGgru9G3loV0pd8bGFUwa6sgjuK8w/iVfJa3YnVjnI9NVX8830r1UpXjviDFC9j8Rd+5azKv/x+Wfdsx96vDiIbcfEMH9NTN8McPdr4ZdlmD8tNq9M4XbCj4VBJloESQAAT7AVxfgtGKLcOgl10EaSGk99WNdlbYzQ9SxLxnFQShOk4HeAJnY7VsPcArlbOq+XT+9H28QSBVY3oVBZEs3NNcaJjtr7UXbGmvXWs3h1iWH1NbWWmcaswuK5CBwJUq0+WrAtKKZVaEDcrC0+WrIpRVyrlYSphKcCpAVqSRC1ICnpVJVxUqVKpKkAKUU4p6k1IxTxT0qkkalSpVJIqVKnqSRU1PTVDJGNMadqi1ZlyLGq2qbVBqhkEou0Oy0RcqpqE02Jl+IsbyMPdv9bdtiPV4hB/qK14et3Lhnmc9xtyDqOpnY6161/FP/y2787X/wBi15Lj/wDAtfP+tWIQTv8AguA5WGtJGuQMf8zHMf1j2rRw4q298C/5R+gqGG6VzshtiY6vU0LR0o3DD0oG1WjhaiTDmbXC7Whb2FHRVWA+Ae/61fXTx8LOe5syEUopzSrUzGinpUq1MxU9KlUkipUqVSSKlSpVJJ//2Q==" width="400" /><!--[if gte mso 9]><xml>
<o:OfficeDocumentSettings>
<o:AllowPNG/>
</o:OfficeDocumentSettings>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml>
<w:WordDocument>
<w:View>Normal</w:View>
<w:Zoom>0</w:Zoom>
<w:TrackMoves/>
<w:TrackFormatting/>
<w:HyphenationZone>21</w:HyphenationZone>
<w:PunctuationKerning/>
<w:ValidateAgainstSchemas/>
<w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid>
<w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent>
<w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText>
<w:DoNotPromoteQF/>
<w:LidThemeOther>PT-BR</w:LidThemeOther>
<w:LidThemeAsian>X-NONE</w:LidThemeAsian>
<w:LidThemeComplexScript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript>
<w:Compatibility>
<w:BreakWrappedTables/>
<w:SnapToGridInCell/>
<w:WrapTextWithPunct/>
<w:UseAsianBreakRules/>
<w:DontGrowAutofit/>
<w:SplitPgBreakAndParaMark/>
<w:EnableOpenTypeKerning/>
<w:DontFlipMirrorIndents/>
<w:OverrideTableStyleHps/>
<w:UseFELayout/>
</w:Compatibility>
<m:mathPr>
<m:mathFont m:val="Cambria Math"/>
<m:brkBin m:val="before"/>
<m:brkBinSub m:val="--"/>
<m:smallFrac m:val="off"/>
<m:dispDef/>
<m:lMargin m:val="0"/>
<m:rMargin m:val="0"/>
<m:defJc m:val="centerGroup"/>
<m:wrapIndent m:val="1440"/>
<m:intLim m:val="subSup"/>
<m:naryLim m:val="undOvr"/>
</m:mathPr></w:WordDocument>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml>
<w:LatentStyles DefLockedState="false" DefUnhideWhenUsed="false"
DefSemiHidden="false" DefQFormat="false" DefPriority="99"
LatentStyleCount="372">
<w:LsdException Locked="false" Priority="0" QFormat="true" Name="Normal"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 7"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 8"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 9"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 5"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 6"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 7"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 8"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 9"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 7"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 8"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 9"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Normal Indent"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="footnote text"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="annotation text"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="header"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="footer"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index heading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="35" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="caption"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="table of figures"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="envelope address"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="envelope return"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="footnote reference"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="annotation reference"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="line number"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="page number"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="endnote reference"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="endnote text"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="table of authorities"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="macro"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="toa heading"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Bullet"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Number"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List 5"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Bullet 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Bullet 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Bullet 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Bullet 5"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Number 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Number 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Number 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Number 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="10" QFormat="true" Name="Title"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Closing"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Signature"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="1" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="Default Paragraph Font"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text Indent"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Continue"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Continue 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Continue 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Continue 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Continue 5"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Message Header"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="11" QFormat="true" Name="Subtitle"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Salutation"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Date"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text First Indent"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text First Indent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Note Heading"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text Indent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text Indent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Block Text"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Hyperlink"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="FollowedHyperlink"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="22" QFormat="true" Name="Strong"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="20" QFormat="true" Name="Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Document Map"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Plain Text"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="E-mail Signature"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Top of Form"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Bottom of Form"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Normal (Web)"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Acronym"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Address"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Cite"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Code"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Definition"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Keyboard"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Preformatted"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Sample"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Typewriter"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Variable"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Normal Table"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="annotation subject"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="No List"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Outline List 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Outline List 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Outline List 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Simple 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Simple 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Simple 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Classic 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Classic 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Classic 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Classic 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Colorful 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Colorful 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Colorful 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Columns 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Columns 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Columns 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Columns 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Columns 5"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 5"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 6"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 7"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 8"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 5"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 6"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 7"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 8"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table 3D effects 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table 3D effects 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table 3D effects 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Contemporary"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Elegant"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Professional"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Subtle 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Subtle 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Web 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Web 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Web 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Balloon Text"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="Table Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Theme"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" Name="Placeholder Text"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="1" QFormat="true" Name="No Spacing"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" Name="Light Shading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" Name="Light List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" Name="Light Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" Name="Medium Shading 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" Name="Medium Shading 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" Name="Medium List 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" Name="Medium List 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" Name="Medium Grid 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" Name="Medium Grid 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" Name="Medium Grid 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" Name="Dark List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" Name="Colorful Shading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" Name="Colorful List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" Name="Colorful Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" Name="Light Shading Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" Name="Light List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" Name="Light Grid Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" Name="Medium Shading 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" Name="Medium Shading 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" Name="Medium List 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" Name="Revision"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="34" QFormat="true"
Name="List Paragraph"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="29" QFormat="true" Name="Quote"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="30" QFormat="true"
Name="Intense Quote"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" Name="Medium List 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" Name="Medium Grid 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" Name="Medium Grid 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" Name="Medium Grid 3 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" Name="Dark List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" Name="Colorful Shading Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" Name="Colorful List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" Name="Colorful Grid Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" Name="Light Shading Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" Name="Light List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" Name="Light Grid Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" Name="Medium Shading 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" Name="Medium Shading 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" Name="Medium List 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" Name="Medium List 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" Name="Medium Grid 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" Name="Medium Grid 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" Name="Medium Grid 3 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" Name="Dark List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" Name="Colorful Shading Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" Name="Colorful List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" Name="Colorful Grid Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" Name="Light Shading Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" Name="Light List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" Name="Light Grid Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" Name="Medium Shading 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" Name="Medium Shading 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" Name="Medium List 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" Name="Medium List 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" Name="Medium Grid 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" Name="Medium Grid 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" Name="Medium Grid 3 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" Name="Dark List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" Name="Colorful Shading Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" Name="Colorful List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" Name="Colorful Grid Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" Name="Light Shading Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" Name="Light List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" Name="Light Grid Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" Name="Medium Shading 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" Name="Medium Shading 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" Name="Medium List 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" Name="Medium List 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" Name="Medium Grid 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" Name="Medium Grid 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" Name="Medium Grid 3 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" Name="Dark List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" Name="Colorful Shading Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" Name="Colorful List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" Name="Colorful Grid Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" Name="Light Shading Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" Name="Light List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" Name="Light Grid Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" Name="Medium Shading 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" Name="Medium Shading 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" Name="Medium List 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" Name="Medium List 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" Name="Medium Grid 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" Name="Medium Grid 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" Name="Medium Grid 3 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" Name="Dark List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" Name="Colorful Shading Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" Name="Colorful List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" Name="Colorful Grid Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" Name="Light Shading Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" Name="Light List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" Name="Light Grid Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" Name="Medium Shading 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" Name="Medium Shading 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" Name="Medium List 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" Name="Medium List 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" Name="Medium Grid 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" Name="Medium Grid 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" Name="Medium Grid 3 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" Name="Dark List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" Name="Colorful Shading Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" Name="Colorful List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" Name="Colorful Grid Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="19" QFormat="true"
Name="Subtle Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="21" QFormat="true"
Name="Intense Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="31" QFormat="true"
Name="Subtle Reference"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="32" QFormat="true"
Name="Intense Reference"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="33" QFormat="true" Name="Book Title"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="37" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="Bibliography"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="TOC Heading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="41" Name="Plain Table 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="42" Name="Plain Table 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="43" Name="Plain Table 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="44" Name="Plain Table 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="45" Name="Plain Table 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="40" Name="Grid Table Light"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46" Name="Grid Table 1 Light"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="Grid Table 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="Grid Table 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="Grid Table 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="Grid Table 5 Dark"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51" Name="Grid Table 6 Colorful"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52" Name="Grid Table 7 Colorful"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="Grid Table 1 Light Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="Grid Table 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="Grid Table 3 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="Grid Table 4 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="Grid Table 5 Dark Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="Grid Table 6 Colorful Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="Grid Table 7 Colorful Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="Grid Table 1 Light Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="Grid Table 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="Grid Table 3 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="Grid Table 4 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="Grid Table 5 Dark Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="Grid Table 6 Colorful Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="Grid Table 7 Colorful Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="Grid Table 1 Light Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="Grid Table 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="Grid Table 3 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="Grid Table 4 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="Grid Table 5 Dark Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="Grid Table 6 Colorful Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="Grid Table 7 Colorful Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="Grid Table 1 Light Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="Grid Table 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="Grid Table 3 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="Grid Table 4 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="Grid Table 5 Dark Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="Grid Table 6 Colorful Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="Grid Table 7 Colorful Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="Grid Table 1 Light Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="Grid Table 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="Grid Table 3 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="Grid Table 4 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="Grid Table 5 Dark Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="Grid Table 6 Colorful Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="Grid Table 7 Colorful Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="Grid Table 1 Light Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="Grid Table 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="Grid Table 3 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="Grid Table 4 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="Grid Table 5 Dark Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="Grid Table 6 Colorful Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="Grid Table 7 Colorful Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46" Name="List Table 1 Light"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="List Table 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="List Table 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="List Table 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="List Table 5 Dark"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51" Name="List Table 6 Colorful"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52" Name="List Table 7 Colorful"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="List Table 1 Light Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="List Table 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="List Table 3 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="List Table 4 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="List Table 5 Dark Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="List Table 6 Colorful Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="List Table 7 Colorful Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="List Table 1 Light Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="List Table 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="List Table 3 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="List Table 4 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="List Table 5 Dark Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="List Table 6 Colorful Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="List Table 7 Colorful Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="List Table 1 Light Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="List Table 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="List Table 3 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="List Table 4 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="List Table 5 Dark Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="List Table 6 Colorful Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="List Table 7 Colorful Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="List Table 1 Light Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="List Table 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="List Table 3 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="List Table 4 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="List Table 5 Dark Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="List Table 6 Colorful Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="List Table 7 Colorful Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="List Table 1 Light Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="List Table 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="List Table 3 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="List Table 4 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="List Table 5 Dark Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="List Table 6 Colorful Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="List Table 7 Colorful Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="List Table 1 Light Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="List Table 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="List Table 3 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="List Table 4 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="List Table 5 Dark Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="List Table 6 Colorful Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="List Table 7 Colorful Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Mention"/>
</w:LatentStyles>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]>
<style>
/* Style Definitions */
table.MsoNormalTable
{mso-style-name:"Tabela normal";
mso-tstyle-rowband-size:0;
mso-tstyle-colband-size:0;
mso-style-noshow:yes;
mso-style-priority:99;
mso-style-parent:"";
mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt;
mso-para-margin:0cm;
mso-para-margin-bottom:.0001pt;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:10.0pt;
font-family:"Times New Roman",serif;}
</style>
<![endif]-->
</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">Por Rogério Rocha</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;"> </span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">Proponho-me a discorrer sobre a suposta
relação entre importantes áreas da cultura. Relação fundada há, pelo menos,
dois mil e quinhentos anos e que acabou por estabelecer um grau de parentesco
entre dois significativos campos do saber, quais sejam: a poesia e a filosofia.</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">Meu principal intento será o de indicar
as razões da viabilidade em se falar de uma proximidade fundacional entre o
saber crítico-reflexivo da filosofia e a arte da poesia.</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">É preciso compreender, entretanto, que
estou a tratar de campos de pesquisa autônomos, com estatutos de legitimação
epistemológica distintos e que congregam objetos, métodos e finalidades
específicas.</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">De um lado a poesia, forma de linguagem
que tem por característica fundante o predomínio de um texto lírico, com
objetivo de exprimir percepções do sujeito diante do mundo, quer pela via da
expressão crítica, quer pela meramente estética. Para tanto, faz-se necessária
a existência de uma relação triádica composta pela poesia (como arte), pelo
poema (como produto final e objeto dessa arte) e pelo poeta (criador e
artífice).</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">A filosofia, por seu lado, consiste no
imprescindível campo de investigações que penetra as raízes dos problemas
fulcrais da vida com a ferramenta do método e as luzes do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">logos</i>.</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">Voltando ao princípio, pode-se constatar
que os filósofos pré-socráticos Xenófanes, Heráclito, Parmênides e Empédocles,
por exemplo, escreveram suas reflexões utilizando um estilo de escrita similar
ao encontrado na prática da versificação. Mas por quê? A resposta é
relativamente simples. Porque a poesia, enquanto gênero literário, surgiu, no
Ocidente, bem antes da prosa e da própria filosofia, ainda no tempo dos mitos,
nas narrativas gregas dos tempos heroicos.</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">Além do mais, havia, por assim dizer,
uma unidade originária, uma estreita aproximação entre a linguagem escrita e os
vários discursos ligados à oralidade do período ágrafo. Sendo assim, no plano
da história, pôde-se observar a assimilação e uns pelos outros. Foi o caso do
nascente discurso filosófico, absorvido pelo fazer poético, nomeadamente sob a
forma do poema.</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">Mesmo com a famosa condenação platônica
dos poetas e da poesia em seu clássico “A República”, e com a posição de
teóricos que defendem haver uma divergência histórica entre os dois saberes,
percebe-se a ocorrência de um vínculo entre eles. Vínculo que se apresenta
desde suas gêneses e continua a influenciar as manifestações do intelecto.</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">Em decorrência do acima exposto, é
razoável compreender o fato de as primeiras reflexões filosóficas terem sido
realizadas por meio de enunciados poéticos, na mesma perspectiva do que, no
plano de expressão da linguagem, era usual durante aquele período da história.</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">Foi como se a filosofia tivesse aderido
à forma poemática para dar corpo às proposições e questionamentos lógicos.</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">Desse modo, trago aqui, a título de
ilustração, dois exemplos extraídos aos fragmentos de Heráclito que possuem
ligação com o que foi acima afirmado:</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">SEXTO EMPÍRICO, Contra os Matemáticos,
VII,132.</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">“Deste logos sendo sempre os homens se
tornam descompassados quer antes de ouvir, quer tão logo tenham ouvido; aos
outros homens escapa quanto fazem despertos, tal como esquecem quanto fazem
dormindo.”</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">ARIO DÍDIMO, em EUSÉBIO, Preparação
Evangélica, XV, 20.</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">“Aos que entram nos mesmos rios outras
águas afluem; almas exalam do úmido.”</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">49a. HERÁCLITO, Alegorias, 24.</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">“Nos mesmos rios entramos e não
entramos, somos e não somos.”</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">Ora, a poesia em seu estrito senso,
inserida num corpo-poema, constitui-se como um discurso-objeto, isto é, um
discurso de caráter não proposicional, metafórico, contudo reiterável.
Caracteriza-se por sua linguagem de abertura ao diverso e ao transcendente,
ainda que utilizada para expressar a realidade. Logo, é, por natureza, uma
linguagem no campo de um discurso não-convencional, chegando a lidar, por isso,
também com o que vige na esfera do imponderável.</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">Enquanto isso, a filosofia, tipo de discurso
convencional apoiado no método e na lógica, ocupa-se em analisar a realidade
através de argumentos construídos com base em fundamentação racional.</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">Mesmo assim, em sua origem, na
antiguidade grega, ainda que parcialmente, o pensamento filosófico ‘derivou’ da
poesia como um de seus modos externalizáveis. </span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">Explico a razão do uso do entre aspas
quando do emprego da palavra derivou, ao correlacionar os referidos campos de
conhecimento. Ambos emergiram do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">páthos</i>,
ou seja, do espanto, condição que precede a tudo que nos toca e nos permite um
inevitável estado de admiração.</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">Poesia e Filosofia, portanto, tiveram
por <i style="mso-bidi-font-style: normal;">arkhé</i> (princípio) um “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">páthos</i>” (espanto). Foram tomadas pela
vertigem provocada ao defrontarem-se com as “aporias”, com a incerteza presente
no íntimo de cada recorte da realidade, na dúvida radical que as empurrou na
direção de seus intentos formadores.</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">Daí o motivo pelo qual Alberto Pucheu as
denominou de “espantografias”, isto é, escritas sobre espantos.</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">Contudo, enquanto a filosofia buscou
interpretar a realidade imanente e transcendente do mundo, em prol do
saneamento das dúvidas humanas mais angustiantes, a poesia optou por tentar
expressar o impossível de modo crível.</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">Nela, diferentemente da primeira, tudo
pode ser e acontecer, vez que opera no âmbito de uma feitura. Ainda assim,
responde a certos parâmetros definidores de condições de existência,
representados, sobretudo, pelas regras de versificação, escanção e métrica.</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">Falando da filosofia, é relevante
lembrar que na última fase da produção teórica de Martin Heidegger, por
exemplo, viu-se o predomínio do <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">pensar
que poetiza</b> sobre o <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">pensar que
filosofa</b>.</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">Tal virada encontra explicação no fato
de que a filosofia, segundo ele, teria alcançado seu fim. Razão pela qual
ficaria a cargo da poesia a passagem (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Übergang</i>)
a um pensamento do Ser. Assim sendo, o pensamento poético passaria a definir,
dali em diante, um <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">modo de ser com o
mundo</b>.</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">Vale frisar, contudo, que sempre que a
poesia toma por traço fundamental mostrar-se como demasiadamente teórica, acaba
por forçar o poeta a também pensá-la. Pensar o conteúdo mais que a forma, sua
engenharia personalíssima, seus planos internos e externos, evidentes ou
implícitos.</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">Eis o fazer poético. Um pensamento que
escolheu seguir pelo caminho da sensibilidade, das intuições, da contemplação
estética como via alternativa num mundo rodeado de fenômenos cientificizados.
Ao mesmo tempo, com o propósito de dividir com a reflexão filosófica a leitura
do mundo, esse modelo de racionalidade adicionou camadas de racionalidade
capazes de acessar verdades cujo pensamento tradicional buscava.</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">Isto posto, entendo que a poesia se
situa correlacionada à filosofia, mediante o que María Zambrano denominou de <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">razão poética</b>. Condição que radica na
gênese desses dois campos e a qual nominei de <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">emaranhamento intermitente</b>. Fenômeno movido pela intencionalidade
subjetiva do poeta e do filósofo, que vem se manifestando em caráter
circunstancial, porém com retomadas constantes, desde os pensadores
originários.</span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: medium;">Nesse sendido, verifica-se a
possibilidade da prática de um pensar que poetiza, a partir da unidade que
fabricou poetas-filósofos como Mallarmé, Lucrécio e filósofos-poetas como
Platão, Hölderlin, Nietzsche, Rilke e Heidegger.</span></p>
<p></p>Rogério Rochahttp://www.blogger.com/profile/02567831559873849872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1863207227654854521.post-3688409581482861852023-01-22T19:40:00.009-03:002023-01-22T21:37:55.906-03:00OS EFEITOS DA HIPERMODERNIDADE<p> <img alt="Da antiguidade arquetípica à hipermodernidade consumista - IJUSP" class="n3VNCb" data-noaft="1" height="334" src="data:image/jpeg;base64,/9j/4AAQSkZJRgABAQAAAQABAAD/2wCEAAoHCBQVFBcUFRUYGBcZGiAdHBoZGRcgIRoeICAZGRkdIBwaICwjIB0pICAaJTYkKS0vMzMzICI4PjgyPSwyMy8BCwsLDw4PHhISHjQqIykyMjQyNDIyNDIyMjcyMjIyMjIyMjIyMjIyMjIyMjIyMjIyMjIyMjIyMjIyMjIyMjIyMv/AABEIAM0A9gMBIgACEQEDEQH/xAAbAAACAgMBAAAAAAAAAAAAAAAEBQMGAAECB//EAEMQAAIBAgQEAwYEBAUDAwQDAAECEQADBBIhMQVBUWEicYEGEzKRobFCwdHwFCNScjNiguHxB5KyQ3OiU8LS4hUXJP/EABoBAAIDAQEAAAAAAAAAAAAAAAIDAQQFAAb/xAAvEQACAgEEAQIDCAIDAAAAAAABAgARAwQSITFBE1EFImEyUnGBkaGxwRThI9Hx/9oADAMBAAIRAxEAPwAJUS9bayx0YSp6HcEfQ/Mc6od3Cutw2ipzhssDmdhHWeXWRTvgOOMC2Tquqnt09Pt5U7W0HxVq9AGUww66QD6E/IDpSyLFy8rHGSDOOFcBvYZS7MpDDxJrp3nYRz308qUe0fDdPeoNBGbsCYHybT1HSrljcR761dFrV0B0PMQZ056bd4pNxHFL7p2/C1og+ZGo/wC771NDqJ3EtcojLRVrYVE6zB7VJaGlLMtDgzua4QEV21s6VzFRIJM7S5pFbbc1GGAIBruNa6RuMksaaVIzbRUbL8hWixNTDDkCpIJzGdtKHV2WY18UfeiUTWe0fnXKOA2U77n8q6Tuk4qFIJYd+fM1OBQ+WNtZO/770UYzSW08j1IqP8TTtoKzDJlkTJmt3beh6GNK6ASSLmYZYWO5oXEyXIEiNfkN6Kws5SDuCaGv6s0ayukdo/Suim+yIUfg0P4d/Sl+GLAiOh069aYgDJptGlCYVYIPXTyM6CunMORJLtjOAYg8/l+sUSm1aRIET86y0CBrE9q6oaioFjkJYRyFDYe0WaAY702ZdR+/ShraAXG0jp6jWui2X5rkFuyII5j6cqDcaxRzJBYDXqen+9R2cMGJYkhFjMx37AdWOsD5wATXQHPEktAJba4d3Hu089PeN/2wp/8Ac7UIyERO51/L8jRyzdJUL4UHgUR4VG4k8zOYk7kHqBXN25DZLepGkgc+eUecmd/KogKagpUDffptHn37VldmBuZP+UwB6jc+Wnesrqh7jO7blWDDQgyKtnD8WtwBwY6gbg8x+h8jVUK1ig7ifSoVqlnJi3y8YfFe7uC6uwMMOo5jy/2rnjWD9263LZmxdOYDkrQQQekST5T/AE1WcDivdkKfhb4tee0/b9irTwnFqythrhlH+E/0nkR3n6+dHdyq+Mo0T+0Ps+cIylTmt3B4XExP4l/Tt5GktmzpPMk8+hq72sdb9xdwOKmV/wANhuOasCeQ3G+hjXWEuA4EzGEu23Y7L4wT5ZlA+tQV5jceQdNE+QzHTqa5W1rttTHHYG5ZcrcQq3Q/QjqN9aDuYletDUcQvcEu2pIipQNaxHXsakJ1moi9vmcGukXQ1iIZB5VOV61IkVINd+lcIv8AM16c5ovIKjZP5gMaAa1NSah/DcA164LaZQYJljAgEA7ak6jSrvwf2LsJDXP5rd9E/wCwHX/UTVM4TiPd3lcclY/VZ+leq8OvBlDDYiaNaiNQ7XV8TzXH+zF1MbcsWbZbMPeJsALZMbsQPCfD10B50da9hMY24tp/c/8A+AavRMcMmW8P/TnP3tmM/wAoV/8ASRzpqi1O0RX+Q4FCeYf/ANfYhQrA27kMuZAziROozEDfbluaQ8Z9kMRbd0t2rt23mJtsiM0qdVBygwYIBneK9zVKjt22BjLpyMrG/hjWdj05V20SBlc8meK2PZLGuuU2HGkHNlX/AMiKY4D/AKe3gB7y4iCZhQWMdOQHzNequw1GxG4P72oK+1dtE45mM87497MW7NgvbLMykFixHw7GAABpIOsmAap+YE5Rqeg1PyFev4xQysrCQQQR1B0Irypw1lxb0b3TFYdQyuJYjMp0IKn7bGCBaWMDs3EX3sUFMQTrrpXGQsek6ZRqx7ACjLmJfMxIVgSSA6o5UToA7rmMCBLE7VGOIRmAUrO4UpbB8/d21J9TQ2YbbvM4TDMujBl6W01c/wB3K2Os+IRtUN5wxAMGPhtWzoNp8Wsk8yMxPUQKmtuGQ6QvQsMvb4QonuTNDtigkgEE/wCUQvrpL/6tPOuiWB8ySGQBnOQjVLajUf54nQjkWOaddYgxPctuDl/lTuNw3mRqP7QMvQDahvesWnUk8zzrpMK0+Lwg1MHbfU3/AAw/+pb+Z/MVlMbeGRRsPM1upjfTPvAmcGADpFaC1L/CkmCIOuo5xzHWoZK7ie9JmgQRyZ3eAmBReExE+GfEu3lQ6ZSR3odlKuWHI6HrRKYjUL8ty33wcTaBH+Lb2/zDp+/zrOEFLhgnIw3B0IO0a85pdw2/MMhysNx+9xUvFFl1fQMSM0CJAjxfSKO/MqqhJoS7/wAOuKsnCYj4wCbdzWexkbxzHMV53iuF+6uNbdIdTBH6HmDuD0Iq18L4j70KhOW6uqH+qPz++/WHHFOGDHWveIAMRbEEf1jePuVPmO4ki4S/8T7WE8yfDLMD7/rWnVrY18S9eYo97BBgiCNCNjInfvW3tg96GpaKe0HFxWiNeldOk1Bew5Q5k9RU9m+GGunaogD2MmC1ESA0RvUnvV6io7zrp5/Kik8TjEhoIUSWUr9ifoDV49h+Itk905ll2PUfv7mqkyOFzKrEjVYB3Go9Kmw/FMtwtbAzLBWDpO7r3nUdPpXElaPiLfGjkjyRxPYsPdBqThbZJtH8Hw97ZnJ8oK/6Z50kwWNDBWUyGUEHsaMv38uW4PwTm7oYzfKA3+nvTJnlalgVvEB2J+UfrQiIrjM2rEA6wYzagajQDaBvuahuXzo66kcuoMSPoPtzmluJxOafdvrtHvBbZeoOYEH5afICDCUWKB5k2NxITMAf8MM3llFtmHYFX22kTpXOJu0gvuJNpWDu/wAZViwtoTLlnPxXG29ByAFFYnE1wnOOfr5nd67VK9qcLFwXBs4hv7ht81/8aN4p7QBZS3DNsT+FT003Pb/iqy197hLOxYydTy7AbARG1QTLWlQlxUguIDHUbGowvi/PlRcVqKGppvjUwO8uZgNDA1nXTzqC5YBY7DUcx+tMAvlPWsSzqSdfyjaoqVnxyKxYVdR+VdsBEN9edTRQ91ZMVJ4g7IDdPIbDrJ/StUZcwk7GsoaME4THmJ4CP/TcBZ/GdiDGuUSDPbz7p8ThHQkOjBu+nWexE1dOA8U/jrbIyJ75F5SrONgTMhlHfYn4RoT1etPbUJdtNl5JymDGVvhmJiTpue7mxhuYK5ipoH8pQDhc3Y8unrTX2e4et4PZf4h4kPPow+gMefSjreIsi2yPYUspPiDMrb6gMCQxA2lfnrUVvDIjJew9wZplUcBSCNCsyVbmPiUnprQemQLHMJsyOKIo+/iRcR9nDbtG4CS1oy4j8B0zAdFO/nPKleGObnPWvQ8Rx3DPbDlgl4TNogk5huh0+FuRMTPmKqPFuA5Q2Isf4RIkTrbJ2Ej8B/CfMHUS0FfIk6bMFamgqgiIJ02PMcxr1q1cE4ySykmLo2On8wc9P6omRz3HMCnWg4ZQ5hdZbKW5EjRNdTA9ZomzLZiFnLkzFWUwXKhNQZkEgaagg7RUgy3mXFlFXR+s9E41wK3jl9/Yhb4Hjt8rkcx0bvz2PI1QL1hkYo6lWBggiCD3FG4bjmIw5BzbHnoy9m2IPnvTjH+1+CxSRirbJdA0uWspb1BIBHY94ipIEoqzYjR5Ep125ykAbSSNeek6VycLbMwZaGAbNzkZWg6kROhjcUtu3lUuZLNmGQ6AR4pLIQTqMuzCNd6ccNtvcVnY20VBJuZVKpp3BLPyyr8xtQhbkPlB8SJ7j5SjW7fu9GZgv9K5R4zLa6krMFiTFCYvity4SFZxmOpEyx11J+InU/M6VYxhEW1a97dzXbxVoMnJbLKqIQD4GYFnYyICqOsxpYth7j2raDUQzEKFGVdIEHedACes0QSJLbjVcRHieH3Ftr7xyof+rMzGNYjYeh05mu+G4RguYCAusk6kyBH72FPBh7Q/mXFLcszKQpP9NtJDv/8ACPxGuL8uxEZFU/DA8PbQATEjbr1oMjCpe02Dc4rxHns7ijkKTzzJ2U/EvoT9RVks4qqbhDlYZfw6jv8A1D1BPqR0qwC6CoYbETQ434oxuu0O07l6MZYLG5Ztk/B8P9h+H5ar6d64xjW31dFY9SAfrSDHYrLFz+nf+0/F8oB9K5fHTqDTgZjMlGNGvqohQFHQAD7VU+OccLk27TQNmYbnqoPLuaj47xQquRTDNz6Dn68vmeVBcGwo/wARuXwj8/0qCfEiHcK4cNGuDyX9f0oPHurXHKHQkQRtoFUx20qXGY0v4V0Xmf6v/wBfv5bjJboSfAmlpcTL8xnYFRuwGlSo09uxrDbFdLTNOLYEaV1XSoBtW4qYucVGoG+n7/2qS8YUmhys6bVBMG5l9iP1rK7LDp86youMg3Acbcs3FuWzBUyD957EaV7XhryYmyrgeG4sEdD8LDzBkeleTcLsgW1e0VzSrklkDIy5gQczCFmGBjUEayCC59nvaO+ovro4JNwuWIysSFZhpqWJEDTUedXlAAuef1G5vs+IrZSXdYJJcwB5A1u9w24FgJKzOUtBmN9Bp5TUF+82dnXQlm+sfLap+FYW/dYxdCAa5nuBF5jUsw5jkCd6gsqjmcm/sGcLYFw6KwugfAzHxeU/bbXbWrN7Kq+a3b95lS6n9KnKykkL4hvmGh7ikljiAW4FuqrFTuCD2MMpgjuDTgBv8SxDAXTcUTqCYzAH050S4g3zLzFZcrqKPUmxXs/bFwIrlbd1C1sgKP5gMXUaF5MNAI0ZQNqoXE7NxH1ExsdQR1kHUfavSeJcSt3FZFV1cut23mWPd3ZAdWMzlYTt10E1HxHhH8RbW8g8biWQggBlHj32kg9QSd+dcNOGFHiIOvbE4JNg9j2nmbXLigZkJn6/StrhSq52+InRDBAHWjLlu5buQLbuNcqEGFI3J02HMgx3qLFB7jBrhUDmoeSemqgiJj961XbCy8dzaXMjKGB7gtrh8uVRPesASYPhHPMW0AUDcmB1NS27bXbi+8IFtdPCFCiBsoAA7T6meb3h/FYUWkC27c+JFEB9tG1zPpzYk/KjeN37JsWAlxQUtKGABktmMjwjLI3JJH10JUHmDu+YWOD7ST2gsE4vDJrDphvUNkU/Xc760SnDFtoWd0QqzalVYhgcpk5go0AOobl1mluO4ur3sK9sEslqwgBA8TWyDMTETHOah4lhc9y/4/BZBzv/AJ9m7Zmukjb7VDEARiqTXih/c4vYuLhFsl7hEG4ZLR0BIAQdgBWsJbLELz6fU+gEk1nAL9v3kLPhBY7SQNNI5yRTngeDDMxYFcvxDbSYRAN/EwJYnWFMRGtTJzNPBnXHxJ8PgtMqkSdiewLT2mNPMV0lwAFeW48jrHoZFS2cQi3ULNlXI7kkiZZXdRrpJRbXqaRvigRKsJGhHoJE0I4l1sy5FYE+P+5Jir1VhsU9lygMruoPQ9PLb0p1cedRzpXxXCe8UawQd+x0/SnCecyDc9LFV3iHvLmdhpoAAeQ/ZPrTywjXQC4y2+Sdehb9NvOhcJwq2CCdcu87eUdOfypwbTMIGg7zJ/SpEZ/jHG1N3ADYM+D4R1P27VMEYfgb6H7GaZ4XAkbxB6UctgDYTXbZZGVgKlcWJ7j6dq6ANWZuAXLo0tvPJgp+8RFLeJ8CxGHANy2Qp/GIInoYJyk9/rUEEQlyoxonmLRW4rcVqK6M2yDFpK+VQKpiaKuiQR2qEN4RHrQHuRs5kVZXZFZQ3GbIIBb6sB00+/8AtUx4iVTJbByzmjq20nmSOXT1qNba8lZvoKkCXOQVfvVsEzGfaTzMwhL+K5de3rt7uSRDGRsPigQTzJ5QZ04oluVgPvEyNZkHKrEek0E+CnVnraYVJAzb9BS2UtwZA29j9hCsNc9/cAKAQPwgLOum2s6xvTC5xD+HvOtskoGIEkHTvGhG9CO64ZdILsOoMDkJHP7TSW05LEkyT9zVlHGMBR3FeicjEnqv1nouG49h7uT3gOdWUqF3Y5gQBHUxodKcXcWSCbgFtV0zRDA7qqAHU9joJkgDQ0Xhz20uWy+iqwbnuviXbuBVixuNtXsoS4TlkZUAO5k5RIlj056bVa9UkzIz6NSwIB/oRdxR2uktpbtF4k7FoJliBmc9TrlkbAigMTgGtwQCJ0kGSd9iDEwTpsw5KwFOr1sC3mIVrUm2xAkoxEC4EOqvpDDmVUgkkMK5xS77se7zh4EErqDzyCfiCnUNpuaHcKsy1pkZiFWA4lMjEggENGUEyI/L9xvELXcyle07/r6UJfd27Dp+96OwWFhZI1P0qs2QMaUTYTGUHJmsBi/dvbYjW24cd4IOU9pH3qz+0pH8NbFjVcReuXGOsuVKhB65iY60ntW7f40BHWSCPrB+XOrPwjHgAWAAfdBmtAx4i3wluoUyP+aVtNEEwrswPhaW+HMpc/zrto5z4f5Ss1sjcbwH0Gus6SKhxXEmMtbcnOSdSGJcwCZ3mdjMxFd4nhF1bjXLpz5pJbnPPMOX2obD4qwlpcyxdVmiOZPiT5E79opDiNCBeRyTF+JxJOnM+EeUe7X0Cx8qJNkZQs6jSfr+ulL7STcTtr8tR9RTQ0A4mnpl3KSfwkNslQQRJ5dO/cf71CyHOCxn7DyFF1DcGq+dSW4jsekxo24Dn+I99meBnEG441NpQQP6ix284UxTDD8Pd5FtCY36DzJ0FWf/AKeYH3eF94d7jlv9K+BfqGPrTfiThVhQAJzNAA/ZJqwi8TD1eqJzNXv/ABxK3wzhKIZuQ7f0/hH6+unarThriDQKF8gB9qra4jX1oyzjBMTrTKlN9zcmWOagv2wwIIBBEEHYjoRQ9jFcqJc/T71FRU839rPZz3RN20P5ZPiUfgPb/Kfp5RFXr2jEW1Nts8ZfxTtlg5p7RNeNYm3ldlIKwSIbcQSIPcUjIK5m18PyHKCrdiQmhI1IothQ5XWksZonFOQIrK07VlBvnbBM98znwKT5CpP4W5+JlQdyJ+n60Pc4hcOkwOg0ofKzHn++5q6+VVmNj0rsaAhjJaX4mZz20H6/WoX4jAi0gUdefz51LhuGlmAZguo7kgkAx3A1p/g/Zkl9LTMmut05R/lOkNt0G9LDs3UY2AIabuUu4GYyx1rSdANat/HcLbwyhVf+Yw1W3mVFXWdyWJOo3260p4XYEG8RsYQR8TfmBv5xUdGrnEDbcXPhbgMEmY2B286a8KtPbIfMMwMjSYI7HQjtTOzgSqhzqSTJ316T17d52ihtp8z+dWEFczLfKchKLGHG+Jhh4FCqUXVWJ8AABR5kswddGMHTuIqVxWczHpR2KYsRbXcnX8h6b+flTAr7uLYAnKrOx31ggLoCADp5yZij+2a8CXdPhGJKA5iO7hiGCEQef7+VP+Fe7S5/PQm26xA3iDqO4mpvaSzbGOvlZy5+/wATAFgP9RMDyqS1iLRXJctFh1z6jy8OX6+tAPtEiS53KPrBOMWcOmW3hy7Sd33mRppppSnE4prdwOjeINC/6dPrT5rNlA1y2Ngd5kRy12NVhicxadVWRv8AESOY2IzTr/THOl5DUnGsuvC/alrzGxcVFubZ11BYHbmNdYIJB+UreMcEIY3EEHZlH3H6VVbBCmavfAeNC6q2sQYJOW3dManYI/5N8+tK3buDLAFDgSu4bC5TmJ8vLz6/vWi6c8V4UUYyMrf/ABb99R6g0sTDuWyhGJiYAJ0HMRQEGaWDNj20OIOa6t2S7ADrPkOZroWmMwpMAkgdBv8AKm/svh/eXRaP4ys+U+L5LmPpXKtmFqc4TGa7/ieocGw/u8NaSIItrI6EiWHzJpJx3GAyinQbnqatN62SIGn75VTPa3FW7SZFgHn1q4J5ZPmeV3GcTFtWJ32A6muPZ3HFg7MdS/5Cq7jLvvDrsNvzrfDMUbcqdQTM/LelDMpaprP8PyLhD1d/tPT8BihvTG7xG2oGY+Sjc1T+CPbveAOQ3QGD5xuRTJ+CuhzK2bz3p8yigBox4l43BmeAg1C+Wsmqb7TcMFxHxKfEn+IOq/1eajfsOwpz/DX20H0P60YOGubNy0SA922668sylRPbWgdbFRuDIcThlP8A5PKsv6VEzATRWItMjMrgqymCDuDzFAsNaz2ap6piKBHmcEc63XQUnaspdxdGNbfBTzZF8pP5D70dh+FWV1Ys3rlH01+tLMCmLxDZUyr5/wC5o3D8DvrdCXQbhnbOQsRMyIEefPSrhGMH5R+so+tnYU549hQjJeJWLOiBVPQasfzNCX+P3HYoi5SP6zGvi0CjWdIjShU4U6YjKqqjfhU6yPEQYUa6RrTh+HW1xbDRhKkMSOvLtroY2g86HcYXpC/yuV6xwO9i2zFiHZoIZYVYEkliYgASecD5s8NgVDBVBZUEKBMxuzbbnUkxp6VYuOY5UzW7ZP8AMkHUfCIViMuniKqv9tv/AD0NwpCFLKyy0obeco7DwsCj7TmjTmARBmKla3VMjWZiF9ri/E4mVIBIXkpJOUaaA7FdBE7Rp1NWxt7LIG5P5mrzxW2lxGdbbKVU5nJMh0Ul1uqYAzQTnEakTuQPPsSp94QeX07eY595p7kgSt8NxhiSZafY3AoCl64pIe5kUkiAwAMMT/UzIJ6ZqF9oscr4tndcq3MqsGAb3bJkDBT003ESGYV3hMU6YN1kEe9ACtMSVBzeEjbXmN6Qcbxj3rjOxkZmjyJnzPLUyaNjsQTUTEWcmN0TPeUuQc7FmbqWJk/Mx6in2K9kriu1wXLfuIzAzrtoI86oOGx7ppMjvB7c+UaU5scX94MheByEv+ZmfMxS1yCRkwuDxIcYYV4Om3yAH3oBM2S/A8PhzaTADgLrPh1jkZ20pjjwPd6c426UvttAvJ4pYaQ0DwurHMPxCAdOsHlSshswlWhF2XVf7f1pu6RZXz++algG3aRTa+R7pB2H2NJYy3hHBl14BxAXl/hr/iMfy3O5j8BP9QGx5iZ1EkvAcO91eeTIyiPIkz9hVQUkagwRzHI7g+dW3B8WD2jcusPeKIYbaCSCB3kyevlTsbg8GI1OApyvR/aLeM4oriy1sSLagNlHxA6vMb6RvtFWn2S4ZbS+9xB4cgjoC20d8ubToRVX4G5zFm3uEs3qYX6H616BwLFIbFuAB4YIAiSsqdPMGmqL5lHUMQlD8Ifj8aLaE868X9rOJG47Ga9E9psVbCN4/FBAE6g9a8k4oCSSeR/Jq7IaFSdHiuzOsF8A/fM0QVqDApCCiqzm4YieswsTjX8BIwSNRy1/46GrPwj2gxCADN7xOj6/Jt/nNVsipsDfKMeY6fv1qzpsp3bTMz4npVZd4H4z0nBcdt3AAUCN3P2I/OmNpnBnIpnnNVXhVtLo0MGrJhrRtADOI6GrpnnXQDqU32+sAXFuR8QKt5rBH0Y/KqZFeh+29kNhww1K3AT5EMP0rz6KzdQKeeh+HvvwAe1idqQBWVtbc1lJuX6M9c4H7N20a4HUQrQABlDDcEx2O3nReK4MBcthAfdsxDjMfDCsRBOsEgDtOnaTF+0OEtXWtveRXABIzDuI8xpp3pBxz/qLhbYyoHuMCp0GUaMG1LdhyB3rR2oBU8r6modt3PI/KPsVwa3722QIU5gy66nKSscxsT5gc6r/ABzgJK3LqwuUkSNyu0tyhfCddTB1HOs8V/6m3rjIbSLbVGkZvEWMEanQRBOg+dSYD/qDdYst1UZH+PKviggKcstGw2NAzp1LmHDqlAcG/pfPcG4na92QbhyuxAS2FMBAIALMQZy5Y8MHWof4kEVduKWLGPt3L9tpyW4AgfEMzAHNtuNuu+lUK3g9WQvluKxUowjUGIB69qWF+av0lXVYTmG4djse0MfiLe7Zn1FsCDJljEJbaPiWYOskRGxiqm10r4jvP13p3j7bAC1H+H4n73CVBHoCBSbitvK5TprpqNQCINNd/HtLGj0+xePMY3+Ji5hFtKPhcvpuJBDA8zssHpppApSvi0GpNDKzKZH/ADRdjFJOojv/ALjUVHqbquaWJRjPM1cwwHn96Fu2SNd/KnaHMNCHHfQ/90QT5iuGtA6bE8m0Pprr6E+VE2MHlTLrY8WQccGKExLc9alfEKxk6Tvpz5mucThyhgiK4SwWIA1J2FIPHcznxEGoTYtWz/6ukyfCZoy7YX3YbcmACeQgwO1L1s5WIO4/WKbNrat+YHykULGFjXu4bFakiY6enqOYqbLXJWl2RLgAYUYVhcTJCDdyFAPKSIk7R3q1cSwb21REdjkAAInSNxE7E6686p+EtBriKQCC6iDqDJGkVdsfwq3bQtduXGVdlzaCdlHMdN6uYchYG5j63EuJwAe5V+JNLauhdoETz2k96rt9AVJOskH7aD0o7HXg9zLbVVUGdOx0MnUnuaiuJMDv+RpWVwzhZa02PZibIR44guEXTsdR+/lRGWjsFgptPpqhMf8AkP8A4mKGikZvtWJZ0GoGRCvsf28SELUuDtZn+Q/P863FHcEs52YrrB1A5ctflRaYW8LXvWGvrHHCrLI0qKumGbMoJFIf4qzh0m7cW3/dufIbn0qvcV/6jqJXDW83+e5oPMIDPzI8q0WYL3PNMjOeBLjx7CW3s3E2YrI6EghgPUgD1rylU6c6ExvtBi7zTcvOeYCnKAf7VgT3pjbXSs/UuGIqbvwvGyKwJ9pwFrKkArVVrmrK9aYjxDl0MVGSS2snmdfzNMcFwq5ckKACBm17RpOup/KocDhHuaIuY/YecQKu0auYW4E1B3M8qwoVgg+lOv8A+GddSNewH001pTikIYgjaZ7VBSu41WHvJsDxi5abMjsp5wYB5wQNx2MiieIcSN9zdIhmlngaZiTt2iKUZDtUikoROooSBDBvlv1lkw17+VB1JYmdSTORpI8l3pLxPEF7jNzJjv0G3PlpTrhYW5IgHTl9u86CK7ucJQnMoKNO8Tr0g9+lMVLHcNQinuVe5ZKnXbaeU+Y0rs4XSQZp3iMFGrJpqc9vUaiJZd+QPpQr4U5V934gJlkiSTO6TGwXpsaJk9o5VX2sfvFKXGXYkUbY4hycSP3yPKtrbMEaGBsN+vwNDH02qIYRWmDB6f7HX6UHzCD6f3TDWRLggPHQTIHodR5Cp+G2BbLZiCdBPKOmuxnkelJXssvfyqW1iri8/nr96FjuHMXuZW5EO4pbGYsDMiQR8iPp9a6R/wCVGsqc0dt58t6hsY0swzKp7kEx+/0ojE433gyEQN5O55r5Dt158qigPMAsbsDuOYrRWt2TKg9QD8xXeWlmW1MJ4RcS3c94+oTULzZjOX0EEzyIHWo+N2sZf/8A9DeFcoKqrCApGkSdzOvX6UOE1qzcTbJgl/8AbQfQU3EbBEpapQrq3ZPH4CULhVt5dmPQa9RJ/OnOBwue4B0BP1Wg8AngHck/U034O0XAOoI+zflVct81x2qBXSkL7Q2zFu8U5OqkeYzD6gfQUkxFnI7L0JA8uX0imnHR41/t/M0uvXC7SRrAk9SNJ+QFQTcq/DMbKBkHRFH8R5geJuZFLHl9egpHg8dftOblq4UYzJEc99CCP0o/ijywXkPv/wAfehMkCn4lIFx+qfe23wIFiHuXGL3GZmO7MSSfU1FFT3DWsNYLsAP+BzNEW8mVlQk7RJ+H4eTJ2H3p+ooY2AoAGwomQBJIAqoz7jc2cWIYkr9Zoisrk3Qdta3U7W9pByoPMvuC9msNbkrcukZZMW4MCdSXXbU0YMBh7PgFv3YOoLbzuTIgTAO55N0qW1jLim2ri1mylfxnOPDm2G+gOv50LxWw9y1ka4CwA92sBQSuq7kliYg67E6Vq7uOJ48Bmfk9xfxDHLbVvcIM0lXZy4bTfKzLrrAAECSfFAIPm+NuZyWIEkmSB020/exq1YhwbbAAZIUgQZaYEb6QoMLrqRVbSz7xvCPDO35eQqpkfi5u6LTAWPPvA8NhjBYjfT9+v2qPF2SBtT2zZEAEHc+W5/OgeLAKRbA250F+ZffEAtQDhuKNt5BHr/tVzwmOt3VgCDoDt4eU/wBoEAd29apDWyRMV1auMplDtrrTFepRyYjL5dsCZ5RM9viG3KIHrSzE4RSZiG/qXQ8p1G41pbguPuohunzkQeusczPL0Y3OM23WSMrHoN5Kk8+xEmOWm8N3iLUupg2IwzR4gt0d/C3Xcafahb1hWIloI2W6DHYBwfLY8qfWkt3DlBHKDMHmCQD/AHKdK7u8OGX9fLMZH/d12FT3GjUDppU8ThXWTlaOWzCNhqCCOXXeohh8wJB1BA5xJmdwDMDbWafvw/KfDKEz8Jid+Wx+XMdajvWXGVgwYrMiACZgctDtoIG5pbrQJEbvRvMCwKK4ysMpHwx35nqTtr0jTmNxDCNbMnY8/wB/ap7sBsy7dOk7qRuP+I2pjZuqy5H1B01+gPfoefnVe/Mir+U9+854Lig9sKT4l0jqOR/KmJFVJ1Nq4wUmFYweYjT507wPEs0KwknYqCZ/0jWfKfSuYe0JH8GHuND5Gn/tmcllE/cKI/Ok2Bh7lsAyGdBp0LAH70x9s3zXAnIQP/ub6SKPGaRjEZxuyqv5xHYSFUdAB9KlRipBG4II8xqK1W4qtumiVBG09Q/jDhzbYbFAfmTSu62VSen7A+dSvcYgL/SND1kkx5zPzFB4xvhHqfsPz+VEo3NUq4UODBR8X/qLWXXXnUF86UVeYCaV3bkmRVoypc4YSY5mnOGRLSwxGY79fIAaxSe0WzeGQe1M8PhgNTv+/maWyF+L4jsOUY/mqz/End2bbQdTv8qwoBvLEddfkNh6VproFRF9Jo0xonUHJmd+zO3vRWUE92D1NZRboqesYC210stzEuvhlQCi9QTKqDp4efOiHawqk2kDs1uCQwOR11Ga4x11O0k+EaVVUxdqC1u010qNWuMbkbTIkWl2GgPLYxTa5w9you4q4MgI/lWydiY8T6aCdQqjaJNMHUo5MNNZND2ld4teOdrNtcxlpIBJ8UnKig6QDE6/D5z1gOGMMqurWwQdYAJgfCAdRpzI5GrHxu9atpb93lARhCoBEHwnReeUmknGuMWwgykgggyQfKIPWksq3ZP5TX07uUAUVfZ8wXE3kT3if0xlnoQI9d6qbXWuvJ/YqfG4pnfRpLak9a4YC2um5286U7X/AFNHFjB7PA7/ANSVrZkEDwjSQOdRPbDHvXGFulGRiSwVgSvUc9OemlGMylmMhVM7zoPqdaNQAsmg9kj6wBrJ5aifOo0lTocvpI3nY0UluTKmQInLJj6bTW27wfvUyucAbkSJMWw/CDPMfPzOk7/rTHDcfdeZ/wBXU856/qeppa9obj61CUMxU7iJWyacjsSzpxy28hlIBnYzyEfKF19Y5GZLltiIuAf3aR8j19daqToJgfStpmJABJ7fWp3xPpEGhLVicOukgMDsfP7HqNIqJMJb6bCIljI+eg7VWhdcfiI8j8+dSe/dvxNB6zB/WuLA+JIxnyZbsJZwsgFEe4xAIOcxMKfjOWYMyB0NKOM49gSlpBatbAIoGcdWI3B106RNK7V50kCBsZI5jUfs1vD37mluC0mAsTJ5ADr5ULMapZ3porWxMK4VxX3NxLgTPkM5c2UEwQJMHbfblyo7Ge0XvrgYpHxEwepG0+unerJwf2NtpbN3EAhyJFvSF85B1P0pFx/DW7Q95aCgqQCNNVaRsN9cutSyEJUHHkRsm4Hri51ZxCtsfTn8qlBqt/xltvw5D2OnyjT0qVOLMm5DDz/Z+9VPSaaPrL5j5nAEnYUuvuTLH99BQbcZUqRkM77jrIrHxqsJFPwrtsmVtRkDUFPEE/iLhOg+lR4hTpJkmttidegrf8QP0psqQrDoEEnesa8TQJvE71Ijz+JR5n7daEtUJVLGhCDcA1ND3cQW7CpVSyDLuT5f7CpkvWV2+cfmaWcvsDLC6b7xA/O4Gq6bH5GspkeLWwAIJ84rdD6j/dk+jj+9NYbjDBMrEgDkOnIUZf8AaRzby5iQCPCd+0neKrExFYonWn1AD/QR7d4rNuAGVuQ1gdSBsPvrSfEY130OvfrUZvEgqdY51mD1NCVA5jVyHIQo4h+EthRJ3OvlUGIcltfTsKmc79tfOoLIzGTzpaCzZmg9BRjEmS3qO2v6fvzqS3Ya42VAJO08hEn6f+QrHEIO5j03p5wPDgK7bmIGm0gN9z9BTGHNROpb01oeZXsRhnttDqVYbMOvIgiurV8j4slz+6Q3nnWD31p9ibXvbwtkxsAd4zGJjsKUcRwiKSANQSJGnONqi6lFXIPHc4tOrCCpmOcEHqcwIIPaKkw2GJeQJjXTXTr84oVhBMaQTH+mAPvU5xD284UwCI9NqKqHM08ZNW3NTm7ZbUkEDuDv51vDpEt0H60WhJsjMS0MAs7KCTMDvr8+wgS5cIVvOPtUMOB9YaKvLEdXIUXNp1Mfr9JplbSPhAPdhI+R/KleDclxPQn6x+vzo53MHU7dTQODdTMyuC3HiF2uF3L7BEUs3RFXQdTOgHcwKsfBsJbwOZoW7eGhafDaXfKGj4jzInoNNSlte1LJY91ZtrZWYYofE0QCcxE5j1MxS+/7ROAFVFEajUkDWJjctzkk68qdjULKLFsh+bqWz2m9q2FsJkALbjNsO+nPUf8AFUvD4trrXEuN/iDTsR4lA7UsvuzEszFieZrSLJ3ipLEwkUKKAnJrKLGFHUmuvcL0qIcBrBNHfwy1r3I/YH6V0iA61sIaN9yK6FsV06oAbZrXuz0oxjrFaurHM/auncwRkPOtetThJrs4QdTUXINwbSsoj+GHWsrrnVP/2Q==" style="height: 231px; margin: 0px; width: 276.738px;" width="400" /></p><p><span style="font-size: medium;">Por Rogério Rocha <br /></span></p><div data-block="true" data-editor="f97it" data-offset-key="bj2eb-0-0"><div class="public-DraftStyleDefault-block public-DraftStyleDefault-ltr" data-offset-key="bj2eb-0-0"><span data-offset-key="bj2eb-0-0" style="font-size: medium;"><span data-text="true"> </span></span></div><div class="public-DraftStyleDefault-block public-DraftStyleDefault-ltr" data-offset-key="bj2eb-0-0"><span data-offset-key="bj2eb-0-0" style="font-size: medium;"><span data-text="true">A juventude atual está crescendo na era hipermoderna, o que significa que está exposta a uma quantidade maior de estímulos do que as gerações anteriores. Os <i>centennials </i>- aqueles nascidos entre 1995 e 2010 - são a primeira geração a crescer totalmente inseridos na era digital, e isso está mudando radicalmente seus comportamentos.</span></span></div></div><div data-block="true" data-editor="f97it" data-offset-key="488fk-0-0"><div class="public-DraftStyleDefault-block public-DraftStyleDefault-ltr" data-offset-key="488fk-0-0"><span data-offset-key="488fk-0-0" style="font-size: medium;"><br data-text="true" /></span></div></div><div data-block="true" data-editor="f97it" data-offset-key="31v9f-0-0"><div class="public-DraftStyleDefault-block public-DraftStyleDefault-ltr" data-offset-key="31v9f-0-0"><span data-offset-key="31v9f-0-0" style="font-size: medium;"><span data-text="true">A hipermodernidade está caracterizada por uma grande diversidade de informações e estímulos, muitas vezes conflitantes, que nos chegam através das mídias tradicionais e digitais. Isso pode gerar um sentimento de sobrecarga mental, especialmente quando se trata de escolher o que é ou não importante.</span></span></div></div><div data-block="true" data-editor="f97it" data-offset-key="2s8j8-0-0"><div class="public-DraftStyleDefault-block public-DraftStyleDefault-ltr" data-offset-key="2s8j8-0-0"><span data-offset-key="2s8j8-0-0" style="font-size: medium;"><br data-text="true" /></span></div></div><div data-block="true" data-editor="f97it" data-offset-key="ae1ce-0-0"><div class="public-DraftStyleDefault-block public-DraftStyleDefault-ltr" data-offset-key="ae1ce-0-0"><span data-offset-key="ae1ce-0-0" style="font-size: medium;"><span data-text="true">É fato que temos acesso a mais informações, contudo, nem sempre conseguimos processá-las de maneira crítica. No plano comportamental, dadas as mudanças na nossa tábua de valores, observamos que o ideal deveria ser que nos tornássemos mais flexíveis em relação a opiniões e pontos de vista, visto que as 'verdades absolutas' são raras nesta era complexa.</span></span></div></div><div data-block="true" data-editor="f97it" data-offset-key="6i404-0-0"><div class="public-DraftStyleDefault-block public-DraftStyleDefault-ltr" data-offset-key="6i404-0-0"><span data-offset-key="6i404-0-0" style="font-size: medium;"><br data-text="true" /></span></div></div><div data-block="true" data-editor="f97it" data-offset-key="2pcm8-0-0"><div class="public-DraftStyleDefault-block public-DraftStyleDefault-ltr" data-offset-key="2pcm8-0-0"><span data-offset-key="2pcm8-0-0" style="font-size: medium;"><span data-text="true">Em que pese sabermos que a humanidade assimilou avanços civilizatórios que nos permitem ver a realidade com outro olhar, superando certos preconceitos, temos visto, por outro lado, o ressurgimento de crenças ultrapassadas e o recrudescimento de posturas antiéticas que ferem valores consagrados, como a dignidade humana, bem como as que afrontam as normas legais.</span></span></div></div><div data-block="true" data-editor="f97it" data-offset-key="edll9-0-0"><div class="public-DraftStyleDefault-block public-DraftStyleDefault-ltr" data-offset-key="edll9-0-0"><span data-offset-key="edll9-0-0" style="font-size: medium;"><br data-text="true" /></span></div></div><div data-block="true" data-editor="f97it" data-offset-key="bt0m-0-0"><div class="public-DraftStyleDefault-block public-DraftStyleDefault-ltr" data-offset-key="bt0m-0-0"><span data-offset-key="bt0m-0-0" style="font-size: medium;"><span data-text="true">Outro dado a se anotar é o de que nem todos os aspectos do universo mental das sociedades de nosso tempo tem evoluído na mesma velocidade. Citemos, por exemplo, a capacidade de concentração, que tende a diminuir quando se é exposto à grande quantidade de informações disponíveis na Internet. </span></span></div></div><div data-block="true" data-editor="f97it" data-offset-key="aa0k4-0-0"><div class="public-DraftStyleDefault-block public-DraftStyleDefault-ltr" data-offset-key="aa0k4-0-0"><span data-offset-key="aa0k4-0-0" style="font-size: medium;"><br data-text="true" /></span></div></div><div data-block="true" data-editor="f97it" data-offset-key="69kda-0-0"><div class="public-DraftStyleDefault-block public-DraftStyleDefault-ltr" data-offset-key="69kda-0-0"><span data-offset-key="69kda-0-0" style="font-size: medium;"><span data-text="true">Isso é particularmente preocupante em relação aos jovens, cujos cérebros ainda estão em desenvolvimento e por serem mais vulneráveis à distração. Ainda assim, todos estamos suscetíveis a tais efeitos, visto que vivenciamos a mesma realidade, com nossos artefatos tecnológicos e múltiplas telas.</span></span></div></div><div data-block="true" data-editor="f97it" data-offset-key="3pi5n-0-0"><div class="public-DraftStyleDefault-block public-DraftStyleDefault-ltr" data-offset-key="3pi5n-0-0"><span data-offset-key="3pi5n-0-0" style="font-size: medium;"><br data-text="true" /></span></div></div><div data-block="true" data-editor="f97it" data-offset-key="daui8-0-0"><div class="public-DraftStyleDefault-block public-DraftStyleDefault-ltr" data-offset-key="daui8-0-0"><span data-offset-key="daui8-0-0" style="font-size: medium;"><span data-text="true">Além disso, o uso das tecnologias de conexão contínua pode ter um impacto negativo em nossa saúde mental. A pressão para manter uma "imagem perfeita" nas redes sociais e a busca desenfreada por views e likes pode nos levar a desenvolver distúrbios como depressão e ansiedade. </span></span></div><div class="public-DraftStyleDefault-block public-DraftStyleDefault-ltr" data-offset-key="daui8-0-0"><span data-offset-key="daui8-0-0" style="font-size: medium;"><span data-text="true"> </span></span></div><div class="public-DraftStyleDefault-block public-DraftStyleDefault-ltr" data-offset-key="daui8-0-0"><span data-offset-key="daui8-0-0" style="font-size: medium;"><span data-text="true">Problemas com os quais teremos que aprender a conviver e a sobreviver.</span></span></div></div>Rogério Rochahttp://www.blogger.com/profile/02567831559873849872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1863207227654854521.post-69823901960593844572022-11-19T21:26:00.001-03:002022-11-19T21:26:14.758-03:00Whitesnake - Too Many Tears (HD Video Edit) - Restless Heart 2021 (Offic...<iframe width="480" height="360" src="https://youtube.com/embed/MJk38e0BaMo" frameborder="0"></iframe>Rogério Rochahttp://www.blogger.com/profile/02567831559873849872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1863207227654854521.post-61896757869510173682022-11-06T11:29:00.001-03:002022-11-06T11:29:52.002-03:00ESQUECE-O | poema de MARIA FIRMINA DOS REIS | Performance de SILVANA MEN...<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/o2kAukQIHRY" frameborder="0"></iframe>Rogério Rochahttp://www.blogger.com/profile/02567831559873849872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1863207227654854521.post-71308693548173701612022-10-01T22:43:00.001-03:002022-10-01T22:43:30.757-03:00SOBRE AS ELEIÇÕES DE AMANHÃ<iframe width="480" height="360" src="https://youtube.com/embed/QcrMeApkqTM" frameborder="0"></iframe>Rogério Rochahttp://www.blogger.com/profile/02567831559873849872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1863207227654854521.post-85816809913058373712022-04-21T21:00:00.004-03:002022-04-21T21:00:33.309-03:00Do imortal da Academia Maranhense de Letras José Neres: "Rocha no meio do caminho"<p> </p><div class="checked" id="audima-banner" style="height: 60px; margin: 0 auto; width: 320px;"></div> <figure class="image foto-capa" style="display: block; width: 800px;"><img alt="Rogerio Rocha e José Neres." class="lazyload" data-src="https://www.facetubes.com.br/images/noticias/2721/c0e251b77c196d73e7b949f9895371d3.jpg" height="640" src="https://www.facetubes.com.br/images/noticias/2721/c0e251b77c196d73e7b949f9895371d3.jpg" title="Do imortal da Academia Maranhense de Letras, José Neres: "Rocha no meio do caminho"" width="640" /><figcaption><span>Rogerio Rocha e José Neres.</span></figcaption></figure> <div class="texto"><p><span style="color: grey; font-size: 12pt;"><strong>Convidado:</strong><em><strong> José Neres é professor, membro da AML, ALL e da Sobrames-MA</strong></em></span></p> <p>Quando
se apela para a alquimia das palavras e se junta na mesma frase
vocábulos como poema, pedra, penhasco, rocha e versos, os leitores mais
afeitos aos clássicos antigos e que se alimentam de sonetos bem
elaborados trazem logo à mente a figura de um Cláudio Manuel da Costa, o
poeta que introduziu nas letras brasileiras a essência das máximas
árcades que nos aconselham a fugir do meio urbano para aproveitar a vida
em um local ameno. Outros leitores, no entanto, fazem logo a ligação
direta com a cerebral e bem construída produção poética de João Cabral
de Melo Neto, um dos mais completos poetas do século XX, um homem capaz
de educar pela pedra e de transformar um único Severino em uma
referência eterna para todos os Severinos condensados e metaforizados no
ritmo de versos nucleares da poesia modernista. Mas ninguém poderá
deixar de lado também a incômoda pedra no caminho do jovem Carlos
Drummond de Andrade, poeta mineiro, que, em 1928, transformou uma mera
pedra em um monumento às vezes incompreendido da poesia brasileira. Como
esquecer também a pedra encontrada nas águas de março eternizadas na
voz de Elis Regina.</p> <p> Porém, além dessas, há outras
rochas e outras pedras que mais recentemente também se transformaram em
versos e que merecem uma atenção por parte dos amantes das letras.
Trata-se do livro 'Pedra dos Olhos' (Editora Hamsa, 2019), do filósofo,
poeta, advogado e professor Rogério Henrique Castro Rocha, mais
conhecido como Rogério Rocha, e que tem dedicado parte de suas energias
para compartilhar conhecimentos na grande rede de computadores,
entrevistar autores de diversas áreas do saber, comentar obras de seus
contemporâneos e traduzir em palavras, versos e estrofes suas
observações, anseios, dúvidas e sentimentos.</p> <p> Pedra
dos Olhos é um livro que, em 190 páginas, reúne quase uma centena de
poemas sobre temáticas diversas, mas sempre carregados de um olhar que
mescla um olhar social e pessoal com múltiplas leituras feitas das obras
de poetas, filósofos, juristas, sociólogos e outros intelectuais que
acabam compondo um complexo labirinto de saberes que se bifurcam na
busca da melhor maneira de o poeta expressar-se diante dos “sustos”
cotidianos que o tiram de uma suposta zona de conforto e o fazem acreditar
que as palavras podem ter o poder de chamar a atenção para o que pode
ser melhorado no mundo, para aquilo que sempre esteve bem diante dos
olhos de todos, mas que parecem obstaculizados pelas “pedras” que nos
impedem de seguir o caminho que está aberto à nossa frente.</p> <p>
Mesmo sem intenção de fazer da tessitura do livro um “mosaico
de citações” como certa vez disse Julia Kristeva, Rogério Rocha, mesmo
buscando imprimir uma dicção poética própria em cada poema, acaba
deixando para o leitor rastros de suas leituras: Tribuzi, Drummond,
Vinícius, Cabral de Melo Neto, Nietzsche, Spinoza, Schopenhauer,
Fernando Pessoa, Nauro Machado e muitos outros escritores que se
entrecruzam nas malhas da intertextualidade.</p> <p> Em
Pedra dos olhos há espaço para a discussão de temas tão diversos quanto o
contato com o mundo cibernético, quanto o fascínio pela voz de uma
estrela como Karen Carpenter, passando por indagações filosóficas,
imersão no erotismo, as alegrias do nascimento de uma criança e a
observação de coisas do cotidiano, como uma chuva que cai e as mudanças
ocorridas na urbe. Tudo, de alguma forma, pode ser transformado em
poemas pelo olhar atento de Rogério Rocha.</p> <p> Trata-se
de um livro para ser lido com calma e paciência, sem se desviar das
pedras, das rochas e dos obstáculos que podem aparecer a cada curva dos
poemas. Desviar-se dessas pedras seria deixar de lado a matéria-prima de
que é construído cada poema: o olhar atento de um homem que se
reconhece como em construção, mas que aproveitou cada pedra do caminho
para encher seus olhos de esperança em dias melhores, mesmo que, às
vezes, tenha que utilizar a força de um martelo para abrir caminhos em
situações nas quais outros viriam apenas obstáculos intransponíveis.
Afinal de contas:</p> <p style="text-align: center;"><span style="color: grey;"><em>Meu martelo profético desfaz e arrasa,</em></span></p> <p style="text-align: center;"><span style="color: grey;"><em>Com golpes potentes, enormes pancadas.</em></span></p> <p style="text-align: center;"><span style="color: grey;"><em>As torres maciças que o templo resguarda.</em></span></p><p style="text-align: center;"><span style="color: grey;"><em> </em></span></p><p style="text-align: center;"><span style="color: grey;"><em> Fonte: Portal Facetubes <br /></em></span></p></div>Rogério Rochahttp://www.blogger.com/profile/02567831559873849872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1863207227654854521.post-75297842269470483792022-04-06T22:57:00.001-03:002022-04-06T22:57:45.178-03:00SOBRE A LITERATURA MARANHENSE CONTEMPORÂNEA | IVAN PESSOA | CORTES DO RO...<iframe style="background-image:url(https://i.ytimg.com/vi/zu9WZG1pDV0/hqdefault.jpg)" width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/zu9WZG1pDV0" frameborder="0"></iframe>Rogério Rochahttp://www.blogger.com/profile/02567831559873849872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1863207227654854521.post-6601711893270947592022-04-05T16:34:00.002-03:002022-04-21T21:04:20.038-03:005 CURIOSIDADES DA LITERATURA BRASILEIRA<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/JrYpGeigU9U" frameborder="0"></iframe>Rogério Rochahttp://www.blogger.com/profile/02567831559873849872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1863207227654854521.post-18088415418726258382022-03-17T22:33:00.001-03:002022-04-21T21:05:38.321-03:00COMO TEM SIDO A MINHA EXPERIÊNCIA COM O CANAL NO YOUTUBE<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/NqglUzxEr2s" frameborder="0"></iframe>Rogério Rochahttp://www.blogger.com/profile/02567831559873849872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1863207227654854521.post-16459793532553236732022-03-16T11:09:00.000-03:002022-03-16T11:09:02.004-03:00Sobre a Predestinação dos santos, de Santo Agostinho (por Leandro Bachega)<p> </p><h5><strong>R</strong>esumo</h5>
<p>O presente artigo pretende expor o contexto em que foram escritas as obras <em>De praedestinatione sanctorum e De dono prerseverantiae</em>
(429), de autoria de Agostinho, bispo de Hipona (354-430), bem como
analisar brevemente seu conteúdo. Os monges franceses Próspero e
Hilário, preocupados com o avanço do semipelagianismo oriundo do
mosteiro de João Cassiano, em Marselha, pedem ao bispo de Hipona um
esclarecimento acerca da doutrina da salvação, do papel de Deus e do
homem no processo em direção à fé, e explicações a respeito das
capacidades humanas, após a Queda, sobre o conhecimento de Deus. A
origem da questão, no entanto, era ainda consequência dos embates entre
Pelágio e Agostinho, e continuava a desafiar o trabalho do bispo
africano.</p>
<p><strong>Palavras-chave: </strong>Pelagianismo; liberdade; graça; pecado original; semipelagianismo; predestinação.</p>
<div class="mks_separator" style="border-bottom: 2px dotted;"></div>
<div class="mks_separator" style="height: 20px;"></div>
<h5><strong>Contexto histórico</strong><strong></strong></h5>
<p>Pelágio (360-418) foi um cristão leigo britânico, conhecido por seu
zelo em relação à vida e conduta cristãs. Mudou-se para Roma no mesmo
período em que Agostinho também se dirigia para a Itália, mas, ao
contrário deste, permaneceu por cerca de 30 anos na capital do Império,
até que o saque de Alarico à Roma e as constantes invasões subsequentes
forçaram Pelágio e outros a fugirem da região. O religioso britânico
primeiro desembarcou na África, passando por Cartago e pela Hipona de
Agostinho, tendo finalmente se fixado em Jerusalém, junto com seu
discípulo Celéstio.</p>
<p>A teologia de Pelágio afirmava que os homens eram capazes, por si
mesmos, de resistir às tentações e levar uma vida santa. Era
radicalmente oposta ao conceito da Queda<a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftn2">[1]</a>
como condição que teria alastrado o pecado original por toda a
humanidade, e que impedia a vontade humana acerca do início da fé (a
esse respeito, não estava sozinho: a ideia do pecado original também não
era aceita pela maior parte da igreja oriental<a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftn3">[2]</a>).
Segundo sua doutrina, Adão havia sido criado mortal, e, portanto, este
não morreu por conta de sua desobediência. Além disso, se as almas
tinham origem no próprio Deus, no momento do nascimento de um ser
humano, não seria correto afirmar que esta nova alma já viesse do seio
divino contaminada pelo mal.</p>
<p>Da negação do pecado original, as demais doutrinas de Pelágio eram
uma consequência lógica: enfatizavam firmemente o livre-arbítrio humano e
que a “graça dependia, em parte, de um atributo natural da pessoa, em
parte, da revelação da vontade de Deus através da lei”<a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftn4">[3]</a>.
Graça, para Pelágio, era a liberdade humana e a lei divina: a
possibilidade de decisão, diante da verdade cristã, dependia
completamente do homem, não sendo necessária nenhuma intervenção divina
anterior, e, se o homem cometia pecado, era por influência da sociedade
corrompida, e não resultado de sua própria vontade degenerada.</p>
<p>Durante sua estada em Roma, Pelágio – “levado à ira por uma
cristandade inerte, que se desculpava alegando fragilidade da carne e a
impossibilidade do cumprimento dos mandamentos opressivos de Deus”<a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftn5">[4]</a>
–, ficou incomodado com a indiferença dos cristãos em relação à pureza
de suas vidas e, intrigado, passou a pesquisar o motivo da situação de
descaso com a santidade da igreja. Quando leu a seguinte oração de
Agostinho, nas <em>Confissões</em> (escritas a partir de 397), entendeu ter encontrado o motivo de tanto desdém por parte dos cristãos:</p>
<p>Mas toda a minha esperança está em tua misericórdia, sobremaneira
grande. Concede o que ordenas, e ordenas o que queres. Prescreveste-nos a
continência. <em>E</em>,<em> quando percebi</em>, disse alguém, <em>que ninguém pode ser continente</em>,<em> se Deus não lho der</em>,<em> isso mesmo também era sabedoria</em>,<em> saber de quem vinha esse dom</em>.<a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftn6">[5]</a></p>
<p>Pelágio questiona a petição de Agostinho, pois não considerava que
fosse necessária uma graça especial para que Deus capacitasse o homem a
obedecer aos mandamentos. E, se Agostinho dizia que o pecado é
inevitável, por que haveria o homem de ser responsabilizado por
cometê-lo? Esse tipo de raciocínio estaria levando os cristãos a viverem
uma vida devassa, uma vez que, se (entendiam que) não haviam sido
tocados por Deus para a vida santa, por que se preocupariam em vivê-la,
uma vez que isso lhes seria impossível? Pelágio não pensava da mesma
forma: segundo o monge britânico, uma vez que as Escrituras requerem das
pessoas que creiam, se arrependam e sigam os mandamentos, seria
consequentemente lógico que essas mesmas pessoas tivessem a capacidade,
por si mesmas, de responder aos preceitos do evangelho. Como vimos,
Pelágio entendia por graça os dons já dados por Deus ao homem no momento
de sua criação, ou seja, o livre-arbítrio, a razão, as Escrituras, dons
que são oferecidos a todos os homens. Portanto, de acordo com Pelágio,</p>
<p>Se Deus ordena que as pessoas creiam em Cristo, então elas devem ter o
poder de crer em Cristo sem a ajuda da graça. Se Deus ordena que os
pecadores se arrependam, eles devem ter a habilidade de se inclinarem
para obedecerem ao comando. A obediência não precisa, de forma alguma,
ser “concedida”.<a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftn7">[6]</a></p>
<p>Pelágio defendia três aspectos que eram inerentes à natureza humana: o poder (<em>posse</em>), oriundo de Deus; o querer (<em>velle</em>); e o realizar (<em>esse</em>)
– sendo os dois últimos próprios do homem. Não aceitando a concepção do
pecado original, Pelágio acreditava que a liberdade da vontade humana
era o seu principal e supremo bem, a partir do qual o homem poderia
prestar um culto voluntário a Deus. Essa mesma vontade poderia pender, a
qualquer momento e igualmente, para o bem ou para o mal, sem que
houvesse uma inclinação anterior e inerente para um dos lados: quando
pecam, os homens são levados por influência de terceiros ou de demônios,
mas o pecado, segundo Pelágio, era inclusive evitável.</p>
<p>Em Roma, a doutrina pelagiana pouco chamou atenção como heresia; na
verdade, seu autor era um mestre reconhecido, e mesmo Agostinho havia
tecido elogios a alguns de seus escritos<a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftn8">[7]</a>.
A crise teve início quando Celéstio, discípulo de Pelágio, questionou o
valor do batismo infantil em meio aos debates correntes em Cartago:
calcado na doutrina de seu mestre, Celéstio negou que as águas batismais
tivessem a função de perdoar ou transmitir a graça divina às crianças,
uma vez que, acreditava, o homem nascia sem qualquer tipo de culpa
intrínseca ou herdada de Adão. Teve frustrada sua tentativa de tornar-se
sacerdote, sendo denunciado como propagador de heresia pelo sínodo
realizado em Cartago entre 411 e 412. Juntamente com outros cinco
bispos, Agostinho enviou um relatório a respeito da doutrina pelagiana
ao papa Inocêncio I, que, apoiado pela decisão do Concílio de Cartago
(417), condena Pelágio e Celéstio por heresia<a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftn9">[8]</a>. Pouco mais tarde, em sua obra <em>De gratia Christi et de peccato originali</em> (Sobre a graça de Cristo e o pecado original) (418)<a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftn10">[9]</a>, Agostinho expôs os ensinos e contradições de Pelágio e Celéstio.</p>
<p>A resposta de Agostinho se fez, primeiramente, pela defesa do pecado
original e pela incapacidade (por consequência da Queda) da vontade
humana de dirigir-se voluntariamente em direção a Deus. Essa abordagem
pode ser vista tanto na leitura que Agostinho faz dos textos bíblicos –
principalmente dos escritos paulinos – quanto em sua própria experiencia
de conversão (“[…] via a lei sem poder cumpri-la. E não apenas viu a
lei, mas viu a lei cumprida sob seus olhos por outros, enquanto, com
toda sua alma desejando imitá-los, foi necessário confessar-se incapaz”)<a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftn11">[10]</a>,
na qual Agostinho aparece relutante, descrente, até ser convencido
pelos sermões de Anselmo e pela profunda angústia que sentia, aplacada
somente no momento em que se entrega ao chamado divino.</p>
<p>Se a vontade humana está condenada e é incapaz de, por meios
próprios, buscar o auxílio divino, deduz Agostinho, o livre-arbítrio<a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftn12">[11]</a> é irreal: o otimismo pelagiano é aqui substituído por um pessimismo<a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftn13">[12]</a>
em relação às capacidades e intenções do homem. Com isso, Agostinho
concebe a graça como a intervenção de Deus na vontade humana, que é
regenerada e passa a desejar, crer e obedecer aos mandamentos divinos.
Por conseguinte, a vontade restaurada, a razão dirigida e a capacidade
para observar os mandamentos divinos são todos frutos diretos da graça
de Deus. Em uma de suas cartas, o bispo de Hipona deixa clara a sua
opinião a respeito da intervenção divina como único acesso a Cristo:</p>
<p>Qual homem, refletindo sobre sua fraqueza, ousaria atribuir sua
castidade e inocência às suas próprias forças, amando-te menos, como se
não lhe fosse tão necessária sua misericórdia, pela qual redimes os
pecados a quem se converte a ti? Não me despreze, pois, quem, chamado
por ti, seguiu tua voz e evitou os pecados que lê em minhas lembranças e
confissões (…)<a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftn14">[13]</a></p>
<p>Outra questão trazida por Agostinho – implícita no trecho acima – é a
predestinação dos santos. Se é Deus quem regenera a vontade dos homens e
os chama para si, mas nem todos apresentam a inclinação para a <em>beata vita</em>,
a conclusão é a de que Deus escolhe aqueles a quem concederá graça, sem
nenhuma condição prévia senão a misteriosa vontade divina. Se todos os
homens nascem em condição de pecado, e isso os separa da santidade de
Deus, a condenação eterna é a aplicação da justiça divina; contudo,
àqueles que foram escolhidos, Deus concede misericórdia:</p>
<p>Esta é a predestinação dos santos e não outra coisa, ou seja, a
presciência de Deus e a preparação dos seus favores, com os quais
alcançam a libertação todos os que são libertados. Os demais, porém, por
um justo juízo divino, são abandonados na massa da perdição, onde foram
abandonados os tírios e os sidônios, os quais também poderiam crer, se
tivessem presenciado os maravilhosos sinais de Cristo. Mas como não lhes
foi dado crer, foi-lhes negada a motivação da fé.<a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftn15">[14]</a></p>
<p>Agostinho explicitou sua polêmica posição em diversas obras e cartas,
principalmente após a controvérsia com Pelágio e a avaliação da igreja.
Contudo, suas doutrinas não haviam sido totalmente aceitas pelo clero
cristão, mesmo depois da condenação do pelagianismo pelo poder central.
No norte da África, foi necessário que Agostinho escrevesse cartas ao
mosteiro de Hadrumeto, próximo a Cartago, para esclarecer seu
posicionamento, pois o conceito de predestinação trouxe dúvidas a muitos
cristãos. O conjunto de cartas é hoje conhecido como a obra <em>De gratia et libero arbítrio</em>
(A graça e a liberdade), de 427, e os questionamentos se referiam à
liberdade humana, à eleição divina, ao papel da graça, e como tudo isso
se relacionava na salvação dos homens.</p>
<p>No entanto, de todos os seus escritos a respeito da eleição divina, <em>De praedestinatione sanctorum</em> (Sobre a predestinação dos santos) e <em>De dono prerseverantiae</em>
(Sobre o dom da perseverança), ambos de 429, são os que mais oferecem
explicações a respeito do assunto – e também as últimas publicações do
bispo de Hipona. Os livros foram escritos a pedido de dois monges
franceses, Próspero e Hilário, em reação à disseminação do pelagianismo
em um monastério em Marselha, onde o monge João Cassiano (considerado o
precursor do monasticismo ocidental) procurava equilibrar as doutrinas
de Agostinho com a pregação de Pelágio, defendendo que, embora os homens
fossem carentes da graça divina, caberia ao indivíduo o passo em
direção a Deus, em direção à conversão – a graça seria útil na evolução
da vida cristã, mas não caberia a ela a iniciativa da fé. Essa posição
ficou conhecida como semipelagianismo, dada a sua proximidade com o
pensamento de Pelágio.</p>
<p>A <em>disputatio</em> entre semipelagianos e agostinianos não acabou
com os escritos de Agostinho. O bispo italiano Juliano de Eclano deu
continuidade à polêmica, posicionando-se, desde o início, a favor de
Pelágio e debatendo com um Agostinho idoso e preocupado com a invasão de
Hipona pelos vândalos; ele morreria em 430, com uma resposta inacabada a
Juliano. A discussão teológica, porém, continuou viva no seio da igreja
até o Concílio de Orange, em 529, quando o semipelagianismo foi
finalmente condenado como heresia, embora a Igreja Católica nunca tenha
aderido à totalidade das doutrinas defendidas por Agostinho.</p>
<h5><strong>Análise das obras</strong></h5>
<p><em>A predestinação dos santos</em> conserva teor pastoral e
teológico. Nela, Agostinho procura esclarecer importantes doutrinas da
fé cristã, que àquela altura da vida da igreja, ainda estavam em
formação. O bispo começa dizendo que havia tratado muitas daquelas
questões em escritos anteriores, mas atende aos irmãos de fé franceses,
detalhando a forma como entendia a ação divina na salvação humana. Essas
explicações são ricamente baseadas em suas interpretações de passagens
da Bíblia – principalmente das epístolas paulinas –, e do pensamento de
grandes vultos do passado recente da igreja (como Santo Ambrósio e São
Cipriano de Cartago).</p>
<p>Durante a obra, Agostinho esclarece pontos de interesse teológico –
tais como a diferença entre predestinação e graça, a natureza da fé, o
destino das crianças que morrem sem o batismo<a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftn16">[15]</a>–,
interpreta passagens das Escrituras a partir de sua exegese e reafirma
como tudo o que há de bom na vida do cristão é oriundo da graça divina –
e não de méritos, ou de boas ações que, por presciência, Deus saiba que
o crente fará. Agostinho faz ainda um <em>mea culpa</em> por, no passado, ter pensado e escrito de forma semelhante a seus adversários, como já havia registrado em suas <em>Retratações</em>.</p>
<p>A primeira preocupação de Agostinho é esclarecer como se dá o
princípio da fé. O bispo de Hipona reafirma a incapacidade da vontade
humana para que se dirigisse a Deus (ou ao bem), e que Deus escolhe
incondicionalmente homens e mulheres, a quem concede a graça. Os
escolhidos têm, então, suas vontades regeneradas, tornando-se capazes de
escolher a verdade e agir de acordo com ela, ou seja, a vida convertida
a Cristo e a consequente salvação após a morte. A fé, portanto, é um
dom de Deus, dada sem nenhum merecimento prévio por parte do indivíduo<a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftn17">[16]</a>, contrariamente à crença pelagiana de que “a graça de Deus é-nos concedida de acordo com nossos méritos”<a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftn18">[17]</a>.</p>
<p>É importante salientar aqui como a epistemologia agostiniana tem
impacto sobre sua teologia. A razão tem um papel fundamental na busca
pela verdade (isto é, Deus); no entanto, Agostinho estabelecerá seu
alcance. Ela pode e deve investigar e deduzir a verdade, mas aí repousa
seu limite. Mesmo os filósofos pagãos, desprovidos de fé, intuíram, e
todos os homens podem, por meio da investigação racional, chegar à
conclusão da existência de Deus, sem que com isso creiam: a verdade é um
dado revelado (por meio da fé), e sua posse resulta não somente em um
conhecimento, mera especulação filosófica, mas em uma vivência e
conversão.</p>
<p>Quem não vê que primeiro é pensar e depois crer? Ninguém acredita em
algo, se antes não pensa no que há de crer. Embora certos pensamentos
precedam de um modo instantâneo e rápido a vontade de crer, e esta vem
em seguida e é quase simultânea ao pensamento, é mister que os objetos
da fé recebam acolhida depois de terem sido pensados. Assim acontece,
embora o ato de crer nada mais seja que pensar com assentimento. Pois,
nem todo o que pensa, crê, havendo muitos que pensam, mas não creem; mas
todo aquele que crê, pensa, e pensando crê e crê pensando.<a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftn19">[18]</a></p>
<p>A filosofia agostiniana está intimamente ligada à sua vida, descrita
em detalhes por ele mesmo, na primeira autobiografia da história, o
livro <em>Confissões</em>. Sua intenção era alcançar a sabedoria, e,
nesse intento, enveredou-se por algumas doutrinas populares em sua
época. No cristianismo, Agostinho descobre que a verdade está atrelada à
<em>beata vita</em>, à beatitude e vida feliz, e que é alcançada
mediante uma graça divina especial que restaura o querer humano,
corrompido pelo pecado e inclinado somente ao mal. A <em>vontade de crer</em>, da qual Agostinho fala, é o caminho que leva do limite da razão e intelecção (o pensar) à verdade propriamente dita.</p>
<p>Quanto ao conceito de graça, embora Agostinho não nos dê uma
definição exaustiva, parece querer explicar toda boa dádiva que Deus dá
aos homens, “a presença e o poder divino atuante e, consequentemente,
presente no mundo”<a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftn20">[19]</a>.
Estabelece uma diferenciação entre a “graça que distingue os bons dos
maus, não a que é comum aos bons e aos maus”, reconhecendo que mesmo
eleitos recebem dádivas divinas, como os bens da terra, a saúde, e são
beneficiados por uma ordem moral que ainda habita os homens, a despeito
de sua condição corrompida: “deixado a si mesmo, o homem possuiria
propriamente apenas o poder de fazer o mal, a mentira e o pecado”.<a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftn21">[20]</a> Contudo, devido à graça de Deus,</p>
<p>Permanece no homem (…) um pensamento que, embora entrevado, continua
capaz de conhecer o verdadeiro e de amar o bem, ao adquirir
progressivamente, por um exercício lento, as artes, as ciências e as
virtudes; porque há virtudes naturais mesmo no homem decaído. Alguns
romanos, por exemplo, fizeram prova de força, de temperança, de justiça
ou de prudência<a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftn22">[21]</a>.
É necessário ver nisso igualmente vestígios de uma ordem destruída,
ruínas cuja subsistência torna possível uma restauração e que Deus
conserva com esse fim; em todo caso, quer se trate de um resto de
disposição habitual à virtude ou de uma força excepcional para executar
um ato heroico, elas são um dom de Deus no homem que as realiza ou que
as testemunha.<a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftn23">[22]</a></p>
<p>O tema que perpassa a discussão e as obras, além da graça, é a
liberdade, e a base de cada uma das posições está em sua antropologia.
Agostinho propõe uma humanidade cujas capacidades intelectivas e
volitivas foram comprometidas. Se, em seu estado de natureza, o homem <em>podia não pecar</em> (pois possuía um livre-arbítrio íntegro, conforme Deus o criara), após a Queda, sua natureza corrompida o forçava a <em>não poder não pecar</em>; uma vez agraciado com a fé, o homem <em>não pode pecar</em>, pois Deus o esclarece a respeito do bem e do mal, e o ajuda a guardar-se do último<a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftn24">[23]</a>.</p>
<p>É disso que trata o livro <em>Sobre o dom da perseverança</em>, obra que complementa <em>Sobre a predestinação dos santos</em>,
ainda respondendo àqueles que defendiam ser o homem capaz tanto de
iniciar a sua fé, quanto de manter-se nela. Segundo Agostinho, quando um
indivíduo é eleito, Deus garante, também por meio de sua graça, que o
crente permaneça em uma vida pia e santa, ou seja, que persevere no
cumprimento da vontade de Deus, revelada nas Escrituras. A seus
opositores, o bispo de Hipona demonstra, por meio da oração de Cristo,
como a perseverança é um dom que os cristãos pedem a Deus (“<em>e não nos exponhas à tentação, mas livra-nos do Maligno</em>”),
afirma que a pregação do evangelho não é invalidada por causa da
predestinação, nem leva o cristão a um estado de estagnação espiritual.</p>
<h5><strong>Conclusão</strong><strong></strong></h5>
<p>A ideia de graça, de predestinação e de incapacidade humana para
dirigir-se a Deus, tal qual Agostinho escreveu, não é plenamente aceita
pela Igreja Católica<a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftn25">[24]</a>. Os herdeiros mais diretos das doutrinas agostinianas foram Lutero e Calvino<a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftn26">[25]</a>,
e, posteriormente, o movimento jansenista. No entanto, em recentes
publicações, os dois últimos papas citam os perigos do pelagianismo para
a vida cristã. O Papa emérito Bento XVI fala do “pelagianismo dos
piedosos” em sua obra <em>Guardare Cristo: esempi di fede, speranza e carità</em>,
de 2009, e critica religiosos que buscam justificação por meio de suas
obras de caridade. Já o Papa Francisco alertou recentemente para os
perigos do neopelagianismo:</p>
<p>“Prolifera em nossos tempos um neopelagianismo em que o homem,
radicalmente autônomo, pretende salvar-se a si mesmo sem reconhecer que
ele depende, no mais profundo do seu ser, de Deus e dos outros. A
salvação é então confiada às forças do indivíduo ou a estruturas
meramente humanas, incapazes de acolher a novidade do Espírito de Deus”.<a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftn27">[26]</a></p>
<p>O homem contemporâneo acredita em sua autossuficiência, ao mesmo
tempo em que se sente sozinho, cegado por um otimismo pelagiano. O
historiador Michael Oakeshott fala de um estilo de política “pelagiano”,
que procura a salvação na terra por meio de uma possível e progressiva
perfeição da humanidade, através de seu próprio esforço<a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftn28">[27]</a>.
Agostinho, por outro lado, apadrinha aqueles que nutrem reservas em
relação ao homem, às suas capacidades. Diz o verso bíblico que é
“maldito o homem que confia no homem”<a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftn29">[28]</a>; o bispo de Hipona acreditava tanto nisso que começou as suspeitas a partir de seu próprio <em>eu</em>.</p>
<div class="mks_separator" style="border-bottom: 2px dotted;"></div>
<h5><strong>Bibliografia</strong></h5>
<p>AGOSTINHO. <em>A Graça I</em>. São Paulo: Paulus, 1998.</p>
<p>AGOSTINHO. <em>A Graça II</em>. São Paulo: Paulus, 2002.</p>
<p>AGOSTINHO. <em>Confissões</em>. Tradução de Lorenzo Mammì. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2017.</p>
<p>BÍBLIA – Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2002.</p>
<p>BETTERSON, H. <em>Documentos da igreja cristã</em>. São Paulo: ASTE, 2001.</p>
<p>BROWN, Peter. <em>Santo Agostinho: uma biografia</em>. Rio de Janeiro: Record, 2017.</p>
<p>COSTA, M. R. N. <em>Introdução ao pensamento ético-político de santo Agostinho</em>. São Paulo: Loyola, 2009.</p>
<p>FITZGERALD, Allan (Org.). <em>Agostinho através dos tempos</em>. Tradução de Cristiane Negreiros Ayoub, Heres Drian de O. Freitas. São Paulo: Paulus, 2018.</p>
<p>GILSON, Etienne. <em>Introdução ao estudo de Santo Agostinho</em>. Tradução de Cristiane Negreiros Ayoub. São Paulo: Paulus, 2006.</p>
<p>HARNACK, Adolph. <em>History of dogma</em>. New York: Dover, 1961.</p>
<p>LIMA VAZ, Henrique Cláudio de. <em>Antropologia Filosófica I</em>. São Paulo: Loyola, 2011.</p>
<p>MCBRIEN, Richard P. <em>Os papas: os pontífices de São Pedro a João Paulo II</em>. São Paulo: Edições Loyola, 2013.</p>
<p>OAKESHOTT, Michael. <em>A política da fé e a política do ceticismo</em>. Tradução de Daniel Lena Marchiori Neto. São Paulo: É Realizações, 2018.</p>
<p>OLSON, Roger. E. <em>História da teologia cristã: 2000 anos de tradição e reforma</em>. Tradução de Gordon Chown. São Paulo: Editora Vida, 2001.</p>
<p>SPANNEUT, Michel. <em>Os padres da igreja: séculos IV-VIII</em>. Tradução de João Paixão Netto. São Paulo: Edições Loyola, 2002.</p>
<p>SPROUL. R. C. <em>Sola Gratia: o debate sobre o livre-arbítrio na história</em>. Tradução de Mauro Meister. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2001.</p>
<hr class="wp-block-separator" />
<div class="mks_separator" style="border-bottom: 2px dotted;"></div>
<p><a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftnref2">[1]</a>
Segundo a doutrina do pecado original, após o pecado de Adão, todos os
seus descendentes tiveram a vontade corrompida. Adão tinha liberdade na
vontade para pecar ou evitar o pecado, mas, após sua <em>Queda</em> em
pecado, ele e seus descendentes passaram a ser escravos de uma vontade
sempre enviesada para o mal e, principalmente, incapaz de dirigir-se
(querer) a Deus.</p>
<p><a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftnref3">[2]</a> “(…)
toda a igreja oriental mantinha um conceito essencialmente sinergístico
do relacionamento entre Deus e os seres humanos na salvação, no qual a
graça exercia o papel de destaque, mas a decisão e esforço humanos
deviam cooperar com a graça para resultar na salvação”. OLSON, Roger. E.
<em>História da teologia cristã: 2000 anos de tradição e reforma</em>. Tradução de Gordon Chown. São Paulo: Editora Vida, 2001, pg. 286.</p>
<p><a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftnref4">[3]</a> Idem, pg. 272.</p>
<p><a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftnref5">[4]</a> HARNACK, Adolph. <em>History of dogma</em>. New York: Dover, 1961, pg. 174.</p>
<p><a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftnref6">[5]</a> AGOSTINHO. <em>Confissões</em>. Tradução de Lorenzo Mammì. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2017, pg. 278.</p>
<p><a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftnref7">[6]</a> SPROUL. R. C. <em>Sola Gratia: o debate sobre o livre-arbítrio na história</em>. Tradução de Mauro Meister. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2001, pg. 30.</p>
<p><a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftnref8">[7]</a>
“Agostinho sempre rendeu belos tributos às exortações de Pelágio: elas
se destacavam por ser ‘bem redigidas e diretas’, por sua ‘<em>facundia</em>’ (eloquência) e sua ‘<em>acrimonia</em>’ (acidez)”. BROWN, Peter. <em>Santo Agostinho: uma biografia</em>. Rio de Janeiro: Record, 2017, p. 426.</p>
<p><a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftnref9">[8]</a> Mais
tarde, o papa Zósimo, que substitui Inocêncio, revoga a condenação de
Pelágio e Celéstio; contudo, tempos depois, Zósimo cede à pressão dos
bispos africanos (que apelaram ao imperador Honório) e volta atrás em
sua decisão. Agostinho insistiu que Zósimo enviasse às igrejas do
ocidente e do oriente um documento (chamado <em>Epistula tractoria</em>) que condenasse os pelagianos. BETTERSON, H. <em>Documentos da igreja cristã</em>. São Paulo: ASTE, 2001.; MCBRIEN, Richard P. <em>Os papas: os pontífices de São Pedro a João Paulo II</em>. São Paulo: Edições Loyola, 2013.</p>
<p><a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftnref10">[9]</a> Outras obras de Agostinho que tratam da questão pelagiana são <em>Do Espírito e da letra</em> (412), <em>Da natureza e da graça</em> (415) e <em>Da graça e do livre-arbítrio</em> (427).</p>
<p><a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftnref11">[10]</a> GILSON, Etienne. <em>Introdução ao estudo de Santo Agostinho</em>. Trad. Ayoub, C. N. A. São Paulo: Paulus, 2006, p. 300.</p>
<p><a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftnref12">[11]</a> No entanto, nem sempre Agostinho pensou assim. Em sua obra <em>O livre-arbítrio</em>
(388), Agostinho admitiu que o homem possui livre-arbítrio e capacidade
para buscar a Deus de forma voluntária (sinergismo); posteriormente,
reconhece o equívoco e passa a abordar toda a conversão como fato
iniciado e consumado por Deus (monergismo).</p>
<p><a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftnref13">[12]</a> Lima
Vaz reforça o impacto da obra epistolar paulina e demais Escrituras
como fundamentais para a compreensão de Agostinho acerca do pecado
original, recusando as acusações de influência maniqueísta em seu
pensamento: “Alguns críticos quiseram ver nos traços pessimistas da
visão agostiniana do homem uma influência persistente do maniqueísmo ao
qual Agostinho aderiu em sua juventude. Essa interpretação, no entanto, é
dificilmente aceitável, em primeiro lugar pelo caráter radical da
crítica a que Agostinho submeteu a doutrina maniqueísta e, em segundo
lugar, pelo fato de que o pessimismo em Agostinho não tem nenhum
resquício dualista, pois envolve o homem todo, sendo igualmente o homem
todo objeto do desígnio e da ação salvífica de Deus”. LIMA VAZ, Henrique
Cláudio de. <em>Antropologia Filosófica I</em>. São Paulo: Loyola, 2011, p. 67.</p>
<p><a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftnref14">[13]</a> AGOSTINHO. <em>Confissões</em>. Tradução de Lorenzo Mammì. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2017, pg. 69.</p>
<p><a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftnref15">[14]</a> AGOSTINHO. <em>De praedestinatione sanctorum</em>. XIV, 35.</p>
<p><a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftnref16">[15]</a>
Segundo Agostinho, toda a descendência de Adão foi contaminada pelo
pecado, e isso naturalmente não exclui as crianças, que já nascem
propensas ao pecado (<em>Confissões</em>, I, 7; <em>A natureza e a graça</em>,
VIII, 9). O batismo, contudo, é um meio de graça para perdão de
pecados. Agostinho entendia que o batismo, ministrado pela igreja, era a
ação que removia os pecados do convertido, assim como das crianças.
Portanto, entendia, as crianças batizadas antes da morte eram salvas.</p>
<p><a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftnref17">[16]</a>
Aqui, Agostinho ecoa fortemente a passagem da epístola de São Paulo aos
Efésios 2.8,9: “Pela graça fostes salvos, por meio da fé, e isso não vem
de vós, é o dom de Deus: não vem das obras, para que ninguém se encha
de orgulho”, entre outras, que permeiam toda a obra.</p>
<p><a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftnref18">[17]</a> AGOSTINHO. <em>De praedestinatione sanctorum.</em> II, 3.</p>
<p><a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftnref19">[18]</a> Idem, p. 153.</p>
<p><a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftnref20">[19]</a> FITZGERALD, Allan (Org.). <em>Agostinho através dos tempos</em>. Tradução de Cristiane Negreiros Ayoub, Heres Drian de O. Freitas. São Paulo: Paulus, 2018, p. 463.</p>
<p><a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftnref21">[20]</a> GILSON, Etienne. <em>Introdução ao estudo de Santo Agostinho</em>. Tradução de Cristiane Negreiros Ayoub. São Paulo: Paulus, 2006, p. 288.</p>
<p><a href="https://offlattes.com/wp-admin/post.php?post=6078&action=edit#_ftnref21">[21]</a>
Etienne Gilson se refere aqui às “quatro virtudes cardeais gregas”, as
quais Agostinho converteu em virtudes morais cristãs. Ver COSTA, M. R.
N. <em>Introdução ao pensamento ético-político de santo Agostinho</em>. São Paulo: Loyola, 2009, p. 67.</p>
<p><a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftnref23">[22]</a> GILSON, Etienne. <em>Introdução ao estudo de Santo Agostinho</em>. Tradução de Cristiane Negreiros Ayoub. São Paulo: Paulus, 2006, p. 287, 288.</p>
<p><a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftnref24">[23]</a> Conforme Agostinho em sua obra <em>A correção e a graça</em>, cap. 33. AGOSTINHO. <em>A Graça II</em>. São Paulo: Paulus, 2002, p. 119.</p>
<p><a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftnref25">[24]</a>
“Tanto Lutero quanto Jansênio hauriram honestamente de sua obra a
maioria de suas teses, e a Igreja Católica jamais fez seu cada pormenor
de cada obra de Agostinho. Mas continua sendo verdade que esse doutor
deu à graça um lugar central no cristianismo ocidental e que é o maior
especialista nesse assunto em toda a história da teologia antiga”.
SPANNEUT, Michel. <em>Os padres da igreja: séculos IV-VIII</em>. Tradução de João Paixão Netto. São Paulo: Edições Loyola, 2002, pg. 219, 220.</p>
<p><a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftnref26">[25]</a> Martinho Lutero era um monge agostiniano, e Agostinho foi o autor mais citado pelo teólogo João Calvino em seus escritos.</p>
<p><a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftnref27">[26]</a> Disponível em: <a href="http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20180222_placuit-deo_po.html#_ftn5">http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20180222_placuit-deo_po.html#_ftn5</a>. Consulta em 10/04/2020.</p>
<p><a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftnref28">[27]</a> OAKESHOTT, Michael. <em>A política da fé e a política do ceticismo</em>. Tradução de Daniel Lena Marchiori Neto. São Paulo: É Realizações, 2018.</p>
<p><a href="https://offlattes.com/archives/6078#_ftnref29">[28]</a> Jeremias 17.5.</p><p> </p><p>Artigo publicado originalmente em: https://offlattes.com/archives/6078 <br /></p>Rogério Rochahttp://www.blogger.com/profile/02567831559873849872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1863207227654854521.post-75523897927371317612022-03-15T19:14:00.001-03:002022-03-16T11:05:11.001-03:00POR QUE A GUERRA?<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/echbJKbcnjQ" width="320" youtube-src-id="echbJKbcnjQ"></iframe></div><br /> <p></p>Rogério Rochahttp://www.blogger.com/profile/02567831559873849872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1863207227654854521.post-89190870518553320872022-03-10T17:49:00.003-03:002022-03-16T11:09:57.519-03:00FERREIRA GULLAR - RECORTES LITERÁRIOS #2<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/Xab3ZvRVwqs" width="320" youtube-src-id="Xab3ZvRVwqs"></iframe></div><br /> <p></p>Rogério Rochahttp://www.blogger.com/profile/02567831559873849872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1863207227654854521.post-80512356133064307462022-03-04T21:45:00.000-03:002022-03-04T21:45:17.787-03:00A poesia é (d)ele: 41 anos de carreira de Luis Augusto Cassas<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgiSF3V5uKbqsdUSCwmPJgLttLp1PGH7Pq0GdwHCM37vcaZy__HVLkn8oRBNI6cVEtnSDTHJtODbvcj-rQM7j1x9CyjYE7IQua0zmIUPFeWj_XjmCBK6y_Qwa3UMeuw2fot00FhtVCjAL1KQjS-pUNUkgI9qMa8GbdIBL6jyq5JdbbZDOC2J3g2g6ef=s1600" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1066" data-original-width="1600" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgiSF3V5uKbqsdUSCwmPJgLttLp1PGH7Pq0GdwHCM37vcaZy__HVLkn8oRBNI6cVEtnSDTHJtODbvcj-rQM7j1x9CyjYE7IQua0zmIUPFeWj_XjmCBK6y_Qwa3UMeuw2fot00FhtVCjAL1KQjS-pUNUkgI9qMa8GbdIBL6jyq5JdbbZDOC2J3g2g6ef=w400-h266" width="400" /></a></div><br /><p></p><div class="" data-block="true" data-editor="7fc0m" data-offset-key="9jddk-0-0"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="9jddk-0-0"><span data-offset-key="9jddk-0-0"><span data-text="true">Por Rogério Rocha</span></span></div><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="9jddk-0-0"><span data-offset-key="9jddk-0-0"><span data-text="true"> </span></span></div><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="9jddk-0-0"><span data-offset-key="9jddk-0-0"><span data-text="true"> </span></span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="7fc0m" data-offset-key="8e6o5-0-0"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="8e6o5-0-0"><span data-offset-key="8e6o5-0-0"><br data-text="true" /></span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="7fc0m" data-offset-key="8sifj-0-0"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="8sifj-0-0"><span data-offset-key="8sifj-0-0"><span data-text="true">Luís Augusto Cassas [São Luís – MA, 02 de março de 1953] começou a destacar-se no cenário de nossa literatura com a geração dos anos 70 do século passado. Ao seu lado estavam nomes como Cunha Santos, Chagas Val e Alex Brasil. Uma época que presenciou o aparecimento do movimento Antroponáutico e da nova poesia do Maranhão, trazendo nomes como Viriato Gaspar, Valdelino Cécio, Morano Portela e, posteriormente, Rossini Corrêa e Laura Amélia Damous.</span></span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="7fc0m" data-offset-key="fs46m-0-0"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="fs46m-0-0"><span data-offset-key="fs46m-0-0"><br data-text="true" /></span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="7fc0m" data-offset-key="8grvv-0-0"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="8grvv-0-0"><span data-offset-key="8grvv-0-0"><span data-text="true">A figura de Augusto Cassas ajudou a consolidar o modernismo na literatura maranhense, preparando, então, terreno para as mudanças que implicariam na recepção dos novos referenciais da linguagem que teriam lugar na poesia pós-moderna do século XXI.</span></span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="7fc0m" data-offset-key="6uglr-0-0"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="6uglr-0-0"><span data-offset-key="6uglr-0-0"><br data-text="true" /></span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="7fc0m" data-offset-key="1v1fc-0-0"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="1v1fc-0-0"><span data-offset-key="1v1fc-0-0"><span data-text="true">Trata-se, na verdade, de um daqueles autores que cresceram ao ponto de não mais caber nos parcos limites de sua própria cidade. O abandono da vida provinciana (que em nossa terra teima em persistir) foi, quem sabe, a declaração de independência que ajudou a fazer de sua obra um monumento de requintada arquitetura, alçando seu nome ao âmbito nacional. </span></span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="7fc0m" data-offset-key="advho-0-0"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="advho-0-0"><span data-offset-key="advho-0-0"><br data-text="true" /></span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="7fc0m" data-offset-key="2ouhf-0-0"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="2ouhf-0-0"><span data-offset-key="2ouhf-0-0"><span data-text="true">Com o êxito alcançado em face do reconhecimento – vindo tanto da parte dos críticos quanto de seus pares - afirmou-se como um escritor de DNA contemporâneo. Traço que, aliás, é elemento constitutivo de sua vasta produção, alinhada com o mundo, suas novidades e tendências, arriscando-se nos experimentos que entendeu necessários sem, contudo, perder a força das características de estilo, já demonstradas em seu “República dos becos” (1981, Civilização Brasileira).</span></span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="7fc0m" data-offset-key="f7sv8-0-0"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="f7sv8-0-0"><span data-offset-key="f7sv8-0-0"><br data-text="true" /></span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="7fc0m" data-offset-key="afogg-0-0"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="afogg-0-0"><span data-offset-key="afogg-0-0"><span data-text="true">Enquanto Cassas promovia a busca poética da essência do humano e o estabelecimento de um equilíbrio entre imanência e transcendência, sagrado e profano, carnal e espiritual, vimos surgir, por exemplo, trabalhos como “Rosebud”, “Liturgia da Paixão”, “Ópera Barroca”, “O Shopping de Deus & a Alma do Negócio”, “Deus Mix: Salmos Energético de Açaí c/ Guaraná e Cassis” e “Evangelho dos Peixes para a Ceia de Aquário”. </span></span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="7fc0m" data-offset-key="6m99p-0-0"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="6m99p-0-0"><span data-offset-key="6m99p-0-0"><br data-text="true" /></span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="7fc0m" data-offset-key="48kc3-0-0"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="48kc3-0-0"><span data-offset-key="48kc3-0-0"><span data-text="true">Poeta com mais de 24 livros publicados, cuja escrita apresenta efeitos ora psicoterapêuticos, ora cinematográficos, é astro de primeira grandeza, traçando, “a serviço da luz e do verso”, nas entranhas do seu mundo, a órbita de um lirismo que a si mesmo coube instituir. Eis aí Luís Augusto Cassas, numa definição que dá conta, não só, da importância de sua bibliografia e do seu percurso literário, mas também de sua filosofia de vida.</span></span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="7fc0m" data-offset-key="e8up8-0-0"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e8up8-0-0"><span data-offset-key="e8up8-0-0"><br data-text="true" /></span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="7fc0m" data-offset-key="ctgtn-0-0"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="ctgtn-0-0"><span data-offset-key="ctgtn-0-0"><span data-text="true">O escritor, que aniversaria este mês, traz na bagagem, além da existência – que, ao longo do tempo, tem-lhe deixado “mais leve e mais livre” – todo um conjunto de símbolos, imagens, eus, espaços, vivências, sentimentos e ideias. </span></span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="7fc0m" data-offset-key="4fmu8-0-0"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="4fmu8-0-0"><span data-offset-key="4fmu8-0-0"><br data-text="true" /></span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="7fc0m" data-offset-key="8j19n-0-0"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="8j19n-0-0"><span data-offset-key="8j19n-0-0"><span data-text="true">Por fim, e para mostrar que a tarefa do autor está bem longe do seu encerramento, ao ponto de, inclusive, ainda render bons frutos, merecem destaque as obras “Paralelo 17” e a novíssima “Quatrocentona: Código de Posturas & Imposturas Líricas da cidade de São Luís do Maranhão”, lançada no ano de 2021 pela Arribaçã Editora.</span></span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="7fc0m" data-offset-key="fbilr-0-0"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="fbilr-0-0"><span data-offset-key="fbilr-0-0"><br data-text="true" /></span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="7fc0m" data-offset-key="502ij-0-0"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="502ij-0-0"><span data-offset-key="502ij-0-0"><span data-text="true">São 41 anos de carreira dedicados ao ofício de compreender o mundo através da poesia (esse alimento de toda alma inquieta), em busca de verdades essenciais e da possibilidade imprevisível de um reencantamento do olhar, cuja via parece encontrar-se na simbiose homem-verso. <br /></span></span></div></div>Rogério Rochahttp://www.blogger.com/profile/02567831559873849872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1863207227654854521.post-38388720546513592062022-02-14T10:25:00.001-03:002022-03-16T11:10:25.800-03:00CA(U)SOS DA LITERATURA MARANHENSE #1<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/HqHZ90e-KDw" frameborder="0"></iframe>Rogério Rochahttp://www.blogger.com/profile/02567831559873849872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1863207227654854521.post-12296113369026696342022-02-12T19:34:00.001-03:002022-02-12T19:34:30.612-03:00Eurythmics, Annie Lennox, Dave Stewart - Here Comes The Rain Again (Rema...<iframe width="480" height="360" src="https://youtube.com/embed/TzFnYcIqj6I" frameborder="0"></iframe>Rogério Rochahttp://www.blogger.com/profile/02567831559873849872noreply@blogger.com0