terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Google é coisa do passado: a nova busca está chegando


Novas tecnologias já estão sendo desenvolvidas e precisam de tempo e dinheiro para emplacar

por Oren Etzioni*

Editora Globo
Ainda vamos ver sites como o Google com a mesma nostalgia que hoje dedicamos a máquinas de escrever e discos de vinil. Os atuais mecanismos de busca na rede já estão ultrapassados por projetos inovadores, que deixam esta tarefa mais fácil e precisa. Como você ainda não foi informado? Ainda são iniciativas experimentais. Falta mais dedicação dos pesquisadores e investidores dispostos a deixá-las acessíveis ao grande público. 

O sistema de buscas Alpha, por exemplo, responde à pergunta “estou bêbado demais para dirigir?” com um programa em que o internauta informa seu peso e o número de drinques consumidos. (Por enquanto, se a pergunta for feita com palavras um pouco diferentes, ou fora de ordem, o resultado não aparece.) Recentemente, a Microsoft e a Apple compraram dois sites, Powerset e Siri, que funcionam sem que o internauta precise digitar nada — basta fazer uma pergunta em voz alta. Algo semelhante ao Shazam e ao SoundHound, apps que identificam canções a partir de notas musicais. 

Algumas universidades de ponta investem em outros projetos do gênero — caso da Mellon, em Pittsburgh, da Stanford em Palo Alto e da Universidade de Nova York. Mas eles não são tratados como prioridade e ainda funcionam para poucos usuários e um tipo limitado de páginas. Na verdade, também são pouco ambiciosos: a maioria dos mecanismos nem sequer tenta atingir uma fatia maior dos usuários. Para solucionar o problema, o uso da inteligência artificial pode ser muito útil — é disso que trata a minha pesquisa. Logo estas iniciativas vão formar um novo mercado. 


Editora Globo
Os sites de busca surgiram junto com a www há duas décadas. Nos últimos cinco anos, com o aumento do número de links disponíveis na rede, eles se tornaram fundamentais para garantir que o internauta não se perca no meio de incontáveis fontes de informação. Mas este modelo está ultrapassado. 

Os bilhões de sites disponíveis na rede têm qualidade de informação muito variada — vão do mais completo até o desatualizado ou mentiroso. Os atuais mecanismos de busca rastreiam uma grande quantidade deles em busca dos melhores, mas o resultado ainda está longe do satisfatório. O internauta se vê soterrado por milhões de sugestões. Este cenário só piora na medida em que o número de sites aumenta diariamente e a navegação vem sendo realizada em telas de aparelhos bem menores, como celulares. 

Por enquanto, é como se os sites entregassem o sumário de um livro, e deixassem aos internautas o trabalho de folhear as páginas por conta própria — uma ajuda muito limitada, até porque a maioria das dúvidas é bem simples. 

Os próprios cientistas de computação têm dificuldade em investir tempo em projetos inovadores. O desenvolvimento de programas que façam a busca tradicional de forma mais rápida ainda é uma demanda das grandes empresas. Mas você acabou de ler que a Apple e a Microsoft começaram a investir em novos mecanismos de busca. Sinal de que o futuro está próximo. 

* Oren Etzioni é cientista da computação e diretor do Turing Center, da Universidade de Washington. EUA. 

Fonte: Revista Galileu

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